
Capítulo 79
Poder das Runas
Observação: Desculpe pelo atraso na publicação do capítulo hoje 😭 Estou enviando apenas um capítulo por enquanto, mas ele tem cerca de 4 mil palavras—então, pense nele como se fosse dois capítulos juntos! Poderia ter dividido em dois de 2 mil, mas achei que lançar tudo de uma vez, de forma mais longa, ficaria melhor.
Mais uma vez, desculpe pela demora—normalmente tento postar assim que termino de escrever. Se quiser ficar por dentro das novidades, sinta-se à vontade para entrar no Discord! As pessoas lá frequentemente perguntam quando sai o próximo capítulo, e eu normalmente compartilho um prazo aproximado de acordo com minha agenda. Espero que goste desta porção reforçada! 🙌
***
Há poucos momentos atrás...
"VOCÊS SUJOS, INSECTOS!!!"
O rugido de Zerak sacudiu o salão como um trovão cortando o céu. Diferente de Miraak, cuja força residia no combate à distância, Zerak era uma parede de músculos e destruição bruta, nato para dominar o combate corpo a corpo.
Juntos, eram um pesadelo: um devastando de longe, enquanto o outro quebrava ossos cara a cara. Sua sinergia era uma tempestade que ninguém tinha suportado antes.
Mas agora—
Foi um erro.
Zerak pensou, raiva e arrependimento fervendo no peito. Ver seu irmão machucado despertou uma fúria do mais profundo—uma raiva artificial.
Não devíamos ter subestimado esses filhotes humanos.
Sua arrogância foi o erro. Por causa disso, se separaram para lutar sozinhos. Mas agora, com Miraak ferido, algo mais profundo despertou dentro dele.
"DEIXE-ME MOSTRAR O QUE É O DESPERAR, INSECTOS INÚTEIS!!!"
Sua voz retumbou como montanha desmoronando. No instante seguinte, uma aura vermelho-escura emergiu dele, explodindo em uma onda de choque demoníaco que rachou o próprio ar.
Seus músculos aumentaram sutilmente, a pele pulsando com veias brilhando em vermelho, como metal derretido correndo sob a carne.
E então—ele desapareceu.
Sem um som, reapareceu perto de Ray e socou direto na cara dele. O golpe foi tão devastador, tão cheio de força bruta, que se tivesse acertado limpo, a cabeça de Ray teria se transformado em uma névoa de sangue.
Mas por puro instinto, Ray interceptou o soco com sua espada. A força passou pela espada e invadiu o corpo de Ray como um tsunami.
Se fosse qualquer espada comum, teria se despedaçado em cacos—e Ray teria morrido.
Mas, claramente, não era uma espada comum.
{COM PERMISSA, INSECTO, COMO VOCÊ ousa ME BATER?}
A voz de Aetheris rugiu na mente de Ray, mas até ela, irritada, foi eclipsada pela dor que se desdobrava pelos nervos de Ray. Ele foi jogado como uma marioneta de trapo, rolando pelo piso rachado.
Tiles se partiram sob ele, o chão se abriu com a velocidade brutal de sua queda, mas Zerak não parou.
Seu momentum nunca vacilou. Ele desapareceu novamente—e antes que alguém pudesse rastrear seus movimentos—
Transformou-se em uma linha de luz preta e vermelha, reaparecendo bem na frente de Irvin, com garras estendidas, brilhando com energia demoníaca que pulsava como uma névoa espessa.
Ao ver as garras apontando para sua cabeça, a mente de Irvin ficou vazia. Por mais que reunisse coragem, ainda era apenas um garoto. Como alguém poderia esperar que ele permanecesse firme diante da morte?
"Sai da frente, idiota!"
A voz de Ethan cortou o ar de longe, suas adagas já girando com energia sombria, mas o espaço entre eles ainda era grande demais.
Justo quando as garras alcançaram a cabeça de Irvin, uma lâmina brilhando com energia prateada desviou-as—apenas ligeiramente—das suficiente para que escapassem por pouco.
(Obs.: Se eu cometer algum erro quanto à cor da Lua ou da energia lunar, me avise, porque esqueci qual cor tinha decidido inicialmente.)
Elysia entrou na batalha, sua mão segurando a gola de Irvin enquanto ela o arrastava para longe de Zerak com toda força que tinha.
Não consigo ler os pensamentos de ninguém aqui...
Pensou Elysia, com uma expressão grave. Ela percebeu o que isso significava. Mesmo tendo o poder de ler mentes, também costumava usar essa habilidade para avaliar o nível de poder dos outros.
Sou a mais fraca aqui.
Seus lábios se comprimiram, os dedos tremendo discretamente na lâmina. Mas seu olhar pulou para Ash. Ver ele lutando acendeu uma chama no peito dela.
E daí? Vamos lá.
Os olhos de Zerak fixaram nela. Sua cabeça se inclinou, movimentos lentos e deliberados, como um predador interessado em uma nova presa.
O ataque que ela desviou só pode ser chamado de sorte. Mesmo ela sabia que não conseguiu desviar completamente—apenas o deslocou um pouco para salvar Irvin.
Irvin começou a sair de seu choque lentamente.
"Eu... eu... sobrevivi," sussurrou, olhos arregalados, punhos cerrados.
Ao mesmo tempo, Ethan apareceu ao lado de Zerak, cujo olhar ainda estava fixo em Elysia—quem tinha interferido no ataque dele.
Suas adagas estavam envoltas em chamas de sombra e escuridão, lançando um brilho sinistro pelo chão rachado.
Este não era um ataque qualquer—era sua técnica mais forte.
"ATAQUES FLAMEJANTES CONTÍNUOS!!"
As adagas dançaram como vaga-lumes em uma tempestade, cada movimento um borrão, cada golpe com precisão letal. Sombras surgiam a cada impacto, enquanto ele cortava repetidamente.
Mas Zerak nem sequer olhou para Ethan. Seja por ter percebido, seja por ignorar—ele não reagiu.
Os golpes das adagas acertaram Zerak por todo o corpo. Chamas negras e sombras lambiam sua pele. Mas, quando o movimento terminou—não havia nem um arranhão.
Zerak permaneceu ileso.
Como é isso possível...?
Essa foi a única ideia na cabeça de Ethan. Mesmo Ray conseguiu fazer Zerak sangrar. Mas o ataque de Ethan—o seu mais forte—não produziu efeito algum.
Será que... eu sou pior do que o Ray...?
Ele ficou chocado. Mas além disso, sentiu algo mais profundo—um medo cru.
Medo de um monstro que não pode ser ferido.
Zerak literalmente ignorou Ethan e se dirigiu em direção a Elysia.
Falou com uma voz profunda, carregada de raiva.
"Ei, sua vagem de inseto." (Obs.: Haha, lol.)
"Sabe, tenho uma memória ótima. Mesmo eu sendo só um bruta de combate corpo a corpo e não usando minha cabeça como meu irmão, eu reconheço rostos."
Sua voz caiu, veneno denso em cada sílaba.
"E eu lembro—você não foi uma das que ficaram acordadas depois que meu irmão lançou a Maldição do Sono."
Suor escorreu pela testa de Elysia. Sua respiração desacelerou. O ar ao redor dela se estreitou, como se a própria realidade estivesse encolhendo sob a intenção assassina de Zerak.
Será que... estou com medo?
Ela não tinha a resposta. Quando avançou, foi na esperança de ajudar—aliviando o peso dos ombros de Ash. Não achava que seria fácil, mas isso... era algo diferente.
Não é nada fácil mesmo.
Ela mordeu o lábio até sangrar. As mãos tremiam. Mas seus olhos—seus olhos procuraram novamente por Ash, que ainda lutava contra o outro demônio.
Mas ainda assim... Como posso me afastar agora? Ele ainda está lutando lá... e ele continuaria mesmo que eu não tivesse a habilidade de Leitura de Mentes? Se eu não tivesse descoberto a verdade...
Se ela não tivesse adivinhado a identidade de Ash—ele ainda estaria lutando, sozinho. Esse pensamento a encheu de tristeza e raiva.
Essa raiva apagou seu medo.
Ela respirou fundo e encarou Zerak novamente—apenas para congelar ao vê-lo seguir seu olhar... e então olhar para Ash.
"Parece que você estava junto daquele INSECTO FDP, que está lutando com meu irmão," Zerak cuspiu, com voz venenosa.
"Então, ele não vai sentir a mesma dor se eu fizer o mesmo com você?"
Mas Elysia apenas ficou olhando de volta, em silêncio.
"Está me ignorando? EU?!"
"HAHAHAHA!"
Ele riu—mas no instante seguinte, a lâmina de Elysia brilhou para frente. Um arco prateado de mana lunar atravessou o ar, seguido de mais cortes.
CORTE
CORTE
CORTE
CORTE
Cada ataque atingiu o corpo de Zerak—porém, apenas uma fina linha vermelha apareceu, e até mesmo ela parecia uma concessão feita pela própria Energia da Lua.
"Hehe." Uma risada leve escapou de seus lábios.
Com um movimento lento e zombeteiro, ele balançou a mão na direção de Elysia. Seu movimento era lento—como se quisesse que ela contra-atacasse. Queria que ela sentisse medo, Desespero.
Ela sabia—de algum jeito—que se tentasse desviar, ainda seria atingida. Então, ao invés disso, reforçou seu corpo, inundando seus membros e a lâmina com toda mana que conseguiu reunir, preparando-se para o impacto.
Mas então—
Antes que o golpe alcançasse, Irvin apareceu na frente dela.
Ele se lançou entre eles, corpo protegido por pedra e metal conjurados de sua afinidade com a Terra. Mas a mão de Zerak de repente ganhou velocidade, batendo com força terrível.
Irvin foi lançado como uma bala de canhão, sangue jorrando de seus lábios.
Ethan também interferiu, trancando as pernas de Zerak em sombras. Zerak as quebrou facilmente, mas seu momentum quebrou por um instante.
Mesmo assim—the ataque atingiu a lâmina de Elysia.
A lâmina em sua mão quebrou ao meio.
O impacto a lançou ao ar como uma boneca, sangue saindo do nariz, ouvidos, boca—os ossos trincando sob a força—antes de ela ser jogada pelo salão como destroços.
Ethan apareceu atrás de Zerak, com suas adagas lançadas em direção ao pescoço dele. Mesmo em desespero—suas lâminas não pararam.
Mas uma única palmada na cara o fez voar também.
Zerak olhou ao redor lentamente, suas respirações pesadas e aceleradas após o silêncio que se seguiu. Cada pessoa que ousou enfrentá-lo agora jazia no chão.
Seus corpos estavam imóveis, gemendo de dor ou inconscientes.
Ainda havia um ou dois estudantes de pé, mas estavam enraizados no lugar, com medo até de mover um dedo. O medo os transformou em estátuas.
Ele voltou sua atenção para Elysia, pronto para avançar.
Mas antes que pudesse dar um passo, uma voz soou atrás dele.
"Para onde... você está indo... Demônio?"
As palavras foram baixas e tensas, mas algo nelas mandou um arrepio pela espinha de Zerak. Ele parou de andar e virou-se na direção da fonte.
O que ele viu não era o que esperava.
Um rapaz estava no meio dos destroços. Seu corpo, que há pouco tempo estava ensanguentado e destruído, agora estava completamente curado.
Em uma mão, ele segurava uma garrafa de félica vazia, e na outra, uma espada com uma lâmina preta e verde.
As bordas da arma brilhavam com um brilho tênue, como se algo antigo estivesse despertando lentamente dentro dela.
Inseto dourado
Havia algo anormal nele agora. Seu corpo estava cercado por uma aura estranha que pulsava em ondas lentas e pesadas, quase como um batimento cardíaco feito de energia. Seus olhos não eram afiados nem focados.
Eram nublados, distantes, como se neblina tivesse se assentado sobre eles. Ainda assim, eles fixaram o olhar em Zerak.
O sorriso cruel de Zerak se curvou enquanto observava Ray liberar seu poder incomum. Ele podia senti-lo—a descarga bruta de energia, caótica e indomada, uma força que ameaçava reformular este mundo.
Esse era o motivo certo para vir aqui e acabar com ele, pensou Zerak, uma satisfação sombria se espalhando por ele.
Tal poder, ainda indo na sua infância, mas que crescerá. E quando crescer...
Seus olhos se estreitaram, assistindo a energia de Ray se espalhar pelo ar como uma tempestade selvagem, uma força imprevisível que poderia, eventualmente, se tornar um obstáculo ao seu rei, o Rei Demônio.
Por isso, ele precisa ser destruído. Antes que se torne mais forte.
Esse pensamento ficou gravado em sua mente, frio e definitivo. A força de Ray ainda é fraca, mas não ficará assim para sempre.
Ele já podia sentir o potencial—ainda perigoso, irresistível.
A perspectiva de controlá-lo, de absorvê-lo… isso o excitava. Mas, uma parte de Zerak sabia que esse poder, se deixado livre, se tornaria uma ameaça.
Uma ameaça real.
Uma que um dia pode rivalizar a majestosa escuridão de seu senhor.
Não. Isso nunca acontecerá. Enquanto eu estiver no caminho dele.
Na mente de Ray, a espada deu um sussurro de decepção, quase como uma cobrança silenciosa.
{Tsk... esses garotos de hoje são realmente fracos. Perdeu o controle das emoções na reta final.}
{Mas esse... poder que ele está usando... será que ele está sobrecarregando seu núcleo com mana só para obter um aumento temporário de força? Isso é um movimento suicida. Você precisa de controle perfeito para fazer isso sem despedaçar seu núcleo. Como ele consegue fazer isso se a mente dele nem está estável agora?}
A espada continuou a murmurar, meio julgando, meio intrigada, observando o garoto enfrentar um demônio com controle rachado e uma vontade ardente.
Ray ativou o Overclock.
**
[Skill: Overclock]
- Aumenta temporariamente todas as estatísticas em 90% por 5 minutos. Após esse período, o corpo sofrerá uma reação, e o usuário ficará inconsciente por uma semana.
**
Hmm... ele está mais forte do que antes, mas... ainda fraco.
Zerak pensou, notando a mudança nele.
Mesmo com toda a energia fluindo pelo corpo, Ray permanecia silencioso. Seu corpo tremia com a explosão de poder bruto correndo em suas veias, mas isso não durou muito.
Ele se moveu para frente, mais rápido do que o olho podia acompanhar.
Quando reapareceu, estava bem na frente de Zerak, com a lâmina já levantada.
[Lâmina de Aura: Espaço]
Assim que Ray balançou, o espaço ao redor da espada se deformou e torceu. Como espelhos se partindo, seu movimento único se dividiu em dezenas mais.
Um ataque virou cinco. Cinco virou vinte. E todos eles convergiram ao mesmo tempo, sobrepostos, mirando direto no peito de Zerak.
Não era mais uma luta de espada.
Era como se o próprio espaço estivesse atacando.
Zerak reagiu instantaneamente, seus instintos gritando, cruzando os braços para bloquear o ataque, como antes. Seus músculos se tencionaram. Sua aura aumentou.
Mas ele se esqueceu de uma coisa importante.
Anteriormente, a lâmina de Ray tinha feito um corte profundo em seus antebraços—E agora, cada golpe sobreposto tinha como alvo direto aquela antiga ferida. A primeira rasgou de novo, reabrindo a ferida. A segunda a alargou. A terceira cavou mais fundo.
Os demais nem deram tempo para ele piscar.
Os ataques não eram apenas rápidos—eram implacáveis.
A carne se abriu. Sangue saiu em curtos jatos.
Os braços do demônio, antes fortes o suficiente para bloquear feitiços e aço, agora pareciam rasgados, machucados, cobertos de arranhões que ficavam piores a cada segundo.
Zerak grunhiu, recuando cambaleando. Seus braços tremeram enquanto tentava mantê-los levantados, mas a dor o tornou rígido e descompassado. Sua expressão se torceu—não de medo, mas de algo bem próximo à incredulidade.
Este garoto o machucou. De novo.
E desta vez, não foi por sorte.
Foi por habilidade.
Apertei firmemente a empunhadura da espada na minha mão enquanto pulsava mais uma vez. Meus olhos—ainda turvos pelo efeito da loucura na cabeça—fixaram-se no adversário.
Não havia mais emoção em seu rosto.
Apenas a frieza de alguém que age por puro instinto, movido pelo ódio em si para matar o inimigo,
{Obs.: Não acha que o Ray fica mais útil depois de perder as emoções? Acho que sim. Acho que ele vai ficar tipo Zenitsu assim, kkk}
A espada preta e verdezenta zumbia quietamente em sua mão, analisando tudo o que Ray fazia.
O corpo de Ray se adaptava em tempo real. Seu estilo de luta ficou mais rápido, preciso e eficiente.
Seus instintos ficaram mais aguçados, efeito de sua habilidade— Crescimento Ilimitado.
Isso permitia que ele evoluísse sob pressão, exigindo crescimento diante de odds esmagadoras.
{O que — nos céus esquecidos — é esse garoto? Sua forma há pouco tempo? Não deveria ser possível sem anos de combate. Ainda assim, conseguiu no meio do movimento. Hmm... impressionante. Talvez eu finalmente tenha achado um mestre digno de usar. Embora... suas emoções ainda estejam uma bagunça.}
Porém, Ray não parou.
A espada de Ray se movede novamente, como se tivesse vida própria.
[Corte do Vácuo]
Com um estalo súbito no ar, o ataque rasgou o espaço, indo em direção a Zerak.
Por um instante, Zerak parecia surpreso, mas rapidamente se esquivou, escapando por pouco.
Ainda assim,
Ray não recuou.
Ele apenas lutou, cada golpe impulsionado pela força que percorria seu corpo.
A batalha continuou assim—caótica, imprevisível.
Às vezes, Ray era quem se machucava, seu corpo suportando o peso da luta.
Outras vezes, Zerak se via acuado, lutando para acompanhar o ataque incessante.
Parecia um vai-e-volta sem fim, ambos presos a um ritmo mortal.
Mas quem observava podia ver claramente: o corpo de Ray enfraquecia, sua energia drenando aos poucos.
Ele se recuperou há uma semana do dano causado por seu núcleo, mas pouco tempo passou e ele já estava pressionando novamente.
Ainda assim, seguia em frente.
Cada golpe que lançava parecia mais lento que o anterior, mas ele insistia.
Mais uma cortada, mais uma ferida.
Mas por mais que lutasse, isso não mudava o fato de seu corpo estar cedendo.
O poder de sua habilidade já tinha acabado, antes mesmo do tempo total, como se fosse uma forma de protegê-lo de despedaçar seu núcleo.
Ray cambaleou, sua visão turva. As pernas o deixaram, e no instante seguinte, ele desabou no chão frio.
{O quê? HEY, Acorda, pirralho! Um espadachim não perde a consciência no meio da luta! ACORDA!
Aetheris rugiu na sua mente, cheio de urgência e frustração.
***
[Ponto de vista de Elysia]
Elysia caiu no chão, o mundo girando em fragmentos irregulares ao seu redor.
Sua cabeça parecia um espelho quebrado, cada lasca de dor refletindo a dura verdade de sua fraqueza.
Sangue escorria entre seus dedos, viscoso e quente, manchando a terra abaixo dela.
Dói, mas não tanto quanto morrer.
Pensou ela, depreciativamente.
Mas não era a dor que a consumia—era a impotência, o peso sufocante e esmagador de saber que falhou.
Sou tão fraca.
Mesmo após horas de treino, ela ainda era fraca. Isso nunca a tinha atingido tão forte antes, porque sempre acreditara que, com mais prática, ficaria mais forte.
Mas ao descobrir sobre Ash, ela pensou: Que diabos eu vinha fazendo até agora? Antes, achava que ele só treinava demais, sem entender a razão mais profunda por trás disso.
Seria o desespero e a impotência o que a fazia treinar tão duro..?
Sua visão turvou enquanto uma náusea se formava no estômago, escurecendo seu mundo.
Ela piscou, tentando forçar-se a focar novamente, mas as bordas da visão tremiam como luz de vela piscando.
A batalha ao redor dela continuava, mas em sua mente, tudo parecia distante, abafado—como assistir a um pesadelo de outra pessoa através de uma janela.
"Se recomponha," ela sussurrou, mas sua voz era tão fraca, tão quebrada, que nem ela mesma acreditava nela.
Elysia buscou a poção de cura do anel de espaço dela, os dedos tremendo, e desembuchou a garrafa com mãos trêmulas.
Levantou-a aos lábios, o líquido queimando ao descer pela garganta, frio, quase sufocante na intensidade.
Um pulso de energia floresceu dentro dela, espalhando calor pela carne ainda ferida.
Sentiu os efeitos da poção se assentarem nas veias, como uma maré suave que tenta reverter o fluxo de feridas, mas ainda era insuficiente.
O peito dela se apertou, e uma respiração trêmula saiu dos lábios enquanto ela se apoiava na rocha áspera atrás de si.
Fechou os olhos por um momento, a cabeça pesada, cada movimento como atravessar uma névoa espessa.
Este não é o momento de descansar. Se eu não for forte o suficiente para ajudar diretamente, devo ajudar indiretamente.
Não posso me deixar cair aqui.
Quando tudo está em jogo.
Elysia abriu os olhos, forçando-se a levantar, os membros trêmulos, mas ainda em movimento, as mãos apoiadas nas rochas.
Com uma respiração pesada, ela dirigiu o olhar para o caos à frente. Ainda via Ray lutando, se esforçando, dando tudo de si.
Seu olhar se moveu e ela viu Ash também lutando para ferir o demônio profundamente.
Sua mão fechou-se em punho, sangue ainda escorrendo entre os dedos, mas sua determinação se consolidou.
***
BOOM
BOOM
BOOM
BOOM
"Continuem atacando! Senão, suas cabeças podem cair quando os pais dessas crianças chegarem!" Leonard, instrutor de combate corpo a corpo da turma de Ash, berrou, sua voz cortando o barulho da batalha.
Ele avançou com sua espada em um arco poderoso, a lâmina crepitando com energia bruta que deveria reduzir tudo ao redor a ruínas.
Mas ao colidir com a barreira, apenas fez o ar brilharisticamente, causando um leve tremor.
A energia do golpe dele poderia destruir cidades inteiras, mas a barreira se manteve firme, como se estivesse rindo de seus esforços.
Que diabos é essa barreira...?
A frustração de Leonard explodiu, seus olhos enérgicos de descrença.
Ele não sabia que tipo de magia a tinha criado, mas era algo além da compreensão deles. Além de tudo que já tinham enfrentado.
Ele não estava sozinho na sua impotência.
Todos os instrutores, guardas e responsáveis estavam reunidos diante da barreira, com armas batendo contra ela em vão, a esperança se esvaindo com cada tentativa frustrada.
O medo pairava no ar, palpável e sufocante.
O que acontecerá quando os Heróis da Humanidade chegarem e exigirem uma explicação pela segurança de suas crianças?
A responsabilidade pesava em seus peitos. Se uma única criança morresse, as consequências seriam catastróficas.
Ninguém nesta academia escaparia da ira dos Heróis.
"Continuem atacando..." Leonard bradou, com a voz carregada de urgência. "Precisamos resgatar as crianças a qualquer custo!"
"Resgatar as crianças!" gritou outra voz, já em desespero.
O ar ficou carregado de tensão enquanto Elva observava de seu ponto no topo da barreira semi-circular, sua personalidade usual havia desaparecido.
A situação era grave, e ela também percebia isso.
Seu olhar percorreu a cena frenética abaixo, absorvendo o caos que girava como uma tempestade de raiva e medo. Os sons de armas batendo na barreira, gritos e ordens desesperadas formavam uma sinfonia dissonante de desespero.
Não há como quebrar de fora.
A barreira era perfeita, incompreensível. Sua presença parecia feita de uma substância que ignorava toda lógica.
Sem um herói de nível S-Estrela rompê-la, era pura ilusão tentar.
Depois de tudo, ela tentou todos os feitiços que conhecia, mas a barreira nem mesmo se mexeu.
Mas não existe barreira inquebrável.
A mente de Elva correu, presa entre a dura realidade de sua situação e a persistente semente de rebeldia que queimava dentro dela.
Tudo neste mundo, por mais grandioso que seja, eventualmente chega ao fim. Mesmo as maiores forças podem ser destruídas pelo tempo ou por uma força certa. Nada permanece estático para sempre.
Não há barreira invencível.
Mas a questão permanecia: Como?
Já se passaram meia hora desde que a barreira foi criada. Ela não fazia ideia do que se passava lá dentro.
O pensamento de crianças presas lá, vulneráveis a horrores escondidos além da barreira, a corroía por dentro.
Sou patética.
Ela se culpava, pensando que, se fosse mais forte, se fosse um herói... poderia destruir aquilo facilmente. Mas...
Isso é impossível.
A amarga verdade lhe atingiu como uma onda fria. Ela não estava nem perto de estar preparada, nem perto de ser forte o suficiente.
Justo quando ia se afundar mais em sua dúvida, seu olhar se elevou. Algo chamou sua atenção—um flash no céu acima, uma explosão de luz e fogo.
No começo, achou que fosse só efeito do caos em andamento, mas então seus olhos focaram na mensagem que brilhava intensamente contra o céu:
{EU SEI COMO ABRIR A BARREIRA}
Sua respiração ficou presa na garganta. Um calafrio percorreu sua espinha.
Ela concentrou toda sua energia, esforçando-se para decifrar a origem daquela mensagem em meio à fumaça e ao nevoeiro no ar.
E então, viu. A pessoa responsável por aquelas palavras era ninguém menos que—
Melissia...?
***