Volume 3 - Capítulo 256

Feng Xieling sabia que tinha sido pego com a mão na botija, então decidiu confessar seu erro e mudar de tática. Ele decidiu negociar, mas como se negocia com uma rocha encravada? Qie Ranzhe era um negociador implacável, e Feng Zi não parecia ser de muita ajuda na situação. Como seu plano não estava funcionando, ele resolveu se humilhar e vender a "meng" [1]. Com sorte, isso poderia reduzir a pena.

Ele abaixou a cabeça, com os bracinhos atrás das costas, e disse: "Prometo que não vou fazer de novo... então posso dormir aqui? Vou trazer meu cobertor", enquanto balançava o corpo de um lado para o outro, emanando um ar adorável. Wen Qinxi não aguentou tanta fofura de repente e tentou pegá-lo no colo, mas Qie Ranzhe lançou-lhe um olhar que dispensava palavras.

"Para toda ação, há uma reação igual, o que significa que suas ações têm consequências. Com esse tipo de lei, como suas ações podem ficar impunes? Nada de dormir aqui por pelo menos uma semana", disse Qie Ranzhe com uma expressão impassível.

"Que tal dois dias? Admito meu crime, e a sentença parece um pouco exagerada. Podemos reduzir, por favorzinho?", disse Feng Xieling com olhinhos de cachorrinho. Se o promotor fosse Wen Qinxi, Feng Xieling já teria escapado há muito tempo. Seus olhos estavam ofuscados por aquele bolinho adorável que ele até esqueceu que estava planejando "sexercisar" [2] hoje à noite.

"Sete dias, nem mais, nem menos", disse Qie Ranzhe, firme em sua posição.

Foi Feng Xieling quem cedeu primeiro, dizendo: "Quatro dias? Que tal?", e em seguida abraçando a coxa de Qie Ranzhe. A jogada foi intencional; Qie Ranzhe não tinha a intenção de soltar até conseguir uma barganha favorável.

Qie Ranzhe arqueou uma sobrancelha, olhando para aquela criança sem-vergonha grudada em sua perna. Parecia ter decifrado o plano de Feng Xieling e se elogiou mentalmente por ter pensado com antecedência.

"Cinco dias, desde que você não cause nenhum problema", disse ele, gesticulando para Feng Zi pegar algo na sacola plástica que trouxera da farmácia. Foi só então que Wen Qinxi descobriu que Qie Ranzhe tinha passado pela farmácia. Na época, ele estava tão absorto no celular de Nu Shen que não prestou muita atenção.

O conteúdo da sacola o deixou corado e confuso. Corado porque Qie Ranzhe parecia estar na mesma sintonia que ele sobre as atividades da noite. Confuso porque Qie Ranzhe tinha comprado uma mistura de frutas secas e um abajur para Feng Xieling.

Com o rosto vermelho, ele entregou as coisas a Qie Ranzhe, reprimindo um sorriso. Qie Ranzhe era realmente um homem atencioso. Ele havia pensado em seu plano com antecedência, preparando todos os itens necessários para garantir o sucesso da noite.

Estava confirmado: Qie Ranzhe possuía o dom da persuasão. Com apenas aquele abajur, Feng Xieling foi conquistado e não via a hora de ir embora para ligá-lo. Ele até esqueceu o motivo de estar ali, agradecendo ao pai pelo presente.

Satisfeito, Qie Ranzhe pegou Feng Xieling no colo e disse: "Vamos, vou te ajudar a ligar. Você quer dizer boa noite para o papai?".

Os olhos brilhantes de Feng Xieling estavam totalmente fixos no abajur que ele quase esqueceu da presença do pai. "Ah", disse ele em uma vozinha fofa, "boa noite, papai". Feng Xieling beijou a bochecha de Feng Zi e sua atenção voltou imediatamente para o abajur. Por causa daquele abajur, Feng Xieling não se agarrou a Wen Qinxi como de costume.

"Uau, bastou um abajur para ele me abandonar", disse Wen Qinxi, sentindo-se um pouco desanimado. Qie Ranzhe percebeu sua mudança de humor e disse:

"Não se preocupe, eu nunca vou te abandonar, você é meu brinquedo predileto", com um sorriso travesso no rosto. Wen Qinxi havia mais uma vez sucumbido à língua de prata de Qie Ranzhe. Se fosse o mundo real, ele talvez tivesse arrastado Feng Zi até Las Vegas para tirar uma certidão de casamento.

Qie Ranzhe estava prestes a levar Feng Xieling para seu quarto quando Machu apareceu do nada, pulando na frente de Qie Ranzhe. "General, volte e descanse. Eu levo ele para o quarto", disse Machu com uma risada nervosa. Os dois trocaram olhares, se perguntando por que Machu estava sendo tão bonzinho e há quanto tempo ele estava escutando a conversa deles.

Qie Ranzhe não recusou, entregando Feng Xieling antes de dar um passo para trás para ficar ao lado de Feng Zi. Machu não percebeu os olhares estranhos deles e disse: "Vamos dizer boa noite para os seus papais", e foi embora.

"Você acha que isso tem a ver com Airen?", perguntou Qie Ranzhe enquanto eles ficavam na porta observando Machu e Feng Xieling andando pelo corredor.

"Com certeza", respondeu Wen Qinxi antes de puxar Qie Ranzhe para dentro do quarto, fechando a porta atrás deles.

Enquanto Qie Ranzhe e Feng Zi estavam fazendo sei lá o quê, Machu estava parado na porta de Airen, usando a desculpa de levar Feng Xieling. Assim que a porta se abriu, ele colocou Feng Xieling no chão, e o pequeno ancestral correu para dentro do quarto. Então, ele levantou a cabeça, querendo dizer algo, mas quando viu a mulher deslumbrante com as bochechas coradas e o cabelo úmido, sua voz ficou presa na garganta.

Vendo que Machu não dizia nada há muito tempo, Airen franziu as sobrancelhas e perguntou: "O quê?".

"Eu... uh... um... boa noite", disse ele, com a voz ficando aguda no final da frase. 'Droga!', pensou ele antes de sair correndo com o rosto vermelho. Aquilo foi o mais embaraçoso que já lhe aconteceu. Ele realmente congelou no momento, incapaz de expressar seus sentimentos.

Depois de se livrar de todas as distrações, Wen Qinxi empurrou Qie Ranzhe para o chuveiro e o pressionou contra a parede, com os lábios entrelaçados. A água quente e vaporosa impedia que os sons lascivos do beijo escapassem do banheiro espaçoso, mas isso não importava. Os dois podiam se divertir à vontade, pois os sons doces não conseguiriam escapar do quarto.

Wen Qinxi era como uma besta faminta que havia sido mantida em cativeiro por décadas, desatando todos os seus desejos lascivos em seu amante. Sob o jato de água morna e constante, Wen Qinxi tinha a perna enrolada na cintura de Qie Ranzhe enquanto desabotoava a camisa do homem. Mais cedo, ele não tinha paciência para tirar as roupas antes de entrar no chuveiro.

[1] - "Meng" é um termo que depende do contexto, mas aqui parece se referir a um ato de demonstração de inocência ou fragilidade para obter algo desejado.

[2] - "Sexercisar" é uma gíria inventada, provavelmente combinando "sexo" e "exercício", para indicar um ato sexual.