Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro

Capítulo 748

Sobrevivendo no Jogo como um Bárbaro

A habilidade de navegação de Rotmiller era excelente.

O Sexto Sentido geralmente não era tão sensível à boa sorte quanto era ao infortúnio, e, ao correr na direção que Rotmiller disse ser perigosa, os inimigos logo apareceram.

“Cerca de setenta deles…”

Seus números eram esmagadoramente menores que os nossos.

— Machado Vermelho Jack! Ele é um criminoso cruel que dizem ter se juntado a Orcules há dez anos, então você precisa ter cuida…

E não havia ninguém de quem eu precisasse ter cuidado especial.

【Erwen Fornacci di Tersia lançou Ruptura.】

Boom!

Considerando como Rotmiller tentou me alertar, o sujeito provavelmente era algum criminoso infame ou algo do tipo. De qualquer forma, sua cabeça explodiu com uma única flecha de Erwen.

— Fui bem? — ela perguntou.

— Sim, muito bem.

— C-Como você o derrotou tão facilmente…? — Rotmiller murmurou, incrédulo.

Bem, sua reação era compreensível. A batalha que forçou Rotmiller à aposentadoria foi contra o Matador de Dragões. Lutamos arriscando nossas vidas e mal sobrevivemos, fazendo sacrifícios.

“Mas isso foi anos atrás.”

Não havia mais razão para temer Orcules como organização, especialmente considerando que o Colecionador de Cadáveres e o Matador de Dragões eram membros de alto escalão.

Esse tal de Machado Vermelho era alguém de quem eu nunca tinha ouvido falar. Ele não precisava ser levado em consideração.

— Eu só ouvi histórias… Você realmente ficou mais forte.

Bem, eu vinha lutando para sobreviver a cada momento da minha vida até aquele ponto, sempre gritando o nome do deus ancestral.

— Behelaaah!

Enquanto eu avançava como um tanque, as forças inimigas nem conseguiam reunir uma resposta adequada após perderem seu comandante.

— Jack! O Sr. Jack está morto!

— Fujam!

Eu avançava, esmagando as cabeças de qualquer um em meu caminho, enquanto os inimigos tentavam fugir como galinhas sem cabeça. Mesmo que os perseguíssemos, seria bem difícil capturar e matar todos.

— Ei.

Por isso, decidi capturar alguns dos que fugiam, aqueles que pareciam ter alguma posição de importância, e interrogá-los.

— O que vocês estavam fazendo aqui? Especialmente com um grupo tão pequeno?

— I-Isso é…

— Então você não vai falar!

Crunch!

Para dar um exemplo, esmaguei a cabeça de um enquanto olhava para o próximo, e as informações começaram a fluir antes mesmo de eu precisar perguntar novamente.

— N-Nós somos uma unidade de patrulha!

— Uma unidade de patrulha?

— Sim! Nós nos movemos pelo campo de batalha em pequenos grupos para reunir informações e reportá-las aos superiores. Essa era nossa missão!

Em outras palavras, eles eram radares humanos. Espalhados pelo campo de guerra para verificar se um inimigo ou uma nova variável surgia e, em seguida, reportar suas descobertas para a sede.

— Ah, então vocês sabem o que está acontecendo no campo de batalha agora, certo?

— Sim! Claro!

O sujeito respondendo minhas perguntas era tão confiante quanto bem-informado e me ajudou a entender a situação da guerra.

O exército palaciano no Distrito Cinco havia entrado no Distrito Sete, e a força principal dos noarkianos no Distrito Sete estava em confronto direto com eles.

Claro, essa informação não era exatamente surpreendente. Afinal, eu mesmo havia solicitado apoio militar naquela manhã. O detalhe mais importante veio a seguir.

— O capitão ainda está no Distrito Sete?

— Sim! Não sei o que ele está fazendo, já que sou apenas um soldado, mas tenho certeza de que ele ainda está no Distrito Sete!

— E você ouviu alguma notícia sobre Arua Raven?

— Você quer dizer a Maga Dourada?

— Sim.

— Sinto muito, mas não sei muito sobre ela…

Tsk, sem sorte.

Onde exatamente Raven e Astarota haviam desaparecido?

Também interroguei os outros que capturamos, mas todos deram respostas semelhantes. Com isso, a sessão de perguntas terminou. Agora, só precisava lidar rapidamente com eles e seguir em frente…

Nesse momento, meu interrogado perguntou de repente: — Hm… Se não for pedir muito, poderia me deixar viver?

Uau, eu estava me perguntando o que ele iria dizer.

Embora eu não pudesse deixar de admirar sua habilidade de negociar, também não consegui evitar uma risada.

— Se você me deixar ir, vou me esconder nos esgotos até tudo isso acabar. De verdade. Por favor, confie em mim.

Era a primeira vez que encontrava alguém assim. Embora muitas pessoas tivessem implorado por suas vidas no passado, nenhuma o fez de maneira tão educada quanto ele.

— Não.

Entretanto, algumas coisas simplesmente não eram permitidas.

Mesmo com medo evidente, o homem deu uma risada nervosa quando tracei a linha de forma firme. — Ahaha. S-Suponho que não tem jeito, né? Por favor, apenas me dê uma morte rápida!

Bem, já que ele respondeu a todas as minhas perguntas, acho que poderia pelo menos fazer isso por…

“…Não, espere. Algo está errado.”

Baixei meu martelo. Mais do que instinto, era uma experiência acumulada. Minha vivência de ser traído inúmeras vezes ao longo da vida me dizia algo. Embora eu não soubesse o quê, sabia que algo estava errado ali.

— Versyl — chamei. — Use sua magia de verificação.

— Com o nível dele, há uma boa chance de não funcionar.

— Apenas tente mesmo assim.

Versyl lançou seu feitiço. — Como eu pensava, não funciona.

Embora a magia de verificação não tenha funcionado, não havia motivo para decepção. Eu já esperava por isso.

Bati levemente na coxa com o dedo. — Você é um sujeito engraçado.

Observei sua expressão e vi a reação dele ao ouvir sobre a magia de verificação e quando o feitiço foi lançado.

— O-O que você quer dizer? Eu! Eu não menti para você, eu juro!

Bem, segundo ele.

— Descobrirei logo — disse, puxando Confiança Equivocada do meu subespaço. Restava apenas um uso, então seria um pouco de desperdício. Mas a situação parecia sinistra demais para não usá-la.

“Sim, posso conseguir outra mais tarde… Melhor usar agora do que guardar.”

Decisão tomada, comecei a ativar Confiança Equivocada.

— Eh heh heh…

De repente, ele se curvou, com sons de estalo pela coluna. Era como se todo o comportamento anterior tivesse sido um ato.

— O que está fazendo? — perguntei, cauteloso.

— Heh heh, Bjorn Yandel…

— Responda-me.

Ele me encarou diretamente, com um olhar venenoso, antes de praguejar: — Este lugar será seu túmulo!

Então, colapsou à frente, de uma só vez.

Assustada com a cena, Missha correu para checar seu pulso. — Bjorn…? Ele está morto.

Argh, por que ele teve que fazer isso?

Me deixando tão desconfiado.


“Uma luz intensa iluminava a câmara de pedra, destacando cada detalhe em uma visão impressionante. Sob aquela luz, erguia-se uma montanha feita de cadáveres.”

Um, dois, três, quatro…

Contá-los era um esforço inútil.

Os cadáveres, facilmente na casa dos milhares, tinham algo em comum: todos estavam amassados, como vegetais secos.

De repente, dezenas de corpos adicionais caíram do teto enquanto uma abertura se revelava acima. Assim que o fluxo cessou, o teto fechou novamente, mergulhando a câmara em mais um momento de silêncio absoluto.

O homem parado na entrada estava acostumado a essa cena.

Embora franzisse o rosto como se em dor, continuava a encarar a visão à sua frente com uma convicção de ferro.

— Ah, aí está você! A arma foi carregada mais uma vez, Marquês Tercerion.

— Entendo… Vamos voltar para cima.

O marquês deixou a câmara subterrânea e voltou à superfície, onde uma área aberta cercada por barreiras altas o aguardava. Vários tubos conectavam-se a uma enorme arma mágica.

Nome oficial, Trovão. Uma das três Armas Mágicas ancestrais em posse do palácio.

Bem, para ser exato, apenas uma parte de Trovão, mas não importava.

— Não é um instrumento incrível? Basta moer alguns humanos inúteis, e ele gera poder de fogo suficiente para destruir um palácio inteiro.

Silenciosamente, o marquês virou a cabeça para olhar o homem parado ao seu lado.

— É tudo graças a você, Lorde Marquês. Se o palácio ainda tivesse Trovão, nem sequer teríamos conseguido começar a guerra.

Embora fosse um homem idoso, sua constituição era robusta, e seus olhos brilhavam com mais paixão do que os de qualquer jovem.

Ele era o castelão de Noark.

— Pode parecer estranho perguntar isso agora, mas o que o levou a se opor ao palácio, Lorde Marquês?

O marquês não respondeu.

— Vamos, fale livremente. Afinal, ‘estamos’ no mesmo barco agora. Você me contata do nada, diz que irá extrair Trovão para nós e que ficará do nosso lado quando a guerra começar. No entanto, o fato de não desejar o trono nos deixa preocupados, faz-nos questionar suas verdadeiras intenções.

— Ódio…

— Perdão?

— Digamos que seja ódio.

Com essa breve resposta, o castelão pareceu confuso por um momento, mas logo forçou um sorriso. — Ahaha! Então, o Rei do Novo Mundo fez algo para justamente enfurecer nosso marquês?

O marquês deu um sorriso amargo como resposta, e o silêncio recaiu sobre eles.

O castelão parecia desconfortável com o silêncio, abrindo a boca novamente para fazer uma nova pergunta.

— Mas por que estamos apenas carregando Trovão? Você tem autoridade sobre ela, e acredito que tenha um plano em mente, então nunca questionei… Mas já poderíamos ter metade de Rafdônia sob nosso controle se a usássemos.

O marquês soltou um suspiro profundo. — Estou esperando o momento certo. Um momento mais importante para utilizá-la.

— Algo mais importante do que conquistar metade de Rafdônia?

— Exatamente…

O castelão pareceu entediado de ficar ao lado do marquês e, após mais uma conversa trivial, afastou-se, dizendo que tinha outros compromissos.

Algum tempo depois, um homem com aparência de cavaleiro entrou no edifício e fez uma reverência.

O marquês foi direto — Você o encontrou?

O homem assentiu em resposta à pergunta calma.

— Sim, marquês. A localização de Bjorn Yandel foi descoberta.

A hora chegou.


Sempre há sinais.

Por exemplo, se seus pelos se arrepiam de repente, é porque um raio está prestes a cair. Se ratos, insetos e pássaros fugirem de uma área, é provável que um terremoto esteja a caminho.

Então, o que significava este sinal?

— Qual é o status deles?

— Ainda estão apenas nos seguindo e nos observando.

Depois que o sujeito que interroguei se matou em uma explosão de risadas maníacas, outro grupo de soldados começou a nos perseguir, em uma perseguição engenhosa e maliciosa.

— E quanto a capturá-los?

— Não seria bem difícil? Estão longe o suficiente para que nem mesmo as flechas da Srta. Erwen os alcancem.

Claro, eles ainda não haviam nos causado nenhum dano. Estavam apenas mantendo a distância enquanto nos seguiam.

O problema era que isso só me deixava mais inquieto.

Ba-dum.

A forma como aquele desgraçado morreu dizendo algo tão sinistro e o modo como os soldados agora nos seguiam. Era como se fossem presságios de um desastre maior.

— Vamos aumentar o ritmo ao máximo que pudermos.

Aumentamos nossa velocidade de deslocamento, mas, por algum motivo, não encontramos mais nenhum inimigo.

— Rotmiller.

— Também não sei para onde devemos ir. Mas sinto que algo ruim está para acontecer…

Até mesmo a navegação em que eu confiava parou de funcionar por algum motivo.

O verdadeiro golpe final, no entanto, foi este.

— Bjorn…? Eles pararam de nos seguir de repente.

Nossos perseguidores desapareceram.

— Eles não interromperam a perseguição… Apenas aumentaram a distância entre nós.

Estavam nos perseguindo o tempo todo. Por que de repente se afastaram? O que isso poderia significar?

Lembrei-me de um ditado: se você vir a água recuar rapidamente da costa, deve fugir do…

Pshwoong!

No mesmo instante, o som de algo parecido com um jato ecoou, e todos se abaixaram em choque.

Bem, exceto eu.

“O que é isso?”

Como o protetor encarregado da segurança de todos, levantei a cabeça e olhei ao redor para verificar o ambiente.

Duvidei de meus próprios olhos por um momento.

Ouvi que o Distrito Quatro havia sido tomado pelos noarkianos, e vi o que parecia ser um enorme projétil vindo em nossa direção daquela direção.

— Trovão… é Trovão!

Ao contrário de mim, que estava no subsolo quando Trovão foi usada antes, meus aliados reconheceram instantaneamente o que era.

Assim que ouvi isso, não pude evitar praguejar.

— Malditos…

Usar mísseis era trapaça.