Volume 1 - Capítulo 2

Já faziam dois anos desde aquele dia saindo com Stella, mas hoje era completamente diferente. Gravis estava em frente à cama de Stella, segurando sua mão com força. Ela estava deitada, pálida e fraca. Sua família os cercava, expressões sombrias nos rostos.

Stella sorriu levemente. “Por favor, não quero que todos fiquem tristes por mim. Eu sabia que isso aconteceria eventualmente. Apenas senti isso. Vivi cada dia ao máximo e estou contente com a minha vida.”

O coração de Gravis já estava partido, mas ele ainda sentiu uma pontada ao ouvir suas palavras. Ele não queria acreditar que sua melhor amiga estava prestes a morrer. Ela tinha a mesma idade que ele. Além disso, ela tinha um dos mais altos reinos de cultivo possíveis. Como alguém tão jovem e forte poderia morrer por causa de uma doença? Era impossível.

“Não se preocupe. Apenas durma, e amanhã você vai se sentir muito melhor.” Gravis forçou um sorriso. Ele não sabia se estava tentando convencer ela ou a si mesmo. O buraco em seu estômago ficou maior quando ele disse essas palavras. “Podemos ir comer sorvete de novo amanhã, e depois de amanhã, e depois disso. Não se preocupe.”

Sua família também estava de coração partido. Seu pai tinha uma expressão sombria no rosto, e sua mãe já chorava no ombro do pai. Seus irmãos mais velhos olhavam para todos os lugares, menos para os olhos de sua irmã. Pareciam sem vida e de coração partido. Uma espessa camada de escuridão cobria o quarto.

Stella também começou a se emocionar. “Por favor, não quero que todos fiquem tristes por minha causa. Olha!” Stella levantou as mãos com dificuldade. Uma bola brilhante e quente estava se formando em sua mão. “Assim como a estrela na minha mão nasceu,” ela baixou a estrela e ela desapareceu, “eu também tive uma vida brilhante. Estou contente com o que tive. Fiquem felizes por mim. Não quero que todos sofram.”

Essa demonstração levou seus irmãos ao limite, e eles também começaram a chorar. Seu pai fez o melhor para se manter sob controle, mas todos podiam ver seus ombros trêmulos e punhos cerrados. Um profundo e pesado silêncio tomou conta do quarto.

As mãos de Gravis tremiam. “Não diga isso. Tudo vai ficar bem. Não se preocupe!”

Stella sorriu com os olhos cheios de lágrimas. “A única coisa que me arrependo é não poder ficar com você mais, Gravis. Eu queria estar com você, sempre.” Seu sorriso desapareceu, e as lágrimas caíram pelo rosto. “Eu sinto muito, Gravis. Eu queria que você fosse feliz, mas agora você está chorando por minha causa. Eu não queria te machucar.”

O coração de Gravis se partiu de novo. Ele rapidamente esfregou os olhos. “Eu não estou chorando. Tudo vai ficar bem. Não se preocupe comigo. Apenas descanse.” Gravis agora segurava a mão dela com as duas mãos.

Stella sorriu e assentiu. “Sim, eu vou. Obrigada, Gravis… e desculpa.” Ela fechou os olhos, e suas mãos perderam a força.

Gravis finalmente desabou completamente e enterrou o rosto nos braços. As lágrimas caíam sem parar, e sua voz se quebrava. “Por favor, não vá. Por favor.” Ele implorou, mas ela não reagiu.

“Era inevitável.” disse uma voz pesada vindo do lado. Gravis não sabia quando ou como seu pai apareceu. A família de Stella não olhava para o Opositor com medo, mas com esperança. Se alguém pudesse salvar Stella, esse alguém era ele.

Gravis rapidamente se virou para seu pai, implorando de joelhos. “Por favor, pai. Por favor, salve ela. Eu farei qualquer coisa! Não pedirei mais para cultivar. Nunca mais vou reclamar. Por favor, eu estou te implorando.”

Seu pai olhou para o filho sem emoção. “Eu não posso salvá-la.”

Gravis balançou a cabeça vigorosamente. “Você já fez isso antes. Ouvi dizer que você até ressuscitou pessoas mortas sem problemas. Por favor, salve ela.”

Seu pai suspirou. “Não é que eu não queira salvá-la. Eu realmente não posso.”

A esperança desapareceu dos olhos da família de Stella, devolvendo o clima do quarto ao silêncio de luto.

“Por quê?” Gravis falou com pânico na voz, uma mistura turva de emoções brilhando em seus olhos. Luto, tristeza, raiva, mas principalmente, impotência.

“Ela é algo chamado de estrela cadente. Uma pessoa ‘abençoada’ pelo Céu. Elas cultivam extremamente rápido, não absorvendo a energia ao redor, mas absorvendo diretamente a energia do Céu. Mas, assim como uma estrela cadente, sua luz é ofuscante, mas breve.” Seu pai olhou para Stella. “O Céu não interfere diretamente no destino de um indivíduo. No entanto, isso não inclui as estrelas cadentes. Elas foram especificamente criadas para um propósito, com um destino traçado. Destruir esse destino significa destruir a estrela cadente.”

Gravis estava confuso e ferido. “Mas… por quê? Por que o Céu criaria um destino tão cruel para ela?”

O Opositor continuou a falar, “Eu a notei desde o dia em que ela nasceu. O Céu não tentou ocultar o fato de que ela era uma estrela cadente. Naquele momento, eu não sabia o que o Céu estava planejando, então não me importei. Apenas quando vocês dois se conheceram e se aproximaram cada vez mais, eu percebi o que o Céu planeja. O Céu criou alguém que ressoava perfeitamente com você. Queriam criar amizade e amor entre vocês dois,” o pai de Gravis levantou a mão e a fechou em um punho, “e depois tirar isso de você.”

Gravis parecia chocado e não podia acreditar no que estava ouvindo. “Mas por quê? Eu nem cultivo. Por que o Céu faria isso?”

Seu pai balançou a cabeça solenemente. “O Céu não se importa com você. Isso não foi direcionado a você.” Ele olhou pela janela, com as sobrancelhas mostrando sua raiva interior. “O alvo era eu.”

Houve um silêncio na sala. Depois de um tempo, o Opositor continuou. “O Céu não pode me matar. O Céu não pode me suprimir, e o Céu me odeia por isso. Não há nada que o Céu odeie mais do que eu. Mas, como o Céu não pode fazer nada comigo, ele foi atrás de você. Você é jovem. Você é vulnerável. O Céu quer me machucar, ferindo você.

O Opositor deu uma bufada. “O pior de tudo é que o Céu não quebrou suas próprias regras. Ele apenas criou alguém com uma vida curta. Está jogando sujo.”

De repente, uma intenção de matar incrivelmente forte irradiou do Opositor. Todo o quarto caiu em uma frieza gélida. Parecia que a própria morte havia se manifestado na sala. O ar desapareceu, e parecia que um vulcão estava prestes a entrar em erupção.

“Mas eu não me importo com as regras do Céu”, disse o Opositor com severidade, e com um estrondo alto, ele atravessou o teto.

O Céu!

Vai!

Pagar!