Volume 1 - Capítulo 47
O Príncipe Problemático
“O-Olá, Vossa Alteza”, disse Erna.
Ela havia prendido a respiração até finalmente falar, um pequeno sussurro na noite. Estava exausta, mas a saudação ainda era polida. Bjorn riu.
“Você está cansada?”, perguntou Bjorn.
“O quê? Ah, me desculpe, não queria ter dormido.”
Bjorn não pretendia criticá-la, mas Erna fez o pedido de desculpas com lágrimas nos olhos. Bjorn sentou-se na cama e colocou uma mão em Erna para segurá-la enquanto ela se movia para sentar. Sua nova esposa piscou para ele.
Bjorn olhou para onde sua mão estava sobre o camisolê de Erna e começou a desabotoá-lo. Notou a ornamentação de renda e babados, pareciam exagerados e tinham a intromissão da Senhora Fritz escrita por toda parte. Embora o camisolê fosse do gosto de Erna, parece que a velha babá não consegue deixar de interferir.
“É um camisolê muito bonito”, disse Bjorn suavemente.
Erna corou ao receber o elogio e pela delicadeza com que Bjorn abriu o camisolê.
“Obrigada”, murmurou Erna baixinho.
Ela parecia tão séria e seu sussurro rouco era absurdo, Bjorn não pôde deixar de rir com vontade. Isso fez Erna se encolher um pouco e ela se enrolou em seu camisolê. Apenas seus pezinhos delicados espreitavam pela parte de baixo e ela parecia uma boneca de criança, afogada em renda rica.
“Erna”, disse Bjorn depois de terminar de rir.
Erna olhou para ele, atordoada e corada. Ela ainda não conseguia acreditar que era seu nome, parecia tão estranho.
“Sim, Vossa Alteza?”, a voz de Erna tremeu. Ela não havia se movido de sua posição encolhida na cama, mas estava ofegante, seus dedos se curvavam continuamente.
“Me chame pelo meu nome”, disse Bjorn. Ele ergueu a mão e soltou uma fita que estava presa em seu cabelo. Ele passou uma mão grande por ele, ajudando-o a cair sobre o camisolê.
“Acho que me chamar de Vossa Alteza em uma situação como essa… é um pouco…” Ele segurou a ponta da outra fita. “Diga meu nome.”
Ele puxou a fita. Erna reflexivamente sacudiu a cabeça e agarrou o cabelo.
“Vamos logo”, Bjorn a pressionou.
Ele parecia inconsciente da resistência de Erna e a apressou. Enquanto isso, seus dedos disputavam a fita, mas Bjorn finalmente a conseguiu.
“Faça o seu melhor, Erna”, disse ele firmemente.
Com a fita entrelaçada em seus dedos, ele agarrou o pulso de Erna e abriu suas pernas com a mão livre. Erna ofegou. Ele não foi forçado, mas Erna também não ofereceu resistência, ela realmente não tinha tempo.
“Você não me prometeu que seria uma boa esposa?”
“Isso…”
“Foi uma mentira?”
“Não.” Através de toda a confusão e mistura de sensações, Erna respondeu firmemente. “Eu não menti sobre isso.”
“Que alívio, não gosto de ser enganado.” Bjorn sorriu e soltou Erna.
Erna sentiu vontade de cobrir o corpo, mas suas pequenas mãos não conseguiam fazer um trabalho bom o suficiente. Ela olhou para Bjorn, cujo sorriso nunca alcançava seus olhos. Ele era difícil de decifrar. Ela mexeu nos lençóis, torcendo-os, e sua mente disparou.
Ela havia feito uma promessa e pretendia cumpri-la, mas não pensara nesses deveres que teria que desempenhar. Era óbvio para ela o que suas responsabilidades como esposa implicavam, mas agora que estava ali, ela hesitou.
Erna ficou loucamente consciente de sua respiração superficial, que se tornaria rápida e errática, e depois silenciosa enquanto ela lutava para se controlar. Bjorn estava se levantando para desfazer o resto do camisolê, mais relaxado desta vez, gentil.
Enquanto ele gentilmente tirava cada camada, Erna percebeu que o ritual de despir-se não era tão ruim. Ela sentiu o prazer aquecer sua mente a cada camada que trazia liberdade das roupas abafadas. Bjorn diria que era divertido, como desembrulhar uma caixa de presente elaborada com carinho. O processo lento de revelar o corpo de uma mulher era tentador.
“Vossa Alteza”, disse Erna, quando Bjorn ia desfazer o primeiro botão da última camada do pijama. Ela ergueu as duas mãos e as colocou sobre as dele.
“Meu nome.”
Bjorn pegou suas mãos e as colocou na cama. Erna não resistiu.
Seus lábios tremeram enquanto ela tentava sussurrar seu nome. “Bjorn…” ela finalmente disse, e para Bjorn, era quase inaudível. Ele assentiu.
“Eu… eu quero tirar para você”, disse Erna.
Ela tentou se levantar, mas Bjorn ainda segurava suas mãos. “Não, você está cansada, você deve descansar, deixe-me fazer todo o trabalho.”
“O quê?”
“Eu também tenho que fazer o meu melhor para ser um bom marido.”
Calmamente, Bjorn continuou desabotoando a frente do pijama dela. Um por um, os botões foram desabotoados e pouco a pouco, o corpo de Erna foi revelado, até que o último botão foi removido e Bjorn deixou o pijama escorregar do ombro.
Erna desviou o olhar em vergonha insuportável e apertou os olhos com força. Suas bochechas ficaram tão vermelhas que quase brilhavam. Bjorn sorriu.
“Você é tão linda, Erna”, disse ele suavemente.
Erna ofegou com as palavras de Bjorn e olhou para ele com olhos tão arregalados que toda a parte branca estava visível. Ela sabia que nenhuma resposta era polida o suficiente e sua vontade de perseverar desapareceu. Ela tentou se levantar, mas Bjorn já estava se movendo na cama e a colocando de volta.
Erna fechou os olhos e tentou gritar ao sentir o peso de Bjorn sobre ela. O som morreu no fim dos lábios quando ela percebeu que ele estava a beijando. A proximidade dele, ela podia sentir o suor e ele se misturava ao cheiro de sua respiração. A sensação de seus lábios macios e uma língua exploradora deixou a mente de Erna em branco, enquanto ela fazia o possível para massagear os lábios dele com os dela e encontrar sua língua no meio do caminho.
Ela tentou dizer o nome dele, mas seus beijos o transformaram em um gemido suave, ele retribuiu seu gemido com o dele.
Quando finalmente voltou a si e abriu os olhos, Erna se viu estirada no meio da cama, mas em vez de olhar para o teto, estava olhando para o rosto de Bjorn. Parecia um pouco fora de foco enquanto seu calor aumentava.
Uma mão fria descendo pela frente dela a trouxe de volta à realidade bruscamente e ela observou Bjorn inclinar a cabeça para envolver seus lábios macios em seu seio. Era um contraste tão nítido entre quente e frio, Erna ofegou. Suas mãos subiram e cobriram seu rosto.
Enquanto ele sugava seu seio e acariciava sua barriga, ela gemeu sem poder se conter e sua cabeça se balançava de um lado para o outro. O cabelo bem escovado e preso que deveria fazê-la parecer bonita, estava agora um emaranhado.
O quarto ficou cheio do barulho de respirações pesadas, gemidos finos e pele suavemente esfregando na pele. Bjorn sugava e lambia Erna, tentando seduzi-la e a imobilidade se dissipou.
As mãos de Bjorn partiram de acariciar a barriga de Erna, movendo-se ao longo de sua pequena cintura e entre suas pernas. Os olhos de Erna se arregalaram ao sentir os dedos dele se moverem.
“B-Bjorn”, disse ela ofegante.
Ela ainda não tinha coragem de gritar seu nome tão alto quanto gostaria. Ela ainda conseguia sentir uma parte de si mesma se segurando. Bjorn se afastou de seu seio dolorido e olhou para ela.
Erna aproveitou a oportunidade para empurrá-lo. Ela estava soluçando, não conseguia evitar. Bjorn franziu a testa preocupado e parou a mão que havia estado empurrando um dedo contra Erna. Impulsionado pelo medo de tê-la machucado, ele se retirou e ajudou Erna a se sentar.
Sob seu olhar, enquanto ele se erguia sobre ela, Erna deixou escapar as lágrimas que havia contido.
Foi doloroso…
e daquela dor,
ela estava assustada…
Isso a deixou triste e ela se sentiu lamentável à sombra de Bjorn. Ela cobriu o rosto com as mãos e as lágrimas se intensificaram.
Bjorn olhou para sua esposa chorando, como um espectador em uma peça. Era uma situação bastante emocionante, mas ao mesmo tempo, ele não pôde deixar de admirar sua forma pequena e seios firmes. Seus olhos seguiram as linhas de suas curvas e cintura delicada, seus membros esguios e mamilos inchados. Embora fosse uma mulher pequena, ela nunca parecia imatura.
Erna havia superado suas expectativas.
O soluço eventualmente diminuiu e Erna olhou para Bjorn, como se estivesse se agarrando a ele apenas com um olhar.
“Bjorn”, ela sussurrou entre soluços.
Seu rosto estava em branco e sem emoção enquanto ela pronunciava seu nome e a cada pronúncia, sua voz ficava mais firme, mais forte, mais alta. Erna não sabia o que mais dizer, então disse o nome dele.
Bjorn suspirou e passou a mão pelo cabelo. Ele conseguia sentir o cheiro dela e isso só aumentou sua irritação com a situação. Ele estava perplexo com essa mulher, que estava molhada e gemendo um momento, e depois de repente chorando e soluçando no seguinte.
Ele se sentiu arrogante. Ele pensou que havia se treinado bem, derrotando todo tipo de bêbado, ganhando inúmeros troféus. Ficou surpreso então que Erna pudesse lhe causar tanta vergonha sem estar bêbada.
Bjorn olhou para Erna com os olhos semicerrados. Na cama, é suposto ser divertido e ele nunca precisou lidar com mulheres choronas e desajeitadas se não quisesse. Se ele não quisesse lidar com o problema, ele poderia ir embora e não se sentir envergonhado.
Esse pensamento passou por sua mente e ele estava prestes a fazer isso, mas Erna é sua esposa. Esta não é uma qualquer mulher apanhada na balada. Esta era sua esposa.
Nesse sentido, Bjorn teve que enfrentar esse novo desafio, quer quisesse, quer não. Erna era dele tanto quanto ele era dela e ele precisava fazer um esforço. Eles tinham prometido um ao outro.
“Me desculpe”, disse Erna, finalmente olhando de suas mãos.
Bjorn não pôde deixar de rir da sensação de déjà vu. Pensando bem, essa não foi realmente a primeira vez que isso aconteceu. Houve uma precursora…
Gladys.
Será que Erna é outra Gladys?
Bjorn riu da sensação ruim de estar rastejando na lama novamente. O toque da mão de Erna em seu ombro o trouxe de volta dos pensamentos sombrios de tempos ruins.
“Eu… eu vou cumprir minha promessa. Não estou mentindo. Vou cumprir”, disse Erna, hesitantemente.
Bjorn não conseguia se livrar do pensamento de como Gladys e Erna se comportaram como se estivessem sendo estupradas. Era assustador pensar que era isso que ele estava fazendo. A situação poderia ter sido a mesma, mas as palavras pronunciadas pelas duas mulheres eram completamente diferentes.
“Mas estou com medo. É estranho, é estranho…” Os olhos de Erna vagaram pela sala antes de finalmente parar nos de Bjorn. “Eu vou cumprir minha promessa.”
Promessa…
A promessa dela.
A maneira como Erna disse isso era confusa e confundiu Bjorn. Parecia que ele era um cobrador de dívidas vindo para arrecadar o que ela devia. Quando Erna devia dinheiro pelo troféu perdido, ela se comportava assim. Talvez ela ainda se sinta como se lhe devesse algo, talvez, se ele não tivesse usado o barco como desculpa para anular suas dívidas. Se ela ainda estivesse trabalhando fazendo flores artificiais.
Naquele momento, Bjorn se lembrou do rosto da mulher que lhe havia oferecido uma flor como sinal de promessa e soltou um profundo suspiro de desespero. Erna tomou isso como uma repreensão e tirou a mão do ombro dele. Meio virada, ela começou a enxugar as lágrimas do rosto.
Bjorn sentiu a irritação subir novamente, mas isso não minou a pena que ele também sentia. Ele decidiu não julgar a extensão da ignorância de Erna. Ele considerou que ela não sabia de nada.
Bjorn ficou surpreso que Brenda Hardy, a madrasta de Erna, tivesse tentado mandar sua filha se casar nesse estado. Também não ajudou o fato de Erna ter morado com sua avó antes de ir para a cidade, a Baronesa é uma mulher muito conservadora. Erna realmente não sabia nada sobre fazer amor.
Bjorn havia assumido que Pavel poderia ter lhe ensinado uma ou duas coisas quando eles fugiram juntos. Era difícil acreditar que eles nem sequer tinham falado sobre sexo. Será que o pintor era um eunuco ou algo assim?
Bjorn olhou para sua esposa, a mulher que era conhecida como concubina, era na verdade tão intocada quanto a neve recém-caída. Ela era uma tábula rasa. Bjorn soltou um suspiro fundo, mesmo em meio a essa irritação, só havia uma coisa que ele podia fazer.
Erna olhou para Bjorn com espanto enquanto o Príncipe começou a rir.
Quando ele parou de rir, Bjorn foi pegar a bebida e duas taças da mesa. Erna abaixou-se e pegou qualquer vestido que estivesse à mão e cobriu seu corpo magro e nu. Ambos se sentaram na cama juntos.
“Quanto você consegue beber?”, perguntou Bjorn.
“Eu, não sei”, respondeu Erna enquanto observava Bjorn servir duas bebidas.
“Quanto você costuma beber?”
“Uma”, disse Erna baixinho.
“Uma única bebida?” Ele estendeu a taça para ela.
“Sim, depois de uma bebida eu fico toda quente e, ermm… meio tonta”, disse Erna rapidamente, como se para evitar parecer uma tola ignorante.
Bjorn assentiu. O rosto de Erna ainda estava molhado pelas lágrimas que ela não havia enxugado completamente, mas sua expressão estava mais uma vez firme e forte, e seus olhos estavam brilhantes e assertivos.
“Aqui, beba”, disse Bjorn e ofereceu a taça novamente. Erna pegou. “Beba e aguente, Erna.” Seu comando era suave e mais frio que o toque da taça em sua mão.