Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 117

Pai, Eu Não Quero Me Casar

Max riu ao perceber o olhar fixo de seu pai.

“Porque vejo claramente suas intenções.”

Era óbvio que o imperador queria fazê-lo beber.

“Suponho que ele quer descobrir algo.”

Max não sabia exatamente o que o pai queria, mas não estava disposto a dar a resposta que ele esperava.

“Porque, antes de ser meu parente, você é meu inimigo.”

Por mais que Max fingisse ser frágil, nunca esqueceu que aquele pai cruel e incompetente abandonou sua mãe.

“Ele não queria ver minha mãe depois de ela beber veneno, então a trancou no quarto.”

Se pudesse, Max gostaria de acabar com o pai doente e dedicar isso à memória de sua mãe, mas, em vez de demonstrar hostilidade, ele manteve um sorriso convincente.

— Meu pai recomendou pessoalmente, mas sinto muito, vou ter que recusar.

Com essas palavras, o imperador lançou um olhar paternal e amável.

— Não. Se não está se sentindo bem, vou mandar o médico da corte preparar um bom remédio.

— Mas ainda posso servir o vinho, então está tudo bem se meu pai quiser se embriagar.

O imperador assentiu, satisfeito com a habilidade de seu filho em contornar a situação, e respondeu com bom humor.

— Sim, deveria mesmo.

Assim que terminou de falar, o imperador pegou a taça de Max e tomou o vinho de um gole só.

— Ah, o sabor é excelente. Uma pena que não possa experimentar.

Max não respondeu, apenas aguardou o próximo movimento do imperador. Logo, ele abriu a boca novamente.

— Maximillian, você não está na idade de se casar?

Antes ele dizia que Max era muito jovem, e agora já estava pronto para casar? Max riu ao ver a mudança repentina de postura.

“Finalmente encontrou uma família fraca para tentar me prender?”

Se fosse antes, ele teria jogado conforme as regras do pai, mas agora Max não queria dar nenhuma brecha.

“A única pessoa que pode falar sobre casamento comigo é Juvelian.”

Com isso em mente, ele respondeu, displicente.

— Nunca pensei nisso, ainda sou jovem.

Foi a mesma coisa que o imperador disse antes, mas a reação dele foi outra.

— Como assim? Aos 22 anos, você já deveria estar pensando em ter filhos!

— Não faz muito tempo que você me dizia que eu ainda era jovem.

Max comentou com um sorriso, ao que o imperador respondeu com uma risada.

— Você é meu filho, então realmente parece jovem. Mas eu queria que você tivesse uma parceira e assentasse a cabeça, então encontrei uma boa noiva para você.

Max sorriu diante da tentativa do imperador de contornar suas próprias palavras.

“É isso que você vai fazer?”

Max decidiu ouvir o que o imperador tinha a dizer, curioso para saber até onde aquilo iria.

“Posso arranjar várias desculpas para recusar.”

Enquanto Max pensava, o imperador soltou a bomba.

— O que acha da filha do Duque de Floyen?

Max, que estava prestes a responder que a achava adorável, congelou ao perceber algo.

“Por que o imperador está mencionando ela?”

Afinal, externamente, ele e Juvelian apenas dançaram juntos uma vez no salão de banquetes, sem mais interações oficiais.

“Dançamos tão pouco tempo, pensei que ele não tivesse percebido nada!”

De repente, a gola da camisa pareceu apertar. Pensando bem, o incidente com Frederick e Juvelian no aniversário de Beatrice veio à mente.

“Será que coloquei Juvelian em perigo?”

Max ficou furioso consigo mesmo.

“A culpa é minha. Não deveria ter demonstrado meus sentimentos por Juvelian.”

Depois de uma breve pausa, ele respondeu calmamente.

— Bem, não me lembro muito bem.

— Sério? Achei que vocês tivessem dançado juntos. Não gostou dela, não é?

Max respondeu com um sorriso sarcástico.

— Não, o sucessor do Duque de Ellios estava me irritando tanto que fui atrás de alguém para brigar.

O imperador franziu levemente a testa diante da resposta de seu filho.

“Certamente, Maximillian tem o direito de querer brigar com um tipo irritante, mas isso é suspeito.”

Logo, o imperador sorriu e disse:

— Vamos lá, seja sincero. Se você gosta dela, pode fazer o que quiser.

Por mais rude que fosse, a reação de Max foi inesperada.

— De jeito nenhum. Você realmente se importaria com a filha do Duque de Floyen, que é conhecida por ser louca?

Ao ouvir a resposta fria de Max, o imperador estreitou os olhos, observando-o atentamente. Pouco depois, ele suspirou e disse:

— Realmente, ela é uma garota inferior a você. A princesa Floyen está fora de consideração.

Com isso, o imperador encheu sua taça de vinho e finalizou.

— Já está tarde, pode ir.

Max, aliviado, respondeu calmamente.

— Sim, boa noite, pai.

Assim que o filho saiu, o imperador permaneceu imóvel, olhando para o copo cheio de vinho, sem mudar sua expressão. Então, o assistente entrou.

— Sua Majestade Imperial, o guarda que está de plantão com a princesa tem algo a relatar.

Com essas palavras, o imperador lembrou-se do guarda que havia sido designado para Beatrice.

— Ah, sim. O que ele tem a dizer?

— Nada demais, apenas que a princesa e a senhorita Floyen parecem estar se dando bem.

— Beatrice e a filha de Regis têm uma boa relação…?

Surpreso, o imperador passou a mão pelo queixo, refletindo.

“Posso usar isso a qualquer momento, mas agora…”

Um sorriso se formou em seu rosto. Ele finalmente havia conseguido o que queria.

“Eu estava certo!”

Ao pensar em seu filho, o imperador inicialmente acreditava que não havia nada a se preocupar. No entanto, ele percebeu algo estranho.

“Ele negava aquela garota com palavras, mas seus olhos tremiam. Isso não é típico de um demônio do campo de batalha.”

O imperador não conseguiu conter o riso.

“Não é possível, mas parece que aquele sujeito está apaixonado!”

Quando a suspeita se transformou em certeza, o imperador se encheu de alegria, pois seus planos finalmente começavam a tomar forma. Ele olhou para o chefe da guarda e ordenou:

— Preparem a besta que será solta no dia da competição de caça.

Assim que Derek recebeu a carta entregue pela pomba, correu para casa o mais rápido que pôde, mas já fazia um bom tempo desde que a carta havia chegado.

Quando Regis chegou em casa, Derek sorriu e o cumprimentou.

— Mestre, bem-vindo de volta.

— Como foi resolvida a disputa com Ellios?

Regis perguntou, e Derek, sorrindo, lhe entregou um documento.

— Leia isso.

Logo após ler os papéis, Regis riu, meio surpreso.

— Como você consegue resolver isso tão bem?

Ele se lembrou da resposta que sua filha deu quando ele perguntou sobre a teoria de gestão de Ganoderma.

— Qual é o mais importante dos três elementos de uma mansão? Acho que são as pessoas. Mesmo que o senhorio mude, as pessoas sempre voltarão. Mas se não houver pessoas, o senhorio em si não se sustenta.

Derek acrescentou, satisfeito com a reação de Regis.

— E, por sinal, eu não ajudei em nada. A senhorita resolveu tudo sozinha.

Com isso, Regis abriu um sorriso largo e orgulhoso.

— Sim, porque ela é uma garota que pode fazer isso muito bem sem mim.

Ao ouvir isso, Derek olhou para seu mestre com admiração. No entanto, não se via nenhum traço de preocupação no rosto de Regis. Derek suspirou, aliviado.

— Será que sou eu quem está preocupado à toa?

Então, Regis mudou de assunto.

— Como estão os preparativos para a cerimônia de maioridade de Juvelian?

— Ah, a senhora Pérez disse que nos informará sobre o conceito do banquete amanhã.

— Perfeito.

Derek, rindo da resposta entusiasmada de Regis, perguntou:

— A propósito, o que o senhor está preparando como presente para a senhorita?

O que o Duque de Floyen daria à sua filha era um assunto de grande curiosidade entre os funcionários da mansão. Ele tentou sondar como mordomo, mas a resposta do duque foi enigmática.

— O melhor presente que eu posso dar a ela.

Derek pensou consigo mesmo: “Isso é culpa minha, por ter contado a ela sobre a localização do campo de treinamento.”

Depois de suspirar por um momento, Derek sorriu.

— Bem, talvez ela descubra quando atingir a maioridade. Até lá, como mordomo, tenho que cuidar bem da jovem e do mestre.


Achei que não conseguiria dormir por causa da empolgação de ontem, mas quando abri os olhos, o dia já estava claro.

— Ah, hoje tenho que decidir o conceito do banquete…

Ainda queria dormir mais, mas acabei me levantando enquanto bocejava.

— Sim, preciso cumprir o que prometi.

Sentei-me à escrivaninha e comecei a escrever a proposta para o banquete.

— Precisa ser uma decoração que esteja à altura da dignidade de uma princesa, mas que também seja bem recebida por todos, certo?

Quando terminei de escrever o plano, imaginando vários detalhes, a cena do banquete já estava clara na minha mente.

— Ufa, finalmente terminei.

Olhei para o relógio e vi que já tinha se passado bastante tempo. Deixei a proposta em cima da escrivaninha e chamei Marilyn.

— Marilyn, pode pedir para a senhora Pérez vir até o meu quarto?


A senhora Pérez suspirou pesadamente com o calor que fazia.

— Definitivamente, não estou me sentindo bem.

Ora calor, ora frio. Desde a menopausa, seu corpo nunca mais se adaptou direito, por mais que ela tentasse.

— Tenho que aguentar até a cerimônia de maioridade da senhorita…

Já fazia muito tempo que ela trabalhava como governanta na Casa Floyen. Passou por muitas dificuldades, mas só conseguiu suportar tudo por causa de um pedido da falecida duquesa.

— Senhora Pérez, sei que é um pedido difícil, mas gostaria que permanecesse como governanta até que minha filha atinja a maioridade.

“Agora que a senhorita Juvelian está prestes a completar a maioridade, eu posso finalmente encontrar alguém para me substituir.”

A senhora Pérez entrou no quarto de Juvelian.

— Seja bem-vinda, senhora Pérez.

Ao ver Juvelian recebê-la com um sorriso e vestida impecavelmente, algo aqueceu o coração da governanta.

“Mesmo que seu crescimento não tenha sido fácil, ela certamente se tornou uma mulher maravilhosa.”

Com esse pensamento, a senhora Pérez se sentou e começou a revisar o plano escrito por Juvelian. O conceito que Juvelian havia idealizado, buscando algo simples e elegante, agradou à senhora Pérez.

— Acho que pode ser assim mesmo.

— Ah, é mesmo?

Ao ouvir essa aprovação, Juvelian sorriu com um ar infantil, e a senhora Pérez riu.

“Se eu soubesse que ela gostava tanto de elogios, teria feito isso mais vezes.”

Mas agora que estava prestes a se aposentar, ela não se arrependeria. A senhora Pérez se levantou.

— Então, vou começar a preparar o banquete como você imaginou.

— Espere!

— Sim?

Surpresa com o tom urgente na voz de Juvelian, a senhora Pérez olhou para ela com curiosidade. Juvelian tirou algo do bolso e entregou à governanta.

— Tome isso.

— O que é isso…?

Ao receber o presente inesperado, a senhora Pérez perguntou, e Juvelian respondeu com um sorriso.

— É um bom óleo de prímula para a menopausa. E já falei com Allen, ele vai providenciar o remédio também.

Era estranho.

Achava que sua jornada na Casa Floyen terminaria após a cerimônia de maioridade, mas de repente sentiu o desejo de ficar um pouco mais ao lado dessa encantadora jovem. A senhora Pérez curvou a cabeça levemente.

— Obrigada.

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