O Resto da Minha Vida É Para Você

Volume 23 - Capítulo 2293

O Resto da Minha Vida É Para Você

Em poucos minutos, seu corpo parecia estar engessado, muito rígido. As mãos, caídas ao lado do corpo, agarravam o telefone com força. Se alguém abrisse suas mãos naquele momento, veria que as palmas estavam suadas.

O brilho em seus olhos era extremamente complexo. Suas emoções estavam contidas no peito. Ele deu alguns passos para trás e levantou a cabeça para olhar novamente o pátio à sua frente.

Ele poderia facilmente escalar aquele muro baixo com um simples pulo. Mas, naquele momento, parecia uma montanha intransponível.

Assim que entrou em casa, a primeira coisa que Fanny fez foi jogar a mochila no chão. Depois, foi até o sofá da sala e se sentou. Sua postura era impecável, como a de uma aluna do primário prestes a ser interrogada pela professora. Os olhos fixos na porta, como se alguém estivesse prestes a entrar a qualquer segundo.

Passou um minuto. Passaram dois minutos. Depois de esperar dez minutos inteiros, o silêncio do lado de fora era absoluto, nenhum som. A casa estava excepcionalmente quieta. Só os cinco cachorros na casinha a observavam com ar desconfiado. O Hachi até mostrou os dentes e soltou um baixo “Au au”. Os quatro filhotes seguiram a mãe e se levantaram da casinha em uníssono.

Quando Fanny se aproximou, colocou ração na vasilha e chamou cada um pelo nome, a atitude dos cinco mudou. Embora não demonstrassem grande afeição, estavam mais amigáveis.

Fanny, seguindo as instruções de Yu Liuliu, conseguiu se aproximar do Hachi e dos quatro filhotes. Finalmente, não estava mais sendo ignorada. Quando voltou a si, meia hora havia se passado.

Fanny pensou em algo, voltou-se para a porta, abriu-a e olhou para o pátio. O carro que a trouxera já havia sumido. A pessoa de quem gostava também havia partido. Ele não entrou. Disse que estava preocupado que ela não conseguisse se virar sozinha, por isso nem quis entrar para dar uma olhada.

Fanny fungou, tentando conter a amargura no coração. Fechou a porta novamente, virou-se e foi até a casinha. Olhou para o Hachi, que comia ração, e disse indignada:

“Homens são todos uns hipócritas! Dizem uma coisa e fazem outra. Nunca mais vou acreditar no que eles dizem!”

“Au au!”

Hachi a ignorou, mas a pequena Doze, achando que a mãe estava sendo repreendida, latiu duas vezes para ela.

Fanny: “…”

Ela era mesmo uma boba. Uma boba que ainda por cima levava os cachorros para se consolar.

O que eles sabiam?

Na verdade, ela esperava que os cachorros a confortassem.

“Vou tomar um banho. A partir de amanhã, vou ser independente e me virar sozinha. Vou esquecer esses canalhas!”, Fanny fez um juramento secreto. Virou-se, pegou a mochila que havia jogado no chão, encontrou o quarto de hóspedes e se trancou no banheiro. Logo, ouviu-se o barulho da água.

O barulho durou muito, muito tempo…

Quando Fanny abriu a porta do banheiro novamente, estava apenas com um roupão. Os cabelos longos, molhados, caíam sobre os ombros. As bochechas, avermelhadas por muito tempo, estavam um pouco pálidas. Os olhos estavam assustadoramente vermelhos. Era evidente que ela havia chorado, mas suas emoções já haviam se acalmado. Ela até foi à cozinha pegar água para si. Depois de tomar de um gole só, lembrou-se de algo muito importante.

Deixou a xícara e foi até a casinha. Os cinco cachorros estavam sem banho há muito tempo e pareciam um pouco sujos. Yu Liuliu especificamente pediu para ela dar banho neles, mas ela não queria…

Neste momento, o telefone tocou.

Fanny voltou para o sofá e olhou o celular. Era uma chamada de Fanny.

Hesitou por alguns segundos e atendeu!

– Fanny

PS: Boa noite