Volume 24 - Capítulo 2309

“Não me chama de garota! Quem é sua garota?!” Fanny colocou as mãos na cintura. Tão furiosa que estava prestes a soltar um palavrão, mas se conteve ao lembrar como Lin Haolin a humilhara na frente do irmão.

Lin Haolin tirou um pirulito do nada e ofereceu a ela com um sorriso.

“Aqui, trouxe pra você. É o seu sabor favorito, morango. Calma?”

Fanny pegou o pirulito, descascou e levou à boca. A doçura invadiu seu paladar, mas a raiva persistia. “Não pense que vai me subornar com um pirulito. Escuta bem: você não pode contar para ninguém que somos amigos. Não tenho amigos como você, que não querem se esforçar. Se meus pais descobrirem, vão achar que ando aprendendo coisas erradas.”

Lin Haolin revirou os cabelos e sorriu com indiferença.

Deitando-se no sofá e cruzando as pernas longas, sorriu maliciosamente. “É que minhas notas foram um pouco… ruins. Olha só como você me descreveu como um monstro. Pra falar a verdade, não é que eu não consiga aprender. É que essas coisas são muito simples, eu as desprezo.”

“Bah!” Fanny quase cuspiu o pirulito na cara dele.

Ela levantou a cabeça e olhou na direção da cozinha. Certificando-se de que Fanny não estava olhando para fora, ela apontou o pirulito para a cara dele e chutou Lin Haolin.

“Quem tira a nota mais baixa em todas as provas tem a cara de pau de falar essas coisas? Se você não se envergonha, eu me envergonho por você. Se você reprovar na próxima prova, nem pense que vou te ajudar com o relatório de estudos!”

“E se eu passar? Tem recompensa?” Lin Haolin retrucou.

Fanny ficou sem palavras.

Depois pensou: será que esse cara consegue passar? Nem que a vaca tussa!

Ele só queria ser direto e evitar maiores constrangimentos.

“Se você realmente passar, vou te reconhecer como amigo e não vou mais rir de você, tá?” Depois de dizer isso, Fanny revirou os olhos. No fundo, não esperava nada de Lin Haolin e achava que estava fazendo uma boa ação, incentivando o “mau elemento”.

Lin Haolin, por sua vez, bateu na própria coxa e levantou do sofá, animado. Esticou o dedinho mindinho em direção a ela. “De dedinho. Fechado.”

Fanny estava prestes a tocar o dedinho dele quando um estrondo veio da cozinha. Parecia uma panela caindo no chão.

“Irmão!”

Fanny voltou à realidade. Retirou a mão sem hesitar e correu para a cozinha.

Lin Haolin encarou o próprio dedinho por dois segundos antes de fechar os olhos e segui-la para a cozinha.

Ao entrarem na cozinha, viram imediatamente a panela caída no chão e a água quente espalhada. Fan Fan estava perto, com a calça um pouco molhada, segurando a mão.

Fanny entrou em pânico e se aproximou para pegar na mão dele, querendo examiná-la.

Fan Fan franziu levemente a testa e permitiu que ela segurasse sua mão e passasse água fria na torneira. Ele lançou um olhar para Lin Haolin, que estava na porta.

Seu olhar era penetrante.

Ele tinha escutado tudo o que eles haviam dito na sala.

As meias-verdades desse moleque… ele era alguém que ele não conseguia decifrar.

“Vou pegar o botija de remédios…” Fanny ia sair correndo quando Fan Fan a interrompeu.

“É só uma queimadura leve. Estou bem. Só que não está sendo fácil lidar com os ingredientes. Preciso de ajuda.”

“Eu ajudo.” Assim que Fanny ia arregaçar as mangas, Fan Fan sorriu e segurou sua mão.

“Se o papai descobrir que eu, seu irmão mais velho, deixei você fazer os serviços de casa sozinha, vai ficar furioso. Você não está sozinha aqui.” Os lábios finos de Fan Fan se separaram levemente, seu olhar fixo em Lin Haolin.