Capítulo 37

『 Tradutor: MrRody 』

Eu estava sentado em uma cadeira. Estranhamente, as algemas de ferro nos braços e pernas pareciam um recurso adicional, e estavam presas ao chão com pregos.

“Eu não posso ter um momento de paz?”

Para resumir a situação, eu estava atualmente em uma sala de interrogatório localizada no porão da Guilda dos Aventureiros.

Do outro lado de mim estava meu interrogador. Ele devia estar na casa dos trinta e poucos anos, e sua característica definidora era que ele era um homem extremamente obeso que falava de forma pomposa.

— Eu sou Koldo Biermann e estou encarregado da investigação deste caso. Vou fazer algumas perguntas agora, então espero que coopere com minha investigação.

— Investigação? Você não deveria me dizer por que fui preso primeiro? — Perguntei, sem recuar. Eu nem me importava em esperar por uma abordagem de ‘inocente até que se prove o contrário’, mas este era um direito razoável para um réu ter mesmo nesta era…

Paft!

O investigador desgraçado me chutou no tornozelo. Quando olhei para ele, ele sorriu como se perguntasse o que estava errado.

— Regra número um, você só fala quando está respondendo às minhas perguntas. Entendeu?

— …Tudo bem.

— Siga as regras e não será machucado. Você pode ter certeza disso.

“Machucado, meu traseiro.”

Depois do que passei no labirinto, levar um chute no tornozelo não fazia nem cocegas. Esse idiota deve ter algumas desilusões sobre o trabalho dele.

— De qualquer forma, para responder à sua pergunta… Bjorn Yandel, você foi preso sob a acusação de saquear dentro do labirinto.

— …Acusações de saque?

“Que tipo de absurdo é esse?”

O investigador pegou minha mochila de cabeça para baixo e derramou o conteúdo no chão. Ele assobiou sarcasticamente.

— Isso é muita coisa.

Suprimentos de aventura, como tochas e um saco de dormir, e um dos itens especiais que obtive na Cidadela Sangrenta podiam ser vistos na pilha. Ao separar a comida e outros itens diversos, o investigador tirou os equipamentos e os colocou na mesa. Eram principalmente coisas do grupo de quatro pessoas que nos trairam na Terra dos Mortos.

— Se você não saqueou ninguém, de onde veio isso tudo? Um bárbaro não usaria um arco.

— Isso… pertencia a um grupo que tentou me matar primeiro.

— E suas provas?

Provas? Eu não tinha nada do tipo, mas não tinha motivo para ser intimidado por isso.

— Então você tem alguma prova de que o que estou dizendo não é verdade? — Retruquei.

— Bem, terei que investigar isso daqui para frente.

— Você vai prender e investigar alguém por causa disso?

Essa era a parte que eu realmente não entendia.

Isso era diferente do processo habitual da Guilda dos Aventureiros. Havia uma regra não escrita na cidade para não questionar aventureiros sem evidências, não importa o que eles trouxessem para fora do labirinto. Por esse motivo, a guilda nunca tomava a iniciativa de procurar saqueadores até que relatos ou testemunhos chegassem até eles.

No entanto…

— As regras internas da guilda mudaram há alguns dias.

Bem, isso me deixou sem palavras. Fui novamente lembrado de que isso não era apenas um jogo, mas um mundo onde muitas pessoas viviam.

— As diretrizes oficiais nos instruíram a primeiro aplicar as regras aos exploradores de nono nível para dissuadir atos de saqueamento.

Em poucas palavras, significava que os peixes pequenos seriam os ratos de laboratório. Não importa onde você fosse, ser o degrau mais baixo na escada significava que você iria sofrer. Eu podia imaginar aproximadamente como eles escolhiam quem iam alvejar com essas investigações também. Ou alguém que tivesse coletado muitas pedras de mana ou alguém com equipamento que parecesse pertencer a outra pessoa em sua mochila. Algo assim.

Então, eu já tinha dois strikes contra mim.

— Bem, então. me diga. De onde você tirou isso?

De qualquer forma, sua atitude inicial deve ter sido apenas para me desanimar, porque depois disso, o idiota conduziu uma investigação normal. Então, expliquei o que aconteceu durante o meu tempo no labirinto da forma mais cooperativa possível. Deixando de fora a vadia psicopata, é claro.

Para contar a ele sobre isso, eu também teria que falar sobre o juramento, e um bárbaro que quebrasse um juramento pareceria estranho. Seria muito mais perigoso ser acusado como um espírito maligno do que ser acusado de assassinato. Especialmente porque eu não teria chance de me explicar.

“Além disso, denunciar aquela mulher poderia me colocar em perigo de ser assassinado no meio da noite.”

Portanto, apenas relatei brevemente sobre encontrar um grupo de quatro saqueadores, ser contido e, milagrosamente, matá-los. No entanto, o maldito investigador estava indiferente a tudo.

— O quê? Você sobreviveu a uma facada no pescoço? Você conta mentiras que nem mesmo uma criança acreditaria.

— Só falo a verdade.

— Então onde está a cicatriz em seu pescoço? Se suas palavras são verdadeiras, deveria ter deixado uma marca, certo?

Inconscientemente, toquei meu pescoço. Estava liso, sem defeitos. E havia uma razão clara para isso.

Ao consumir a essência do vampiro, meu poder de cura aumentou tanto que até a cicatriz em meu pescoço havia cicatrizado.

“Por que as coisas estão ficando tão complicadas?”

Relutantemente, expliquei também sobre a Fenda. O único problema era que o idiota do investigador não ouvia uma palavra do que eu dizia.

— Ha ha ha! Uma Fenda? Um vampiro? Não há lógica em suas palavras bárbaras!

— Juro que tudo o que digo é verdade.

Talvez ele tenha se endurecido ainda mais contra mim porque o juramento de um guerreiro, que geralmente sempre funcionava para mim, provou ser inútil desta vez.

— Que honra há em ser um saqueador?

Neste ponto, eu também estava irritado.

— Então chame um mago! Você pode verificar minhas palavras com magia!

Na verdade, nunca houve necessidade de uma conversa tão longa em primeiro lugar. Apenas um feitiço revelaria a verdade. No entanto, o Detetive Idiota apenas sorriu como se eu não valesse o esforço.

— Apenas aventureiros de nível sete ou superior podem fazer um pedido formal de verificação para a guilda.

Droga, e desde quando isso mudou? Aventureiros de nono nível nem estavam sendo tratados como seres humanos.

— Mesmo se eu pagar a taxa?

— Isso é dinheiro que será repassado para o estado quando você morrer. Não podemos deixar você desperdiçá-lo com algo inútil.

Balela. Eu sabia que era apenas porque eles teriam menos dinheiro para roubar de mim.

— Agora, apenas admita o crime.

Parecia que levaria algum tempo para provar minha inocência.

Como se em celebração ao fim de sua estadia de quinze dias no labirinto, a luz do sol deslumbrante envolveu seu corpo como um manto. Erwen ficou ali por um momento para aproveitar o calor. Fragmentos de memórias preencheram sua cabeça, talvez por causa do forte contraste entre seu entorno e o ambiente em que estava momentos antes.

“Eu não sabia que o terceiro andar seria tão difícil…”

Erwen tinha subido para o terceiro andar com sua irmã. Lá, ela havia experimentado a força de monstros de nível sete pela primeira vez. Mesmo que sua irmã tivesse praticamente lutado sozinha, mesmo os monstros de nível seis que encontraram por acaso no final… Realmente tinha sido a primeira expedição em que ela esteve que parecia uma verdadeira aventura. Sua viagem ao labirinto com o Sr. Bárbaro também não tinha sido ruim… Mas na época, ela estava tão focada em sair viva que não prestava atenção em mais nada.

“Ele vai ficar tão surpreso quando eu contar sobre isso.”

Ela queria encontrá-lo imediatamente para poder contar a ele sobre o que tinha experimentado no labirinto e perguntar sobre a experiência dele também. Só de pensar nisso, seu corpo cansado se reanimava.

“Se eu contar a ele que obtive uma nova essência, será como da última vez…?”

O pensamento era um pouco preocupante… Mas, por alguma razão, seus passos estavam mais leves do que o habitual enquanto ela se dirigia rapidamente para o câmbio de moedas para aventureiros de nono nível.

“Talvez tenhamos nos perdido um do outro desta vez. Eu não o vejo por aqui…”

— Isso dá 184.100 pedras.

— Uau…

— Isso é muito dinheiro para um aventureiro de nono nível.

— Porque eu fui com minha irmã!

— Qual é o nome dela?

— Daria Whitember di Tersia.

— Tudo bem, isso confere. Você pode ir.