Extra And MC

Capítulo 51

Extra And MC

Em um amplo salão escuro, as silhuetas de cinco indivíduos eram visíveis: três homens e duas mulheres.

Todos se sentaram em torno de uma grande mesa redonda de 2,74 metros de diâmetro [1], ocupando cadeiras ricamente ornamentadas e igualmente espaçadas.

Pela aparência, não era a primeira vez que faziam aquilo, e parecia que haviam se reunido naquele dia para discutir algo importante.

De repente, raios de luz invadiram o cômodo quando uma mulher de cabelo azul se levantou, caminhou até as janelas e abriu as cortinas.

"Droga, Evie! Eu estava criando o clima!" reclamou um homem de cabelo castanho, aparentemente na casa dos 30 e poucos anos, seus olhos negros transmitindo seu ressentimento pela mulher de cabelo azul que, aparentemente, havia destruído sua atmosfera.

"Crie seu clima na sua própria casa, Magnus!" respondeu Evie, seus olhos azuis profundos com um brilho travesso. "Essa é a nossa sala de reuniões, não seu estúdio particular."

"É para o efeito dramático… Suspiro… moleques como você simplesmente não entendem…"

"Chega de brigas, Magnus", interrompeu imediatamente um homem de cabelo preto preso em um coque e olhos negros como obsidiana. Ele estava cansado das habituais provocações de Evie e Magnus e não estava para aturar nada daquilo naquele dia, especialmente considerando que estava de mau humor.

"Viram, Magnus? Até o Rigurd está cansado das suas gracinhas", disse Evie em tom zombeteiro, sua voz quase um sussurro enquanto voltava a se sentar.

O grande salão, no entanto, ainda reverberava sua voz, fazendo com que o rosto de Magnus se contorcesse em uma profunda expressão de desagrado enquanto ele lançava um olhar furioso para Evie, que agora ostentava um sorriso genuinamente malicioso.

"O que te deu, Rigurd?", perguntou outro homem de cabelo preto, que também estava sentado à mesa redonda, em tom de falsa interrogação, seus olhos vermelhos claramente carregando um pouco de divertimento.

"Ah, sim… seu plano de mergulhar o banquete anual da nobreza real no caos fracassou, não foi?", acrescentou ele, quase como se estivesse descobrindo a notícia naquele momento.

"Quinn. Cuidado com essa língua. Posso quebrar seu pescoço se você continuar com essa palhaçada", rosnou Rigurd em tom baixo e profundo, seus olhos de obsidiana carregando uma quantidade inquietante de malícia.

"Por favor! Me estrangule! Eu adoraria que você me atacasse e tentasse me matar com todas as suas forças!", respondeu Quinn em um tom excessivamente alegre que, em vez disso, tornava sua resposta muito sinistra e perturbadora.

"Tsc!", resmungou Rigurd por entre dentes.

Dada a oportunidade, ele teria eliminado o homem de cabelo preto sentado a alguns metros de distância dele há muito tempo, mas ele era um braço importante do Obelisco, então não havia muito o que fazer.

Às vezes, ele até se perguntava por que a líder os mantinha em suas fileiras, mas quem era ele para questionar seus caprichos?

Os olhos de Quinn, no entanto, mostravam muito interesse nas palavras de Rigurd, indicando o quanto ele era um maníaco por batalha.

"Que nojento!", disse Evie com desdém, a expressão maliciosa em seu rosto desaparecendo, substituída por uma clara expressão de repulsa.

"Você gostaria de tentar me matar também, Evie? Eu definitivamente adoraria se você também me atacasse!", Quinn voltou sua atenção para Evie, solicitando uma expressão ainda mais de desdém e nojo da mulher de cabelo azul.

"Hahaha… Eu adoro quando ele te tira do sério, Evie!", disse Magnus com uma risada satisfeita depois de testemunhar a mudança de expressão de Evie.

"Argh! Ashildr… você poderia pedir para o Quinn ir embora?! Ele está me dando nos nervos!", pediu Evie de repente, seu olhar se voltando para a única mulher que havia permanecido em silêncio durante todo o tempo em que estavam reunidos ali.

"Quinn...", disse calmamente a mulher ruiva a quem Evie havia pedido ajuda, seus olhos âmbar enviando um aviso ao homem diante dela enquanto ela colocava sua xícara de chá preto sobre a mesa.

"Tsc… Tudo bem...", respondeu Quinn, seus olhos e expressão facial voltando ao normal.

Ele sabia que, depois da líder, que ainda não havia chegado, a mulher diante dele realmente o mataria sem se importar. Rigurd provavelmente também teria feito o mesmo, mas ele certamente não sairia ileso de uma batalha com eles.

Além disso, Ashildr era a única pessoa que ele não conseguia irritar, não importava o que ele fizesse. Ele estava genuinamente com medo do que ela faria a ele se ele a irritasse.

"Ashildr!!! Muito obrigada!", Evie se levantou e abraçou Ashildr, algo que esta claramente não se importou, considerando como ela acariciava e afagava seus cabelos azuis.

"Eu me pergunto por que nossa líder decidiu adicionar uma criança às nossas fileiras", zombou Magnus, antes de continuar internamente: 'Falando nela, quando ela vai chegar…'

"Estou aqui, Magnus", respondeu de repente uma voz feminina fria, quase celestial, do nada.

'Ah, droga! Não na minha mente dessa vez, Líder…'

De repente, o ar ao redor do salão começou a girar e se contorcer, não violentamente, mas quase como se estivesse sendo controlado de alguma forma na última cadeira vazia, que parecia um trono construído para uma imperatriz.

A cor do ar então começou a mudar do nada para um tom dourado brilhante e, depois de um tempo, uma figura feminina, aparentemente na casa dos 30 anos, surgiu do ar dourado giratório, deixando partículas para trás enquanto se acomodava em seu assento, uma das mãos apoiada no braço da cadeira tipo trono, enquanto a outra estava fechada em um punho incompleto, que ela usava para apoiar suavemente o rosto.

A líder do Obelisco estava ali, e ela emanava um inegável senso de reverência apenas pela maneira como se portava.

Se, no entanto, ela fosse vista do lado de fora, nunca seria confundida com a líder da organização das trevas mais destrutiva do mundo, considerando o quão bonita ela era.

Cabelos negros como obsidiana que chegavam à cintura, olhos dourados penetrantes com cílios longos, sobrancelhas finamente desenhadas, nariz pequeno mas perfeitamente formado e lábios pequenos, pele clara e até mesmo uma aura e presença indescritíveis que tornavam difícil desviar o olhar dela.

"Bem, então...", começou ela, suas palavras comandando atenção instantânea.

Cada braço do Obelisco sentou-se ereto do momento em que ela falou, todos completamente sérios, sem sequer um traço de suas personalidades anteriores.

"Vamos começar", continuou ela autoritariamente. "Rigurd… seu plano parece ter falhado… O que você fará agora?", perguntou ela primeiro.

"Eu falhei e assumirei total responsabilidade por isso. Assegurar-me-ei de encontrar maneiras de corrigir isso e elaborar um plano muito melhor para virar os cidadãos de Arcadia contra sua monarquia...", respondeu Rigurd respeitosamente.

"Hmmm… Continue fazendo o que você tem feito, Rigurd", respondeu ela sem sequer uma única mudança em sua expressão impassível.

"Sim, Líder", respondeu Rigurd.

"Eu sei o que você está prestes a pedir, Quinn. Você tem minha permissão. Enlouqueça à vontade, mas mantenha as baixas civis no mínimo. Classificados são exceção, porém. Faça-os passar pelo inferno...", disse ela a Quinn.

"Obrigado, Líder", Quinn fez uma pequena reverência.

Seus olhos vermelhos, no entanto, tinham um brilho maníaco, e seu sorriso educado estava quase ameaçando se desfazer em um sorriso sinistro.

"Magnus… como está indo aquele projeto nas Ilhas Flenor?", continuou ela depois de ler a mente de Quinn e atender ao seu pedido.

Ela havia ordenado a ele um ano antes que ele parasse seu contínuo ataque a Arcadia para permitir que o plano de Rigurd prosseguisse sem interferências, algo que Quinn havia ficado bastante chateado, mas sabendo o quão monstruosamente e supremamente poderosa era a misteriosa mulher diante dele, ele a havia escutado sem nenhuma resistência.

"Está indo bem… a arma deve ser concluída na segunda metade do próximo ano", respondeu Magnus quase imediatamente.

"Hmmm… isso era de se esperar...", respondeu ela, depois voltou seus olhos dourados para Ashildr e Evie.

Ashildr parecia bastante relaxada mesmo depois que a líder voltou seu olhar para ela e até tomou um gole de seu chá, enquanto Evie sentava-se completamente ereta, seus olhos olhando para a mulher de cabelos negros como obsidiana com imensa admiração e reverência.

"Ashildr?"

"Sim, Líder?", respondeu Ashildr calmamente.

"Presumo que tudo esteja indo como esperado na República de Qilos? Nada fora do comum?", perguntou ela.

'Morrigan… eu acho que você sabe a resposta para isso', Ashildr respondeu diretamente à mente de sua líder.

'Entendo… Nenhuma mudança desta vez também…', ela respondeu internamente.

Ashildr fez um leve aceno de cabeça enquanto tomava outro gole de seu chá, enquanto os outros olhavam sem nenhuma mudança em suas expressões.

Todos eles sabiam que Ashildr era a única entre eles que não era afetada pela aura imponente, mas quase celestial, da Líder, mas até hoje, nenhum deles sabia exatamente por quê.

A líder do Obelisco então fechou os olhos, indicando que estava pensando em algo.

'Dito isso, esta é a primeira vez em todas as iterações que o plano de Rigurd não funcionou… que estranho…'

Depois de um tempo, ela abriu os olhos novamente e desta vez, olhou diretamente para Evie.

Evie, que havia estado antecipando sua vez, teve seus olhos azuis brilhando em antecipação no momento em que os olhos dourados da Líder pousaram sobre ela.

"Evie, tenho uma tarefa para você no final deste ano. Tem algo a ver com a Academia Arcana...", falou ela novamente.

"Aguardo suas ordens!", respondeu Evie resolutamente, embora ainda estivesse bastante intrigada e curiosa sobre o que a enigmática mulher diante dela tinha reservado para ela e a Academia.

"Bom. Agora, dito isso, esta reunião terá fim", declarou a líder do Obelisco.

No momento em que ela disse isso, o ar ao redor dela começou a girar e se transformar em partículas douradas e, finalmente, elas a cercaram completamente enquanto ela também começou a se dissipar lentamente, mantendo a mesma posição em que havia sentado desde o momento em que apareceu pela primeira vez.

Enquanto o fazia, Morrigan pensou consigo mesma enquanto fechava lentamente os olhos e desaparecia em pequenas partículas douradas.

'Digam, Amael, Chrono… por quanto tempo mais preciso fazer isso?'

[1] - 108 polegadas equivalem a aproximadamente 2,74 metros.

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