Volume 1 - Capítulo 27.2

Capítulo 27.2: Supersensorial (1)

Como se fosse a última chance deles, a voz do Sétimo Lorde era ao mesmo tempo indiferente e assustadora.

Só então Colton percebeu.

Ele sabia que, não importa o que fizesse, não conseguiria nenhuma compaixão desse monstro. A melhor coisa a fazer era simplesmente obedecer e rezar para que morresse confortavelmente.

“…Ouvi dizer que alguém insultou minha filha, então pretendia trazê-lo de volta e fazê-lo pagar por isso.”

Disse o Sétimo Lorde.

“Você obteve todos os detalhes sobre o porquê disso?”

“…Sim.”

“Conte-me.”

“Um garçom derramou uma bebida no vestido da minha filha, então, enquanto minha filha estava educando o garçom…”

“Educação. É assim que se chama quando você usa violência tão impiedosamente por algo como uma mancha em suas roupas?”

“…”

“Ela até tentou cortar os pulsos da pessoa que a impediu. Se isso é educação, então o que você acha que seria uma educação apropriada para mim nessa situação? Aqui, o prefeito de uma cidade fronteiriça ordenou que seus cavaleiros trouxessem o Lorde à força.”

Colton estremeceu.

Os olhos do Sétimo Lorde se voltaram para Denbri.

“Você disse que me deixaria incapaz de andar sobre minhas duas pernas sem que eu rastejasse entre as suas?”

A pele de Colton e Laika, que estavam deitados, ficou mais escura. Você disse mesmo isso?

Denbri não conseguiu conter o medo e disse com lágrimas escorrendo pelo rosto.

“Agora, eu cometi um erro. Lorde. Ajude-me. Ajude-me…”

O Sétimo Lorde balançou a cabeça.

“Eu estava planejando apenas deixar vocês irem, já que não queria causar alvoroço no território de outro Lorde.”

“Cometemos um pecado mortal…”

“Ainda tenho os mesmos pensamentos. Estou preguiçoso demais para fazer alvoroço por algo tão ridículo.”

No entanto, com as palavras que se seguiram, o rosto de Colton ficou pálido.

“Como aconteceu em seu território, a Quinta Lorde cuidará disso mais tarde.”

…Isso também equivalia a uma sentença de morte.

O que aconteceria se essa notícia chegasse aos ouvidos da Quinta Lorde?

Não importava qual era o relacionamento entre o Sétimo Lorde e a Quinta Lorde.

Era inaceitável que alguém como um prefeito ousasse insultar um Lorde, mesmo que minimamente.

Mesmo que o Sétimo Lorde não usasse suas mãos imediatamente, era um futuro predeterminado que a Quinta Lorde os puniria diretamente.

O Sétimo Lorde levantou-se de seu assento.

Como se tudo o que ele tinha a dizer tivesse acabado, ele se virou para a entrada do salão.

Quando Baros olhou ao redor, os cavaleiros em volta dele se ajoelharam apressadamente, um após o outro.

O Sétimo Lorde parou de andar por um momento e olhou para trás.

“Se você viveu pisando nos outros com um poder tão irracional, deveria estar preparado para ser pisoteado assim algum dia, não acha?”

Não havia nada que Colton pudesse responder às palavras do Sétimo Lorde.

As figuras do Sétimo Lorde e seus dois acompanhantes se afastaram lentamente do salão em direção à saída.

***

Ao sair da mansão, desviei completamente minha atenção do prefeito.

Eu não tinha intenção de puni-los ou coisa parecida, em primeiro lugar.

Não é que eu estivesse mostrando misericórdia, é que eu me sentia envergonhado de ter minhas mãos manchadas de sangue por algo assim.

E de qualquer maneira, mesmo que eu não fizesse nada, se esse incidente chegasse aos ouvidos da Quinta Lorde, o prefeito e Denbri… seja lá o que fosse, seria um fim terrível.

“Hmm…”

Era tarde da noite.

Voltando para a pousada, olhei novamente para o mapa que recebi de Tair.

Também comparei e combinei o mapa com o mapa do território da Quinta Lorde para identificar a localização do mapa com mais detalhes. Com a ajuda de Baros, é claro.

“Há uma floresta na fronteira noroeste dos Lordes Quinto e Quarto. Parece ser o ponto marcado neste mapa.”

Um pequeno desvio do caminho, mas não importava desde que o mistério pudesse ser desvendado.

Acariciei meu queixo e olhei novamente para o mapa de Tair.

_Mas o que é esta letra?_

Caracteres estranhos desconhecidos escritos em um lado do mapa. Era uma senha?

Isso também parecia ter algo a ver com o destino, mas eu não conseguia entender o que significava.

Ah, Tair poderia ter sabido, então eu deveria ter perguntado. Eu estava tão distraído com o mapa que nem prestei atenção.

Enquanto eu olhava para o texto, Baros falou novamente.

“A floresta, a maior árvore, quando até mesmo o crepúsculo desaparece completamente, está escrito que galhos sem vida guiarão os aventureiros.”

“…?!”

Olhei para ele novamente com espanto.

“Você consegue ler isso?”

“Sim. Um dos antigos caracteres cifrados.”

Olhei para ele com os olhos perguntando como ele sabia disso, e a resposta veio.

“Sei um pouco sobre letras antigas porque me interessava por explorar ruínas enquanto trabalhava como aventureiro no passado.”

“…Certo.”

Realmente não havia nada que ele não pudesse fazer.

A razão pela qual ele era tão bom na geografia de Calderic era por causa de seu passado.

_A propósito… a maior árvore?_

Pensei por um momento e tentei interpretar o significado da frase.

A “maior árvore” se referia à maior árvore da floresta, e “quando o crepúsculo desapareceu completamente” significava à noite?

Mas o que era o último “ramo sem vida”?

“Você sabe o que o ‘ramo sem vida’ significava?”

“Sinto muito, mas eu não sei…”

Perguntei a Baros novamente, mas ele parecia não saber o que significava.

Quando voltei meu olhar para Asher, ela estava um pouco atordoada, fingindo pensar rapidamente, então balançou a cabeça.

…_Terei que ver por mim mesmo._

Então, a meta imediata foi definida.

Ir para a floresta marcada no mapa e encontrar a maior árvore.