
Capítulo 172
Minha irmãzinha vampira
O Reino de Valter.
Um Reino dos Pesadelos criado com o apoio conjunto das quatro maiores Casas de Guardiões. Lilith, a mente por trás desse projeto, retornou à Casa Moonreaver para facilitar e supervisionar a construção desse Reino de Pesadelos.
Assim como o próprio Reino de Pesadelos da Casa Moonreaver, o Reino de Valter foi criado usando uma complexa matriz de magia dimensional. Usando meu sangue como catalisador, Lilith e a Casa Moonreaver conseguiram criar uma dimensão inteira escondida de olhares curiosos, proporcionando um ambiente repleto de magia.
O Reino de Valter tinha tudo o que um Reino de Pesadelos normal teria. Um tamanho enorme, capaz de acomodar facilmente um ou dois países. Um ambiente adequado para vampiros, onde a Lua Sangrenta reinava nos céus. Centenas, talvez milhares, de construções para os habitantes da Casa de Valter.
Além de defesas mágicas para impedir invasores de entrarem no território do Progenitor, detectando e os destruindo antes mesmo que eu pudesse levantar um dedo.
No entanto, comparado a outros Reinos de Pesadelos, o Reino de Valter possuía uma característica que o distinguia.
A Árvore do Mundo.
Ou, para ser mais preciso, uma réplica da Árvore do Mundo que nasceu do solo fértil e se estendia até a Lua Sangrenta que pairava sobre toda a dimensão. Não era tão grande ou poderosa quanto a verdadeira Árvore do Mundo, que ficava no centro da Floresta dos Elfos. Era mais parecida com um jovem broto de apenas algumas centenas de anos.
No entanto, a essência escondida dentro dessa réplica era inegavelmente tão potente quanto a própria Árvore do Mundo.
Desde que Sora decidiu que eu era o salvador da Árvore do Mundo, os Elfos e a Casa Shadowgarden juraram lealdade a mim. Mesmo que isso significasse dividir o poder da Árvore do Mundo ao meio, para plantar uma parte dela no recém-criado Reino de Valter.
Com a segunda Árvore do Mundo no centro, o Reino de Valter não enfrentaria os problemas de instabilidade que outros Reinos de Pesadelos poderiam ter. Mesmo sem o auxílio do meu sangue como catalisador, o Reino de Valter poderia facilmente durar milhares de anos sem precisar de manutenção.
No entanto, a Árvore do Mundo não era a única coisa especial na Casa de Valter.
Situada no topo da copa das árvores, no espaço entre a Árvore do Mundo e a Lua Sangrenta, havia um castelo flutuante. Fácil de cinco ou seis vezes maior que qualquer residência do mundo real, essa mansão palaciana dominava todo o Reino de Pesadelos como um imperador.
Pilares ornamentados de ouro sustentavam o vasto teto de mármore, e ao entrar na galeria principal, parecia que se havia passado para um jogo de vídeo que retratava um antigo panteão de deuses. Mármore de ónix decorava o térreo do castelo, enquanto numerosos murais representando estrelas e árvores adornavam toda a estrutura.
Podia sentir a influência das duas Casas que construíram o Reino de Valter. Embora houvesse marcas de magia dimensional incorporadas em cada tijolo do palácio, também percebia sinais da influência da Casa Shadowgarden, com a flora abundante e a energia natural escondida nas paredes.
Mas isso era só o começo.
Com mais de cem aposentos, o castelo flutuante tinha espaço de sobra para minha pequena família de sete pessoas. Meus pais morariam em uma das muitas câmaras do palácio, cuidadosamente planejadas para não atrapalhar seu dia a dia.
Enquanto isso, minhas quatro amadas tinham seus quartos especialmente projetados.
O quarto da Irina ficava num porão frio, do tamanho de um bunker subterrâneo. Como uma garota que não gostava muito do Sol, podia-se dizer que um porão era o melhor cômodo para a Deusa do Inverno. Além disso, a Casa Everwinter se empenhou bastante em criar elementos mágicos de inverno para sua antiga herdeira, sacrificando até coleções valiosas para fortalecer seu aposento.
Lilith, como uma das criadoras do Reino de Valter, não poupou esforços na sua própria suíte. Com uma biblioteca, uma sala de pesquisa, um laboratório e outros artefatos que a ajudassem a evoluir como teórica, ela tinha tudo o que precisava. Quanto ao seu quarto próprio… Digamos que ela deu uma pitada de seus gostos pessoais ali. Tanto que eu fiquei tentado a interromper minha visita e ficar com ela por uma ou duas horas.
O quarto da Ysabelle era um pouco menos chamativo. Como uma artista marcial pura, ela não precisava de tanta ostentação. Seus pedidos focavam mais na sala de treinamento, onde podia praticar seus golpes de espada éclimas de esforço o máximo que pudesse.
Ao mesmo tempo, como a Casa Blackburn havia fornecido a maior parte do pessoal para o Reino de Valter, ela não queria que seu quarto fosse completamente diferente do espaço de suas subordinadas.
O quarto da Rosa, por sua vez, tinha um projeto mais único. Ao contrário do palaciano, a Deusa de cabelo verde decidiu transformar uma árvore em seu lar. Era semelhante ao esconderijo que ela nos levou na Floresta dos Elfos, com infraestrutura élfica visível por toda parte.
Rosa ainda acrescentou alguns de seus gostos mais… maduros em relação ao BDSM na arquitetura élfica, mas isso fica para outra hora.
E, por fim, o melhor para o final…
Meu próprio quarto.
Na verdade, meu cômodo não foi feito só para mim. Era bem evidente, pelo enorme leito que caberia facilmente dez pessoas. Mas, ao sair da cama, meus aposentos pessoais tinham uma variedade de comodidades dignas de um rei. Meu centro de treinamento, uma instalação de pesquisa, uma sala de controle para monitorar todo o Reino de Valter… A lista era interminável.
Além disso, por ser o local central do Reino de Pesadelos, meu cômodo tinha a maior concentração de energia mágica da dimensão. Embora eu não precisasse da magia extra, o ar fresco e a atmosfera libertadora faziam maravilhas para melhorar meu humor.
E, ao chegarmos à última etapa do tour, nossa turma chegou à sala principal do Palácio de Valter.
Lá, aguardavam cinco tronos principais.
Formados em meio círculo, cada um tinha um charme único. O primeiro era feito de gelo e neve pura. Criado com uma substância mágica que nunca derretia, o trono era tão exímio quanto majestoso. O próximo era um assento escavado de rocha astral pura.
Na cadeira luminosa, gravada com o poder da Lua — um poder de outro mundo que poucos conseguiam replicar, mesmo entre os bem estudados da Casa Moonreaver.
Os dois tronos seguintes eram igualmente majestosos. Um era de rocha vulcânica negra embutida com pedras preciosas, decorado com uma chama de obsidiana que parecia eterna. Tinha também um brilho misterioso que inspirava medo em quem ousasse encará-lo de frente.
O quarto trono parecia mais simples, mas seu interior era tudo, menos discreto. Uma cadeira feita de trepadeiras e raízes, abençoada com energia natural e elemental, destacava-se entre os demais. Mesmo sem uma presença opressora, o próprio trono era deslumbrante — uma beleza capaz de hipnotizar quem olhasse por muito tempo, levando-os a um sonho de onde talvez nunca retornassem.
E, finalmente…
"Jin, pode assumir seu lugar no seu trono."
"Lilith… Você saiu do roteiro total para isso."
"Claro que sim!" Minha companheira de sangue sorriu, exibindo seus dentes brancos. "Este será o assento do Progenitor, o auge do mundo. Não podemos economizar no design, né?"
"…"
Suspirei e me entreguei ao meu destino. Sabia que minha vida mudaria desde que me tornei um Progenitor, mas ver meu trono de perto… Meu interior estava pronto para abandonar minha antiga condição de humano. Não sou mais Jin Valter, o humano pobre, aleijado.
Mas Jin Valter, o Progenitor dos Vampiros e novo soberano do mundo.
Aproximei-me do meu trono e acariciei cuidadosamente a costura. Decorado em branco, dourado e vermelho, o assento tinha o formato de um rei. Com cores reais que eram ao mesmo tempo impressionantes e majestosas, a almofada branca convidava a sentar-se nela para sempre. E, logo atrás, pude ver a Lua Sangrenta artificial brilhando lá fora.
Fazia tempo que não via a Lua Sangrenta.
Sorrindo, não pude deixar de refletir sobre minha jornada até este trono. O que ele simboliza agora e o que representará no futuro.
Mas… não poderia ter chegado até aqui sem minhas amadas preciosas.
Não, não devo delayar mais.
"Irina, Lilith, Ysabelle, Rosa… Meninas, sei que demorou, mas agora que estamos finalmente aqui, posso dizer com toda certeza isto."
Meus olhos ficaram vermelhos enquanto encarava as quatro, que tremeram sob meu olhar. Estávamos ligados na alma e no sangue. Assim, elas podiam perceber minhas emoções e intuições. Irina, a única que realmente sabia o que eu ia dizer, sorriu com ternura, com admiração pura.
Quanto às outras três, me olhavam com expectativa, com os dedos entrelaçados em oração e seus corpos naturalmente inclinados em minha direção.
"Vamos nos casar."