Volume 3 - Capítulo 10
O Príncipe Problemático
O gelo no copo já começava a derreter. Bjorn ouviu algo e olhou por sobre o ombro. O sol da tarde lançava um brilho suave sobre o copo de cristal na mesa. Ele pensou em enchê-lo novamente, mas, em vez disso, voltou sua atenção para os documentos em suas mãos.
Uma sombra surgiu do quarto, pairando perto da cama.
“Erna?”
A sombra se moveu em sua direção, entrando na luz da varanda. Uma bela jovem se revelou a ele, com um sorriso suave nos lábios. Ela parecia uma dama de Lorca, vestida com roupas tão reveladoras, e foi então que Bjorn notou o brilho de uma faixa de prata no tornozelo da mulher.
“Bem, boa tarde e seja bem-vinda, Lady Lorca”, disse Bjorn com um sorriso. Ele se relaxou sobre as almofadas.
“Como estou?”, disse a dama, jogando uma capa sobre o encosto de uma cadeira.
“Você realmente usou aquele vestido em público?”
“Sim, a Rainha me deu. Dizem que é costume usá-lo quando convidada por um hóspede estimado, e todos ficaram tão encantados que eu segui a tradição. Naturalmente, Lord Bayer confirmou que não contrariava nenhuma convenção de etiqueta de Lechen.” Apesar de sua postura impecável, a voz de Erna tremeu um pouco.
Bjorn afastou uma mecha de cabelo que lhe cutucava a testa e pegou o vinho. Somente quando o copo chegou aos seus lábios, ele se lembrou de que estava vazio. Bjorn simplesmente inclinou o copo e deixou a refrescante frieza de um pedaço de gelo acalmar seus lábios.
O vestido vibrante, que lembrava Bjorn a plumagem de um pavão, caiu surpreendentemente bem em Erna. Uma ornamentação embelezada com grandes joias e um véu de renda dourada intrincadamente bordada. Vestimentas nas cores dos olhos de Erna. A cor do tecido que cobria seu corpo parecia acentuar sua pele clara.
O olhar de Bjorn demorou-se na cintura exposta de Erna sob a blusa, que não era exatamente comprida o suficiente. Seus olhos desceram lentamente até que ele parou na joia dourada em seu tornozelo. A pequena peça parecia ser a fonte do som tilintante.
“Desculpe-me… Bjorn?”, disse Erna, apreensiva. “Está estranho?”, perguntou ela, enquanto se inquietava, suas mãos nervosas… “A família real de Lorca me elogiou muito. Especialmente meu tornozelo.”
“O quê, seu tornozelo?”
“Sim, eles disseram que eu tenho tornozelos lindos. É meio embaraçoso admitir, mas em Lorca, é considerado um elogio a uma mulher bonita.” Erna disse timidamente.
Bjorn riu da reviravolta engraçada. Erna sorriu de volta, levantando levemente a barra do vestido para mostrar seu tornozelo cor-de-rosa. O rubor em suas bochechas só aumentou seu desejo por ela.
Tornando-se mais ousada, Erna saiu para a varanda e caminhou com o tornozelo à mostra. Bjorn a observou, os tornozelos balançando a cada passo, um sorriso pensativo em seus lábios.
Sua passada desajeitada dificilmente poderia ser considerada sedutora, provavelmente seria mortificante chamá-la assim, e bem, havia alguns tipos tolos que cairiam nessa.
Bjorn mordeu o gelo, entorpecendo sua língua, e sentou-se ereto. Ao seu sinal sutil, Erna cessou sua brincadeira de sedução e se aproximou dele. Seus olhos brilhavam como pedras preciosas, esperando ansiosamente a avaliação.
Bjorn sentiu-se completamente cativado por ela e, com um suspiro pesado, levantou-se para abraçar Erna pela cintura. Ele a puxou para perto de si. Sua respiração ofegante quebrou a tranquilidade da varanda e ele tomou seus lábios enquanto ela caía sobre ele. Levantando gentilmente o véu desconcertante, Bjorn habilmente agarrou sua trança tecida na nuca, feita com carinho por sua querida criada.
“Bjorn, espere um momento, isso…”
As palavras mal pronunciadas de Erna desapareceram nos lábios de Bjorn. O suave tilintar de suas ornamentações só alimentava seu desejo ardente.
Soltando-a momentaneamente, Bjorn agarrou seus ombros e a puxou para mais perto. Ele lhe ofereceu um sorriso enquanto ela o olhava atordoada. Ele esperava que essa trégua momentânea satisfizesse sua corça que usava tornozeleira.
Ruborizada e envergonhada, Erna simplesmente colocou as mãos nele, as pulseiras de ouro em seus pulsos tilintaram e balançaram suavemente.
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Era como o som da luz. Bjorn não conseguia pensar em outra maneira de descrevê-lo naquele momento, incapaz de capturar sua essência.
O som de um gemido carregado de calor líquido veio de Erna enquanto ele a observava se balançando sobre ele. Seus lábios entreabertos chamavam seu nome. Com os olhos nublados pela paixão, Bjorn não conseguia parar de olhar para Erna.
Como se estivesse perseguindo a luz, Erna arquear as costas com toda a força, gemendo e tremendo. Bjorn entendeu o apelo em seus olhos, mas era impotente para fazer algo a respeito. Erna era muito tímida em uma posição tão dominante, o que só deixava Bjorn ainda mais louco.
Erna se estabilizou colocando ambas as mãos nos ombros de Bjorn. Bjorn sussurrou palavras de conforto em seu ouvido enquanto a guiava. Seu olhar febril, bochechas coradas e até mesmo a transpiração que se aninhava no vale de seu seio aumentavam sua atração.
Enquanto o sol do final da tarde lançava um brilho dourado sobre eles, Bjorn deitou Erna, que desabou após soltar um grito que era mais como um gemido. Sem hesitar, ele se posicionou sobre ela. Erna o olhou quando ele a beijou.
Bjorn traçou um caminho de beijos até o tornozelo dela e, enquanto beijava a ornamentação de ouro, o sol brilhava e cintilava sobre a joia, envolvendo-a em uma exibição fascinante de grandeza ou erotismo.
O desejo de devorar a mulher dos pés à cabeça era avassalador. O desejo de dominar e, ainda assim, de ceder, guerreava em sua mente, criando uma confusão de desejos.
Como para apagar a confusão, Bjorn penetrou Erna, que soltou um gemido selvagem enquanto ele ia o mais fundo que pôde. Ele a abraçou enquanto ela amolecia, agarrando seu corpo trêmulo.
“Você é egoísta, Erna”, sussurrou Bjorn suavemente. “Agora é minha vez.”
Enquanto ela jazia sob Bjorn, seu corpo incapaz de superar a força intensa, Erna sentiu-se sendo empurrada a cada estocada. Bjorn agarrou sua cintura e a puxou de volta. Erna soltou um gemido torturado de prazer insuportável. Ele era muito rápido e, em pouco tempo, Erna conseguiu senti-lo nas profundezas dela, uma pressão crescendo em seu estômago e a engolfando.
Ela se contorceu e agarrou os pompons das almofadas, agora parecendo perceber sua posição na varanda, à vista do jardim. A percepção disso só intensificou o prazer. Ela observou as cortinas brancas além de Bjorn dançando e balançando no vento. Cada vez que Erna tencionava o estômago antecipando Bjorn, ela notava seu rosto se contorcer e ele gemia.
Ela o olhou sem expressão, aquele rosto obscenamente belo olhando para ela. Ela queria que ele dissesse que ela estava bem, que ela era bonita, que ele a amava, e aqueles olhos diziam tudo isso e muito mais.
Ela gostava dele quando ele estava distraído pela luxúria, pois ele mostrava seus verdadeiros sentimentos quando estava distraído. Ela também o amava pela maneira como ele a fazia ansiar por ele. Era bom. Erna desfrutou daquele momento de desejo selvagem.
“Está doendo?”, disse Bjorn, diminuindo apenas um pouco. Erna balançou a cabeça rapidamente, sentindo decepção por ele estar diminuindo o ritmo.
Me diga, Erna, ele costumava dizer. Me diga ou eu não saberei.
“Estou… bem”, Erna assegurou Bjorn. “Eu te amo tanto, mais ainda se você continuar.”
Bjorn soltou um baixo palavrão e uma risada seca que fez Erna se contrair. Algo poderia estar errado? Erna se deu conta do mundo girando ao seu redor, sua cabeça balançando de um lado para o outro. Só quando Bjorn estava bem na frente de seu rosto ela percebeu que ele a havia levantado.
“Podemos mudar de posição?”, disse Erna.
“Você não gosta assim?”
Erna gostava, mas amava mais quando estava deitada, conseguia sentir melhor, mas talvez uma dama não devesse falar tão imodestamente.
Bjorn observou Erna por um longo tempo, esperando por algo mais, mas no final, ela apenas o beijou e continuaram a fazer amor. Bjorn agarrou a nuca dela e entrelaçou sua língua com a dela.
A sinfonia de ruídos, acompanhada por um brilhante espetáculo de luzes, pareceu eletrizar a tarde amena, ecoando como um toque indomável.