Escrava do Amor: A Paixão do Chefe da Máfia

Volume 2 - Capítulo 101

Escrava do Amor: A Paixão do Chefe da Máfia

“Hayden… é a Silva…” Luka sibilou perto de nós, em tom de aviso.

O rosto de Hayden imediatamente se tornou uma máscara impenetrável enquanto ele se virava para encarar nosso próximo grupo de convidados. A noite de estreia já estava se mostrando muito intensa. Eu não tinha esquecido que um dos objetivos de Hayden nesse cruzeiro era negociar com o chefe da Silva, e agora pessoas da Silva estavam bem na nossa frente.

Um homem de meia-idade, com barriga de chope, estava à nossa frente junto com seus homens. Será que esse é o chefe da Silva?

“Quem são vocês?” Hayden perguntou secamente.

Acho que… esse homem não é o chefe da Silva?

“O nome é Brook. Estou aqui em nome do chefe, representando a Silva”, disse o homem, tentando se manter firme diante de Hayden.

Hayden soltou uma risada suave antes que seu rosto voltasse a ser uma máscara impenetrável.

“Hmm… acho que foi um erro meu esperar boas maneiras do chefe da Silva”, disse Hayden, encolhendo os ombros.

Eu não precisava ser mafiosa para saber que o que Hayden havia dito estava pedindo encrenca. Por que ele teve que dizer uma coisa dessas? Será que ele está tentando nos matar?!

“O chefe realmente não pode vir…” respondeu o homem secamente.

“Você está aí assistindo, certo? Tem certeza de que não quer dar um pulinho para dizer oi?” Hayden disse, abaixando-se em direção ao peito do homem e estreitando os olhos.

Ok… o que ele está fazendo agora?

“Umm… por favor, nos desculpem”, disse outro membro da gangue Silva, enquanto segurava Brook e o afastava de Hayden.

Assistimos enquanto os representantes da Silva se afastavam de nós. Eu podia sentir que Hayden não estava de bom humor. Se eu fosse ele, provavelmente me sentiria da mesma forma. Afinal, a negociação para a qual ele tinha vindo tão longe provavelmente não poderia acontecer sem a presença do chefe da Silva. Assim que eu estava me preocupando um pouco com isso, Hayden falou perto do meu ouvido.

“Ele vai vir”, Hayden afirmou com certeza.

“O quê?” perguntei, sem entender muito bem.

“O chefe da Silva. Ele vai estar aqui. Não se preocupe com isso”, disse Hayden, colocando uma mão grande em cima da minha cabeça.

“Como você sabe disso?” perguntei, admirada.

“Porque eu o conheço bem…” respondeu Hayden.

A outra questão que eu não entendi muito bem era… como ele supostamente viria até aqui? O navio estava agora em algum lugar no meio do oceano e não retornaria ao cais por pelo menos mais dois dias.

“Chefe… você não está pensando em ir, está?” perguntou um homem alto vestido com um terno branco para seu chefe.

Um homem estava sentado atrás de sua grande mesa de madeira enquanto inclinava a cabeça para o lado, maravilhado, seus olhos ainda na tela onde a câmera presa ao terno de seus homens estava mostrando o que estava acontecendo no baile. A grande pintura que estava atrás dele era uma raposa prateada grande com olhos verdes penetrantes que combinavam com os dele. O homem passou a mão pelo cabelo castanho-escuro e sorriu um pouco para si mesmo.

“Parece que não tenho escolha a não ser ir…” disse ele.

“Você não pode estar falando sério. Por que você mudou de ideia tão de repente?” perguntou o outro homem.

O chefe sabia muito bem que se pisasse no navio, teria que negociar com os Torex sobre suas disputas recentes. No início, ele queria evitar isso para poder prosseguir com seu plano usando seus próprios métodos, mas isso não parecia possível agora…

Seus olhos verdes se estreitaram suspeitosamente enquanto ele pensava sobre o que acabara de testemunhar através da câmera colocada na gola de seus homens que estavam no navio. Ele não tinha certeza se era intencional ou pura coincidência, mas tinha certeza do que tinha visto.

“Não se faça de desentendido. Eu só vou buscar algo que me pertence…” disse ele em voz fria.

Ele se levantou e se virou para a grande pintura da raposa prateada e sorriu. A raposa prateada com olhos verdes, como todos na linha principal de sua família, o símbolo da gangue Silva. O chefe da Silva jogou a cabeça para trás e soltou um longo suspiro.

“Vamos…” disse ele antes de sair da sala.

Eu não diria que o evento terminou sem incidentes porque ele ainda não terminou. Aparentemente, o primeiro evento não terminará oficialmente até o amanhecer. Eu estava muito cansada, e meus pés doíam muito para eu continuar. Hayden parecia entediado e também estava bastante cansado do evento.

Depois de nosso encontro um tanto hostil com os membros da gangue Silva, Hayden se encontrou com líderes de algumas outras gangues que ele parecia conhecer muito bem. Tudo parecia estar indo bem e Luka parecia estar de muito bom humor. Era óbvio que Luka foi enviado pelo chefe para garantir que Hayden e eu nos comportássemos bem. Luka se mostrou muito útil também.

“Eu venho aqui todos os anos desde que o chefe era muito mais jovem”, Luka me explicou quando tivemos um intervalo de toda a socialização.

“Ah, sério?” perguntei, um pouco surpresa.

“Sim. Conheço a maioria dos mais velhos daqui… e alguns mais jovens também”, disse Luka com um sorriso.

Parecia muito verdadeiro que ele conhecia a maioria das pessoas porque ele ou as cumprimentava primeiro ou elas o cumprimentavam primeiro. Eu diria que ele parecia conhecer até mais pessoas do que Hayden.

“Malissa e eu vamos voltar para nosso quarto agora. Luka, fique e continue com o bom trabalho”, disse Hayden secamente para nos dispensar.

“Leve alguns homens com você”, disse Luka, o tom de aviso claro em sua voz séria.

“Claro…” Hayden concordou.

Alguns homens se separaram automaticamente do grupo e nos seguiram até nosso quarto. Quando chegamos, tirei imediatamente os sapatos de salto alto que estava usando. A sensação do sangue voltando para meus pés foi maravilhosa.

“Cansada já?” Hayden perguntou enquanto se jogava ao meu lado no sofá e jogava um braço sobre meu ombro.

— Continua…