Volume 1 - Capítulo 27.1

Capítulo 27.1: Supersensorial (1)

Sua mente ficou em branco.

Colton tentava entender aquela situação desconcertante.

Laika estava de bruços, com a cabeça baixa no chão ao seu lado, imóvel.

Que diabos ele tinha acabado de dizer?

*Senhor?*

Quem diabos era aquele cara?

Ele queria acreditar que tinha ouvido errado, mas a situação que se desenrolava diante dele negava isso claramente.

O Sétimo Lorde estava sentado em uma cadeira, de pernas cruzadas, olhando para as pessoas no salão.

Os cavaleiros que o haviam trazido e que se mantinham orgulhosos também estavam congelados, sem conseguir respirar.

Com o tempo, Colton também ficou gradualmente pensativo.

No silêncio sufocante, não demorou muito para ele assimilar o que tinha feito.

O novo ocupante do assento do Sétimo Lorde, que havia sido assunto em toda Calderic recentemente… O Sétimo Lorde era o homem à sua frente.

Baros olhou cuidadosamente para o Sétimo Lorde e perguntou:

“A propósito, por que você está aqui com o prefeito de Wilpeck, administrador?”

Era um tom carregado de pressão, como se quisesse que Laika provasse sua inocência.

Se ele não conseguisse, não seria estranho que sua cabeça rolasse ali mesmo.

Laika sentiu o medo e o pavor se espalhando por seu corpo, engoliu em seco e gaguejou:

“Eu estava visitando as cidades do Quinto Lorde uma após a outra para um assunto administrativo relacionado. A razão pela qual fiquei com o prefeito foi porque tenho um relacionamento pessoal com ele… Ele disse que traria aqueles que insultaram sua filha de volta à mansão para resolver a situação. Acompanhei-o por curiosidade, para observar. Nunca ousaria imaginar que o senhor estaria nesta cidade. Me desculpe.”

Na verdade, Laika se sentia muito injustiçado. A situação era igualmente confusa.

Para ele, que estava curtindo um breve descanso em Wilpeck, a situação surgiu como um turbilhão. Não, nem mesmo um raio; era um desastre.

Foi apenas porque conhecia o rosto do Sétimo Lorde que conseguiu agir rapidamente com seu instinto de sobrevivência assim que os viu.

Como poderia imaginar que o Sétimo Lorde havia deixado seu território e estava nessa cidade do nada, e que ele era quem havia discutido com a filha do prefeito?

Claro, ele não podia perguntar ao Sétimo Lorde, então só havia uma coisa que Laika podia fazer. Ele se prostrou para que as faíscas não caíssem sobre ele.

Baros disse, franzindo a testa:

“De qualquer forma, você não estava apenas observando a situação e tentando aproveitar como um jogo?”

“Isso, isso…”

O suor frio brotou nas costas de Laika.

“Não… isso… eh…?”

Enquanto isso, Denbri, que ainda murmurava com uma expressão confusa, se virou para Colton.

O olhar de Baros se voltou para os dois desta vez.

Como o Lorde havia decidido simplesmente não fazer nada, por misericórdia, ele não teve escolha a não ser ver aquela garota estúpida sair impune do restaurante.

Mas ela ousou chamar os cavaleiros para este lugar mesmo depois que o Lorde já havia dado a ela uma chance?

“Prefeito, o senhor vai continuar parado assim?”

Colton, que repentinamente voltou a si, agarrou Denbri pelos ombros e se ajoelhou no chão.

A maior crise chegou à vida do prefeito, que havia sofrido pouco por mais de 20 anos.

Denbri, que foi forçada a ajoelhar-se com ele, franziu a testa reflexivamente. Ela nunca havia ficado de joelhos desde que nasceu.

Ela ficou completamente chocada, e quando viu a expressão de Colton, fechou a boca.

“Minhas desculpas… Sétimo Lorde.”

O Sétimo Lorde inclinou a cabeça para o lado.

“Eu pensei que o senhor me chamou aqui para me dizer algo, mas o que o senhor está fazendo de joelhos?”

“Me desculpe. Não ousei conhecer o Grande e cometi uma grande falta de respeito.”

“Tsc.”

A voz do Sétimo Lorde ficou ainda mais fria.

“Eu disse para o senhor me dizer por que me chamou. O senhor vai continuar fazendo isso como um papagaio?”

Colton mordeu o lábio com força.

O que ele poderia dizer? Poderia dizer que ia fazer aquele sujeito arrogante que ousou desprezar sua filha pagar pelos seus crimes?

O outro já sabia de tudo, mas o Lorde estava fazendo ele mesmo cuspir aquilo de sua boca.

*Morto.*

Ele está realmente morto.

A família poderia perecer ali mesmo. Mesmo que o Sétimo Lorde tentasse, ninguém poderia impedi-lo.

E quanto à Quinta Lorde quando ela soubesse disso depois? Ela ficaria furiosa por ele ter causado estragos em seu território e matado o prefeito?

Não, mesmo que ela soubesse as circunstâncias, ela não se importaria.

Em Calderic, um Lorde era um ser assim.

Ninguém além do mesmo Lorde ousava olhá-los nos olhos, e se você tentasse subir, eles o pisariam até a morte como um inseto, não importa quão alta fosse sua posição.

Colton bateu a cabeça no chão em vez de responder. Não apenas uma vez, mas repetidamente.

“Cometi um pecado mortal!”

*Bang bang!*

Olhando para Colton, que estava constantemente batendo a cabeça, com a testa estilhaçada e sangue escorrendo, Denbri, que estava ao lado dele, estremeceu.

Foi porque foi só então que ela percebeu a gravidade da situação ao ver seu pai, que não diferia de um imperador em Wilpeck, agir assim.

Não importa o quanto ela vivesse como se ninguém pudesse pará-la, ela sabia o que o status de um Lorde significava em Calderic.

“Prefeito, por favor, pare. O senhor não ousa na frente do Lorde…”

Baros estreitou os olhos. Ele imediatamente interrompeu as palavras do prefeito e recuou.

“Prefeito.”

“…”

“Esta é a terceira vez. Explique por que o senhor me chamou aqui.”