Volume 1 - Capítulo 15
Quem é a verdadeira filha?
Talvez fosse porque o olhar de Lin Yin era muito óbvio, mas Su Fei a viu também.
Lin Yin trocou de roupa. Su Fei precisou de alguns olhares para ter certeza de que a pessoa sentada ali era Lin Yin.
Pensando em tudo o que havia acontecido antes, um brilho de malícia passou pelos olhos de Su Fei. Imediatamente, ela abaixou a cabeça, com lágrimas de mágoa nos olhos, e fingiu não ousar olhar para Lin Yin.
Sua amiga inseparável, Shi Dai, notou imediatamente a anormalidade de Su Fei. Ela seguiu o olhar de Su Fei e, sem esforço, encontrou Lin Yin.
“Feifei, você conhece aquela pessoa?”, perguntou Shi Dai.
Su Fei enxugou as lágrimas e balançou a cabeça. “Vamos embora.” Ela parecia prestes a partir.
Claro, Shi Dai não concordou. Se Su Fei estivesse em apuros, ela, como amiga, tinha que ajudar!
Ignorando a obstrução de Su Fei, Shi Dai se atirou na frente de Lin Yin. Ela era agressiva e o garçom não conseguiu impedi-la mesmo que quisesse.
Os lábios de Su Fei se curvaram em um sorriso irônico enquanto ela observava as ações de Shi Dai.
Embora Shi Dai nunca tivesse conhecido Lin Yin, ela havia ouvido muitas reclamações de Su Fei nos últimos dias. Ao ver a reação de Su Fei, ela conseguiu adivinhar o que estava acontecendo.
Ela era apenas uma filha adotiva, mas ousava maltratar Su Fei por causa de sua personalidade dócil. Em apenas dois dias, ela havia roubado muitas coisas de Su Fei. Hoje, ela daria uma lição nessa pirralha arrogante!
“Você, saia daí!”, disse Shi Dai arrogantemente para Lin Yin.
Shi Dai achou que ia deixar Lin Yin pasma, mas ela nem sequer a olhou.
“Ei, estou falando com você. Você não me ouviu?”, Shi Dai estava exasperada. Aquela mulher da favela ousava ignorá-la.
O garçom disse sem jeito para Shi Dai: “Senhora, por favor…”
“Sai da minha frente! Você não tem direito de falar aqui!”, interrompeu Shi Dai com desdém. “Você é só um plebeio. Você não tem direito de falar comigo!”
“Fazer escândalo em público é a educação que vocês, famílias ricas, recebem?”, Lin Yin olhou friamente para Shi Dai.
Ela era a melhor arma na mão de Su Fei. Contanto que Su Fei fingisse ser fraca, ela sairia correndo e buscaria justiça para Su Fei.
Será que ela realmente deveria deixar Chu Yun vê-la gritando e dizendo que era sem educação? Ha, ela não sabia quem era sem educação.
“Não admira que os mais velhos da família Su digam que não tenho educação. Seria bom se eu aprendesse seus modos.” Lin Yin sorriu e disse: “Eu era ignorante.”
“Você!”, Shi Dai apontou para Lin Yin, tão furiosa que não conseguia falar.
Lin Yin levantou as sobrancelhas confusa. “Você está louca? Você veio correndo na minha frente e gritou, e agora quer me criticar?”
Neste momento, Su Fei e sua outra melhor amiga, Ji Yun, caminharam para frente. Su Fei fingiu que acabara de perceber e disse nervosa: “Pare de discutir, Irmã Lin Yin. Esta é minha amiga, Shi Dai. Esta é Ji Yun. Elas devem ter um mal-entendido sobre você…”
“Mal-entendido?”, Lin Yin sorriu. “Quero ouvir que tipo de mal-entendido é esse.”
“Você é só uma filha adotiva. Se você pode entrar na família Su, deveria ficar quietinha. Você ainda quer maltratar a filha legítima mais velha. Você é muito sem vergonha!”, Ji Yun foi direta. Como Shi Dai não havia obtido nenhuma vantagem, ela imediatamente se juntou à briga.
Vendo a atitude de Lin Yin, Ji Yun entendeu mais da metade da situação de Su Fei.
Essa filha adotiva não era diferente de uma plebeia comum. Dava para imaginar os sofrimentos que Su Fei havia passado em casa.
Se ela não desse uma lição nela agora, ela maltrataria Su Fei ainda mais no futuro.
Os olhos de Su Fei se encheram de lágrimas. “Se vocês duas continuarem a discutir, eu não sei o que fazer.”
Todos no restaurante as olhavam. Alguém saiu mais cedo, desapontado. O garçom pediu desculpas enquanto fechava a conta.
Lin Yin olhou para as três pessoas à sua frente. Muito bem. Todas as pessoas que costumavam intimidá-la em sua vida passada estavam reunidas.
Lin Yin olhou com compaixão para Shi Dai e Ji Yun indignadas. Essas duas pessoas ingênuas haviam sido manipuladas por Su Fei e achavam que eram mensageiras da justiça.
Com o cérebro delas, mesmo que fossem vendidas por Su Fei, provavelmente ainda a ajudariam a contar o dinheiro. Ela estava de bom humor hoje, então seria uma boa pessoa.
Lin Yin se levantou e pegou sua taça de vinho, despejando o resto do vinho tinto na cabeça de Shi Dai.
Os movimentos de Lin Yin foram muito ágeis. Shi Dai não conseguiu desviar a tempo e ficou coberta de vinho.
Ninguém esperava que Lin Yin fizesse tal coisa. As três exclamaram e apressadamente ajudaram Shi Dai a lidar com o vinho tinto em seu corpo.
“Desculpe, é a primeira vez que uma caipira bebe vinho tinto. A taça estava cheia.” Lin Yin pediu desculpas e não se esqueceu de zombar dela. “Eu ajudei a lavar seu cérebro inútil. Você não precisa me agradecer.”