Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 131

Pai, Eu Não Quero Me Casar

O Conde Pyrex olhava ferozmente para o Imperador na plataforma.

— Hoje você vai ajudar Maximiliano a capturar uma fera e depois espantar as outras para que ninguém mais possa voltar ao campo.

Embora ele tivesse sacrificado a própria vida, o Conde Pyrex estava fora do plano.

“Você vai mesmo fazer com que Mikhail seja o vencedor usando o feitiço que eu capturei? Que mesquinho.”

Ele nunca havia sido tão leal ao Imperador para aceitar ser ignorado ou maltratado. Era a primeira vez que se sentia tão furioso. Por mais que fosse desprezado, ele ainda era o assistente mais próximo do Imperador. O ressentimento que Pyrex sentia se transformou em ódio assim que viu o rosto de Mikhail.

— Tudo isso é culpa do Mikhail, por causa dele!

Enquanto o Conde Pyrex cerrava os dentes de raiva ao olhar para Mikhail, o Imperador começou a falar.

— Como todos sabem, a competição de hoje atribui pontos de acordo com o nível de dificuldade da fera capturada. Quanto mais perigosa, maior a pontuação.

Os participantes, alinhados no campo, arregalaram os olhos ao ouvir as palavras do Imperador. Eles sonhavam em vencer, lembrando de animais raros como leopardos selvagens, ursos e ágeis raposas prateadas. A recompensa prometida pelos chefes das famílias motivava todos a fazerem o máximo.

— Este será o tesouro…

Com todos os olhares fixos nele, o Imperador fez um sinal para o chefe dos servos, que se aproximou carregando uma almofada de cetim vermelho coberta por um pano preto. Logo, o Imperador esboçou um sorriso e retirou o tecido.

Naquele instante, sob a luz radiante e multicolorida que brilhou, todos ficaram sem palavras, hipnotizados pelo belíssimo colar. Ele brilhava em tons de vermelho, azul e dourado. Havia uma lenda de que o colar, feito com minerais raros, era mais belo que qualquer flor, criado pelo deus do submundo para uma amada que sentia falta da terra. O Imperador sorriu ao ver o fascínio nos rostos das pessoas.

— Este colar é um tesouro precioso do Império, dado pelo dragão ao primeiro Imperador. Espero que todos se esforcem ao máximo para conquistar esta flor subterrânea tão rara.

Uma joia de valor incalculável, digna de um tesouro nacional, fez com que os olhos de todos brilhassem de desejo. Logo, o som das trombetas foi ouvido. Era o sinal de que a caçada estava prestes a começar, e todos se prepararam. Nesse momento, alguém se aproximou do Príncipe Herdeiro.

— Sua Alteza Imperial!

Quando Víctor apareceu de repente no campo, Max franziu o rosto.

— Estou ocupado agora, não posso…!

Ele achou que não perceberiam, mas não fazia ideia de que sua irritação estava tão evidente. Foi então que Víctor, tentando manter a calma, falou.

— É um presente da Senhorita do Lenço.

As palavras de Víctor foram um tanto incômodas. Max riu ao aceitar o que Víctor lhe entregou.

“É Lunariel, não é?”

Uma flor prateada, tão bela quanto o brilho da lua. Era um símbolo de boa sorte entre os povos do norte, uma flor cercada por superstições que diziam trazer grandes bênçãos. Max guardou a flor no bolso e levantou os cantos dos lábios.

“Talvez ela esteja me desejando sorte.”

Ele então olhou na direção do assento especial do Duque de Floyen, onde Juvelian estava, e viu que ela sorria para ele.

“Por que você é tão linda?”

Juvelian era tão encantadora que Max sentiu uma sensação de cócegas, não apenas no peito, mas em todo o corpo. Ele queria beijar seus lábios vermelhos, mostrando a todos que aquela beleza era sua, mas…

— Max, vamos fingir que não nos conhecemos durante a competição de caça, ok?

Como Juvelian havia dito isso, ele precisava se controlar.

Max virou a cabeça com firmeza e subiu no cavalo, e logo ouviu os animados gritos de cada família.

— Faça o seu melhor para vencer!

— Estou contando com você!

Todos pareciam estar de olho na Flor da Deusa Subterrânea. De repente, Max imaginou aquela joia adornando o pescoço alvo de Juvelian.

“Agora entendo por que quero dar essa joia para ela.”

O pensamento de Max era substituir o colar por uma marca de beijo.

Como se dizia que o botão azul no punho de Juvelian simbolizava que ela era dona de joias caras, isso representava o amor dela e de sua família.

“Eu também tenho um presente. Devo trazer a vitória para minha dama?”

Logo, o sinal de largada soou, e Max correu rapidamente.

Os cascos dos cavalos ressoavam enquanto eu suspirava, observando-os se afastarem barulhentamente.

“Espero que nada dê errado…”

Enquanto pensava nisso, Sir Víctor voltou com uma expressão exausta.

— Aqui estão seus luvas.

— Obrigada.

Eu sorri ao aceitar as luvas.

“Agora não preciso me preocupar com Max sendo atacado por alguma fera.”

Então, ele rapidamente se afastou e disse:

— Espero que não me faça mais esses pedidos pessoais no futuro.

Ele parecia me odiar, mas isso era natural, considerando que eu causava desconforto. Quando estava prestes a responder, Trice chamou Sir Víctor com uma voz clara.

— Sir Víctor!

Sir Víctor se apressou até Trice.

— Sua Alteza Imperial, o que houve?

Ele parecia surpreso com o tom um pouco severo. Trice, então, olhou desconfiado para ele e perguntou:

— Por que você foi até o campo?

Diante da pergunta de Trice, Sir Víctor olhou rapidamente para mim antes de encarar Trice de volta.

— Eu fui encorajar o senhor por um momento. Há algum problema?

Diferente de quando falava comigo, o tom de voz parecia mais cauteloso.

“Não, é a famosa princesa, mas é sobre isso que estou falando…”

Eu estava prestes a dizer algo a Sir Víctor, quando:

— A questão já está resolvida, podem voltar à missão.

Com as palavras de Trice, Sir Víctor voltou a se posicionar atrás dela. Pela sua expressão contrariada, parecia que ele não queria fazer aquilo. Olhei para ele, meio incrédula, e suspirei.

“Preciso contar ao Max o que aconteceu hoje.”

O vento batia no rosto de Max enquanto seu cavalo, de linhagem nobre, corria velozmente.

“Ótimo, parece que há muitos animais por aqui.”

Procurando uma fera, Max gritou para os homens que o seguiam:

— Está por aqui!

Os homens pararam de imediato. Denise, que observava Max o tempo todo, sorriu de canto.

“Finalmente, ele deu a ordem.”

Com a ordem de Max, os homens partiram para caçar na floresta próxima.

“Na verdade, a vitória de Sua Alteza Imperial é a nossa vitória também.”

No tempo em que patrulhava a fronteira norte, Max mostrou que sua habilidade de caça era, de longe, a melhor entre os soldados, que lutavam para sobreviver ao frio e às condições rigorosas.

“Ele é tão intuitivo que sempre encontra as feras rapidamente. Talvez dessa vez também.”

Denise observava Max com uma confiança inabalável, quando um som veio dos arbustos.

(Wskkk)

Ao ouvir o ruído, Max sinalizou para o arqueiro.

O arqueiro preparou a flecha no arco e esticou a corda. Todos prendiam a respiração, esperando que a fera surgisse.

(Kkyuuu)

Então, um pequeno corpo redondo, com orelhas enormes e olhos azuis apareceu. Era um coelho das neves. Embora fofo, para os caçadores experientes, ele não passava de uma refeição saborosa. Mesmo sendo comum no norte, era raro ver um tão perto dali.

“É uma pena que seja herbívoro, mas ainda assim é um animal raro. Não será uma pontuação baixa.”

Denise estava prestes a sinalizar para o arqueiro, quando ouviu a voz de Max:

— Parem!

Ao comando do príncipe, os arqueiros abaixaram seus arcos. Denise ficou confusa.

— Sua Alteza Imperial, por que fez isso?

Max continuava olhando na direção em que o coelho tinha desaparecido, em silêncio. Depois de um tempo, ele finalmente respondeu:

— Ele se parece com ela.

Denise fez uma careta ao ouvir isso.

“Como assim a princesa Floyen se parece com um coelho…?”

Objetivamente, o coelho era simpático, mas não era uma comparação digna de uma das mulheres mais belas do reino.

“Isso nem faz sentido…”

Enquanto Denise tentava entender a situação, Max pegou o arco do arqueiro e, de repente, apontou uma flecha para Denise.

“Por que ele…?”

Antes que pudesse terminar de pensar, a flecha foi disparada. Denise observava, incrédula, enquanto a flecha voava em sua direção, mas no último segundo passou de raspão por sua bochecha.

“Mas o quê…?”

Ao mesmo tempo, um grito agudo ecoou:

(Kyaang!)

Denise se virou e viu uma enorme fera, um gato selvagem, rugindo de dor, com a cabeça atravessada pela flecha.

“Um gato flamejante? Como ele apareceu aqui…?”

Essa fera, considerada o rei dos animais no sul, nunca era vista fora da selva. Era evidente que alguém a havia liberado intencionalmente.

“O imperador liberou essa fera…”

Enquanto o rosto de Denise ficava sério, Max sorriu.

— Graças a isso, conseguimos uma boa pontuação.

Max sacou sua espada e se aproximou do animal ferido. Em pouco tempo, ele o matou com um único golpe. Com a expressão séria, ele se voltou para seus cavaleiros.

— Vocês estão distraídos demais.

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