
Capítulo 306
Do Nada a VIP: O Ferreiro das Dimensões
A Prêmio Mundial era um evento de grande escala na sociedade de super-humanos. Por mais que cada país tivesse seus super-humanos poderosos... Talvez até mais do que isso, artefatos influenciavam o poder nacional, e ao contrário dos super-humanos, eles resistiam através das gerações, exercendo seu poder de forma constante. Portanto, garantir artefatos de qualidade era importante para cada país.
Por isso, Lee Manwoo era reverenciado por seu nome grandioso, o Grande Chefe, e havia super-humanos que eram prestigiosos mais pelos artefatos que possuíam do que pelo próprio nome.
"A atmosfera está meio sangrenta."
"Isso porque, se formos atacados agora, o orgulho da humanidade vai despencar."
O Prêmio Mundial era realizado no Teatro Royal William, no bairro de South Kensington, Londres. Originalmente, a cerimônia seria na Hyde Park, mas o local foi mudado de última hora, pois havia alto risco de uma invasão a céu aberto. Super-humanos de várias partes do mundo viajavam até lá para assistir à competição e defender o orgulho da humanidade.
Claro, o número de pessoas era estritamente controlado e, além dos participantes; apenas os super-humanos mais ferozes aprovados na triagem poderiam permanecer. Os melhores da humanidade estavam reunidos ali. Com apenas trinta minutos para o início da disputa, uma tensão estranha pairava dentro do teatro.
"A propósito, como está o professor?"
"Esse cara... que eu vejo desde aquela época, é o ex-Grande Chefe."
Kang Shin-hyuk admirou como eles podiam falar tão abertamente. No entanto, Lee Na-hee ainda não se animara.
"Então, qual é o artefato de maior nível que o vovô fez?"
"Aquele que está sendo carregado nas costas do subordinado é ousado."
Nesta competição, Lee Na-hee afirmou com confiança que tinha criado um acessório ela mesma, capaz de chegar à rodada final do torneio. Kang Shin-hyuk ignorou a discussão inútil entre elas e virou-se para Eleanor, que permanecia imóvel atrás dele. Ela segurava uma pequena lança numa mão, fiel ao seu papel de acompanhante de Kang Shin-hyuk. O Inferno pairava acima dela, aliviando o clima sério que ela projetava.
"Eli, isso também é uma construção mágica, né?"
"Ouvi dizer que sim. Não conheço em detalhes..."
"Hum, já chega. Aprendi bastante sobre o estilo de arquitetura britânico nos últimos dias."
Afinal, eles estavam hospedados no palácio. Por mais complexa que fosse a estrutura, com alguns dias de exploração com seu poder espiritual, era possível compreendê-la. Claro, ele viu que não havia nada além das instalações experimentais relacionadas ao Quiral.
"Tem tropas escondidas em um espaço secreto."
"Sério? Igual ao Big Ben?"
"Sim."
Kang Shin-hyuk sorriu ao perceber a presença de tropas escondidas no espaço secreto do teatro. No Palácio de Buckingham, por mais que procurasse, não conseguiu encontrá-la, mas ela estivera ali. Ele virou-se para Eleanor com um sorriso amargo ao perceber sua respiração tensa.
"Quem foi que mudou o local do concurso?"
"...Príncipe William."
Por mais forte que fosse a influência de Wilford, parecia que ainda cabia à rainha ou ao príncipe herdeiro o papel de sediar esses eventos oficiais. Wilford usou isso como isca, mas não tinha interesse no Prêmio Mundial em si, para não interferir bastante. Será que William ainda tinha um pouco de autoconsciência e discernimento...
'Mas se eu soltar isso aqui, o que farei depois? Ah, sim, é isso mesmo?'
A conclusão veio rapidamente. Em outras palavras, deixaria tudo nas mãos de Kang Shin-hyuk.
'Haha. No reino da realeza, rei é rei.'
Kang Shin-hyuk riu ao recordar a imagem do príncipe William, que era tão silencioso quanto uma ponte nova diante de Wilford. Depois, ele teria que perguntar diretamente a ele... Kang Shin-hyuk pegou seu telefone e fez uma ligação. Ele chamava Claire, sua amada, que aguardava seu retorno na Coreia neste exato momento.
[Alô?]
"Acho que preciso mudar um pouco o meu plano. A análise está concluída?"
Ele tinha enviado ao Claire a amostra de Quiral que havia conseguido em cooperação com Wilford, usando a função de presente do Universo dos Heróis, para analisar.
[Sim... Ainda não sei a origem exata. Quanto à sua capacidade infecciosa, mais ou menos. Não será fácil voltar com a habilidade de um humano agora. Não sei se mais alguém resistiria como você...]
"E a sua habilidade?"
[Claro que é possível.]
"Claire é a melhor."
[Me elogie mais, veja como sobe o meu nariz.]
Kang Shin-hyuk continuou a elogiá-la, mas então um olhar veio de lado. O olhar impassível de Eleanor lhe causou um certo nervosismo, então ele deixou de brincadeira e foi direto ao ponto.
"Então, Claire, pode vir aqui? Pra mim."
[Vamos!]
"Tudo bem, então, olhe um pouco depois."
[Sim, quero te ver logo. Te amo.♥]
"Eu também te amo."
Desligando o telefone, Lee Na-hee o encarou de forma fria, enquanto Eleanor voltava da batalha com o avô dela.
"Precisa agir com tanta melosidade na frente de todo mundo?"
"Foi uma reunião operacional. Além disso, a Claire está passando por momentos difíceis ultimamente."
"Que mulher patética..."
Na verdade, não lhe incomodava que Claire dependesse mais dele. Nos primeiros dias de namoro, ele tinha medo de que ela fosse excessivamente dependente, então agora era hora de equilibrar as coisas. Pensando assim, Lee Na-hee fez bico e gritou com ele.
"Ah, eu também quero namorado! Um namorado igual ao Kang Shin-hyuk ou ao Shin Eun-hyuk ou ao Puppeteer!"
"Não fale tão alto, besta!"
"É mesmo?"
Kang Shin-hyuk fingiu que não viu Lee Na-hee e virou a cabeça para o lado, mas Eleanor o chamou.
"Quem é aquele entre os tropas secretas?"
"Sua irmã."
"...Sério?"
"Sim. Ela está bem."
"Graças a Deus... Obrigada."
"Não, por quê?"
Eleanor o abraçou, aliviada, mas Lee Na-hee foi rápida ao empurrá-la às caladas. Kang Shin-hyuk recuou de ambas.
"Acho que vou pedir ajuda ao príncipe William. E vou expor o Wilford... Você deve estar pensando assim."
"Na verdade, ele não foi completamente lavado do cérebro."
"Bem, é quase impossível fazer uma pessoa ser totalmente subjugada. Não seria difícil montar uma armadilha se ela ainda tivesse alguma vontade própria."
Além disso, o comportamento de Wilford era impecável desde o começo. Mesmo que ele tivesse sido lavado, será que conseguiria controlar seus alvos propriamente? No começo, duvidou se Wilford induzira deliberadamente essa situação, mas, nesse caso, ele não teria se aproximado de Shin-hyuk desse jeito.
"Então, qual é o seu plano? Por enquanto, fingiu cooperar e entrou."
Inicialmente, esse foi seu pensamento. Mas, analisando com calma os últimos dias de experiência...
"Bem, já descobri tudo que posso sobre Wilford, e talvez não haja mais nada a extrair dele..."
Para ser preciso, o que exatamente era... Wilford carregava uma atmosfera estranha. Conhecia o Quiral, mas não tinha certeza de sua origem ou do porquê de ter recebido esse nome em primeiro lugar. Mesmo na instalação experimental que Kang Shin-hyuk analisou cuidadosamente, nada parecia estar acontecendo.
Wilford andava ocupado, obtendo Quiral e aumentando sua eficiência de absorção, mas não fazia nada além de atrair Kang Shin-hyuk (pelo menos, até onde ele sabia).
'É uma sensação de que quanto mais ativo ele for, mais relaxado fica...'
E havia também o portal que mantinha o fornecimento de Quiral. O portal tinha uma classificação absurda de rank SSS, com alta densidade de mana interna. Se Kang Shin-hyuk não entrasse nele, ele ficaria fora de controle. Ele podia administrar um desses portais, mas sua organização não funcionava direito. Só poderia chegar à conclusão.
Era que Wilford, que mal criava Quiral com o apoio de Jormungand, tinha sido desconectado deles por alguma coisa.
'E o que está acontecendo... mesmo sem perguntar, já dá pra perceber.'
Talvez Janus achasse que, se Jormungand deixasse a Terra ser devastada mais do que isso, o equilíbrio poderia ficar desequilibrado? Então, esse projeto que estavam implementando foi descartado... Ah!
"Os pais da Eunah."
"Hã?"
"Os mestres de Zeus. Eles estavam trabalhando em um projeto de super-humanos."
"Com certeza... É com Quiral?"
"Sim, há altas chances de que estivessem colaborando. Além disso, deve ter sido resultado da absorção de Quiral, esses magos."
Também certamente tinham ligação com Jormungand. Contudo, morreram no meio de uma grande explosão... E se isso não fosse vontade deles? E se Jormungand simplesmente tivesse acabado com humanos inúteis? Nesse caso, Wilford, que tinha parceria com eles, não teria ficado sozinho.
Ele primeiro o encontrou achando que tinha pegado o cauda da serpente, mas acabou sendo a cauda de um lagarto que já tinha sido cortada e abandonada.
"Não, mas..."
Kang Shin-hyuk lembrou-se do rosto e dos pensamentos de Janus. Então, por que Jormungand, ou Janus, não lidaram com Wilford ao mesmo tempo? Poderiam ter resolvido isso quando atacaram a Inglaterra. Que sentido teria deixar Wilford por aí... além dele próprio? Só de imaginar, dava vontade de vomitar, e Kang Shin-hyuk não aguentou mais, fechou os olhos e apertou os dentes.
"Você se sente mal...?"
"Não."
Kang Shin-hyuk empurrou Lee Na-hee para o lado e bebeu a água que Eleanor lhe ofereceu. A turbulência dentro dele diminuiu, ainda que um pouco.
"Obrigado, Eli."
"Sim, isso mesmo."
"Aaaah!"
No entanto, Lee Na-hee, de repente, riu de Eleanor, que pegara a garrafa d’água com um sorriso tímido.
"Eli, seu beijo indireto!"
"Quem é você para isso?!"
"É bem relaxado."
Quando a tensão desapareceu completamente, uma voz fria falou de trás. Ao olhar para trás, havia uma bela loira magra, que ficava atrás de Kang Shin-hyuk. Ela parecia vagamente familiar, mas antes que ele pudesse identificar, Lee Na-hee gritou novamente.
"Ebiger Hammer!"
"O quê?"
"Sabe, as crianças alemãs que ganharam ouro no ano passado. Não vejo o menino, então acho que você trocou de parceiro."
"Ah."
"Isso...!"
Kang Shin-hyuk acenou concordando.
"Não importa se você é a número 1 ou não, desta vez, nosso desempenho vai ser ainda melhor!"
"Ah... sim, o que você espera?"
"Só agora dá para se arriscar assim!"
"Ah, sim."
A mulher provocou, mas ele sequer deu atenção. Agora, com o problema do Jormungand e do Quiral, não tinha como se importar com essa loira.
Por estar tão desinteressado, Kang Shin-hyuk nem percebeu, até o final, que ela tinha falado com ele em coreano, com um sotaque especial.