Circle of Inevitability

Capítulo 61

Circle of Inevitability

Quanto mais Lumian ouvia a mulher à sua frente, mais ele concordava.

Ele não tinha certeza sobre o que aconteceria em uma sequência superior. Entre as poucas criaturas Beyonder com as quais interagiu, a ameaça representada pelo sujeito com a tromba em forma de vórtice era muito inferior à do monstro carregando uma espingarda.

Embora tenha se tornado um Beyonder, melhorando significativamente sua capacidade de combate corpo a corpo e exploração do meio ambiente, o problema estava principalmente no monstro Contratado.

Em primeiro lugar, não exibiu uma capacidade de perseguição relativamente forte. Em segundo lugar, faltavam ataques de longo alcance. Em terceiro lugar, a sua capacidade de invisibilidade não era ridícula. Foi completamente combatido pela compreensão do ambiente circundante e pelas características mínimas de um Caçador.

Além disso, tinha o problema comum dos monstros. Não tinha alta inteligência e não era tão inteligente em combate quanto o monstro espingarda. Ele facilmente caiu na armadilha do inimigo.

Com tudo isso combinado, o resultado final foi óbvio. Lumian nunca esperou que fosse equivalente a uma Sequência 7.

Ele nem mesmo comparou com o monstro espingarda, reconhecendo a grande diferença entre os dois. O monstro com espingarda tinha uma força a ser reconhecida, enquanto o monstro com uma boca enorme era fraco.

“Habilidade, inteligência, preparação, improvisação, fatores ambientais… Existem muitas variáveis ​​que podem afetar o resultado de uma batalha…” Lumian concluiu interiormente e perguntou sem muita esperança: — Posso orar diretamente pelos poderes do Contratado?

A mulher riu. — Essa é uma boa maneira de se matar.

Ela explicou casualmente: — Em teoria, é possível. Afinal, o poder selado em seu corpo não está limitado ao equivalente da Sequência 7. Mas seu corpo pode suportar uma benção tão tremendo ou melhor, corrupção? Se você não se importa em se transformar em um monstro, em uma marionete daquela existência, ou em se transformar em outra criatura, então vá em frente. Tsk, então não demorará muito para que eu veja você pessoalmente transformando sua irmã em um sacrifício.

Os cabelos de Lumian se arrepiaram com as palavras da mulher e um arrepio percorreu sua espinha ao perceber que não estava pronto para avançar além de seu nível atual.

Ele perguntou cautelosamente: — Então, a benção mais significativa que posso receber agora é Dançarino?

— Sim, é por isso que esperei que você se tornasse um Beyonder e digerisse um pouco da poção antes de lhe contar sobre isso, — explicou a mulher, tomando outro gole de seu líquido verde. — Somente quando sua mente, espiritualidade e corpo melhorarem significativamente você terá a chance de resistir à corrupção associada à benção. Então, você poderá controlar lentamente o poder.

— À medida que seu Corpo-Alma e Corpo do Coração e da Mente se fortalecem, e seu corpo se adapta às pequenas mudanças provocadas pelo poder da bênção, você pode considerar o Monge da Esmola.

Para Lumian, o mais importante era aprender a dança misteriosa. Iniciar a ativação incompleta do símbolo do espinho melhoraria significativamente sua capacidade de explorar as ruínas do sonho. Portanto, assentiu levemente, não pensando mais no Monge da Esmola e no Contratado.

— Como devo orar?

Ele já havia aprendido o ritual da dualidade, mas ainda não sabia o nome honroso, o domínio e os ingredientes correspondentes do alvo.

— Ahem, — a mulher tossiu.

Então, falou solenemente: — O que estou prestes a dizer sairá da minha boca e entrará em seus ouvidos… Você não deve contar a ninguém, ou irá prejudicá-los.

“Sair da minha boca e entrar nos seus ouvidos… Essa é uma frase que Aurore gosta de escrever… Essa mulher leu uma de suas novels?” Lumian pensou.

— Eu entendo.

Ele pensou por um momento e perguntou: — Alguma coisa dará errado ao ouvir isso?

A mulher tomou um gole de erva-doce absinto e sorriu.

— Quando você teve a ilusão de que não há nada de errado com você?

Lumian ficou atordoado por um momento antes de olhar para seu peitoral esquerdo.

A mulher zombou.

— Você pertence ao grupo de indivíduos que estão à beira de serem corrompidos. Felizmente, a marca deixada por aquela grande existência foi ativada e o poder correspondente desceu sobre você, selando a fonte da corrupção e estabelecendo o equilíbrio.

— A seguir, você realizará um ritual para confrontar o poder dentro do selo e orar pelas bênçãos correspondentes. É o mesmo que resistir proativamente a um certo nível de corrupção.

— Então, por que você deveria ter medo das questões menores que ouve?

“Quanto mais ouço, mais sinto que há um grande problema…” Lumian não estava muito confiante.

A mulher balançou a cabeça e sorriu.

— Não se preocupe. Quando eu revelar as palavras correspondentes, fornecerei a você um ambiente suficientemente oculto e proteção segura. No futuro, seria melhor realizar o ritual nas ruínas do sonho, onde há névoa cinza e proteção da grande existência. Não chamará diretamente a atenção dessa entidade.

— Além disso, antes do ritual, embaralhe cada segmento e descrição. Tente não juntá-los e analisá-los de maneira completa. Caso contrário, heh…

Ela riu e não entrou em detalhes sobre o resultado, mas Lumian podia imaginar o que aconteceria.

Observando que ele não perguntou mais nada, a mulher assentiu levemente.

— Vamos começar.

— A primeira parte é o Poder da Inevitabilidade.

— Usar isso é suficiente. Corresponde ao seu símbolo de espinho negro. O nome completo desse ser não é algo que você possa compreender no momento. Até eu devo fornecer alguma ocultação antes de ousar contemplá-lo.

Por alguma razão, Lumian sentiu a luz ao seu redor diminuir ligeiramente, mas não tinha certeza.

Naquele momento, a mulher controlou sua expressão e disse solenemente: — A segunda parte é:

— Você é o passado, o presente e o futuro.

— Você é a razão, o resultado e o processo…

À medida que a mulher pronunciava cada palavra com precisão, Lumian sentiu seus sentidos girarem. Ele percebeu que um vórtice de vento escuro o estava envolvendo.

A mesa, sobre a qual repousava o absinto de erva-doce, contorcia-se como se estivesse imbuída de uma força vital própria.

De repente, um som agudo ecoou.

Um verme, do tamanho do dedo indicador de um adulto, deslizou para fora da tábua de madeira e uma aura sinistra se espalhou instantaneamente.

Antes que Lumian pudesse observar as feições do verme, a mulher sentada à sua frente baixou o copo cheio do líquido verde e bateu-o na criatura grotesca, reduzindo-a a uma bagunça sangrenta.

Em seguida, a mulher pegou um guardanapo estampado, limpou a base do vidro e envolveu nele os restos do verme.

Ela tomou outro gole de absinto, como se nada de desagradável tivesse acontecido, e enfatizou: — Lembre-se, a primeira e a segunda partes devem ser recitadas no antigo Hermes. Jotun, Dragonês e Élfico também são aceitáveis.

“Semelhante a como o eu inicial no rito que ora a si mesmo não pode estar em Hermes…” Lumian acenou com a cabeça para indicar sua compreensão.

Embora sempre tenha sido audacioso, sentiu-se um pouco desconcertado e desconfortável ao ser confrontado com os estranhos fenômenos que se manifestavam durante a conversa. Seu coração disparou, mas a mulher enigmática agiu como se tivesse apenas detectado algumas impurezas na refeição. Ela continuou,

— A terceira parte pode ser falada em Hermes. O texto é o seguinte:

— Eu te imploro,

— Eu imploro sua bênção.

— Eu imploro que você me conceda o poder de Dançarino.

— Lembre-se, as três sentenças são progressivas.

Estas palavras não suscitaram uma nova mudança ambiental. As anomalias que causaram desconforto e apreensão em Lumian diminuíram gradualmente.

Lumian guardou-as na memória com seriedade e seguiu as instruções da mulher para embaralhar as palavras, para evitar possíveis problemas.

A mulher saboreou com satisfação o resto do absinto.

— O resto do ritual é semelhante à magia ritualística comum.

— Os ingredientes correspondentes são âmbar cinza, tulipas, cravo e almíscar de veado. Escolha dois para fazer velas. Os dois restantes podem ser usados ​​como ervas, óleo de essência e extrato durante o ritual.

Lumian franziu a testa ao relembrar o ritual dualista que havia aprendido.

— O local que representa a divindade deveria ter um item que esteja intimamente relacionado à divindade, mas meu símbolo de espinho está no meu peito.

O poder foi selado em seu coração e corpo espiritual.

A mulher assentiu levemente.

— Eu não te disse para fazer velas?

— Na hora de fazer a vela, tire 5 mililitros de sangue do peito. Não importa se é mais ou menos. Em qualquer caso, funda-o no material e deixe-o fazer parte da vela.

— No ritual, a vela é colocada no local da divindade. Há apenas uma vela.

— Por causa do seu sangue, a vela será ‘despertada’ pelo antigo Hermes. Depois de se tornar um símbolo, ela apontará diretamente para você.

“Parece uma variante especial do ritual dualista. Aurore não mencionou que isso poderia ser feito assim, então pouca gente sabe disso…” Lumian pensou por um momento e perguntou: — Posso usar perfume com âmbar cinza?

Ele lembrou que sua irmã o tinha, e ela gostava de chamar o âmbar cinza de “âmbar cinzento”.1

A mulher assentiu. — Claro, use-o como um óleo de essência.

“Eu possuo o âmbar cinza nesse caso. Tenho alguns cravos em casa…” Lumian ponderou onde poderia adquirir tulipas e almíscar de veado.

Depois de muita contemplação, ele só conseguiu pensar em três possibilidades:

Em primeiro lugar, Aurore, sendo uma Bruxa, pode já ter preparado os materiais necessários. Em segundo lugar, os materiais poderiam ser encontrados na residência do administrador. Em terceiro lugar, a casa do padre poderia ser uma fonte em potencial.

Lumian decidiu informar a irmã sobre o ritual e dividir as instruções em palavras individuais. Planejou aprender com ela as palavras antigas correspondentes de Hermes e perguntar sobre a disponibilidade dos materiais.

Se ela não os tivesse, exploraria outras opções.

Quando a mulher estava prestes a partir, Lumian perguntou apressadamente: — O que era aquele lagarto que saiu da boca do vice-padre?

A mulher sorriu e respondeu: — Não posso explicar para você.

Lumian lutou para manter a compostura e pensou: “Por que não apenas dizer que não quer me contar…”

Depois que a mulher saiu, Lumian pegou a caneta e o papel que trouxera e anotou as instruções do ritual de maneira desordenada. Então os numerou na sequência correta.

Ao sair do Antigo Bar, Lumian vasculhou a vila em busca do trio de estrangeiros.

Não demorou muito para que ele ouvisse um leve tilintar.

Os lábios de Lumian se curvaram em um sorriso enquanto ele acelerava o passo. Como esperado, Leah usava dois sinos no véu e nas botas, Ryan usava um chapéu-coco escuro e Valentine usava pó na cabeça.

Lumian teve vontade de abrir os braços e exclamar: — Meus repolhos, senti tanta falta de vocês! — Mas rapidamente lembrou que não havia interagido com os estrangeiros neste loop.

Ele massageou o rosto para parecer mais sério e caminhou em direção a Ryan e aos outros.

Ao passar por eles, ele baixou a voz e disse: — Eu sei quem você está procurando.

Ryan, Leah e Valentine ficaram boquiabertos com espanto.

Lumian não parou; ele continuou andando para frente.

Os três estrangeiros trocaram olhares, suprimiram suas expressões peculiares e seguiram Lumian como se nada tivesse acontecido.


Nota:

[1] Infelizmente a piada só é entendível em inglês.