Volume 4 - Capítulo 370

Qie Ranzhe podia ser um homem adulto, mas naquele momento estava se comportando como uma criança mimada no colo de Wen Qinxi. Ele finalmente havia confessado seus sentimentos, algo que demorou muito para perceber, mas Su Xin não respondeu. Ele tinha quase certeza de que Su Xin sentia o mesmo, mas o silêncio do outro o deixava nervoso.

Um silêncio constrangedor preencheu a sala, quebrado apenas pelo canto ocasional das cigarras ao longe. Qie Ranzhe começava a entrar em pânico, afundando a cabeça profundamente no abdômen de Su Xin. Justo quando ia dizer algo, Su Xin finalmente falou, mas não como ele esperava. Em vez disso, recebeu uma bronca.

"Qie Ranzhe! Você vai me soltar ou não?", perguntou Wen Qinxi, escondendo a expressão beatífica em seu rosto e substituindo-a por um olhar severo.

Qie Ranzhe sentiu arrepios percorrerem todo o seu corpo ao ser chamado pelo nome completo naquele tom. Lhe lembrou dos tempos em que sua mãe estava chateada com ele quando criança. Ela o chamava da mesma maneira, e agora seu marido havia adotado a mesma tática.

"Quando te pedi para te buscar, você disse que estava no cinema com seus amigos. Desde quando rastejar por uma ventilação é ir ao cinema? Você era da plateia ou o ator? Você continua mentindo para mim... então como posso te deixar ir? Você não confia em mim e anda por aí fazendo coisas perigosas. O que eu faria sem você?", reclamou Qie Ranzhe, sem querer tirar o saco de estopa e encarar o rosto furioso de Su Xin.

"Talvez devêssemos fazer as coisas de forma diferente... assim você não me deixará", continuou ele, com uma lógica falha que daria vontade de bater a cabeça na parede.

Wen Qinxi suspirou fundo e disse: "Tudo bem, prometo que não farei mais coisas perigosas sem você. Agora... seja obediente e me deixe ir". Ele era sincero em suas palavras, mas tinha pouca esperança de que o homem fazendo birra acreditasse nele.

Para sua surpresa, Qie Ranzhe tirou o saco de estopa, mas antes que pudesse dizer uma palavra, seus lábios foram selados de repente em um beijo apaixonado e tirânico, sugando todo o oxigênio de seu corpo. 'Ótimo, não só ele está me segurando como refém, agora ele quer me beijar até a morte', pensou Wen Qinxi, sem fôlego.

Qie Ranzhe estava tão entusiasmado que se perdeu no momento, esquecendo o tipo de situação em que estavam. Ele havia se contido antes, quando lavou o corpo inconsciente de Su Xin. Agora que o homem estava acordado, era hora de Su Xin pagar o pato. As mãos de Qie Ranzhe acariciavam o peito de Su Xin enquanto seus corpos esquentavam com a paixão feroz. n/ô/vel/b//in dot c//om

Desde que disse "eu te amo", uma sede inexplicável surgiu nele. Ele queria punir Su Xin por tê-lo preocupado, mas Su Xin não estava no mesmo comprimento de onda, principalmente porque suas mãos ainda estavam algemadas.

Assim que seus lábios deixaram os de Su Xin para explorar o pescoço rosadinho e delicado do homem, Su Xin aproveitou a oportunidade para falar. "Se você não parar de me seduzir, você não vai transar por uma semana inteira", ameaçou Wen Qinxi em tom sério. Ele estava falando sério, e isso estava claro em seu rosto.

Qie Ranzhe interrompeu suas ações, olhando para Su Xin como se ele fosse uma fera. Que tipo de ameaça era aquela? "Não me olhe assim. Posso fazer duas semanas se você quiser", disse Wen Qinxi com um sorriso no rosto.

"Amor, por que você é tão chato?", reclamou Qie Ranzhe enquanto destrancava as algemas. Tudo bem, ele não podia manter Su Xin preso, mas podia fazer algo muito pior do que isso. O que poderia ser pior do que prender Su Xin? Levá-lo para todos os lugares.

Se Wen Qinxi soubesse o que Qie Ranzhe estava pensando, ele teria se oferecido para ser confinado na Mansão Qie. Um Qie Ranzhe grudento era muito mais difícil de lidar. Só depois de sair da sala é que Wen Qinxi descobriu onde estava. Era o porão do prédio de escritórios de Hei Xue e, a julgar pela sua configuração, era um lugar onde só aconteciam coisas obscuras.

Qie Ranzhe tinha o braço na cintura de Su Xin enquanto lhe explicava o que aconteceu depois que ele desmaiou. O chefão do crime também confessou ter roubado os arquivos do cofre da Mansão Kai antes que Su Xin pusesse as mãos neles.

Isso enfureceu tanto Wen Qinxi que ele sentiu vontade de morder o lábio de Qie Ranzhe, e ele realmente fez isso. Quando chegaram à sala de conferências do andar executivo, havia uma pequena rachadura vermelha nos lábios de Qie Ranzhe, dando ao casal um conjunto combinando de marcas de beijo.

O conjunto combinando era difícil de ignorar, exibindo-se na frente dos cúmplices de Wen Qinxi, que haviam sido trancados na sala de conferências. Quanto a por que eles estavam trancados? Era porque Li Meimei era obcecada por destrancar coisas. Eles até tiveram que colocar um guarda do lado de fora da sala de conferências porque ela provavelmente abriria o cadeado.

"Uau, o que vocês dois estavam aprontando?", perguntou Li Meimei, com o olhar indo e vindo entre os dois lábios levemente inchados. "Então, enquanto alguns de nós estávamos trancados aqui, vocês dois estavam se agarrando feito loucos", disse ela, cruzando os braços sobre o peito antes de se inclinar para cheirar Su Xin, "Tsc, tsc, tsc, até tiveram tempo de tomar um banho também."

Wen Qinxi ficou perplexo, mas recebeu esclarecimentos quando Casio apontou para seu lábio machucado enquanto perguntava: "O que aconteceu? Foi do acidente de carro?". Ele estava se sentindo especialmente culpado por não conseguir escapar dos homens de Kai Zi e ter se envolvido em um acidente de carro. Ele nunca havia tido um acidente antes em todos os seus anos dirigindo, mesmo quando corria.

Na verdade, foi por causa de sua boa direção que houve ferimentos mínimos. Até o carro não estava completamente destruído, demonstrando sua habilidade incomparável. Além de pequenos hematomas e cortes, ninguém quebrou nada.

"Ah, isso? Eu acidentalmente me esbarrei em alguém, então não se preocupe", disse Wen Qinxi enquanto olhava de soslaio para o culpado que havia revidado antes e o mordeu de volta. Se existe algo como um beijo não romântico, seria aquele que eles trocaram no elevador. Seria melhor descrito como um jogo de "você me mordeu, então eu te mordo de volta", sem um vencedor claro.

Qie Ranzhe puxou uma cadeira e sentou-se antes de puxar o pulso de Su Xin, aproximando-o. O desprevenido Wen Qinxi foi enganado e se sentou no colo de Qie Ranzhe do nada. Quando percebeu, Qie Ranzhe já o havia envolvido em seus braços. Isso o prendeu no lugar, sem chance de escapar.

Ele apoiou o queixo no ombro de Su Xin, fazendo os expectadores que foram alimentados à força com "ração de cachorro" olharem timidamente para outro lado, exceto Li Meimei, cuja pele era tão grossa quanto a de um crocodilo.

"Sr. Qie, você não precisa exibir. Sabemos que ele é seu e nenhum de nós está interessado nele", exclamou Ting-ge, sentindo que estava prestes a ser cegado.

"En", disse Qie Ranzhe com um sorriso radiante, mas não soltou Su Xin. Wen Qinxi sentiu seu rosto esquentar de vergonha, mas só pôde sentar-se obedientemente ali porque Qie Ranzhe o segurava firmemente.