My Iyashikei Game

Capítulo 19

My Iyashikei Game

Capítulo 19: 19

Han Fei não aceitou o presente de Zhan Yueyue. Mesmo com sua ansiedade social já não sendo tão severa quanto antes, ele ainda não era muito bom em relacionamentos interpessoais. Ou melhor, após o treinamento com certa jogo, suas habilidades sociais estavam evoluindo por um caminho diferente.

Após limpar a mesa, Han Fei observou a parede coberta de fotos das vítimas. “O maior desejo do meu monstro de quarto é encontrar seu assassino, mas como eu vou lidar com um psicopata sozinho? Sou apenas um ator pouco conhecido, e o inimigo é um assassino insano que conseguiu escapar da polícia após matar oito pessoas! Isso mostra que o criminoso é extremamente inteligente, tem um grande talento para evitar suspeitas e se disfarçar! Se eu chegar muito perto dele, não vou acabar sendo silenciado antes?”

O rosto de Han Fei ficou pálido. Séries policiais sempre pareciam tão legais e fáceis na televisão, mas na vida real era extremamente perigoso tentar reproduzir. “Vou precisar da ajuda das autoridades, mas como faço isso sem revelar a existência do jogo? Além disso, tenho que me manter discreto para não atrair o criminoso. Agora ele está escondido na escuridão, e eu também. Ambos estamos cobertos pelo anonimato, mas assim que a atenção se voltar para mim, é garantido que ele virá atrás para salvar a própria pele.”

Han Fei apertou o punho frustrado. Sabia até onde podia chegar, era apenas um pequeno mafioso com cinco pontos de resistência. “Posso abandonar o jogo, mas não a vida real.” Han Fei se levantou do sofá. “Preciso fazer alguma coisa a respeito.” Ligando o computador, Han Fei entrou na internet para encomendar canetas metálicas, nunchakus, lanternas de segurança e tasers elétricos. Depois, acessou vários sites especializados para comprar uma tonelada de livros sobre criminologia, autodefesa e sobrevivência. Nos dias de hoje, enquanto alguém estivesse disposto a pagar, o conhecimento estaria ao alcance. “Tenho desperdiçado minha vida. Agora preciso investir mais em mim mesmo.”

Ele elaborou uma rotina de treinos físicos e exercícios mentais. Quem não conhecia Han Fei poderia pensar que ele era uma pessoa otimista e alegre. Depois de montar o plano, Han Fei mergulhou nos estudos. Não só precisava entender os mecanismos do criminoso, como também aprender a resgatar as vítimas da desesperança; essas duas tarefas aumentariam bastante suas chances de sobreviver. Quando se aproximava da meia-noite, Han Fei trancou todas as janelas e portas antes de colocar o capacete de jogo com hesitação.

“Na última vez, logout no terceiro andar. Preciso ficar atento a essa criança. Assim que entrar no jogo, tenho que correr direto para o quarto andar!” A conexão foi estabilizada. Quando o relógio bateu meia-noite, um sangue invisível envolveu o mundo de Han Fei.

“Bem-vindo ao Life Perfeito, onde...” Antes que a voz robótica terminasse, Han Fei abriu os olhos. Naquele instante, seu rosto ficou pálido. O arrepio vindo do dedo anelar congelou todo o seu corpo. Han Fei virou levemente a cabeça e viu a porta, que antes estava coberta de talismãs, agora meio entreaberta. Uma criança quase invisível estava sentada dentro do quarto!

‘Ele realmente está esperando por mim!’ As pálidas começaram a subir pelo seu corpo imediatamente. Han Fei pensou que já tinha enfrentado o pior que o jogo podia oferecer, mas, naquele momento, percebeu que ainda era ingênuo. O terror desse jogo infernal tinha ultrapassado suas expectativas. ‘Ainda não cumpri nenhuma missão e já estou aqui há mais de três horas. Se eu for puxado para a casa da criança…’ Han Fei nem ousou imaginar as possíveis consequências. Tentou empurrar o corpo para longe da porta, mas assim que fez isso, a criança ergueu a cabeça. As costas de Han Fei formigaram ao sentir os olhos da criança sobre ele. ‘Se eu correr tão rápido quanto puder, devo chegar ao quarto andar antes dele, mas preciso de tempo para abrir a porta.’ O desespero quase o dominava, mas, naquele instante, a criança de repente se levantou. Enquanto Han Fei ficava confuso, a porta atrás dele se abriu de repente.

“Entre!” Han Fei sentiu uma força puxando-o para dentro da casa do lado, oposta à criança. Ao ouvir a voz familiar, Han Fei se entregou ao impulso. Ele só tinha uma chance: cooperar plenamente para escapar rapidamente. Pelo canto do olho, viu a criança rastejando atrás dele. Com um fio de cabelo de vantagem, Han Fei conseguiu recuar para a segurança da casa da vovó.

Bust! A porta se fechou com um estrondo. Um arranhar de unhas veio de fora da porta. Han Fei caiu de joelhos no chão, seu corpo encharcado de suor frio.

“Está tudo bem?” Meng Si tossiu várias vezes ao ajudá-lo a levantar.

“Vovó, se não fosse você, já estaria morto! Obrigado!” Han Fei falou sinceramente.

“Por que você apareceu do nada no terceiro andar?” O rosto de Meng Si estava pálido e parecia mais frágil do que antes.

“Minha casa está assombrada! E estou aqui porque preciso te fazer algumas perguntas.” Han Fei não mentia; sua casa realmente era assombrada.

“Isso vai ter que esperar. Preciso ver se a criança saiu.” A velha pegou a vela vermelha da mesa de jantar e colocou ao lado da porta da frente. A luz da vela tremulava, e foi então que Han Fei percebeu que as luzes da casa estavam apagadas novamente. A velha observou as sombras dançantes nas paredes. Depois de um tempo, ela comentou: “Não há sinal da sombra da criança; ele não te seguiu aqui.”

“O que está acontecendo com aquele menino? Ele é tão assustador!” Han Fei suspirou lentamente.

Ao invés de responder, Meng Si pegou a vela e voltou cambaleando para dentro do quarto.

“Vovó, o tempo entre eu perceber a criança e você abrir a porta foi curto demais; a senhora esteve esperando na porta? Ou tudo não passou de uma coincidência?” Han Fei desconfiava. Sabia que a velha não era má, mas um pouco de cautela sempre fazia bem.

“Tenho vigiado a casa ao lado,” admitiu Meng Si ao colocar a vela vermelha de volta na mesa. Ela suspirou, e as rugas no rosto aprofundaram-se. “Chen Chen desapareceu. Suspeito que ele tenha corrido para a casa do outro lado.”

“Espere, Chen Chen está desaparecido?” Han Fei ficou chocado.

“Aí, por que você acha que eu sempre mantenho o Chen Chen trancado no quarto?” A velha desabou na cadeira, fraca.

“Por quê?” Han Fei já tinha refletido sobre essa dúvida antes. Na primeira vez que veio aqui, a velha destrancou a porta do quarto antes de chamar o neto para o jantar. Han Fei ainda se lembrava do quanto achou aquilo estranho.

“Porque o Chen Chen sempre quer ir brincar com aquela criança que não deveria existir. Percebi desde cedo que ele fica repetindo esse nome estranho. Ele também costuma ficar sentado sozinho ao lado da porta coberta de talismãs. Seus lábios se movimentam, como se estivesse conversando com outra criança.”