Circle of Inevitability

Capítulo 1039

Circle of Inevitability

No posto telegráfico do distrito das artes.

Ainda usando seu chapéu de sol e véu preto, Jenna pagou a taxa do telegrama e olhou para os sons constantes de tilintar na porta ao lado, murmurando para si mesma: — O que eles estão reformando?

Um operador de telégrafo olhou para cima e disse com uma mistura de desdém e preocupação:

— A central telefônica. Eles dizem que querem desenvolver extensivamente telefones com fio. Será que eles realmente conseguem instalar linhas para tantos lugares? No fim das contas, terão que depender da tecnologia sem fio!

“Sim, os celulares também deveriam ser um tipo de conexão sem fio…” Jenna de repente sentiu nostalgia.

Ela também estava ansiosa pelo desenvolvimento das redes telefônicas em Intis. Dessa forma, eles poderiam se comunicar em tempo real, em vez de passar pelo trabalho de enviar e receber telegramas. Ao sair do telégrafo, antes que Jenna pudesse decidir se pegaria uma carruagem de volta para a luxuosa vila ou daria uma volta pelo bairro, ela ouviu um entregador de jornal gritando no cruzamento:

— Extra! Extra!

— A Sra. Fors promete finalizar ‘O Grande Aventureiro 7’ em duas semanas!

— Extra! Extra!

— O grande gerador fabricado pelo Claustro do Vale Profundo da Igreja do Vapor entrou na fase de produção de fábrica!

“Grande gerador…” Jenna parou por um momento, seu olhar involuntariamente atraído para os bondes puxados por cavalos na estrada, mulheres usando diferentes estilos de chapéus de sol, homens carregando bengalas e usando cartolas, postes de luz a gás de estilo clássico, teatros luxuosos e cafeterias próximas, e várias lojas.

Isso dificilmente parecia uma cena se aproximando do apocalipse.

Jenna olhou avidamente para tudo, preocupada que tudo pudesse desaparecer de repente como a cidade dos sonhos.

Na luxuosa vila.

Lumian ficou diante do espelho de corpo inteiro, olhando imóvel para seu lindo rosto que era ao mesmo tempo familiar e estranho. Ele estava esperando, esperando que o reflexo sorrisse sozinho ou mostrasse alguma outra expressão.

Uma das maiores dificuldades no ritual de avanço da Demônia da Imortalidade era encontrar a sua Pessoa Espelhada — isso não era algo que alguém pudesse encontrar apenas querendo. A conexão mística entre uma Demônia e sua Pessoa Espelhada servia tanto como um auxílio de localização quanto como um alarme que permitia à outra parte detectar o perigo precocemente e se realocar constantemente.

Além disso, de acordo com as experiências reais e observações diárias das três Demônias — Lumian, Franca e Jenna — as Pessoas Espelhadas estáveis ​​nascidas ao se tornarem Demônias eram diferentes daquelas Pessoas Espelhadas em mundo dos espelhos especiais.

Em circunstâncias normais, as Pessoas Espelhadas das Demônias não conseguiam sair do mundo dos espelhos. Uma vez que entrassem na realidade, isso significava que havia um grande problema com o próprio estado das Demônias.

— Ainda precisaremos pedir ajuda à Madame Mágica com posicionamento e contenção… — Lumian, que estava observando a imagem no espelho por uma hora, desviou o olhar e murmurou para si mesmo. Naquele momento, a Madame Mágica apareceu no quarto, cercada pela luz cintilante das estrelas.

Ela olhou em volta e perguntou: — Onde está a Dois de Copas?

— Ela foi se encontrar com sua subordinada, se preparando para o encontro de amanhã com a Demônia de Preto, — Lumian respondeu simplesmente.

A Madame Mágica franziu a testa e disse: — Ela ainda vai continuar com as missões da Seita das Demônias? No estágio de semideusa da Sequência 4, a Demônia do Desespero apenas fornece poções e ajuda a preparar rituais. Como a Dois de Copas explicará como conseguiu avançar para Demônia do Desespero, de onde vieram a fórmula da poção e os ingredientes correspondentes, e como o ritual foi concluído?

— Não precisa de explicação. Seu avanço para a Sequência 4 foi concluído sob a supervisão da Demônia Primordial, e nos últimos dias, ela frequentemente pega aquela estatueta de osso branco e a coloca ao seu lado, sem que surjam anormalidades ou perigos, — explicou Lumian em nome de Franca. — Essa situação a faz sentir que ainda tem valor para a Seita das Demônias, ou melhor, para a Demônia Primordial. Quando chegar a hora, ela poderá inventar uma razão convincente para que a Demônia de Preto acredite, como uma bênção divina ou um favor divino.

— Ela também pode aproveitar esta oportunidade para aprender mais conhecimento místico sobre o Povo Espelhado com a Demônia de Preto, o que pode ser útil no próximo ritual da Demônia da Imortalidade.

A Madame Mágica olhou para Lumian por vários segundos. — Isso é perigoso.

— Nós sabemos, — Lumian respondeu em voz baixa.

A Madame Mágica suspirou e disse: — Quando ela for encontrar a Demônia de Preto amanhã, lembre-se de me avisar com antecedência. Eu providenciarei a proteção necessária por perto.

— Obrigado, — Lumian perguntou então, — Por que você veio aqui de repente? Aconteceu alguma coisa? Não deveríamos esperar até reunir todas as informações antes de definir um horário para o ritual?

A Madame Mágica não fez nenhuma tentativa de esconder, sua expressão se tornou bastante complexa.

— Para ter uma pequena reunião.

— Pequena reunião? — Lumian levantou uma sobrancelha.

— Uma pequena reunião significa uma reunião privada sem a presença do Sr. Tolo, mas ainda realizada no palácio acima da névoa cinzenta, — explicou a Madame Mágica brevemente. — Anteriormente, era marcada para uma vez por mês, mas agora que as reuniões formais foram retomadas e estão marcadas para as 15h da primeira segunda-feira de cada mês, obviamente não podemos continuar com as pequenas reuniões da mesma forma. Elas podem se tornar mais improvisadas, convocadas especificamente para assuntos especiais.

— Essa discussão… — Lumian perguntou pensativamente, — é para unificar a compreensão dos Arcanos Maiores sobre Gehrman Sparrow?

— Sim, — assentiu a Madame Mágica levemente. — Em meia hora, recite o nome honroso do Sr. Tolo.

Depois de falar, sua figura se transformou em inúmeras luzes estelares e voou para a porta ilusória. Meia hora depois, Lumian recitou o nome honroso do Sr. Tolo e mais uma vez chegou acima da névoa cinzenta, sentando-se em um lado da longa mesa de bronze.

Em seus olhos, raios de luz subiam, condensando-se em figuras levemente borradas em diferentes assentos. Em menos de um minuto, todos os portadores das cartas dos Arcanos Maiores estavam presentes.

Depois de olhar para Madame Justiça, a Mágica começou a falar.

— Acabei de falar com a Dois de Copas. Ela comparou o atual Sr. Tolo, ou melhor, a imagem do Gehrman Sparrow, a uma IA…

Depois de repetir grosseiramente as palavras originais de Franca, a Madame Mágica disse: — Acho que faz sentido. Precisamos unificar rapidamente nossa compreensão de Gehrman Sparrow para minimizar a corrupção das âncoras da fé.

A Sra. Justiça retomou o assunto.

— As percepções públicas mais fundamentais e difundidas sobre Gehrman Sparrow não precisam ser mudadas e não podem ser mudadas em curto prazo… elas mesmas não contêm contradições. O que precisamos fazer é aproximar o Gehrman Sparrow sob esta ‘casca’ do verdadeiro eu do Sr. Tolo e garantir que não haja contradições.

— Como queremos unificar esse entendimento, precisamos começar por nós mesmos. Se nossos próprios entendimentos ainda divergirem e contiverem grandes contradições, isso certamente afetará correções e disseminações posteriores.

Vendo todos os portadores das cartas dos Arcanos Maiores concordando levemente, Madame Justiça disse:

— Então, vamos primeiro compartilhar nossas impressões sobre o Sr. Tolo e Gehrman Sparrow, registrá-las e depois discutir quais estão corretas e quais podem ser unificadas. Quem quer começar?

Madame Justiça olhou primeiro para Madame Mágica e Sr. Estrela.

Ela percebeu que o primeiro demonstrava sinais de medo, aparentemente com medo de falar ou ouvir, enquanto o último mantinha a boca fechada, parecendo bastante hesitante, como se não tivesse certeza de quais coisas deveriam ser ditas, quais não deveriam, e se deveria dizer tudo.

A Carruagem Lumian estalou a língua imperceptivelmente e balançou a cabeça.

— No que você está pensando? — o Sr. Lua, que estava sentado não muito longe dele, inclinou a cabeça curiosamente para perguntar.

Lumian riu e disse: — Estou imaginando como eu me sentiria se um grupo de pessoas estivesse discutindo pelas minhas costas que tipo de pessoa eu sou, cada uma com impressões diferentes.

— Envergonhado? — O Sr. Lua não pôde deixar de pensar nisso também.

O Sr. Lumian sorriu e disse: — Não sei se os outros ficariam envergonhados, mas eu provavelmente ficaria animado, acharia divertido e gostaria de poder entrar para ouvir.

O Sr. Lua levantou a mão direita e tocou o rosto. Ele instintivamente olhou para a enorme cadeira na cabeceira da mesa, depois olhou para a posição na parte inferior, confirmando que nem o Sr. Tolo nem o Mundo estavam presentes — realmente não estavam presentes.

— Se fosse o Sherlock Moriarty na minha impressão, ele ficaria genuinamente envergonhado, mas se fosse Gehrman Sparrow, ele manteria uma expressão fria, tornando impossível dizer o que ele está pensando, — respondeu o Sr. Lua às palavras de Lumian.

Depois de falar, ele percebeu que os outros portadores das cartas dos Arcanos Maiores estavam todos olhando para ele. Ao ver isso, Lumian riu baixinho e murmurou para si mesmo: — Veja, alguém se ofereceu para dar início às coisas.

O Sr. Lua congelou por um momento e, vendo que todos esperavam que ele continuasse, não teve escolha a não ser manter a compostura e continuar.

— Não tive muita interação com Gehrman Sparrow; foi principalmente acima da névoa cinza. Muitas das minhas impressões vêm de rumores, centrados em palavras como frio, poderoso e rápido na ação. Comparativamente, conheço Sherlock Moriarty melhor. Ele é bastante perspicaz, bastante vigilante, muito preocupado com dinheiro, mas, a julgar pelo seu comportamento na Igreja da Colheita e em outros lugares, ele é bastante atencioso e possui o senso de humor de um verdadeiro cavalheiro…

Depois de falar em um só fôlego, o Sr. Lua levantou levemente o queixo, olhou ao redor e disse: — É a vez de vocês.

Madame Justiça não esperou por outras cartas dos Arcanos Maiores, decidindo seguir o exemplo do Sr. Lua e estabelecer um modelo para todos.

— Eu vou. Eu já fui psiquiatra do Sr. Mundo, ofereci-lhe tratamento correspondente e até entrei no Salão da Verdade com ele, ouvindo muitos de seus pensamentos íntimos.

Ao ouvir o termo Salão da Verdade, o Sr. Estrela inconscientemente ajustou sua posição sentada, com o lado direito mais para frente e o esquerdo ligeiramente mais recuado. Depois que todos os portadores de cartas dos Arcanos Maiores, incluindo A Carruagem Lumian, se viraram para olhá-la, Madame Justiça falou com voz firme:

— Minha impressão mais profunda do Sr. Mundo é que ele era muito solitário. Ele tinha muitas coisas acumuladas em seu coração e pesando sobre seus ombros… Mas ele ainda conseguia se controlar, sem ceder, sem se desesperar, sem agir de forma deliberada, sem se distorcer…

— O que o Sr. Lua acabou de dizer está correto… ele era realmente uma pessoa muito atenciosa, seu coração era realmente muito gentil, e seu exterior frio e duro era apenas uma fachada que ele havia criado…

A voz gentil da Srta. Justiça ecoou lentamente sobre a longa mesa de bronze.