O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 405

O Ponto de Vista do Vilão

Capítulo 405: Última resistência (1)

– Ponto de vista de Frey Starlight –

Essa perseguição estava chegando ao fim.

De pé, observei Danzo, inconsciente, enquanto Ghost colocava cada gota de seu conhecimento médico em tratá-lo da melhor forma possível.

Quanto mais ele examinava o corpo de Danzo, mais percebia a gravidade dos ferimentos.

Ele estava tão ferido que Ghost tinha dificuldade até mesmo de localizar uma única parte intacta.

Hematomas, fraturas e traumas cobriam cada centímetro do corpo dele. Seu núcleo de aura tinha sido destruído, assim como todas as passagens que o conectavam.

Algumas áreas estavam piores que outras... especialmente as pernas, que estavam quase destruídas.

Ghost provavelmente já tinha percebido.

Danzo estava paralisado.

Mas ainda vivo.

Enquanto isso...

Fiquei completamente imóvel, assistindo tudo se desenrolar como se o tempo tivesse desacelerado.

Cada segundo parecia maior que o anterior, enquanto minha mente se encaminhava para um beco sem saída.

Qual seria a solução?

O que eu devia fazer?

A dúvida ecoava ininterruptamente na minha cabeça, enquanto eu me via cercado de todos os lados.

Salvar ou matar Danzo.

Essa frase se repetia na minha mente, de forma incessante.

Em apenas alguns minutos, já tinha passado por dezenas de possíveis resultados... desesperadamente tentando encontrar uma saída.

Mas não importava como eu tentasse — por mais que explorasse vários ângulos...

Minha mente sempre me levava de volta à mesma conclusão.

Não posso salvá-lo.

Eu sabia disso melhor que ninguém — porque entendia exatamente o que um Semente Demônio completa significava.

Diferente do protótipo, a semente completa se funde totalmente com o corpo do hospedeiro, transformando-o em um demônio.

Ou seja, não há como removê-la.

A única maneira de lidar com ela... é matar o hospedeiro.

Eu sabia disso.

Mas não consegui aceitar.

’Por que... por que diabos eles colocariam algo tão raro dentro do Danzo?!’

Uma onda de fúria pulsou dentro de mim, entrelaçada com dor e incredulidade.

Gvardiol.

Aquele bastard. Foi ele quem fez isso.

Era parte do plano dele desde o começo?

Colocar essa armadilha dentro de um de nós? Mas quem diabos ele é? E por que justamente Danzo?

Por que — de todas as pessoas — tinha que ser ele?

Já passei por tanta coisa neste mundo. Matar estranhos não me assusta mais.

Mas não ele...

Silenciosamente, sentei-me no chão, completamente exausto.

Murmurando a dura verdade a meu próprio respeito, repetidamente:

"Você está me dizendo que tenho que matá-lo?"

Com essas próprias mãos...

Matar a pessoa que lutei tanto para salvar?

Será que estou mesmo condenado a ficar preso a esse caminho amaldito até o fim?

Eu lutei. Eu strugglei. Dei tudo de mim.

Não deixei pedra sobre pedra.

Corri como um louco por todos os possíveis caminhos, achando que estava escolhendo meu próprio destino...

Mas não.

Todo esse tempo — estou dançando na palma da mão dele.

No final, fui exatamente onde ele queria que eu estivesse.

Desde o princípio... nunca fui realmente livre.

Mesmo quando desisti... quando tentei acabar com tudo e morrer... ele não me deixou.

Não importa o que eu escolha, sempre leva ao resultado desejado por eles.

E agora aqui estou...

Sendo forçado a matar Danzo.

Matar ele...

Olhando para seu rosto machucado, inconsciente e destruído...

Simplesmente não consegui aceitar.

E, ainda assim, não consegui encontrar uma solução também.

Desabei, incapaz de avançar, incapaz de pensar.

Minha mente simplesmente desligou... esmagada pela parede intransponível do destino que me roubou todas as escolhas.

Sem forças, não tinha ideia de mais o que fazer.

Mergulhado na desesperança.

Era como uma estrela caída, vagando sozinho pelo vasto vazio da existência... arrastado pela corrente do destino.

"Frey!!"

A voz de Ghost foi a única coisa que me trouxe de volta à realidade.

O olhando com uma expressão vazia, sem emoções...

Vi meu amigo me encarando confuso.

"O que aconteceu com você?"

"Huh?"

Respondi de forma fraca, sem estar realmente consciente do que me cercava. Claramente, Ghost não conseguia entender o que eu estava passando.

"Chamei seu nome várias vezes. Você só ficou aí, olhando pro espaço. Se endireite, cara."

Ele tinha Danzo pendurado nas costas e fez um gesto com a cabeça.

"Ainda não acabou. Ainda precisamos encontrar os outros."

Até lá... preciso que você esteja no seu melhor!

Apesar do seu jeito frio habitual, Ghost mostrou mais emoção do que nunca.

Me recompus, levantei-me novamente... ciente de que ainda não acabou.

"Você tem razão... desculpe. É que eu realmente desabei agora há pouco."

Ainda é cedo demais para desmoronar... ou sucumbir ao desespero.

Ainda há outros lá fora de quem preciso cuidar. Além disso, a missão final me deu um prazo de um mês.

Não devo tirar conclusões precipitadas ou presumir o pior.

Deve haver uma solução.

E eu vou encontrá-la... a qualquer custo.

Mas antes disso...

"Eu o carregarei. Você lidera o caminho até os outros."

Pegando Danzo de Ghost, coloquei meu amigo ferido nas costas após equipar a nova armadura que Ghost tinha me dado.

E no instante em que o levantei... percebi o quão leve Danzo tinha ficado.

Neste estado, ele era uma sombra do amigo que eu conhecia. Uma casca miserável, quebrada.

Mas não deixei esses pensamentos me dominarem.

Empurrando todas as emoções de lado, foquei apenas na sobrevivência... e em salvar quem ainda estiver possível.

Até lá, nada mais importava.

"Vamos."

Com a mesma rapidez com que chegamos, saímos da cavernA em disparada.

Usando a marca da bruxa, Ghost liderou o caminho até os outros... em algum lugar entre os destroços do campo de batalha.

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...

...

...

"Droga..."

Voando pelo ar, em meio a uma trajetória de fogo ardente, Phoenix murmurou entre os dentes, segurando Seris em seus braços.

Ela já havia perdido a consciência... cansada da batalha contra Baylor Moonlight, exausta pela energia bruta que liberou de um corpo que não estava preparado para aquilo.

Mas isso não foi o que fez Phoenix amaldiçoar.

Seus sentidos aguçados sempre foram confiáveis para detectar perigo iminente.

E desta vez não foi diferente.

Apesar de as lutas um contra um terem acabado... o jogo da bruxa ainda não terminou.

Os exércitos Ultras ainda se aproximavam... cercando-os por todos os lados.

Eles ganharam um pouco de tempo quando Frey Starlight sozinha conseguiu deter uma das forças invasoras.

Mas isso... era só a vanguarda.

Agora, a verdadeira tempestade se aproximava.

Uma quantidade esmagadora de inimigos marchava rapidamente.

Entre eles, guerreiros poderosos... até Hollows que uma vez enfrentaram o exército de Maekar.

Percebendo a escala da ameaça que se aproximava...

Phoenix Sunlight se viu incapaz de tomar uma decisão.

Sempre confiou em sua força.

Mas agora, ele nem mesmo podia garantir a segurança daqueles sob sua proteção.

Especialmente da garota que segurava em seus braços.

Desde que foi descoberto que o portal vermelho era uma armadilha... não tinham mais como voltar para casa.

De repente, ao perceber onde estava, Phoenix percebeu que havia retornado instintivamente ao local do portal vermelho enquanto tentava localizar os outros estudantes através da marca da bruxa.

E, sem avisar, mergulhou em direção ao local.

A área estava destruída—um claro sinal de que uma batalha feroz havia ocorrido.

Mas Phoenix não conseguiu detectar marcas ativas por perto, o que significava que o estudante que esteve ali ou já tinha partido... ou estava morto.

Descendo até o chão, ainda carregando Seris...

Seus olhos se arregalaram ao notar algo.

Um calafrio percorreu sua espinha.

Com cuidado, deitou Seris no chão e correu até os dois corpos sem vida próximos.

O primeiro era de Adriana... a menina tímida que viajava com eles.

Ela jazia numa poça de sangue, cheia de buracos por todo o corpo mutilado.

Mas Phoenix não conseguiu desviar o olhar da segunda figura ao lado dela.

Era ela: princesa Sansa Valerion.

Caindo de joelhos ao lado dela, encarou-a em silêncio, incapaz de processar a visão.

Seu corpo já estava frio.

O sangue tinha coagulado e secado. Sua pele tinha ficado pálida — de forma artificial, como se tivesse tudo a perder de cor.

Seus olhos ainda estavam bem abertos, sem vida, vidrados para o céu vazio.

No peito...

Uma crateras aberta, ensanguentada, marcava onde ela tinha sido atingida.

Um ataque brutal tinha destruído seu torso e obliterado seus órgãos internos.

Foi preciso—sem misericórdia—destroçar seu coração e tudo ao seu redor.

Com dedos trêmulos...

Phoenix fechou suavemente seus olhos.

O rosto dele se contorceu de dor enquanto cerrava os dentes.

Ela morreu da pior maneira possível... bem ao lado de Adriana.

A condição de Sansa era tão terrível... que ele mal conseguiu reconhecê-la à primeira vista.

Que batalha poderia ter sido essa que a deixou assim?

Tão pálida...

Seus cabelos, antes dourados, agora estavam brancos como algodão, tingidos de cinza avermelhado...

Então, de repente...

Quatro figuras surgiram de repente no cenário, trazidas pela marca da bruxa.

O grupo de Aegon Valerion havia finalmente chegado... exatamente ao local onde as batalhas anteriores começaram.

Daemon, Dawn e Selena estavam com ele, cada um em condição variada.