Capítulo 119
Pai, Eu Não Quero Me Casar
Ao chegar ao Ducado de Floyen, Max olhava para o alpendre com uma expressão vazia.
“Bom, parece que está tudo certo.”
Derek, que havia encontrado Max, se apressou em fazer uma reverência e tentou se aproximar, mas Max o ignorou e subiu direto para o quarto de Juvelian.
— Ah? Você está aqui? Mas agora…
Marilyn, a criada de Juvelian, falou, mas Max não deu atenção e passou por ela em direção à porta.
“Não vai acontecer nada, mas ainda assim…”
Max bateu na porta com certa urgência, sem perceber. Logo a porta se abriu, e ele engoliu seco, mas…
— Mestre?
Quando viu o rosto do seu mestre em vez do rosto bonito que ele tanto queria ver, Max se sentiu desconfortável.
“Por que esse sujeito está aqui?”
Naquele momento, ele conseguiu ver a silhueta de Juvelian através da porta.
“Lá está ela.”
Por um momento, ele tentou se recompor, mas continuava encarando o obstáculo à sua frente. Mesmo com a tensão crescente, o mestre o olhava com uma expressão desanimada.
— Acho que eu já disse que você deve assumir toda a responsabilidade pelo que fez antes.
Ao ouvir aquela voz fria, Max teve uma intuição. Hoje, seu mestre não tinha a menor intenção de deixá-lo ver Juvelian.
“Primeiro, preciso me livrar desse sujeito.”
No entanto, diante de Juvelian, ele não poderia lidar com o mestre de forma direta. Então, Max decidiu agir como uma vítima indefesa.
— Eu sei. Mas tem um motivo pra isso…!
Porém, Regis, que já havia lido os pensamentos de Max, olhou para seu aprendiz com uma leve carranca.
“Como você ousa dormir na mesma cama que minha filha…”
Ele sabia que nada havia acontecido, mas aos olhos de Regis, Max era apenas um intruso que precisava ser expulso.
— Se você quer ver minha filha, primeiro precisa ser responsável pela sua posição…
Foi nesse momento que Regis, tomado pela raiva, estava prestes a dar uma ordem para afastar Max.
— Ei, espera aí!
De repente, Regis suspirou ao ouvir a voz de sua filha.
“Então você vai defendê-lo?”
No entanto, mesmo com Juvelian do lado de Max, Regis não tinha intenção de ceder.
“Se você está do lado dele, terá que arcar com as consequências.”
Foi então que Regis olhou para sua filha, com esse pensamento em mente.
— Então, vocês dois. O que andaram dizendo de mim pelas costas?
Essa pergunta inesperada deixou Regis visivelmente desconcertado.
“Como essa garota, que é sempre tão lenta…?”
Max também estava surpreso.
“Eu achei que ela nunca fosse descobrir, mas como foi que ela soube?”
Juvelian franziu o cenho e lançou um olhar penetrante para os dois, que ficaram imóveis, sem resposta.
— Vamos, digam quando e sobre o que vocês falaram.
Mas nem Max nem Regis conseguiram dizer a verdade.
“Como eu explico que fui humilhado e repreendido por esse homem?”
“Se ela descobrir que eu, seu pai, a estive atormentando pelas costas, ela vai ficar decepcionada?”
Embora tivessem uma relação frágil com Juvelian, se cometessem algum erro, poderiam perder todo o progresso. Foi nesse momento que os dois refletiram silenciosamente.
— O que foi? Não conseguem falar porque não confiam em mim?
Os dois homens ficaram horrorizados ao ver Juvelian com o rosto cheio de irritação.
— Juvelian, não é bem assim…
Quando Max tentou se justificar, Regis o interrompeu.
— Eu vou te contar.
Pela expressão séria do mestre, Max sabia que ele tinha um plano. Então ele assentiu e engoliu em seco. Logo, ouviu a voz de Regis.
— Eu não já lutei contra Max antes?
Juvelian assentiu.
— Sim, no campo de treinamento.
— Naquele momento, eu disse que a habilidade com a espada é importante para alguém se tornar um igual a você em combate, mas que ele também precisava se concentrar no papel de Príncipe Herdeiro.
“Esse cara… é como se estivesse dizendo que não faço meu trabalho direito!”
Max franziu levemente a testa, mas sabia que Regis não estava completamente errado. De fato, ele não se dedicava muito às suas obrigações, e seria prejudicado se revelasse tudo o que fazia com seu mestre.
Então, Juvelian olhou diretamente para Max.
— É verdade?
Ao ver os olhos inocentes dela, ele se sentiu mal por mentir, mas ainda assim assentiu.
— Sim, é verdade.
Com a confirmação de Max, Juvelian suspirou.
— Vocês dois não podem se dar bem, papai e Max?
Regis e Max balançaram a cabeça ao mesmo tempo, ressentidos com as palavras dela.
“Se tiver um tempo livre, quer que eu me entenda com o cara que quer ficar com minha filha? Isso é ridículo.”
“Em vez de me entender com esse sujeito, seria melhor elogiar Beatrice por ser linda.”
Foi nesse momento que os dois se encararam.
— Eu espero que vocês dois se deem bem…
Ambos olharam para Juvelian em silêncio. Os dois homens sentiram como se algo os atravessasse o peito enquanto Juvelian os observava com uma expressão triste.
“Sim, se for pra fingir que nos damos bem…”
Enquanto trocavam olhares, Juvelian deu o golpe final.
— Me incomoda ver vocês dois brigando assim na minha frente.
Regis se sentiu culpado e ficou tenso ao ver as lágrimas nos grandes olhos de sua filha.
— Juvel, eu…
Então, Max elevou a voz.
— Juvelian, brigando! Não existe isso! Quanto respeito e consideração eu tenho pelo meu mestre? Ele me protege desde que eu era criança!
“O miserável, que mal escuta o que eu digo, até que falou bem.”
Foi quando a testa de Regis estava prestes a se enrugar.
— Sério?
— Claro.
Diante da certeza de Max, Juvelian baixou o olhar e deu uma risada.
— Que alívio.
Vendo a inocência da filha, Regis respirou fundo.
“Não esperava que ela acreditasse.”
E, por um momento, Regis se surpreendeu com a forma como Juvelian se aproximou dele.
— Pai.
— Sim.
Ele respondeu calmamente, mas na verdade Regis estava nervoso. Logo, Juvelian abriu seus lábios e disse…
— Pai, você tem protegido o Max por muito tempo, né?
Com esse comentário, Regis olhou para o pequeno Max e riu sem jeito.
— Quando ele crescer, vou garantir que ele retribua sua bondade.
Em vez de retribuir, o discípulo estava rondando para roubar o que ele mais prezava. Isso o irritou, e ele suspirou, mas Regis sabia. Na verdade, ele não podia culpar o rapaz.
“Minha filha também gosta dele.”
— Isso mesmo.
Diante disso, Juvelian sorriu, segurando as mãos de Regis.
— Então, Max também é uma pessoa preciosa para você, né?
Ao dizer isso, Regis lembrou-se do jovem príncipe o olhando fixamente quando o resgatou pela primeira vez.
“Não vou te agradecer por me salvar. Mas pelo resto da minha vida, deixe-me viver com essa gratidão no coração.”
“Embora seja um discípulo ousado…”
Regis assentiu com um suspiro. Então, Juvelian falou, sorrindo com aquele rosto inocente.
— Então, por que vocês não apertam as mãos e fazem as pazes?
Regis assentiu com o comentário, enquanto Max lançou um olhar mortal para o mestre, se aproximando com um suspiro.
— Mestre, me desculpe por todo esse tempo.
Regis sorriu levemente e apertou a mão de seu discípulo de cima a baixo. Quando viu o rosto de Juvelian se iluminar, Max sorriu sem querer.
“Mas ela continua tão adorável que vale a pena…”
Naquele momento, Max gemeu sob a força esmagadora do aperto de mãos.
“Maldito velho!”
Regis sorriu enquanto olhava o rosto impotente do seu aprendiz.
“Que fique claro, rapaz atrevido, ainda não estou pronto para te entregar meu tesouro.”
O aceno de cabeça do meu pai parecia sério.
“Sim, eu entendi mal por você se preocupar tanto com seu aluno.”
Sorri enquanto olhava para Max, que estava me observando atentamente.
— Então, por que vocês não apertam as mãos e fazem as pazes?
Eu disse, e os dois apertaram as mãos de forma desajeitada.
Quando percebi que a relação entre os dois estava estremecida, esperava que se reconciliassem naturalmente. No entanto, com o passar dos dias, pensei que não deveria esperar que mostrassem sua hostilidade em vez de se acertarem.
Por isso comecei essa pequena encenação.
“Me senti meio envergonhada de falar como uma criança, mas estou feliz. No final, vocês acabaram se acertando, não é?”
Senti o calor do sorriso do meu pai e de Max. Olhei para eles e disse…
— Vamos comer um bolo doce e tomar chá juntos.