O Incomparável Pumpkinmancer

Capítulo 44

O Incomparável Pumpkinmancer

Um homem solitário entrou na Vila da Nova Folha e foi instantaneamente abordado por um homem de meia-idade que podia ser visto tremendo por toda a parte.

Jack não pôde deixar de se sentir perplexo. O prefeito o recebeu pessoalmente? Ele conseguiu realizar uma busca secreta sem saber?

Ele abriu bem os ouvidos, aguardando o falar de uma missão, além deles, os Lobos Poderosos que surgiram do nada.

“Onde estão todos os Bravos? Você sabe?! Por que eles pararam de me trazer as penas de galinha que eu pedi?!” O NPC perguntou.

“Eh, eles estão todos na planície, então você pode só perguntar pra eles, eu acho.” Jack respondeu. Tudo isso para um título oculto…

“E você? Você não está ocupado, está? Bravos como você deveriam caçar o máximo possível. Os deuses o abençoaram! Quanto mais você caça, mais forte você se torna, então por que você não…” Ele o encorajou entusiasticamente a trabalhar.

“Sabe de uma coisa? Claro! Eu sou muito bom em caçar. Você precisa de alguma coisa em particular? Ah, também, eu estou bastante nu, então se você pudesse-” O que Jack queria falar era óbvio, ele precisava de equipamento!

“Claro, eu entendo! Aqui, siga-me.” O prefeito então levou Jack para sua casa antes de lhe mostrar uma pilha de equipamentos surrados. “Olhe para isso, não é incrível?! É tudo que um Bravo poderia precisar!”

Embora estivesse longe de ser impressionante, era melhor do que nada. Dependendo do preço, poderia valer a pena. Mas foi aí que o prefeito falou mais uma vez.

“Para cada 100 cadáveres de raposas que você me traz ou para cada 50 cadáveres de lobo, você pode escolher um. Isso é um grande negócio, não é? Ah, é o dobro de armas e inegociável. Eu já estou perdendo!” Ele parecia tão gentil.

“Eh… claro. Se você me dá licença, eu tenho que ir agora.” Jack não pôde deixar de fazer uma careta antes de sair apressadamente.

Os itens da pilha estavam no melhor nível 5 e valiam 1G. O problema era que cada cadáver de raposa valia cerca de duas moedas de prata, o que significava que 100 raposas valiam 2G ao invés de 1G. Nesta fase do jogo, uma diferença de 1G era impressionante!

Jack não conseguiu deixar de dar um sorriso irônico e uma oração silenciosa para os jogadores. Como esperado do Infinite, os NPCs eram tão intrigantes quanto ele lembrava.

Assim que saiu da casa do chefe da aldeia, foi recebido por seus aliados, que o incomodaram com entusiasmo:

“Com foi? O que o prefeito te disse? Oh, pera, provavelmente é confidencial, né?”

“Eu não posso acreditar que você conseguiu voltar vivo da floresta! Isso vai se tornar uma lenda do Infinite com certeza!”

“Você recebeu um novo título? Tipo, o Herói da Nova Folha? Oh, ou será que é algo como o Bravo indiscutível, que é o mais bravo de todos eles e mostrou extrema bravura!”

“Parabéns, professor. Ainda assim, todos aqui precisam ter cuidado. Nós definitivamente estamos na lista dos Dragões Poderosos. Só não seja imprudente.” Chiclete encarou os outros enquanto dizia isso.

“Tch- Eles serem um pé no caso não é novidade. Não se preocupe muito com eles. São iguais a baratas irritantes. Apenas ignora, e eles vão embora.” O cara da RCP resmungou.

Que tipo de conselho merda foi esse? É desse jeito que se ganha uma infestação de baratas! Jack gesticulou para que o cara da RCP e sua aprendiz o seguissem até a forja.

Os outros lacaios voltaram para verificar o perímetro. Eles pareciam acreditar que era seu dever proteger Jack dos fãs por algum motivo. Fãs? Isso exigiria fama, e tudo que ele tinha era infâmia!

Ao chegarem no destino, Jack ficou satisfeito. A forja outrora fria e sem vida estava agora quente com seu dono se exercitando. Ele estava seminu, e  pérolas de suor escorriam por seus músculos bem definidos.

Jack não pôde deixar de rir consigo mesmo. Quanto tempo antes que a ferraria se tornasse popular entre muitas jovens donzelas? Elas acabariam se juntando aos ferreiros, tendo desenvolvido um súbito interesse pelo ofício.

Quando o ferreiro sem nome os notou, ele gritou: “Diga-me que você tem minérios desta vez!”

“Desculpe, eu só…” Jack começou.

“Maldição, por favor, se apresse! Minha alma está quente e pulsando agora. Eu posso sentir meu sangue fervendo. Depois de todo esse tempo sendo um perdedor desempregado, eu finalmente serei um ferreiro novamente!”

“…Eu só tenho três. Espero que você consiga trabalhar com isso.” Jack deu-lhe um sorriso provocante enquanto tirava os minérios.

“O quê?! Você realmente os tem?! Mostre-os para mim!” O ferreiro os agarrou com as duas mãos enquanto brincava com eles. “Oh meu Deus, isso é o melhor! Tão redondo e tão grande! Vai ser mais do que o suficiente!” O NPC estava em êxtase.

O suspiro de um homem seminu abraçando minérios como se fosse um tesouro precioso, era definitivamente um espetáculo para ser visto. Mas, ele rapidamente ficou sério:

“Tudo bem, eu posso fazer três armas com isso. O que você prefere? Posso fazer tudo que você pode desejar!”

“Eu quero um golem mecânico então.” Jack respondeu provocando.

“Eu posso fazer qualquer coisa que você desejar.” O ferreiro se corrigiu.

“Será um escudo para mim. E vocês dois, querem alguma coisa? Mas não seta de graça.” Jack ofereceu.

“O quê?! Não precisa!” O cara da RCP recusou modestamente.

“Sim, quero punhais.” Chiclete respondeu instantaneamente.

“Escudo e dois punhais? Tudo bem, eu posso fazer isso com certeza!” O NPC exclamou com motivação.

“Coloque o escudo por último.” Jack instruiu.

O cara da RCP não pôde deixar de olhar para Jack e Seraphine. Definitivamente havia algo acontecendo entre eles! Ele elogiou humildemente: “Que cavalheirismo!”

“Cavalheirismo?” Jack olhou para ele, confuso. “Esse cara não trabalha com metal há muito tempo. Se ele estragar o item por estar enferrujado, não será meu escudo.”

O cara do RCP engasgou instantaneamente por sua análise não muito inteligente.

“Aqui, olhe para isso, funciona para você?” O ferreiro perguntou.

Ele acenou com a mão ligeiramente e as armas apareceram do nada.

“É possível visualizar a criação de armas no Infinite?” O cara da RCP exclamou.

“Parece ser mágica. Como um ferreiro pode conhecer magia?!” Chiclete perguntou.

“Hehe. É apenas um pequeno truque de mágica. Qualquer coisa criada dessa forma vai quebrar com um pequeno esforço, e qualquer profissional veria através dela em um instante.” O NPC revelou.

Jack não ficou nem um pouco surpreso com isso. Ele estava o ucupado observando o protótipo de escudo. Ele o torcia e verificava todos os ângulos em busca de qualquer problema.

“Muito bom, mas a parte aqui precisa ser alterada um pouco. Adicione um vinco para pegar e travar armas inimigas no lugar, se necessário. Essa parte aqui deve ser mais suave para desviar os golpes. Finalmente, a espessura aqui precisa de uma pequena mudança para o balanço geral.”

“Como?! Quando você aprendeu sobre-” O ferreiro não pôde deixar de olhar para Jack com o queixo caído.

“Isso são apenas coisas básicas. Se eu fosse um ferreiro, eu pediria para você fazer isso pra mim, pediria? Agora, mãos à obra.”

“E suas adagas, mocinha? Elas cabem bem em você?” Ele perguntou.

“Tem alguma sugestão a fazer?” Chiclete olhou para Jack com curiosidade.

“Eu posso dar conselhos, mas vou cobrar um extra.” Jack ofereceu.

Ela circulou ao redor da adaga, observando cuidadosamente o protótipo de adaga. Mas, ela realmente não conseguiu discernir qualquer problema. Ela se virou para o professor, intrigada.

“Tudo bem, o que você sugere?” Ela perguntou.

“Oh, nada, está muito bom desse jeito.” Jack assentiu serenamente com um pequeno sorriso.

Assim, ele havia enganado uma jovem ingênua. O cara da RCP estava reconsiderando seriamente a parte do cavalheirismo…

Sem se importar com a atmosfera constrangedora, o ferreiro começou a trabalhar. Ele acendeu o fogo em sua forja, derreteu cuidadosamente os minérios, fez uma forma áspera de adaga com ela e martelou até a conclusão.

Então ele mergulhou o metal em um balde de água, espalhando vapor por todo o lugar. O último passo foi afiar a ponta da lâmina e enrolar um simples cordão de couro ao redor do cabo.

— Ta-da-da! Criou uma adaga com sucesso! — 

O rosto do NPC estava brilhando de felicidade. Era semelhante a um homem que finalmente encontrou uma razão para viver. Ele até fechou os olhos por um momento, apenas desfrutando dessa sensação.

Então ele abriu os olhos novamente com confiança enquanto começava a trabalhar na segunda adaga, completando-a rapidamente. Mas quando ele estava prestes a iniciar o processo para o escudo, Jack o interrompeu.

“Espere um minuto.”

“Não precisa se preocupar. Estou perfeitamente em forma. Não preciso descansar e… puta merda!” O ferreiro não pôde deixar de gritar.

Jack havia tirado o Bico de Galinha Manchado de Sangue que ele havia obtido durante o Ataque das Galinhas. Parecia incrivelmente afiada e tinha listras vermelhas que pareciam estar pulsando.

O NPC não pôde deixar de olhar para ele enquanto murmuravam levemente.

“Po-posso mesmo…?” Sua voz estava tremendo.

“Quão confiante você está?” Jack perguntou.

“I-isso… 10% na melhor das hipóteses.” Ele deu uma expressão desanimada.

“Tudo bem, então adicione espinhos no escudo. Não me decepcione.” Jack sorriu enquanto o entregava.

“E-eu disse 10%…” O NPC o lembrou em voz baixa.

“Cale a boca e comece logo a trabalhar.” Jack gritou com o homem. No entanto, ele não ficou nem um pouco bravo.

Em vez disso, ele começou a chorar. Não lágrimas de fraqueza, mas lágrimas viris, lágrimas de gratidão. Um segundo depois, ele respirou fundo e seus olhos começaram a mostrar uma determinação incrível.

Este Bravo estava disposto a acreditar nele? Estava confiando seriamente nele com um material tão valioso? Ele não iria decepcioná-lo. Ele faria tudo o que pudesse para ter sucesso.

Ele provaria a todos e a si mesmo que era um ferreiro digno e orgulhoso!…