Capítulo 946
My House of Horrors
Mesmo que Chen Ge não tivesse ideia do que estava no corredor, sabia que não podia se deixar ser arrastado para o apartamento. Seu braço foi puxado e seus olhos estavam vendados. Chen Ge só podia chutar no que acreditava ser a direção do corredor. Seu pé fez contato com algo e a dor o despertou: “Bai Hu! Morda!”
Tudo que Chen Ge podia confiar agora era na gata, mas a coisa estranha era que a gata deitada em seus ombros não se moveu. Ele conseguia sentir que o peso dela nos ombros não mudou.
Seu corpo foi arrastado dos dois lados e isto continuou por meio minuto quando Chen Ge ouviu um homem dizer: “Você não quer viver?! Estou tentando salvar você! Tem um fantasma na escadaria!”
Seguindo a voz, o puxão no braço de Chen Ge aumentou. Agora ele recebeu uma escolha: seguir a voz do homem no corredor ou continuar subindo. Em menos de um segundo, ele escolheu e gritou: “Foram os seres humanos que o levaram à morte, então por que eu deveria ter medo de fantasmas? Se realmente quiser me salvar, solte!”
Naquele momento crucial, Chen Ge escolheu ficar na escadaria. Ele estava disposto a ficar com o fantasma cuja identidade ele confirmou em vez do ‘humano’ estranho aleatório. O puxão em seu braço diminuiu até a porta emitir um clique. O homem que queria arrastar Chen Ge para o apartamento parecia ter partido.
Ele está tão desesperado para encontrar um bode expiatório? O último que teve essa intenção ainda está preso numa pintura.
Chen Ge se levantou lentamente.
O som da porta fechando foi muito perto, então significa que o apartamento do homem é bastante perto da escadaria. Me certificarei de voltar amanhã com meus empregados para fazer uma visita.
Ele balançou os braços no lugar e tocou no corrimão e na parede para confirmar sua localização.
“Obrigado pela ajuda”, Chen Ge falou para o espaço ao lado. Ninguém estava mais puxando sua mão, então não tinha certeza se o garoto estava lá: “Da Bao?”
Não houve resposta. Chen Ge esperou por um tempo antes de se mover novamente.
A situação é pior do que pensei. Achei que este local teria no máximo três Espectros e alguns espíritos persistentes, mas parece que eu estava sendo otimista demais.
Os espíritos persistentes teriam dificuldade de interagir fisicamente com seres humanos, então o homem que agarrou o braço de Chen Ge e o garoto eram Espectros. Ele tinha acabado de chegar no décimo primeiro andar e já tinha encontrado dois Espectros; isto só ficaria pior. Quando Chen Ge chegou ao espaço entre o décimo primeiro e décimo segundo andar, sentiu algo sob seus pés. Parecia molhado.
Poças? Não tem luz na parte superior do prédio, então por que haveria uma poça nas escadas? Será que é um cano quebrado?
Chen Ge podia confirmar que não estava pisando em sangue porque sangue secava muito rápido. O sangue usado na sua Casa Assombrada era todo diluído com solvente.
Isto deve ser água.
Quando esse pensamento passou por sua mente, sentiu calafrio nas bochechas, como se água estivesse pingando no rosto. Antes de estender a mão para tocar, o calafrio moveu-se para o tornozelo como se fosse uma serpente subindo sua perna.
O que está acontecendo?
O ar ficou úmido e a umidade grudou em sua pele. Enquanto Chen Ge contemplava esta mudança, uma voz feminina veio de repente de cima.
“Muito frio…” A voz era leve e tremida.
Tem algo diante de mim?
Chen Ge desacelerou e seu cérebro trabalhou. O ar ao redor se preencheu de vapor. A pessoa sentiu frio porque sua morte estava relacionada à água ou seu corpo foi armazenado num congelador? Chen Ge pensou sobre isto por alguns minutos. Ele continuou seguindo em frente. Quando estava prestes a passar pela fonte da voz, sentiu as pernas congelarem. O calafrio espalhou-se pela espinha, como se algo estivesse subindo seu pescoço.
“Muito frio, muito frio…” A voz tremida agora ecoou atrás de Chen Ge, como se estivesse o seguindo, estando um passo atrás dele. Parado com os olhos fechados na escadaria, não conseguia ver nada, mas sentia algo parado atrás dele. A cada passo, a pessoa atrás também dava um passo. O calafrio não dissipou e apenas ficou mais forte. Chen Ge não agiu com pressa; levantou lentamente a mão para desabotoar o botão da jaqueta. Ele desabotoou devagar e removeu a jaqueta antes de se virar para cobrir a pessoa atrás dele: “Coloque isto. Não posso ajudar a mudar o que aconteceu, mas espero que esta jaqueta possa trazer algum calor.”
A jaqueta pousou em algo. Talvez a ação de Chen Ge tenha sido repentina demais porque a coisa não conseguiu reagir.
“Além desta gata idiota, não tenho nada. Vejo a morte com muita frequência, mas isso não influencia meu amor pela vida.” Chen Ge se apoiou na parede e agachou lentamente até se sentar nos degraus: “Esta noite é longa e chata; gostaria de conversar?”
Com os olhos vendados, Chen Ge não conseguia ver nada. Sem nenhum empregado ou ferramentas, não podia fazer nada. Entretanto, não sentiu impotência. Ele escorou-se na parede. Na escadaria estranha e úmida, seu sorriso parecia brilhante e incomum.
“Se não se importa, por favor, sente-se perto de mim.” Chen Ge bateu levemente ao lado: “Sei como é sentir solidão e invejo aqueles que podem brincar com os amigos e ter inúmeros tópicos para conversar. Sempre procuro um canto para ficar sozinho ao vê-los alegres. É assim que me sinto. Eventualmente, as pessoas se acostumaram a isto. Honestamente, você é a primeira com quem converso por tanto tempo.”
Seus lábios se moveram e Chen Ge se virou para o lado: “Você pode ficar para uma conversa?”
Alguns ruídos de movimento chegaram a seus ouvidos, o dedo de Chen Ge roçou contra a própria jaqueta. A ‘estranha’ que estava o seguindo se sentou ao seu lado no degrau.
“Obrigado por me acompanhar. Não sou uma pessoa do povo, mas se importa de me contar sua história?”
Seu tom foi sincero e com um toque de súplica.
“Meu corpo está pressionado. Está muito frio. Não consigo nem me abraçar…”
“Onde você está? Posso ir encontrar você? Como posso ajudar?” Chen Ge desejava ajudar de verdade. Havia pelo menos outro caso de assassinato escondido neste prédio.
“Minha cabeça está colocada atrás das minhas costas, meus braços estão dobrados e minhas pernas estão no segundo andar. Ele costumava me odiar. Só foi quando levantou o cutelo que sorriu. Ele disse que finalmente encontrou a vantagem para uma garota anoréxica. Esse foi um elogio raro. Ele disse que, como eu sou pequena e magra, serei fácil de esconder.”