Volume 1 - Capítulo 4
Sword God in a World of Magic
O tempo pareceu parar no instante que o punho de Alex acertou o nariz do homem.
— Argh, porra! — Alex subitamente gritou enquanto balançava seu punho. Ele olhou para a mão e viu que seu dedo indicador e médio estavam quebrados.
Alex havia acabado de socar o nariz do jovem, mas parecia ter acertado um bloco de aço!
O jovem apenas sorriu maliciosamente. — E isso é exatamente o porquê de eu ter te escolhido! — ele disse. Agora, sua voz soava calma e arrogante.
Alex olhou em choque para o jovem.
O que diabos estava acontecendo!?
— Qualquer pessoa normal — expressou o jovem enquanto gesticulava com grandiosidade para o salão —, que tenha visto o que você viu, teria se acovardado de medo. Tudo que mostrei até agora, meu poder sobre o espaço, meu poder de cortar sua perna em um instante, até o próprio salão em que estamos, teria causado admiração, medo, terror, e respeito no coração de qualquer pessoa.
— Mas! — o jovem gritou, sua voz aparentemente feliz. — Você não é uma pessoa normal. Não, você é diferente.
O homem então deu um passo para frente e Alex começou a suar. Seus instintos de lutar ou correr entraram em ação. Normalmente ele sempre escolheria lutar, mas, agora, sentiu que correr era a melhor opção.
— Todo mundo teria se jogado aos meus pés, implorando para que eu não brinque mais com suas vidas.
Outro passo.
— Isso é chato demais — afirmou o jovem com uma expressão neutra. — Eu quero ação, luta, alguém que não engole a merda dos outros.
— Eu quero caos! — disse o jovem com seu sorriso malicioso enquanto encarava os olhos de Alex.
Alex engoliu em seco.
— Escolhido para quê? — perguntou Alex, tentando esconder o pânico em sua voz.
— Escolhido para mudar o mundo! — respondeu o homem. Então, ele riu um pouco, se virou, e andou de volta para o seu trono, que acabara de aparecer de novo atrás dele. Ele sentou e olhou para Alex de novo, exatamente como quando Alex tinha acabado de chegar.
Alex continuou em silêncio por alguns segundos enquanto se acalmava, tentando analisar a situação.
Obviamente, isso não é um sonho. A dor é real demais, e agora que estou considerando a possibilidade disso ser real, também percebi que meus pensamentos estão muito organizados. Normalmente, em um sonho, eu nem perceberia que era um sonho, já que uma boa parte do meu cérebro estaria dormindo.
Eu preciso considerar essas três noções do que conta como realidade para fora da minha cabeça e aceitar que tudo isso é real.
Alex olhou para o homem sentado à sua frente.
E isso significa que ele também é real. O que é ele? Ele não pode ser um humano normal.
— Finalmente você está pensando na sua situação atual — disse o homem. — Levou tempo demais.
Agora que Alex estava se acalmando, também percebeu que o homem estava reagindo aos seus pensamentos.
Isso significa que ele consegue ler minha mente?
— Sim, eu consigo — respondeu o homem. — A vida de um humano mortal pode ser mais do que complexa para você, mas para mim, é até que bem simples. Sua mente e alma seguem as mesmas regras, e quando alguma coisa segue regras, você pode extrapolar o que essa coisa faz em um determinado momento, assumindo que você consegue processar tudo o que é necessário.
Alex respirou profundamente.
Muitas coisas estranhas aconteceram nesses últimos minutos, e ele não conseguia ter certeza de nada além do fato de que sua vida estava prestes a mudar drasticamente.
— O que aconteceu? — Alex perguntou, mais calmo que antes. Nesse ponto, ele já tinha percebido que o jovem não iria matá-lo nem torturá-lo. Caso contrário, não teria passado tanto tempo demonstrando que Alex realmente estava aqui, na realidade.
— Olha só — disse o jovem com um sorriso. — Você sabe que isso é realidade, e sabe que minha força ultrapassa em muito a sua. Você sabe que posso te matar como uma mosca se eu quiser.
— Ainda assim, você não está implorando pela sua vida, nem puxando meu saco — o jovem falou com uma risada. — Em vez disso, ainda está falando comigo como se fôssemos iguais.
O sorriso do jovem alargou. — Eu realmente fiz uma boa captura hoje.
Alex franziu suas sobrancelhas e perguntou de novo. — Certo, mas o que aconteceu? —
O jovem riu e se recostou no trono. — Morte. —
Whoom!
Subitamente, o salão sumiu e Alex apareceu em um beco escuro.
Por um segundo, Alex achou que ele tinha acabado de sonhar com tudo isso, mas essa ideia morreu rapidamente quando viu o trono gigante aparecendo no meio da rua.
— Foi assim que você morreu — disse o homem enquanto apontava para o chão.
Alex respirou profundamente e olhou para baixo.
O que ele viu fez suas entranhas se contorcerem.
Na sua frente, no meio daquele beco, estavam dois corpos.
Todas as memórias de sua morte voltaram.
Um corpo era o do homem que ele matou por acidente, enquanto o outro corpo era de Alex. Atualmente, apenas esses dois corpos estavam no beco. O cachorro machucado havia dormido, morrido ou desmaiado. Alex não tinha certeza.
— Como eu morri? — Alex perguntou. Não conseguia se lembrar do que o havia matado, todavia, julgando pela aparência da parte de trás da sua cabeça, tinha algumas hipóteses.
— Sua vítima tinha um comparsa escondido para possíveis problemas — o jovem explicou. — Quando ele viu você matar seu amigo, atacou com um pé de cabra e você deve conseguir imaginar o resto.
Alex olhou para os dois corpos com uma expressão complicada.
— Irônico, não é? — o jovem indagou. — Seu oponente morreu com um golpe na cabeça, e você também morreu da mesma maneira. Você morreu da mesma forma que a pessoa que matou.
— Eu não queria fazer isso — Alex disse devagar. — Eu não queria matá-lo, eu só queria que ele ficasse incapacitado.
O jovem riu. — E é exatamente por isso que a situação é tão engraçada. Tem poucas pessoas dispostas a matar alguém, e uma coisa dessas é tão simples. No entanto, como você matou alguém por acidente, toda a situação tem um gosto diferente.
— Agora, existem complicações. Agora, não tem ninguém que você possa realmente culpar. Uma tragédia aconteceu, mas ninguém é culpado, ninguém ficará bravo com isso.
— O que a família desse homem vai fazer? Vão te culpar? Mas você também morreu e estava em uma situação perigosa. Eles não podem te culpar. Eles vão culpar o outro homem por suas ações? Um pouco, mas alguma coisa assim realmente merece morte imediata?
O jovem riu novamente. — Não tem uma saída fácil dessa situação. Isso é o que faz ela ser tão interessante.
— O que vai acontecer agora? — perguntou Alex.
— Bem, o seu corpo vai continuar onde está pelo resto da noite, já que poucas pessoas passam por aqui nessa hora — o jovem explicou. — Uma mulher de meia-idade mexendo no celular vai acabar percebendo o seu corpo e chamar a polícia.
Nesse ponto, as sobrancelhas do jovem franziram e ele moveu seus dedos um pouco. Esses gestos lembraram Alex de alguém calculando algo em sua mente.
— Seu assassino vai fugir para uma cidade relativamente longe daqui — disse o jovem sem prestar muita atenção. — Entretanto, vai ser capturado em umas quatro semanas. Depois, será julgado por assassinato em primeiro grau, mas só será condenado por assassinato em terceiro grau, já que matou você por vingança.
— Ele receberá uma sentença de vinte e cinco anos.
Nesse ponto, o discurso do jovem desacelerou enquanto se concentrava mais.
— Após terminar sua sentença, ele vai voltar para as ruas e eventualmente morrerá de overdose.
O jovem relaxou e se recostou novamente.
Enquanto isso, Alex respirou profundamente.
Obviamente, o jovem não sabia o futuro. Caso contrário, poderia ter dito tudo em apenas um instante. Se alguém pudesse ver o futuro, não precisaria pensar tanto.
Isso significava que o jovem tinha simplesmente calculado tudo.
No entanto, isso era ainda mais assustador.
Whoop!
A realidade mudou de novo e eles voltaram para o grande salão.
— De qualquer forma, voltando ao tópico — O jovem falou. — Enquanto você estava ocupado, matando e sendo morto, eu estava buscando um candidato adequado. Achei por volta de duas mil pessoas adequadas na terra, e escolhi você porque você simplesmente foi o primeiro a morrer. Se você tivesse morrido alguns dias depois, você não teria chegado aqui.
— Isso não é uma baita sorte? — questionou o jovem com um sorriso maligno.
Alex respirou profundamente mais uma vez. Ele tinha que se adaptar à sua nova situação.
Sim, ele tinha morrido e deveria ter ido para a vida após a morte. Mas, essa “pessoa” o trouxe aqui.
Alex precisava olhar para a frente e não para trás.
— Um candidato para o quê? — Alex perguntou.
— Como eu disse, para mudar o mundo — o jovem repetiu.
Alex estreitou os olhos.
— Que mundo? —
O sorriso do jovem aumentou. — Você é esperto, hein? Estou um pouco surpreso tenha entendido isso tão rápido.
— Você não consegue calcular tudo? — Alex perguntou. — Por que ficaria surpreso com minhas ações?
O jovem riu. — Sim, eu tenho essa habilidade, mas mexi um pouco nas regras para você — ele disse. — Coloquei uma camada de proteção em você que me impossibilita de calcular o seu futuro. Eu ainda posso saber o que você está pensando agora, mas não consigo saber o que você vai pensar ou fazer depois.
O jovem se recostou de novo. — Claro, eu posso destruir essa camada de proteção quando eu quiser, mas onde está a graça nisso?
— Eu não quero saber imediatamente o que você vai fazer. Quero ver e ser surpreendido — o jovem falou.
Alex concordou. — Consigo entender isso — ele disse. — Então, em que mundo?
— Meu mundo — o jovem declarou. — Meu mundo principal, no caso, não a Terra.
Alex olhou para o jovem por alguns segundos.
— Seu mundo? — ele indagou. — Suponho que isso signifique que você seja um tipo de Deus, certo?
— Exatamente — o jovem falou enquanto apoiava sua cabeça na mão direita. — Criei um mundo no qual todos podem atingir poder supremo. Adicionei um tipo especial de energia na criação desse mundo que pode ser absorvida por seres vivos, aumentando muito seu poder.
— Na teoria, você poderia chegar até mesmo no meu nível nesse mundo — o jovem falou.
Alex imediatamente fez várias conexões.
Parece com um mundo de fantasia, como em animes ou jogos, ele pensou.
O jovem riu. — Sim, você pode pensar dessa maneira.
— E como eu deveria mudar esse mundo? — Alex perguntou. — Sou apenas um homem normal, não um Deus, como você.
— Agora, estamos chegando na parte interessante — o jovem falou.