
Volume 1 - Capítulo 36
Senhor Fu, eu realmente te amo
Lin Nuan examinou o rosto emaciado de Wen Moshen. Quatro anos inteiros pareciam uma eternidade. O peso em seu coração a deixava sem fôlego.
Lin Chen ainda tinha assuntos para resolver. Recebia uma ligação atrás da outra do escritório.
“Lin Chen, Lin Nuan… obrigado a vocês dois por virem ver o Moshen.” O pai de Wen Moshen mantinha sua elegância clássica ao expressar sua gratidão, “Pequena Song, obrigada por entrar na sala de cirurgia para perguntar especificamente sobre o estado do Moshen. Ele ficará feliz em saber disso quando acordar. Está ficando tarde, vocês devem resolver seus próprios assuntos — eu ligo assim que ele acordar.”
Lin Chen assentiu e se virou para Lin Nuan. “Já são quatro e quarenta, eu te levo até a rádio…”
O programa de Lin Nuan começava às seis.
“É desvio para você, vou pegar um táxi…”
Franzindo as sobrancelhas, Lin Chen ia dizer algo quando Wen Moshen declarou: “Irmão Lin Chen, deixa eu levar a Nuan Nuan. Vou voltar para a minha empresa, fica no caminho…”
O pai de Wen Moshen concordou, “Deixa o Moshi te levar. Sua empresa está fazendo muitas ligações, deve ser algo urgente.”
…
Lin Nuan sentou-se no carro de Wen Moshen sem dizer uma palavra.
Ela olhava para as ruas passando para trás, pensando em Cogumelo, que havia morrido naquele dia.
Se Wen Moshen tivesse voltado um pouco antes, como Cogumelo teria ficado feliz?
“Nuan Nuan, Nuan Nuan?” Wen Moshi a chamou duas vezes.
“Sim?” Lin Nuan saiu de seus pensamentos, a mão dormente pela vibração do celular.
Wen Moshi virou o volante e lançou um olhar para Lin Nuan pelo canto do olho, “Seu celular está tocando, por que você está viajando na maionese?”
Bai Xiaonian estava ligando. Lin Nuan atendeu.
“Você já chegou na rádio?”
“A caminho…”
“Então traga dois donuts da Haiwei para mim. E dois copos de chá de leite quente”, disse Bai Xiaonian, sem conseguir conter a alegria na voz.
“Tá bom.”
Enquanto desligava, Lin Nuan viu que estavam se aproximando da doceria Haiwei e disse a Wen Moshi: “Você pode me deixar na entrada. A rádio fica só a uma esquina, vou a pé depois de comprar minhas coisas.”
“Tudo bem, eu te levo…”
Wen Moshen ligou a seta e parou no acostamento.
“Obrigada por me trazer até aqui. É só um pouco, consigo ir a pé. Tchau…” Lin Nuan disse enquanto saia do carro. Wen Moshen murmurou algumas palavras com os lábios, mas antes que pudesse fazê-la ficar um pouco mais, ela já havia fechado a porta.
Wen Moshen observou Lin Nuan entrar na doceria Haiwei e ficar por último na longa fila. Depois de hesitar por um momento, ele foi embora.
A doceria Haiwei estava bombando. Sempre tinha uma fila enorme. Lin Nuan não gostava muito de doces, mas costumava acompanhar Bai Xiaonian até lá.
Quando Lin Nuan saiu da loja com os donuts e o chá de leite nas mãos, para sua surpresa, viu Wen Moshi lá fora fumando perto do carro dele.
Ele apagou o cigarro depois de vê-la sair da loja e lhe deu um sorriso.
Wen Moshi de fato tinha partido, mas decidiu voltar no segundo sinal.
Foi porque o retorno de Wen Moshen o havia tocado profundamente. Principalmente quando os avisos de crises médicas saíam um após o outro da sala de cirurgia, ele de repente compreendeu melhor a fragilidade da vida.
Ele não queria se arrepender de não ter feito certas coisas até perder a oportunidade de fazê-las, e não queria se torturar com coisas que não disse até que não pudesse mais falar delas.
Wen Moshi caminhou até Lin Nuan e se ofereceu para carregar as embalagens para ela, mas ela deu um passo para trás na hora certa.
“A rádio fica só a uma esquina e a três minutos a pé, você não precisa me levar…”
“Lin Nuan, tenho algo para te dizer…” Wen Moshi normalmente nunca a chamava pelo nome tão formalmente — ele sempre a chamava de “Nuan Nuan”, como Wen Moshen fazia.