Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 132

Pai, Eu Não Quero Me Casar

O estádio onde os cavaleiros haviam saído estava vazio, mas pelo menos não estava entediante.

— Não vá para lugar nenhum por um tempo.

Isso porque, desde que meu pai ficou fora por um tempo, esse lugar virou um centro de fofocas.

— Bom, não faz muito tempo que Lorde Rowayne, do Condado de Rowayne, me mandou uma carta perguntando se eu poderia dar a ele um lenço, já que me ofereceu a flor da deusa subterrânea…

Marie franziu a testa diante das palavras de Rose, que parecia surpresa.

— O quê? Mas eu também recebi essa carta!

Ao ouvir isso, Rose estremeceu e seu rosto se fechou.

— Você também? Você não deu um lenço ao Lorde Rowayne, deu?

Marie não soube como responder e apenas abaixou a cabeça.

— Imagino que ele tenha conseguido o lenço bordado de Lorde Rowayne.

Enquanto todas cochichavam, Rose balançava a cabeça, massageando a testa.

— Ah, não… Marien! Se for essa pessoa, sei que ele já recebeu lenços de várias mulheres!

Diante disso, franzi o cenho.

“O rumor era verdadeiro.”

Eu sabia que os boatos sobre Lorde Rowayne não eram bons, mas tentei não dar muita atenção. Talvez por estar cansada de ouvir essas histórias, mas, ao que parece, eram verdade. Nesse momento, alguém respondeu incrédulo.

— Esse cara é mesmo um canalha.

Olhei de repente, meio confusa, para Sir Víctor, que falava com tanta admiração.

— Não, você está insultando assim, na cara dura…

Acho que ouvi bem.

Sir Víctor originalmente era um mercenário, mas se tornou um cavaleiro oficial graças às suas excelentes habilidades.

“Será que é por isso que ele fala de forma tão rude?”

Eu ainda estava pensando nisso quando ouvi Marien murmurar baixinho, com o rosto pálido como papel:

— Meu Deus, o que eu vou fazer?

Catherine, ao seu lado, suspirou e deu um tapinha no ombro dela.

— Não foi por ser ingênua que você caiu nesses rumores, e ainda cometeu esse erro…

Marien corou, ainda incrédula.

— Não pode ser… Tenho certeza de que ele disse que gostava de mim.

Rose balançou a cabeça, com uma expressão sombria na voz.

— Pense, Marien! O Lorde Rowayne é o maior mulherengo do mundo social!

Nesse momento, alguém sacudiu a cabeça.

— Infelizmente, ele não é o maior.

Todos olharam para Verônica, surpresos com sua franqueza. Logo, ela explicou.

— Vocês sabiam que o chefe do Departamento de Finanças, o Marquês Perdal, tem um segundo filho?

— Claro, dizem que ele é frágil e está sempre sob cuidados, não é?

— Isso é o que dizem…

Todos escutavam Verônica atentamente. Afinal, o Marquês Perdal era tão reservado que raramente virava assunto de fofocas.

Nesse momento, alguém tossiu de forma estranha.

— Oh, desculpe. Estou resfriado hoje, podem continuar.

Olhamos para Sir Víctor, suspiramos e voltamos à conversa.

— Mas o que é, na verdade?

— Na verdade, o segundo filho é um verdadeiro libertino, ninguém consegue segurá-lo.

— O quê?

“Você quer dizer que o filho do chefe decente do tesouro é um playboy?”

Verônica franziu o cenho enquanto eu, perplexa, tentava processar o que ela dizia.

— Infelizmente, dizem que ele seduziu uma jovem inocente antes mesmo de chegar à maioridade.

Sir Víctor, com uma expressão absurda, interveio.

— O quê? Sério?

Verônica assentiu.

— Sim, e depois a abandonou.

Sir Víctor, que ouvia tudo atentamente, franziu o cenho e murmurou, como se estivesse atônito.

— Quem abandona quem? Isso é realmente absurdo.

Olhei para ele, surpresa.

“É impressionante? Eu achava que ele era só um esnobe, mas está realmente incomodado com a injustiça contra uma dama.”

Enquanto eu admirava essa sua faceta mais cavalheiresca, Verônica voltou a falar.

— Desde então, ele se entregou à libertinagem. Mas vocês sabiam que o Marquês mandou alguém para limpar a bagunça no templo como uma preparação?

Sir Víctor, visivelmente abalado, ficou em silêncio, mas começou a rir.

— Por que está rindo? — perguntou Verônica, intrigada.

Sir Víctor balançou a cabeça e respondeu:

— Ah, é que o que você diz, senhorita, é muito animado.

Ele se aproximou de Verônica e olhou para ela com um sorriso sonolento.

— Então, há mais alguma história sobre esse segundo filho?

Ele parecia estar brincando, mas ainda assim era incrivelmente atraente.

Tão bonito quanto o Jovem Lorde Rowayne, que todos comentavam ser o maior mulherengo. Verônica corou um pouco e, tentando disfarçar, respondeu:

— Bom, dizem que o rosto dele é bem… agradável.

Sir Víctor riu e assentiu.

— Claro, o maior mulherengo do Império! Ele não podia ser feio.

Rose riu, abafando o riso com a mão, achando graça naquilo tudo. Logo depois, Víctor se aproximou de Marien e, olhando diretamente para ela, disse:

— Senhorita, isso é muito bom.

As sobrancelhas de Marien se franziram, achando que ele estava tirando sarro dela.

— O que quer dizer com isso?

— Não é bom saber dessas coisas antes de se apaixonar mais profundamente por esse tipo de besteira? Parece que há um anjo da guarda cuidando da senhorita.

Surpresa pelas palavras inesperadas, Marien não pôde evitar um sorriso.

— Hahaha, certamente, não é tão ruim assim.

Víctor se levantou com um sorriso e disse:

— Então, não se deixe abater por esse lixo. Você saiu para se divertir com seus amigos, não? Aproveite o tempo.

Com certeza, isso era empatia.

“Será por ele ter sido mercenário? Ele é implacável, mas isso o torna atraente.”

Rose e nossos amigos riram, claramente pensando a mesma coisa. Depois de um tempo, Marien, com um olhar distante, voltou-se para Víctor e abriu a boca para falar.

— Se você fosse um cavaleiro diretamente sob as ordens de Sua Alteza Imperial, o Príncipe Herdeiro, teria tido várias oportunidades de participar dos banquetes, mas nunca te vi em nenhum deles.

Diante disso, Sir Víctor riu.

— Ah, em todos os banquetes, Sua Alteza Imperial me dá uma missão secreta, então nunca fico muito tempo nas festividades.

— Missão? Que tipo de missão?

Marien perguntou, encarando-o curiosa. Então, Víctor sorriu e respondeu:

— É segredo.

Dizer que é segredo só aumentou a curiosidade.

Marien insistiu, com os olhos brilhando.

— Agora fiquei curiosa sobre essa missão, não pode me contar? Eu prometo que guardo segredo.

— Haha, você pode acabar se machucando se souber.

Nesse momento, Trice, que estava quieta até então, interveio com firmeza.

— Então a missão que o cavaleiro recebeu agora é flertar durante a escolta? Não é negligência coquetear no meio de uma conversa assim?

Víctor se encolheu e respondeu, meio sem jeito:

— Ah, não estou cuidando bem da segurança?

Trice suspirou, olhando para ele com reprovação. Por um instante, achei que estava sorrindo enquanto observava o lugar vazio ao seu lado.

“Por falar nisso, papai está demorando mais do que eu esperava.”

O Duque de Floyen observava a base do estádio com uma expressão séria, um local onde normalmente ninguém passava.

“Tenho certeza de que já devem ter sentido isso. Onde eles estão?”

A energia estranha que ele sentiu ao redor do estádio era diferente de qualquer ser humano, mais parecida com a de um animal selvagem em fuga. Claro, ele poderia ter ignorado se fosse algo comum, mas não conseguia deixar passar, principalmente porque envolvia sua filha.

“Com Juvel aqui, eu não posso ignorar essa energia perigosa.”

Regis concentrou sua mente novamente e tentou ler o fluxo espiritual. Era sutil, mas ele conseguiu localizar a origem.

“Tem uma jaula ali?”

Originalmente, esse espaço era um depósito, e havia uma enorme criatura no porão do estádio. Regis se aproximou da jaula, e não demorou muito até que seus olhos se arregalassem de surpresa.

“O lobo Dire Wolf. O que…?”

Por um instante, ele se lembrou da pessoa que trouxe a criatura, mas rapidamente voltou seu foco para o momento presente.

“Vou ter que matá-lo.”

Embora não fosse páreo para um homem com poderes transcendentes, era óbvio que aquela criatura representava um grande perigo para os outros. Assim que Regis desembainhou sua espada, um brilho azul claro apareceu. Era a espada, o símbolo da lua crescente. Ele olhou com compaixão para a fera cercada por flores prateadas e então firmou a empunhadura da lâmina.

“Sinto muito, mas isso não vai acabar bem para você.”

Quando estava prestes a atacar o corpo do Dire Wolf com a espada de ferro, Regis sentiu algo e se virou.

“Essa energia… claro, é o Imperador.”

Foi o momento em que Regis tentou se libertar da aura vermelha, característica da Família Imperial, mas seu corpo não reagiu.

“Maldição! Você está usando aquele maldito anel?”

Enquanto Regis ficava imóvel, o Dire Wolf soltou um leve rosnado. Logo depois, o Imperador apareceu, semicerrando os olhos.

— É óbvio que você está mais sensível por ser um canalha.

O anel na mão esquerda do Imperador brilhou com uma luz vermelha ameaçadora.

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