The Author's POV

Volume 9 - Capítulo 862

The Author's POV

Epilogue — A Perspectiva do Autor

"Os movimentos de Jezebeth tornaram-se calculados e precisos, seus ataques visavam não apenas causar danos, mas também criar distrações e aberturas. Ele manobrou com finesse, evitando golpes letais por uma fração de segundo e contra-atacando com toda a força que conseguia reunir. Cada golpe que ele desferia servia para enfraquecer seus oponentes e semear sementes de dúvida em suas mentes..."

Uma voz suave ecoou dentro dos limites de um pequeno quarto. Tons pastel suaves adornavam as paredes, criando uma atmosfera acolhedora enquanto o ar estava impregnado com o delicado perfume de lavanda.

"Tendo acabado de ascender ao posto de Duque, Jezebeth despediu-se do manto da insignificância. Embora ainda não fosse o ápice da força, ele avançava firme em direção a esse auge. Com uma determinação inabalável, fixou seus olhos em um objetivo elevado, imune a qualquer obstáculo, mesmo aqueles que ousassem se colocar em seu caminho. Ninguém poderia detê-lo."

Instalando-se confortavelmente em uma poltrona macia, a voz calorosa e convidativa do homem cativou a atenção das duas crianças aninhadas na cama diante dele. Os dois pares de olhos azuis piscavam com expectativa enquanto ouviam ansiosamente a história.

A luz suave da lamparina iluminava o quarto, lançando um brilho aconchegante que os envolvia. A cena era realmente calorosa.

"Jezebeth sorriu suavemente ao olhar para as quatro figuras que estavam diante dele, seu olhar calmo repousando sobre cada uma delas. 'Entendi, caçar demônios é divertido. Antes, não compreendia por que vocês tentariam nos caçar. É realmente tão divertido? O que há de tão divertido em caçar aqueles mais fracos que você, quando eles não fizeram nada contra você?'"

"Mas logo ele acenou com a cabeça e falou. 'Não entendia bem isso na época, mas agora entendo.' Ele estendeu a mão para frente, e a expressão dos quatro indivíduos mudou drasticamente. Mas já era tarde demais, pois o espaço ao redor deles mostrava sinais de distorção. 'Caçar,' Jezebeth lambeu os lábios, sua mão se torcendo em um movimento. 'É muito mais divertido do que eu pensava.'

"Waaah!"

"Tão legal."

As crianças abriram os olhos em assombro. Ambas tinham cerca de cinco anos de idade, e seus rostos adoráveis não podiam deixar de brilhar de empolgação com a história que estava sendo contada a elas.

"O que acontece depois!"

"Pai, não pare!"

Seus corações pulsavam de emoção enquanto olhavam para o pai com um certo nível de expectativa. Infelizmente para elas, o pai balançou a cabeça.

"Sinto muito, mas isso é tudo por hoje."

"Wahhh, não!"

"Nãooo, eu quero mais!"

As crianças protestaram, mas não havia nada que o pai pudesse fazer. Baixando a cabeça e olhando para as páginas vazias à sua frente, que estavam lentamente sendo preenchidas com palavras, ele só pôde suspirar.

A história ainda estava se escrevendo. Ele só poderia parar onde a história havia parado.

Eventualmente, as páginas em branco se preencheriam, e ele poderia continuar de onde havia parado.

"Hmph! Papai está sendo malvado!"

As crianças fizeram bico, e um sorriso impotente surgiu no rosto do pai. Ele realmente se sentia sem saída nessa questão.

"Já está tarde, e vocês precisam dormir. Eu vou ler a história da próxima vez. Prometo."

"Bem... tá bom."

As duas crianças não eram irracionais. Após um pouco de persuasão, se acomodaram de volta na cama e fecharam os olhos. Um sorriso gentil surgiu no rosto do pai enquanto ele as observava, e justo quando estava prestes a sair, uma voz suave ecoou no ar.

"Papai."

"Hm? O que foi, Lyla?"

Quando ele se virou, encontrou sua filha olhando para ele com um toque de curiosidade em seus profundos olhos azuis que se assemelhavam aos dele.

"Quanto tempo falta para a história?"

Surpreso com a pergunta, o pai inclinou a cabeça para olhar o livro em suas mãos antes de lentamente fechá-lo e colocá-lo na mesa ao lado.

"Ainda falta muito para a história."

"Muito mesmo?"

Os olhos de Lyla se abriram de surpresa.

"Mas... Jezebeth não está prestes a se tornar o mais forte?"

"Ele está..." Ele respondeu, acariciando suavemente a capa do livro. "Mas ainda há tanto a contar e personagens a conhecer. A história ainda está em seus estágios iniciais."

"Uh."

Lyla piscou algumas vezes, aparentemente tendo dificuldade em entender as palavras do pai.

"Então... Jezebeth não é o personagem principal?"

"Bem, isso depende de como você vê as coisas," ele respondeu, refletindo sobre suas palavras. "Um personagem principal é um personagem central através do qual vivemos a história. De certa forma, você pode dizer que todos são seus próprios personagens principais. Tudo depende da sua perspectiva. Nesse caso, Jezebeth é o personagem principal da história."

"Oh... uh."

As sobrancelhas de Lyla se franziram, tendo dificuldade em compreender as palavras.

"Está tudo bem se você não entender agora. Você entenderá eventualmente."

Levantando-se lentamente, ele se dirigiu até suas duas crianças e as beijou na testa.

"Durmam um pouco agora."

"Hmm, tá bom."

Sentindo-se um pouco cansada, os olhos de Lyla se fecharam lentamente e o olhar do pai se suavizou. Ao se virar, seus olhos vagaram até o livro vermelho que estava na mesa, e sua atenção se fixou nas três palavras que estavam gravadas na capa do livro.

'O Espadachim Luminescente.'

Uma expressão nostálgica apareceu em seu rosto enquanto ele lia o título.

Levantou a mão e passou a mão pela capa mais uma vez. Não pôde deixar de levantar a cabeça ao tocar a capa áspera do livro e olhar para as estrelas do lado de fora da janela.

De fato, o final do livro não era um final. Era meramente o começo de uma nova história.

"D... papai."

Uma voz suave o interrompeu mais uma vez, e quando ele virou a cabeça, viu um par diferente de olhos olhando para ele.

"O que foi, Eli?"

"A história... A história tem um final feliz?"

Eli perguntou, espiando ansiosamente para o pai debaixo das aconchegantes camadas dos lençóis. Encontrando seu olhar, Ren gentilmente uniu os lábios antes de iluminar seu rosto com um sorriso caloroso.

"Sim," ele assentiu, seu rosto se suavizando ao ver as duas crianças diante dele. "O final mais feliz."

A Perspectiva do Autor [Fim]