Volume 1 - Capítulo 4.2

Capítulo 4.2: Conselho dos Lordes (1)

Após uma breve conversa, segui Dayphon imediatamente.

Apenas o som de dois pares de passos em intervalos regulares ecoava no corredor largo e silencioso.

O destino era, como ouvi antes, o salão de conferências do Soberano.

Dependendo do que acontecesse a seguir, era um lugar que poderia se tornar um palco de execução pública para mim, em vez de apenas um salão de conferências.

_As coisas estão ficando cada vez mais complicadas._

Não, por que eu, um completo estranho, deveria participar de uma reunião onde apenas os lordes de Calderic se reuniam?

Neste momento, só queria bater na cabeça de Dayphon, que caminhava à minha frente.

Afinal, ele era o culpado de tudo isso.

É verdade que consegui escapar do comboio por causa dele, mas também foi ele quem o atacou.

Caso contrário, a nave estaria navegando pelo mar agora, sem afundar.

Mesmo que o destino fosse um campo de concentração, comparado à situação atual, em que teria que enfrentar os governantes de Calderic em poucos minutos, o primeiro não seria melhor?

_É uma suposição inútil._

Continuei com a mente desligada.

Nem podia evitá-lo, já que tinha chegado até aqui.

Em breve descobriríamos qual era o melhor caminho.

Conseguirei sobreviver seguramente diante dos lordes, o ápice de Calderic, sem revelar meu insignificante eu?

_Se o pior acontecer e eu realmente for pego…_

Mesmo que seja apenas uma habilidade de morte instantânea, ainda poderia me proteger. Mesmo que seja só um pouco.

Como funcionou no guerreiro, o efeito era certo. Mas havia uma condição fatal: só poderia ativá-la em contato.

Bem, mesmo que fosse esse o caso, não haveria outra maneira, de qualquer forma.

Poderia usar meu vasto conhecimento do jogo como trunfo de negociação com o Soberano. Mas duvidava que isso ajudaria.

Claro, a melhor coisa seria superar esse obstáculo de alguma forma sem ser pego.

Quanto mais caminhávamos, mais escuro parecia. Sem que eu percebesse, as janelas do corredor haviam desaparecido completamente.

Em vez disso, pedras brilhantes embutidas no teto iluminavam a escuridão.

Finalmente, ao entrar no corredor coberto por um tapete vermelho-escuro, vários cavaleiros estavam postados solenemente em fila, no que parecia ser a entrada.

Os cavaleiros levantaram suas espadas e saudaram.

Dayphon acenou para os cavaleiros e passou por eles. E eu o segui, fingindo estar calmo.

Após caminhar por muito tempo no corredor longo, vi lentamente uma enorme porta ao final.

E a figura de alguém parada na frente um pouco mais distante, como se tivesse acabado de chegar como nós.

Era uma mulher com cabelos vermelhos que lembravam uma chama ardente.

As orelhas de fera estavam de cada lado de sua cabeça. Um corte que ia em linha oblíqua da testa ao queixo. E a espada enorme nas costas.

“Ei, chefe de gabinete.”

A mulher que estava olhando para cá falou em tom leve.

Ao contrário disso, Dayphon curvou a cabeça educadamente.

“Quinta Lorde.”

Soube de sua verdadeira identidade desde o momento em que a vi, mesmo sem ouvir seu título ou nome.

[Nível 95]

Com aquele nível assustador e aquela aparência, só havia uma pessoa que me veio à mente.

_A Quinta Lorde – a Lorde Louca, Ignel._

Mesmo antes de entrar na sala de reuniões, uma das lordes apareceu repentinamente assim.

Olhei para ela, sentindo-me um pouco estranho.

Embora ela estivesse apenas parada ali, sua presença parecia pesar sobre todo o espaço.

Eu não estava familiarizado com o “guerreiro”. Dayphon era um personagem que raramente estava envolvido no jogo, mas a Quinta Lorde era diferente.

Um dos nomes mais familiares entre os personagens chefes nomeados no jogo, que eu lutei para derrotar dúzias de vezes.

Mais uma vez, percebi o fato de que este era um mundo dentro do jogo.

“Seria um grande problema se eu não chegasse na hora. Mas o que é aquilo?”

A Lorde Louca perguntou com um gesto de queixo em minha direção.

“A própria Soberana é quem deu permissão para que essa pessoa participasse da reunião.”

“…Hoh?”

Então, ela fez uma expressão confusa.

“A permissão da Soberana, isso é algo raro. Então, quem é?”

“Desta vez, acidentalmente os trouxe de fora…”

“Ah, pensando bem, você foi para Santea. Onde você encontrou um sujeito assim… hmm?”

Seu olhar voltou para mim.

As pupilas de fera, rasgadas verticalmente, esquadrinharam meu corpo inteiro uma vez, e eu encontrei um par de olhos aterrorizantes.

“Não parece grande coisa.”

_Waa!_

Um som explosivo quebrando o ar.

De repente, seu cabelo flutuou com a rajada de vento, e a lâmina de sua espada parou bem na frente do meu pescoço.

“…”

Eu apenas a observei, segurando uma espada, rígida como uma estátua de pedra.

…O que ela fez? Ela brandiu sua espada? Quando?

Eu nem estava ciente de que ela tinha tirado a espada enorme das costas.

Velocidade irracional, como se omitisse completamente o processo de ir do ponto A ao ponto B.

“Hmm?”

A Lorde Louca sorriu enquanto enfiava a espada de volta.

“Não importa o quão sem vida pareça, eu nunca pensei que você não reagiria. Você é durona comparada à sua aparência.”

Não é que eu não reagi, é que eu não pude.

Senti como se tivesse ido e voltado pelo rio Jordão agora mesmo.

Se não fosse pela alma do imperador, eu já teria desmaiado de tão fracas que minhas pernas ficaram.

“Quinta Lorde.”

Felizmente, Dayphon deu um passo à frente com uma voz firme.

“Não seja tão séria. É apenas uma saudação leve.”

Rindo, a Lorde Louca guardou a espada e se virou.

“Você, vamos conversar mais tarde quando a oportunidade surgir. Não importa como eu olhe, não consigo sentir nenhum poder mágico. Então, eu me pergunto que tipo de habilidade você tem.”

Que sugestão terrível.

Parecia que mais pilhas de mal-entendidos haviam se acumulado involuntariamente.

Enquanto a observava pelas costas enquanto ela continuava caminhando em direção à porta, Dayphon curvou a cabeça para mim.

Ele parecia se desculpar pelo que tinha acabado de acontecer.

Teria sido bom se ele tivesse dado um passo à frente antes de Ignel brandir sua espada. Bem, vamos apenas agradecer que meu pescoço ainda está intacto.

_Cooong!_

A enorme porta abriu-se amplamente com um eco pesado.

A Lorde Louca abriu a porta primeiro e entrou na sala de reuniões.

Todos os outros lordes, além dela, já deviam estar lá dentro.

“Então, vamos entrar.”

Entrei na sala de reuniões com Dayphon, sentindo como se estivesse caminhando pela boca de um monstro.