
Capítulo 407
O Ponto de Vista do Vilão
Capítulo 407: Os de Elite contra os Ultras (1)
Posicionados na retaguarda das forças Ultras que cercavam a Classe de Elite...
Maria exalou lentamente, finalmente sentindo suas feridas começarem a cicatrizar após a exaustiva batalha contra Daemon e Dawn.
Seu poder era formidável... mas vinha com uma fraqueza problemática. Como Empírea, Maria agora não conseguia mais lutar, por isso tinha ficado para trás na linha de frente.
A batalha final estava prestes a explodir a qualquer momento, e quando isso acontecesse, os últimos estudantes sobreviventes da Classe de Elite—a geração mais talentosa da história imperial—seriam massacrados.
As mortes deles seriam um golpe devastador para o inimigo, pois esses jovens talentos demonstraram um potencial assustador.
E, no entanto, Maria não sentia nada. Se fosse por ela, toda a situação lhe parecia profundamente trágica.
Até onde a humanidade tinha caído... a ponto de humanos serem obrigados a matar outros humanos, repetidas vezes.
"Você parece um espectro, querida Maria."
Uma voz familiar a puxou de seus pensamentos, carregada do mesmo sorriso embriagado que ela conhecia há tempos.
"Senhor Mergo..."
Ela pronunciou seu nome involuntariamente, os olhos arregalados de choque ao ver a cena à sua frente.
O Senhor da Colmeia Sombria... Mergo... estava diante dela, descalço, seu corpo frágil marcado por machucados e hematomas, uma mão repousando na empunhadura de sua espada e a outra segurando a cabeça decapitada de Lawrence.
"O que aconteceu com você?!"
Maria olhava incrédula para as feridas do ancião, sangue seco ao redor de cortes que pareciam recentes, como se tivessem sido feitos por uma lâmina amaldiçoada.
"Por que você não se curou?"
Ela perguntou, perplexa. Alguém com seu poder infernal deveria ter conseguido se recuperar facilmente. Mas Mergo apenas balançou a cabeça.
"Não é que eu não queira... eu simplesmente não posso."
Segurando o peito fraturado, Mergo lançou um sorriso torto ao recordar a batalha feroz.
"As feridas que aquela espada deixou em mim se recusam a cicatrizar. É como se ele tivesse me amaldiçoado a cada golpe. Agora, só posso impedir que fiquem piores."
Maria franziu o rosto por reflexo. Era difícil imaginar alguém tão poderoso quanto Mergo sofrendo assim nas mãos de um único oponente.
"Quem fez isso com você?"
Assim que ela perguntou, a imagem de um rosto surgiu na mente de Mergo.
"Um monstro com força desumana. Um lutador como eu nunca tinha visto antes. Heh... Seu poder só aumentava, até que, no final, eu não tive escolha a não ser fugir."
Ainda carregando a cabeça de Lawrence, Mergo começou a caminhar ao lado do exército Ultra, Maria ao seu lado.
"Você está me dizendo que um dos estudantes de Elite fez isso com você?!"
Não fazia sentido... e, ainda assim, era a verdade.
"Talvez estivéssemos errados, Maria."
Murmurou Mergo, os olhos fixos no campo de batalha distante, onde o clímax estava prestes a acontecer.
"Talvez o que estamos buscando esteja do outro lado."
Suas palavras eram enigmáticas, mas Maria seguiu em silêncio, com a testa franzida profundamente.
"Você realmente acredita nisso?"
Assim que ele sacou a lâmina, Mergo deu um sorriso confiante.
"A próxima batalha nos dará a resposta."
O ancião suspirou ao erguer a cabeça decapitada de Lawrence.
"Então, o que devo fazer com esse figuraçada problema?"
"Ele está morto?"
"Claro que não. Cortar a cabeça dele não o matará. Mas vai impedir que ele se regenere tão facilmente..."
Com um movimento de mão, Mergo abriu um portal dimensional e arremessou a cabeça de Lawrence lá dentro.
"Vou lidar com ele depois. Mas, por agora..."
Naquele momento, o exército Ultra parou de avançar... eles haviam alcançado o centro.
Todos se prepararam para o ato final.
Era hora de acabar com isso.
...
...
...
As forças Ultras finalmente chegaram ao centro, cercando a Classe de Elite por todos os lados.
Dentro das fileiras de sua força principal estavam várias figuras destacadas...
Gavid Lindman marchava à frente. Lords dos Ultras, como o furioso Godfrey—ainda enfurecido após sua última luta contra Phoenix—seguiram de perto.
Outros, como Gvardiol, e até Evelyn Hollow... que ainda não havia reaparecido... também estavam presentes.
Pode-se dizer que quase todos os principais combatentes do continente Ultra estavam reunidos ali. As chances de sobrevivência do império eram praticamente nulas.
"Acabamos jogando o joguinho daquela bruxa estúpida," Gavid Lindman rosnou, sua voz amarga de raiva. "Quando devíamos ter feito isso desde o começo."
Nunca quisera perder tempo com o jogo distorcido de Beatrice. Seu plano sempre foi simples: esmagar Frey e seus aliados com força avassaladora.
Mas Beatrice prometeu entregar-se voluntariamente se eles participassem do jogo dela.
E assim... jogaram o jogo.
As lutas um a um tinham acabado.
Agora era hora de massacre em massa.
"Vai ser divertido,"
Gvardiol sorriu, cruzando os braços enquanto olhava em direção ao portão distante.
Depois de secretamente plantar uma semente demoníaca dentro de um deles...
O Empíreo estava curioso para saber até onde esses jovens lutadores... mal capazes de serem chamados de guerreiros... poderiam chegar.
Principalmente numa batalha como aquela que estava por começar.
Todos os exércitos Ultras estavam prontos, suas forças reunidas e esperavam.
Mas a primeira investida não veio deles...
Foi do inimigo.
Antes de seus olhos, uma coluna de fogo flamejante ascendia ao céu, rasgando a escuridão da noite enquanto incendiarava o campo de batalha com um poder avassalador.
As chamas cresceram e se intensificaram, assumindo a forma de uma colossal fênix de asas em chamas, gritando loucamente enquanto ia na direção dos Ultras.
Mobilizando uma quantidade impressionante de aura de fogo, Phoenix infligiu os céus acima, lançando a besta flamejante sem aviso direto contra uma das fraquezas do exército Ultra.
Ele era astuto—apontando para o alvo mais vulnerável primeiro.
E em segundos, a enorme fênix cresceu diante deles, ameaçando incinerá-los vivo.
"Caralho."
Gvardiol caiu na gargalhada diante do espetáculo grandioso.
Então, sem aviso...
A fênix explodiu.
Uma erupção violenta engoliu uma quantidade aterradora de soldados Ultras, queimando-os até virar cinzas.
Após liberar uma de suas técnicas de longo alcance mais poderosas, Phoenix avançou imediatamente, uma fornalha de fogo ardente ao seu redor, decidido a rasgar as linhas inimigas.
Gavid Lindman foi o primeiro a reagir, sacando sua lâmina de éter e atirando-se contra o jovem senhor da família Sunlight.
Ele não permitiria que ele fizesse uma loucura indiscriminada.
Mas, justo ao mover-se...
Uma explosão devastadora aconteceu atrás dele.
Gavid se virou instantaneamente, olhos arregalados ao ver a coluna de aura violeta-preta disparando ao céu, rasgando o campo de batalha com força destrutiva.
A explosão engoliu mais uma onda de forças Ultras.
Surpreso, Gavid tentou falar...
Somente para outra explosão ocorrer, desta vez de uma direção completamente diferente.
Era uma luz pura, radiante.
Completamente igual à primeira.
Gavid ficou perplexo. Não compreendia—não sabia nada sobre a Ignição de Frey, nem sobre a Grande Formação Cósmica de Snow.
Mas não importava.
A batalha tinha começado.
Espadas foram desembainhadas, lanças lançadas, e os guerreiros dos Ultras avançaram, rugindo de raiva, correndo na direção das fontes das explosões.
Snow e Frey ficaram lado a lado—depois se separaram, cortando as linhas inimigas com uma sinergia aterradora.
De cima, Phoenix transformou o campo de batalha numa atualização do inferno, chovendo fogo incessantemente.
Logo atrás dele, Daemon seguia, apoiando seu ataque por trás.
Juntos, Frey e seus aliados rasgaram as linhas inimigas, matando dezenas, até centenas—mas só tocaram na ponta do vasto exército ao redor.
Precisavam atrair atenção. Precisavam sobreviver.
Era a única maneira de Phoenix abrir caminho para que os outros escapassem.
A sobrevivência significava ficar vivo o máximo de tempo possível.
Despedaçando cadáveres, Frey e Snow lutaram como verdadeiros loucos, obliterando quem quer que se aproximasse.
"Mate com um golpe só, Snow! Se eles sobreviverem à segunda, vamos ser sobrecarregados!"
Frey gritou, selvagem e implacável.
"Eu já sei disso!"
Snow respondeu, estendendo as mãos antes de lançar-se em direções opostas—um envolto em aura negra como breu, o outro em luz radiante.
Moviam-se como relâmpago, derrubando inimigos um após o outro.
E enquanto as lâminas de Frey rasgavam corpos, algo dentro dele se encaixou perfeitamente... entrou naquele mesmo estado de foco que experimentara durante a batalha contra o exército de mil.
Tudo o mais—sua dor, seu sofrimento—desapareceram.
Tudo que restou foi o campo de batalha.
Ele lutava como um demônio, destruindo seus inimigos um a um, movido por fúria e sede de sangue inextinguível.
Com suas reservas infinitas de aura e um corpo que desafiava qualquer ferimento, Frey virou uma catástrofe ambulante.
Do outro lado, Snow Lionheart o enfrentava troca por troca, liberando sua Forma de Conquistador completa, controlando as seis forças elementais para destruir tudo ao seu redor.
Mesmo em menor número, a Classe de Elite lançou um ataque devastador inicial.
"Posso fazer isso o dia todo!"
Frey rugiu, lâminas brilhando, aura uivando ao seu redor.
Exatamente como antes—exatamente como quando enfrentou mil inimigos...
Estava pronto para repetir tudo... resistir às hordas inimigas sem hesitar.
Porém, a breve vantagem do de elite não durou muito.
Em segundos, a lâmina de Frey colidiu com uma espada que não só bloqueou seu golpe... mas o superou.
De frente com ele...
Gavid Lindman apareceu, seu olhar frio queimando com intenção assassina.