Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 161

Pai, Eu Não Quero Me Casar

A longa e cintilante cabeleira prateada brilhava sob a luz toda vez que ela dançava, e o vestido rosa vibrante também reluzia, destacando sua dona. As pessoas não conseguiam desviar os olhos da jovem Duquesa dançando com seu pai, o Duque de Floyen.

— Ela é realmente linda e madura.

— Não só é bonita, mas também elegante em cada movimento.

— Ouvi dizer que, até durante a competição de caça, ele enfrentou bestas malignas para salvar Sua Alteza Imperial, a Princesa.

— O Duque deve estar muito orgulhoso dela.

Apesar de ser uma Juvelian que antes era conhecida por sua tolice, a aparência que mostrou em menos de um ano foi genuína, e todos estavam bastante impressionados com seu comportamento atual.

— A propósito, a jovem Duquesa de Floyen é uma ótima escolha para o Príncipe Herdeiro.

— Verdade. Eu não sabia, pois ele usava uma máscara em todos os banquetes, mas ele é muito bonito, não é?

Os nobres abaixo do Conde não podiam participar da competição de caça, então havia muitos nobres que não conheciam o rosto do Príncipe Herdeiro. Não é surpresa que tenham ficado surpresos ao ver o rosto de Max.

— Mas isso não é o mais importante. Ouvi rumores de que a jovem Duquesa de Floyen é sua amante, isso é verdade?

Muita gente prestou atenção no Príncipe Herdeiro, mas o foco, Max, só olhava para Juvelian.

— Quanto tempo você quer dançar?

Ele ficou feliz ao dançar pela primeira vez com Juvelian, achando que tinha superado seu pai, seu mestre, mas o que ela disse foi apenas um comentário mordaz.

— Max, hoje quero dançar com meu pai à vontade. Mas te prometo o primeiro e o último baile.

Embora ele se confortasse em saber que dançariam juntos pela última vez, não teria querido o primeiro baile se soubesse quanto tempo ainda iria dançar.

“Já é a quinta vez, você não está cansada?”

Mas a força física dela melhorou com os passeios diários.

Mesmo isso não parece ter ajudado muito por causa da mana dela…

Logo, quando a música parou, Max encheu-se de esperança e olhou fixamente para Juvelian, mas, com uma expressão desanimada, ela dançou com seu mestre. Max ficou nervoso. Por isso, decidiu que iria propor casamento a Juvelian naquele dia.

— Senhor, me avise quando estiver pronto. Vou disparar os fogos de artifício.

Todos os preparativos para a proposta foram concluídos, assim como os fogos, mas havia um pequeno problema.

“Quanto tempo você vai dançar? Não seria melhor confessar quando o clima estiver mais favorável?”

Quando Max se sentiu oprimido por aquela premonição estranha, alguém se aproximou dele. Era sua fiel e leal subordinada Fressia, que o ajudou bastante com essa proposta.

— Senhor, por que a jovem Duquesa dança só com o Duque?

Max, ao ouvir as palavras da subordinada, desviou o olhar.

“Você está apenas perguntando se estou dançando errado.”

Embora Max não se importasse com rumores, não queria que pensassem que ele tinha algum desentendimento com Juvelian.

— O último baile é meu.

— Então, é isso. O baile precisa acabar.

Diante das palavras de Fressia, com um suspiro, Max fixou o olhar na mulher. Se pudesse, gostaria de se aproximar deles imediatamente.

Mas…

— Max, você vai me esperar, não vai?

Max suspirou, lembrando-se de sua amada enquanto ela perguntava com uma expressão encantadora.

Já era o sétimo baile. De fato, ela estava cansada e com as pernas dormentes, mas ainda era suportável. Era a primeira vez que dançava tanto tempo com seu pai.

— Juvel, você está bem?

Respondi com um sorriso ao ver que meu pai me olhava com preocupação.

— Sim, estou bem.

Enquanto isso, as quedas parecem ser resultado da falta de exercício, então tentei melhorar minha resistência. Por causa disso, minha condição física era melhor do que antes, mas ainda devia ser considerada fraca, já que minha panturrilha estava tão rígida. Papai não conseguia parar de me olhar como se estivesse preocupado, diferente dos dias anteriores, quando evitava meu olhar.

— Mas Juvel, eu acho que o que você está fazendo…

— Papai.

— Sim.

Ao ouvir a resposta baixa, dei um pouco mais de força ao braço que me segurava.

— Estou muito feliz por você ter vindo à minha cerimônia de maioridade e por estar dançando comigo.

No dia do meu debut, quando dei meu primeiro passo no mundo social, enquanto esperava meu pai, fiquei observando o salão de banquetes iluminado com luzes coloridas. Era tudo tão brilhante e deslumbrante, mas eu o odiava, pois só conseguia sentir escuridão ao meu redor. Quando o banquete estava no auge, já não me sentia confortável e saí correndo como se estivesse fugindo, mas agora, estava dançando com meu pai no lugar mais iluminado.

— Obrigada. Por estar ao meu lado.

Olhei fixamente nos olhos azuis do meu pai.

Antes, aquela cor me parecia fria como gelo, mas agora é como um oásis no deserto. Se eu tivesse dado isso como certo, não teria pensado em perdê-lo, mas sofri porque saboreei o quão doce era aquele carinho. Como um espejismo, tenho medo de que meu pai desapareça um dia do meu lado. Sinto que voltaremos a ser como éramos antes.

“Claro que isso não vai acontecer, mas…”

Enquanto pensava nisso, papai não respondeu. De repente, a ansiedade tomou conta de mim.

— Você pode fazer uma promessa comigo?

Meu pai, que havia ficado em silêncio se a palavra “promessa” era inadequada, abriu a boca.

— O que é?

Ao ouvir a pergunta de papai, respirei fundo e depois exalei.

— Você estará ao meu lado no futuro?

Os lábios do meu pai se moveram como se achasse minhas palavras absurdas.

— Não sei por que você diz isso de repente.

Sim, mesmo pensando bem, é ridículo. Mas…

— Os momentos com meu pai eram tão felizes e bons.

É um pouco insensível, mas quando me reconheceram como herdeira, senti uma tristeza leve.

“Agora que cresci, é hora de passar o que meu pai tem para mim.”

É claro que eu gostaria disso. Pensei que era uma sorte não ter sido expulsa de casa, mas ter me tornado a sucessora e recebido a aprovação do meu pai, embora eu soubesse o que isso significava…

Passar o que você tem para seus entes queridos é se preparar para a despedida que vai chegar algum dia. Isso me assusta, mesmo que esteja longe. Às vezes, queria continuar sendo uma criança por mais um tempo.

— Agora também sou uma adulta. Tinha medo de que um dia pudesse me separar do meu pai.

Quando revelei meus sentimentos sinceros, meu pai me olhou com os olhos trêmulos e um leve sorriso.

— É natural que as pessoas morram. E, sinceramente, não sei por que você pensa assim. Não sou imortal?

Eu sei. Meu pai tem uma saúde ótima há muito tempo, e pensar que o que estou fazendo agora é tolice, mas amanhã serei uma adulta e não poderei mais ignorar isso. A partir de agora, pensei que nunca conseguiria agir assim novamente, então achei que seria a última chance e reuni coragem para dizer o que estava guardando.

— Eu sei, mas você pode me prometer isso?

Meu pai suspirou e então assentiu lentamente.

— Sim, estarei aqui o quanto puder.

Não foi totalmente tranquilizador, mas me senti aliviada ao ouvir a promessa. Nesse momento, meu pai parou de dançar.

— A música parou.

— Logo vai começar de novo, e poderemos dançar mais.

Eu respondi e tentei dançar com ele.

— Eu também fiquei muito feliz por poder dançar com você.

Tentei responder com entusiasmo.

— Eu também.

Mas meu pai estava olhando para outro lugar, e não para mim.

— Mas agora quero que você saiba que tem pessoas ao seu lado que não te deixarão sozinha.

Girei a cabeça seguindo o olhar do meu pai. Vi Max de pé, me observando fixamente.

“Ah, ele estava esperando.”

De alguma forma, uma sensação intensa me invadiu. Bem, mesmo que não fosse Max, eu não ficaria mais sozinha em um banquete. Tenho amigos como Trice e meus preciosos amigos estarão comigo. Nesse momento, meu pai puxou suavemente a mão e disse:

— Vou te acompanhar.

Certamente, ao ouvir as palavras do meu pai, percebi como isso era inútil.

— Sim.

Quando finalmente cheguei onde estava Max, meu pai me sussurrou.

— Feliz aniversário, Juvel.

Ao terminar de falar, a mão que ele segurava se soltou e ele me deu as costas. Foi nesse momento que, perdida em pensamentos, alguém segurou minha mão.

— Juvelian.

Era uma voz familiar me chamando pelo nome, a voz de alguém que eu amo e talvez alguém que poderia estar comigo por muito tempo no futuro. Olhei para ele e sorri levemente.

— Max, você pode me dar mais um segundo?

Diante das minhas palavras, ele respondeu rapidamente, suspirando.

— Estive esperando até agora, você acha que não posso esperar mais um segundo?

Finalmente, sua mão que segurava a minha relaxou, e eu corri até meu pai, puxando a barra do meu vestido. Então, agarrei sua mão com uma expressão surpresa.

— Juvel?

Eu hesitei um pouco porque percebi que não só meu pai, mas também a atenção das pessoas ao meu redor estava voltada para nós. No entanto, se deixasse isso passar sem fazer nada, teria momentos de arrependimento. E agora, pensei que, se não dissesse isso, me arrependeria por toda a vida.

— Pai, obrigada pelos seus desejos de aniversário. E eu te amo.

No instante em que terminei de falar, os olhos do meu pai se ampliaram. “Eu te amo” foi algo que levei muito tempo para dizer. Ficava triste só de pensar que ele poderia se afastar de mim, e me sentia compelida a implorar por seu amor, o que me parecia indiferente, como se meu orgulho tivesse sido ferido. Mas me senti aliviada ao expressar essas palavras sinceras. Meu pai não se afastou de mim, nem ficou indiferente.

“Mas estou um pouco envergonhada.”

Foi então que percebi.

— Oh, quão admirável.

— Eu sei. É tão encantador.

Só então percebi que as pessoas estavam nos observando, e uma onda de vergonha me tomou.

— Oh, pai! Até logo.

Caminhei em direção a Max como se estivesse fugindo.

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