The Runesmith

Volume 12 - Capítulo 545

The Runesmith

O duelo chegou a um ponto de virada enquanto Robert lutava com cada grama de força. Seus olhos se estreitaram quando notou seu oponente se estendendo demais durante um ataque poderoso. Naquela fração de segundo sua mente correu e ele calculou seu próximo movimento precisamente. Embora seu corpo tremesse de fadiga e sua espada encantada tremeluzisse com energia rúnica enfraquecida, aproveitou o momento. Ele mudou seu peso e redirecionou seu ímpeto para um contra-ataque astuto. Com um golpe rápido e deliberado, sua lâmina encontrou uma brecha na defesa do inimigo. Seu oponente cambaleou, sua guarda desabando sob a força do golpe calculado de Robert.

“Eu me rendo…”

Robert abaixou lentamente sua espada enquanto seu oponente caía de joelhos em rendição. A arena irrompeu em aplausos estrondosos que reverberaram nas paredes de pedra. Seus golpes calculados drenaram a magia de sua lâmina encantada, e podia sentir as cargas rúnicas diminuindo para quase metade de sua força original. Sua respiração vinha em rajadas pesadas, e seus membros doíam de exaustão. No entanto, ainda conseguiu garantir uma vitória sobre este cavaleiro muito poderoso, algo de que se orgulhava.

No silêncio repentino que se seguiu à capitulação do inimigo, Robert permitiu-se um breve momento para reunir seus sentidos. Os aplausos da multidão encheram o vasto coliseu, mas a dura realidade do julgamento da ascensão o pressionava, este não era seu único oponente. O Lorde levantou a mão e tudo ficou em silêncio enquanto ele falava.

“Você se saiu bem com seu primeiro oponente, meu campeão, mas isso é só o começo.”

Ele levou um momento para recuperar sua resistência enquanto seu oponente anterior se curvava diante do lorde e saía lentamente. Seu escudeiro apareceu diante dele, guiando-o para uma parte sombreada da arena e oferecendo-lhe uma cadeira.

“Parabéns, Sir Robert!”

“Sim… Escudeiro, quanto tempo tenho antes que meu próximo oponente chegue?”

“Ah, cerca de… dez minutos?”

“Entendo…”

Ele olhou para as runas brilhantes ao longo de sua espada e escudo, seu brilho suave agora um pouco mais fraco. A batalha tinha sido desgastante, e o custo em seu corpo era aparente. Seus braços doíam dos choques repetidos, e suas pernas queimavam pelo movimento constante. No total, havia gasto quase metade de suas cargas rúnicas, e a próxima luta se aproximava a cada segundo que passava. O escudeiro estava ao lado dele, olhos arregalados de admiração.

“Sir Robert, você precisa de alguma coisa? Água, talvez? Ou devo inspecionar sua armadura?”

“Por acaso você não tem nenhuma poção de recuperação com você?”

“Ah, sim, aqui!”

O escudeiro tirou três poções – uma vermelha, outra azul e uma laranja. Robert sabia o que as cores significavam, mas antes de beber, ele perguntou.

“Há mais alguma coisa ou é só isso?”

“Isto é tudo o que o Lorde nos forneceu, Sir Robert.”

“Guarde-as por enquanto. Eu devo conseguir me recuperar sem elas.”

Embora exausto, sua resistência e mana estavam se recuperando rapidamente. Ele havia adquirido habilidades passivas para ajudá-lo em tais situações, e estava claro que essas poções eram destinadas a ferimentos críticos, não ao início da batalha. Ele também não sabia quantos oponentes enfrentaria ou se a competição duraria um único dia ou vários. Havia uma chance de que poções não utilizadas fossem adicionadas a um suprimento futuro, então não podia se dar ao luxo de usá-las descuidadamente.

Ele teve cerca de dez minutos para descansar antes que as portas do lado oposto da arena se abrissem para revelar seu próximo oponente. Seu corpo doía, mas sabia que precisava conservar as poções de recuperação. Robert se levantou quando seu próximo oponente entrou na arena. Este guerreiro era diferente do último: mais alto, mais largo, com uma aura de ameaça crua. Sua armadura era mais grossa, coberta de runas brutas, mas eficazes, que pulsavam com um brilho vermelho opaco. Uma espada larga irregular repousava em seu ombro, suas runas estalando com energia mal contida.

No momento em que a batalha começou, Robert estava na defensiva. Seu oponente era implacável, cada golpe sacudia seu escudo e testava sua resistência. As runas na espada larga aumentavam seu peso e poder de corte, forçando Robert a manobrar com cuidado. Ele contra-atacava onde podia, mas cada movimento drenava suas cargas rúnicas restantes.

Minutos se passaram em uma troca brutal de golpes. Robert lutou enquanto esperava o momento de atacar. Finalmente, seu oponente se esticou demais, balançando a espada larga muito longe. Aproveitando a oportunidade, Robert se abaixou e cravou sua espada no lado exposto do guerreiro. As runas em sua lâmina e armadura brilharam enquanto ele avançava, forçando seu inimigo a se ajoelhar.

O guerreiro grunhiu, segurando seu lado, antes de finalmente abaixar sua arma em derrota. A arena rugiu em aprovação. Robert exalou bruscamente, sentindo os últimos traços de suas cargas rúnicas piscarem e desaparecerem. Ele havia vencido, mas a um grande custo. Quando o próximo intervalo foi chamado, Robert caiu na cadeira. Seu escudeiro se aproximou, a preocupação gravada em seu rosto.

“Sir Robert, você está ferido.”

Robert olhou para baixo. Sangue escorria pelas rachaduras em sua armadura. Seu braço esquerdo estava lento, a dor era maçante, mas constante. O escudo que usava estava dobrado pelos ataques pesados ​​repetidos e seu braço também sofria. Ele provavelmente poderia suportar a dor, mas com mais batalhas pela frente, esse ferimento provavelmente lhe custaria essa provação.

“Passe-me a poção vermelha.”

O escudeiro hesitou antes de passá-la. Robert a abriu e engoliu o líquido amargo de uma só vez. O calor se espalhou por seu corpo, suas feridas se fechando e a força retornando. Ele flexionou os dedos. Não é perfeito, mas muito melhor.

O descanso durou pouco. Outro oponente entrou na arena, este empunhando lâminas gêmeas encantadas com velocidade e precisão. Robert mal teve tempo de recuperar o equilíbrio antes que a próxima batalha começasse.

A luta se transformou em uma luta desesperada. Ele venceu seu terceiro duelo, mas por pouco. No quarto, a exaustão pesava sobre ele como algemas de ferro. Seus movimentos ficaram mais lentos, seus instintos embotados. Seus oponentes ficaram mais ferozes, seus ataques mais imprevisíveis. Seu escudo rachou sob um golpe devastador, sua espada pesada em suas mãos.

Então, seu desafiante final chegou. Um cavaleiro imponente vestido com armadura preta avançou, empunhando uma enorme espada larga de duas mãos, semelhante à que ele viu na forja de runas. O ar ao redor dele tremeu com energia escura, e as runas em sua arma queimaram com um brilho sinistro. A multidão ficou em silêncio. Este foi talvez o teste final. Robert cerrou os dentes, levantando sua espada em desafio enquanto avançava, mas então.

“Uhhh…!?”

Robert acordou sobressaltado, seu corpo esparramado na pedra fria enquanto a realidade o pressionava. Seus olhos se abriram para o brilho suave da luz rúnica e o murmúrio gentil de uma voz familiar. Lucille se ajoelhou ao lado dele, seus olhos cheios de preocupação.

“Robert, você está seguro agora. Estou aqui com você.”

Ele tentou se levantar, mas seus membros tremeram, e ele afundou para trás enquanto as memórias do julgamento ilusório inundavam sua mente. As imagens vívidas de espadas colidindo e runas brilhantes pareciam muito reais. Seu coração batia forte com o resíduo da batalha, e um suor frio grudava em sua pele como se ele tivesse realmente morrido naquele ritual de ascensão. A sensação de derrota e renascimento persistiu, mas logo as memórias começaram a desaparecer, assim como da última vez que ele falhou em completar seu julgamento. Tudo ficou nublado e ele mal conseguia se lembrar do que havia acontecido quando passou por aquela porta.

“Respire, Robert, respire.”

“Aumento da frequência cardíaca detectado, recomenda-se cautela.”

Lucille gentilmente pressionou a mão em sua bochecha, tentando fazê-lo se acalmar. Sebastian, por outro lado, já estava examinando seu corpo através dos vários sensores dentro desta oficina subterrânea. O olhar de Robert focou nos olhos gentis e reconfortantes de Lucille enquanto seus sentidos lentamente retornavam. A pedra fria abaixo dele e a suave luz mágica o lembraram de que estava de fato de volta ao mundo real. As memórias vívidas de espadas em choque e encantamentos brilhantes começaram a recuar como um sonho que se desvanece, deixando para trás a dor crua da batalha e o gosto persistente da derrota.

“Eu… eu falhei…”

“Está tudo bem, a maioria das pessoas falha na primeira vez.”

Lucille ajoelhou-se ao lado dele, sua mão quente contra sua bochecha, incitando-o a respirar lenta e profundamente. No silêncio da oficina subterrânea, os bipes rítmicos das telas de exibição próximas ofereciam a confirmação de que ele estava certo. Sebastian ficou ali em sua nova concha para confirmar seu exame.

“A frequência cardíaca voltou ao normal, o repouso ainda é recomendado.”

As sobrancelhas de Robert franziram enquanto olhava para o estranho golem humanoide olhando para ele. Finalmente, decidiu se levantar do chão. Seu corpo estava encharcado de suor frio, e a culpa pesava sobre ele por fazer Lucille se preocupar. No entanto, o que mais o preocupava era o teste em que tinha acabado de falhar. Ele não conseguia se lembrar de muita coisa, mas uma coisa estava clara – runas estavam envolvidas, e os oponentes que ele enfrentou eram tudo menos normais.

“Estou bem agora. Você não precisa se preocupar…”

“Portão de teletransporte ativado. Por favor, não entre na câmara do portão.”

Assim que estava prestes a se explicar, ele notou uma luz emanando da câmara do portão de teletransporte. Ao mesmo tempo, a voz de Sebastian soou, avisando-os de que alguém estava chegando. Momentos depois, uma figura blindada passou pelo portão. Seus movimentos eram calmos, como se estivesse apenas dando uma caminhada casual. Sua viseira inclinou-se ligeiramente em direção a Robert, que ainda não havia se recuperado totalmente da morte falsa dentro do ritual de ascensão.

“Então… você tentou a ascensão. Como foi?”

Para sua surpresa, seu irmão mais novo imediatamente entendeu o que havia acontecido. Antes que Robert pudesse reunir seus pensamentos e responder, ele viu Roland estendendo a mão em direção à sua cabeça.

“Espere, não responda ainda.”

Robert ficou paralisado no lugar, pego de surpresa, mas sem resistir. Sua confiança em seu irmão era forte, pois sabia que Roland não o machucaria. De repente, uma sensação refrescante tomou conta de seu corpo enquanto uma aura azul e dourada o cercava. O suor frio que grudava em sua pele desapareceu instantaneamente, e uma profunda sensação de calma se instalou sobre ele. Ainda mais surpreendente, as memórias desbotadas do julgamento ressurgiram, mesmo que apenas por um momento fugaz.

“Rápido, me conte tudo, o julgamento, o que você fez, como se sentiu. Fale antes que você esqueça.”

A mão de Roland moveu-se da cabeça de Robert para seu ombro enquanto ele mantinha o estranho feitiço de recuperação. Estava claro o que estava tentando alcançar. Depois de falhar em um teste, as memórias seriam apagadas em sua maior parte para não ganhar vantagem na próxima tentativa. No entanto, se conseguisse se lembrar de um fragmento antes que desaparecesse completamente, sua segunda tentativa poderia ter sucesso.

Após fechar os olhos, ele se concentrou, tentando se lembrar do que havia acontecido. A maior parte estava perdida, mas um detalhe crucial permanecia – ele havia sido forçado a escolher suas runas para a batalha que se aproximava, e cada oponente que enfrentava empunhava equipamento rúnico. Robert contou ao irmão tudo o que conseguia lembrar, incluindo a existência de outras portas rúnicas que ele podia entrar e uma descrição detalhada do espaço de seu ritual de ascensão.

“Entendo… isso deve ter sido causado pelo título de Vassalo Rúnico ou pela habilidade de Maestria Rúnica. Talvez ambos ao mesmo tempo.”

Depois que Robert listou tudo o que sabia, a mão de Roland deixou seu ombro. Ele parecia prestes a dizer algo quando Lucille de repente se colocou entre eles, seus olhos brilhando de excitação.

“O-o que foi esse feitiço rúnico, eu nunca testemunhei tal combinação! Como ele restaurou as memórias de Robert do julgamento da ascensão? Eu nunca ouvi falar de tal façanha!”

“Ah…”

Roland estremeceu um pouco, mas rapidamente se recompôs, como se soubesse que evitar a pergunta só faria Lucille pressioná-lo ainda mais.

“É uma magia rúnica especial, sim. Eu a desenvolvi para restaurar memórias depois que falhei no meu teste de ascensão de Nível 3. Parece ter funcionado.”

“Parece?”

Robert estreitou os olhos com a frase, pois soou como se seu irmão o tivesse usado como cobaia. Antes que pudesse questioná-lo mais, Roland continuou, mudando a discussão para especulação sobre a verdadeira natureza do ritual de ascensão.

“Essa nova classe parece girar em torno do conhecimento de runas e não apenas de selecionar as melhores runas para você, mas também de combater o equipamento rúnico de seus oponentes.”

Não demorou muito para Roland identificar o padrão oculto dentro do teste. Ele olhou para Robert com olhos firmes enquanto explicava que o ritual de ascensão foi projetado não apenas para testar a destreza física, mas também para despertar uma compreensão mais profunda da magia rúnica.

Robert absorveu as palavras do irmão, percebendo que a dor persistente em seu corpo havia desaparecido quase completamente. Antes que pudesse pensar nisso, Lucille interrompeu mais uma vez, seus olhos brilhando de excitação.

“Isso significa que para progredir nessa ascensão, Robert precisará estudar runas?”

“Uh…”

Um arrepio percorreu a espinha de Robert quando encontrou o olhar de Lucille. Ele sabia muito bem o quão obcecada ela era com runas, e agora que ela entendia a natureza de sua provação, estava claro que pretendia assumir a responsabilidade de ensiná-lo.

“Bem… se o que ele diz é verdade, parece que sim.”

Roland admitiu enquanto andava de um lado para o outro na oficina e olhava para as telas.

“Ele pode ter que experimentar várias runas para encontrar aquelas que melhor complementam seu estilo de luta, enquanto também aprende a antecipar as combinações que seus inimigos usarão contra ele. Caso contrário, ele corre o risco de ser pego de surpresa quando a batalha começar. Mas no final…”

Roland parou de falar, seu visor brilhante agora fixo em Robert.

“Ele precisa fazer a escolha por si mesmo. Esta nova classe parece promissora, mas você realmente deseja dominá-la?”

“O que você quer dizer?”

Roland respirou fundo antes de continuar.

“Veja, se você escolher abraçar essa nova classe, o equipamento rúnico que você veste ditará muito de suas habilidades. Sem ele, essa classe pode não ser capaz de atingir seu potencial máximo, você estará à mercê do runesmith que cria seu equipamento.”

Robert assentiu, mas, no fundo, sabia que se Roland criasse sua armadura e armas, ele se tornaria muito mais forte. Uma classe de cavaleiro que pudesse controlar runas mágicas de forma mais eficaz parecia poderosa. Mesmo que tivesse que depender de equipamento rúnico encantado, era a melhor maneira de preencher a lacuna entre ele e aqueles com classes de Cavaleiro de Aura – guerreiros muito mais fortes do que um Campeão comum.

“É realmente uma má ideia?”

“Depende.”

Roland disse, cruzando os braços.

“Se essa classe é o que eu suspeito, então ela pode não estar limitada apenas a equipamentos rúnicos. Há uma chance de que ela possa ser algo maior, uma fusão de maestria rúnica e combate de cavaleiros, algo inteiramente novo. Se for, ela pode rivalizar até mesmo com as classes Campeão e Guardião sem precisar depender inteiramente de runas.”

Quando Robert ouviu sua teoria, assentiu. Se essa classe permitisse que fosse tão forte quanto um Campeão da Espada, mesmo sem usar nenhum equipamento rúnico, então não havia razão para não pegá-la. O equipamento mágico estaria lá apenas para dar a ele uma vantagem sobre os prodígios que eram capazes de alcançar classes de prestígio.

“Então… não há razão para não obtê-la.”

“Potencialmente.”

Roland assentiu.

“Mas isso significaria desenvolver sua compreensão de runas muito além de apenas usar equipamento. Você precisaria manejar magia rúnica tão naturalmente quanto um Campeão de Aura maneja sua aura. A questão é: você está pronto para seguir esse caminho?”

“EU…”

Ele olhou para Lucille. A excitação nos olhos dela havia desaparecido, substituída por uma expressão mais séria.

“Você deveria pensar bem. Não precisa ter pressa.”

Ela disse enquanto Robert se aprofundava em pensamentos. As outras portas provavelmente levavam a caminhos mais fáceis, mas não tinha interesse em pegar o caminho mais fácil. Mesmo que demorasse dias, semanas, meses ou até um ano, essa classe era sua melhor chance de alcançar seus irmãos e, mais importante, proteger Lucille, a pessoa que ele mais amava.

“Não, já fiz minha escolha.”

Ele respondeu com firmeza e olhou para os dois, as pessoas que sabiam mais sobre runas do que qualquer outra pessoa que ele conhecia.

“Ensine-me.”

“Ah, por mim tudo bem.”

Roland disse com a expressão facial escondida atrás do capacete.

“Mas estou um pouco ocupado no momento. Agora que o portão está instalado e funcionando, preciso preparar o da cidade. Lucille, por que você não começa ensinando o básico a ele? Eu me junto a vocês dois mais tarde.”

Ele andava de um lado para o outro na oficina, claramente preocupado com seu próprio trabalho dentro da masmorra. Ainda assim, havia concordado em ajudar do seu próprio jeito. Robert assentiu com suas palavras, e Lucille logo o seguiu. Agora, cabia a ele aprender o máximo possível antes de tentar o teste novamente.