Debaixo do Carvalho

Capítulo 3

Debaixo do Carvalho

“Isso vai doer um pouco.”

Depois do que parecia uma eternidade, a mão de Riftan parou. Maxi afundou na cama, seus membros pendendo frouxamente enquanto tentava recuperar o fôlego. Seu corpo estava tão tenso que, sem forças, ela não conseguia mais lutar. Riftan se despiu completamente e envolveu um braço em torno da cintura de Maxi, levantando-a.

Seus corpos quentes se tocaram. Foi só então que Maxi percebeu que ambos estavam cobertos de suor.

As costas dele brilhavam em um dourado avermelhado à luz fraca, lembrando-a do tempo em que se infiltrou em uma oficina de ferreiro e observou como eles moldavam estátuas a partir de ouro derretido. Será que era assim que se sentiria ter metal borbulhante despejado sobre o corpo? Ela sentiu seu corpo se dissolver como se estivesse submersa em um crisol de ouro líquido.

“Respire fundo.”

Sua voz estava tão rouca que era difícil entender o que ele sussurrava. Seus lábios roçaram o lóbulo da orelha dela, enviando arrepios pela sua espinha. Segurando seu braço sinuoso, ela permitiu que suas pernas se abrissem sem pensar. Riftan logo juntou seus quadris aos dela.

“Ah…!”

Uma dor surda irradiou por seu corpo inferior antes que ela pudesse entender o que havia acontecido. Ela lutou, aterrorizada. Ele pressionou seu corpo com o dele para impedi-la de se soltar, depois mordeu seus lábios. Seus seios pressionados contra seu peito robusto, ela sentiu ele penetrar mais fundo. Perto das lágrimas, ela arranhou seus braços.

“I-Isso… dói…”

“Muito apertado…”

Gotas de suor escorriam pelo pescoço dele e caíam em seu rosto. Enquanto ela se contorcia na tentativa de fugir, ele tremeu ligeiramente e usou as duas mãos para segurar sua cintura com firmeza. Uma linha profunda apareceu em sua testa.

“Apenas… fique quieta…”

“D-Dói… d-dói…!”

“Não se mexa, droga— argh!”

Ela sentiu o corpo dele tremer. Segurou a respiração enquanto ele a esmagava num abraço. Como se não pudesse mais se conter, ele começou a se mover ritmicamente. Cada movimento produzia uma dor aguda que arrancava um gemido fraco dela.

Seu corpo balançava como um barco em águas turbulentas. Sua mente afundava em profundezas viscosas, seus nós dos dedos ficando brancos de segurar os lençóis. O que ele estava fazendo com ela?

“Maldição…”

Finalmente, ele soltou um gemido sufocado antes de desabar sobre ela. Seu corpo irradiava tanto calor que se o ar estivesse um pouco mais frio, teria soltado vapor. Ofegante, Maxi podia ver que os ombros dele também subiam e desciam rapidamente. Ela sentiu um estranho vazio. Com as pálpebras tremulando, ela encarou o teto em branco. O que acabara de acontecer com ela?

“Por que você está chorando?”

Foi só então que ela percebeu que estava chorando. Tentou cobrir o rosto, mas uma língua molhada começou a rastejar em sua bochecha. Ele segurou seu rosto para que ela não pudesse se afastar e sibilou entre os dentes.

“Não desvie o olhar de mim.”

Seus olhos escuros cintilavam com uma emoção intensa. Os pelos de sua nuca se arrepiaram. Ele continuou a cobrir suas têmporas e bochechas riscadas de lágrimas com beijos.

“Agora você é minha esposa. Não há mais volta, goste ou não.”

Uma mão alcançou seus cabelos para puxá-la para um beijo. Havia pouco que ela podia fazer além de permitir que acontecesse. Uma e outra vez…

Quando ela acordou, já passava do meio-dia e Riftan já havia partido para a campanha. Ela descobriu com sua ama que um clérigo havia vindo inspecionar o sangue nos lençóis e declarar o casamento válido. Ela também soube que a consumação do casamento era um rito de passagem para casais recém-casados.


Isso foi tudo o que havia acontecido entre ela e Riftan. Ela havia perdido sua virgindade, e ele havia partido para as Montanhas Lexos no lugar do duque. Era difícil acreditar que eles eram marido e mulher — mesmo naquele momento, com ele diante de seus olhos.

Sem palavras, ela encarou em silêncio o rosto tempestuoso dele. Seus ouvidos ecoavam com os gritos de seu pai, ameaçando-a com todo tipo de punição caso Riftan Calypse se divorciasse. No entanto, seus lábios estavam selados. O que ela poderia dizer? Ele era um estranho para ela — um marido apenas no nome.

“Pelo amor de Deus, pare de tremer.”

Riftan gritou. Maxi deu um salto para trás. Ele apertou firme o braço dela e fechou a distância entre eles novamente.

“Você me acha tão horrível? Voltei como um monstro?”

“Eu… eu…”

Ele passou uma mão pelos cabelos grossos e desgrenhados que cobriam seus olhos, encarando-a. Sua visão ficou turva. Longe de completar sua missão — persuadi-lo a não se divorciar dela —, ela tinha conseguido ofendê-lo menos de cinco minutos após o reencontro. Seus lábios tremeram.

Preciso dizer algo. Qualquer coisa. Por favor…

“Eu, eu… estava apenas n-nervosa e… n-não sabia o que dizer…”

Suas bochechas queimavam de vergonha. Lágrimas se acumularam em seus olhos. Mas não era hora de desabar em lágrimas — isso só o enfureceria mais. Ela procurava desesperadamente por palavras.

“V-Você n-não é um m-m-monstro… E-Eu s-só estou n-nervosa… e n-não consigo p-parar de t-tremer…”

Sua língua a traindo mais do que o normal, ela não conseguia reunir coragem para encarar seus olhos. A missão já era impossível desde o início. Como ela poderia persuadi-lo quando tinha esse terrível impedimento?

O rubor ardente subiu até as pontas de suas orelhas. Ela abaixou a cabeça envergonhada, sentindo-se exposta e vulnerável. Talvez fosse melhor ficar quieta; uma mulher adequada não gaguejaria e tremeria como uma tola.

“Maldição…”

Ela estremeceu com seus palavrões sussurrados. Seu pai estava certo — não havia um único homem no mundo que a desejaria como esposa. Pedir-lhe para recusar a mão de uma princesa em casamento seria ridículo.

Dominada por um sentimento de impotência, ela sentiu seus olhos arderem em lágrimas. Naquele momento, algo frio tocou sua bochecha, tirando-a de seus pensamentos. Uma luva de aço estava segurando seu rosto.

“Abra a boca.”

Incapaz de entender suas intenções, ela olhou sem reação para o par de pupilas negras que flutuavam a poucos centímetros das suas. Riftan suspirou como se sua paciência estivesse sendo testada mais uma vez. Ele abaixou o queixo dela e forçou sua mandíbula a abrir.

Uma língua macia e molhada se inseriu em sua boca, causando-lhe mais um choque. Ela se viu segurando o braço dele para se firmar.

Mordendo os lábios, ele resmungou irritado. “Deveria ter tirado minha armadura primeiro…”

Aconteceu tão rapidamente que ela não teve chance de se preparar. Ela ficou ali desconfortavelmente até ele empurrá-la para o sofá atrás dela. Pressionando um joelho ao lado da coxa dela, ele removeu sua luva de prata com um movimento ágil.

Os dedos longos e grossos que emergiram da luva tocaram suas bochechas com ternura. Suas mãos agarraram a túnica dele, como se tivessem vida própria. Novamente, o homem pressionou os lábios nos dela enquanto removia a outra luva. Uma mão quente se enfiou em seus cabelos e agarrou com firmeza a parte de trás de sua cabeça.

Sua língua se entrelaçou com a dela, percorrendo seus dentes. Ela achou cada vez mais difícil respirar. Ela empurrou o peito dele, mas ele pressionou com mais força seus lábios.

“Só um pouco mais…”

Seu coração deu um salto com a voz suplicante dele. Mãos quentes deslizaram sobre seu rosto e pescoço, acariciando a curva de suas costas antes de encontrarem seu busto. Quando ele sentiu ela se contorcer de vergonha, ele a puxou pela cintura e a deitou no sofá. Então, sem demora, ele levantou sua saia.

“R-Riftan…!”

Desta vez, ela entendeu o que ele queria de imediato. Em pânico, seus olhos se voltaram para a porta. Como ele poderia fazer isso no meio da sala de estar — e à luz do dia, além disso! — onde alguém poderia entrar a qualquer momento?

Mas Riftan parecia imperturbável. Ele mordeu a parte de trás do pescoço dela, pressionando seu corpo contra o dela. Quando ela sentiu sua rigidez entre as pernas, ela gritou de choque. Ele começou a se esfregar lentamente contra ela. A cada movimento, a coxa de aço cobrindo suas poderosas pernas roçavam nela, o metal frio arrepiando sua pele.

Incapaz de suportar mais, Maxi fechou os olhos com força. Então, de repente, Riftan se levantou e cobriu o corpo dela com sua capa. Ela percebeu que alguém os observava. Um homem vestido com a mesma armadura que Riftan estava parado na porta com uma expressão chocada no rosto.

“O que você está olhando, seu ratozinho?!”

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