Volume 3 - Capítulo 4
O Príncipe Problemático
“Não vai ser fácil”, disse Erna, o tom cortante quebrando a melodia da valsa. “Acho que você está mais ansioso, não é?”
“Você é bem esperta.”
Bjorn estendeu lentamente a mão na direção de Erna enquanto a música começava uma nova valsa, mais suave, que lembrava uma noite de primavera.
“Não, Bjorn”, disse Erna, compreendendo o significado do gesto. “Recusei todas as danças a noite toda, com a desculpa de que bebi demais. Se eu dançar com você, serei desmascarada.”
Erna olhou para o salão repleto de casais dançando, arrependendo-se da mentira enquanto imaginava a si mesma sendo girada pela pista. Se soubesse que seria assim, teria aguentado, mesmo que ficasse envergonhada.
“Vá embora”, ela disse.
Bjorn soltou uma risada baixa e, quando ela o olhou interrogativamente, ele apontou para uma porta que dava para uma varanda.
Enquanto ela hesitava, indecisa, Bjorn passou um braço pela sua cintura e a guiou em direção à porta. O gesto era gracioso e relaxado, incomum para alguém buscando escapar.
“Bjorn”, disse Erna, relutante em segui-lo e parou. Ela estava mais preocupada com os comentários que poderiam surgir de tal atitude.
Bjorn não parou e, enquanto ela tentava controlar seus movimentos, seu coração batia forte. Ao cruzar o batente da porta, ela ergueu a cabeça para a brisa fria do mar e viu a lua iluminando a vastidão.
“Gostaria de dançar uma música com sua impaciente esposa, madame?”, disse Bjorn, estendendo a mão.
Eles dançaram com a lua como lustre, seguindo a melodia da valsa que tocava no salão, acompanhando o vento e a gravidade perdida de seus corações.
Erna não se importava mais com o salão de festas. A linha que ela tanto se esforçara para não cruzar havia desaparecido há muito tempo. Esse homem ainda era mau e ela achou que ficaria tudo bem se apaixonar perdidamente por uma noite. O encanto protegeria seu coração pela manhã.
“Sabe, Bjorn, você parece ser melhor em namorar do que eu imaginava”, disse Erna, um sorriso tímido aparecendo em seu rosto corado.
“Namorar?”
“Estamos namorando, não estamos?”
Namorar… ele disse isso naquela época porque queria reconquistá-la.
Em vez de insistir na verdade, Bjorn assentiu. Não parecia tão ruim namorar a própria esposa. As palavras ditas na Rua Baden deviam ter sido desesperadamente sinceras.
“Namorar é bom”, disse Erna, inocentemente o admirando enquanto se afastava. “Vamos continuar namorando assim, Bjorn.”
“Tudo bem”, Bjorn assentiu feliz. “Quanto você quiser.”
Bjorn colocou uma mão nos ombros de Erna enquanto ela tentava se afastar; todo o seu mundo brilhava nos olhos de Erna, que sorria alegremente como uma criança.
Seguindo-o, Erna dançou leve e lindamente. Bjorn inconscientemente prendeu a respiração enquanto olhava para sua esposa, com olhos tão calmos quanto o mar noturno.
Eles ficaram sob o luar, tornando a pele de Erna ainda mais pálida. A barra do vestido flutuava como uma onda e sua pequena mão, que gentilmente segurava a lateral do vestido. Ela olhou para Bjorn com olhos claros que o olhavam sonhadora. Ele sentiu que entendia os poetas e escritores que escreviam poemas de amor chatos sobre as muitas outras coisas divertidas que você poderia fazer com uma mulher.
“Bjorn”, sussurrou Erna, olhando para ele sem piscar. “Bjorn.”
Ele estava distraído, olhando para a lua e cantarolando sua própria canção. Em vez de ter algo a dizer, parecia que ele queria continuar com sua brincadeira. Erna riu porque achou divertido que ele ainda estivesse usando truques que claramente liam seus pensamentos.
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Bjorn abaixou o olhar e franziu a testa surpreso, o que era incomum nele. Erna se aproximou ao som da valsa, esticou os braços e o abraçou pelo pescoço. Seu doce e suave perfume e seu calor vieram junto com o som de sua risada.
A dança desmoronou. Erna olhou para o rosto de Bjorn e se sentiu nervosa. Ele soltou um suspiro lânguido e abraçou Erna. O casal Ducal, que havia estado valsendoperfeitamente, desapareceu e tudo o que restou foram dois amantes que se moviam desajeitadamente pela varanda ao som da música.
“Cuidado com suas palavras e ações, Erna.” Bjorn sussurrou no ouvido de Erna, que riu porque fez cócegas. “Se você continuar assim, vou querer deixar a festa e voltar para o quarto.”
Erna piscou envergonhada e abaixou a cabeça, escondendo o rosto no peito de Bjorn. Ela ainda pertencia a ele e parecia não haver escapatória.
“Bjorn.” Sem saber o que fazer, ela levantou seu rosto corado para encontrá-lo e ele acenou educadamente para ela. Ele não parecia o homem que havia sussurrado palavras obscenas para ela.
A Lua do Lobo… Erna se lembrou dos contos encantadores de sua avó das noites em que a lua cheia reinava. A lenda falava da Lua do Lobo lançando sua luz sobre crianças travessas, tornando-as presas fáceis para o lobo possuído pela lua raptar.
Os sussurros gentis de sua avó sobre a história nunca deixavam de arrepiar Erna. Apressadamente, ela vestia seu camisolão e encontrava consolo debaixo de suas cobertas, procurando banir seus medos.
No entanto, assim que sua avó a assegurava com elogios, considerando-a uma boa menina que a Lua do Lobo não tocaria, seus medos se dissipavam. As palavras confortáveis de sua avó apagavam o terror dos uivos do lobo que assombravam a noite.
Determinada, Erna jurou ser uma boa menina mais uma vez naquela noite.
Sua mente divagava sem rumo, perdida num mar de pensamentos.
“Bjorn… na verdade… eu também.”
Apesar de sua intenção, seus lábios trêmulos disseram algo completamente diferente.
Talvez essa fosse a magia da lua, que possuía um poder de atração e repulsão, tornando Erna inocente de todos os crimes naquela varanda.
A magia da lua dançava em seu coração, tecendo uma tumultuada tempestade de pensamentos e sentimentos que ela lutava para compreender.
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A cabana ecoava com o som de portas abrindo e fechando. Erna caiu na cama, olhando para o teto, que foi rapidamente substituído pela imagem de Bjorn. Será que o mar reflete o luar?
O quarto estava banhado por um brilho brilhante. Dominada pela ansiedade, ela olhou em direção ao cais. O quarto, normalmente iluminado por uma única lâmpada, agora estava inundado por uma luminosidade extraordinária enquanto a luz da lua entrava.
“Minha esposa está muito relaxada.” Bjorn jogou o paletó e a gravata de lado, depois agarrou o rosto de Erna. Quando sentiu sua mão, ela olhou para os olhos cinzas de Bjorn. “Isso machuca meu orgulho.”
As palavras vieram através de um sorriso torto e provaram não ser uma piada enquanto ele a beijava com paixão feroz. Uma mão puxava seu vestido enquanto eles se beijavam e ela sentiu como se estivesse sendo devorada pelo tecido. Quando encontrou um nó apertado ou botão escondido, um palavrão escapou dos lábios de Erna.
“O resto depois.”
Bjorn jogou de lado um pequeno botão que acidentalmente arrancou e se levantou. Deitada em sua sombra, Erna piscou nervosa e deu de ombros. Seu vestido negligenciado puxado até a cintura acentuava seu seio, que subia e descia em rápidas exalações.
“Você está bem?” Bjorn olhou para Erna com um rosto calmo, o suficiente para lhe dar uma impressão implacável enquanto puxava a barra da saia dela. Surpresa, Erna tremeu, mas foi incapaz de resistir à sua força física.
“Está tudo bem.”
Depois de ficar deitada por um tempo, o olhar de Bjorn voltou para o rosto de Erna. Erna conhecia o significado do olhar e tirou sua roupa íntima. Bjorn abaixou-se entre suas pernas abertas e seguiu seu propósito sem demora.
Erna soltou um gemido enquanto procurava o rapaz mau no luar. Ela sentia dificuldade para respirar, como se estivesse sendo semi-submersa na água. Ela chamou por Bjorn, gemendo como uma fera presa em uma armadilha.
Enquanto seu corpo tremia e afrouxava fracamente, Bjorn levantou a cabeça. Ela respirava pesadamente, envolvida no vestido desarrumado e rasgado. Era como deitar-se em uma grande flor.
Bjorn olhou para as colinas de seda que fluíam até o seio ofegante de Erna, fez uma pausa por um momento enquanto considerava seu rosto corado e depois olhou para baixo entre as meias de seda enroladas em suas pernas. Erna sentiu vergonha e se encolheu. Os babados e fitas de sua liga flutuavam e a faziam cócegas nas coxas. Era um espetáculo que estimulava Bjorn, mas, infelizmente, não havia mais tempo para aproveitar tudo plenamente.
Bjorn desabotoou as calças enquanto se acomodava entre as pernas de Erna. Erna não ofereceu resistência, ficando rapidamente tímida novamente e sendo subjugada. Bjorn apoiou as pernas de Erna em seus ombros e penetrou nas profundezas quentes de Erna.
O luar pintado no mar ficou mais brilhante.
Erna tentou focar através da névoa para olhar para Bjorn, que a estava sacudindo. Ele só tinha desabotoado um pouco a camisa e ela puxou impacientemente. A vergonha de ser bagunçada por um homem que não havia se exposto completamente a ela, misturada com o estranho êxtase, a enlouqueceu.
“Tenha paciência.”
Bjorn pressionou Erna para baixo e rasgou o resto de sua camisa. Erna torceu as costas e soltou um gemido de prazer, vendo seu peito nu. Ele se inclinou e a beijou apaixonadamente; Erna não percebeu que estava cravando as unhas nas costas dele, enfeitiçada por seu cheiro.
“Você está muito excitada, Erna.”
Seus lábios sensuais sussurraram palavras vulgares, se impondo com mais força sobre ela.
E a garota má respondeu abraçando o pescoço do lobo.