Volume 1 - Capítulo 88

Bo Shaoxiu estava na porta, de roupão, com o cabelo molhado, parecendo ainda meio sonolento.

“Yaoyao?” Bo Shaoxiu quase fechou a porta por instinto ao ver Nan Yao parada na entrada, com uma expressão escura. Como ela…?

Nan Yao entrou rapidamente, empurrando Bo Shaoxiu para dentro sem se importar com a tentativa dele de impedi-la.

“Yaoyao, o que você está fazendo?” Bo Shaoxiu foi atrás dela. Por sorte, Nan Zhi tinha saído logo depois que ele acordou.

Ao entrar no quarto, Nan Yao viu a cama desarrumada, os montões de lenços de papel e a camisinha usada na lata de lixo. As lágrimas que ela tanto reprimira finalmente rolaram pelo rosto.

Um cheiro forte de sexo pairava no ar, e ela sentiu náuseas. Mesmo a “vagabunda” já tendo ido embora, o cheiro do sexo dela com Bo Shaoxiu ainda estava ali.

Bo Shaoxiu se aproximou, abraçou Nan Yao, enxugou-lhe as lágrimas com cuidado e se inclinou para beijá-la. “Yaoyao, eu bebi demais ontem, numa confraternização. O Jiang, CEO, e os outros arrumaram uma mulher pra mim, e tudo ficou um borrão. Não foi minha intenção te machucar.”

Nan Yao chorava tanto que mal conseguia respirar. As lágrimas continuavam a escorrer, e Bo Shaoxiu começava a se irritar com o choro dela. Mas não conseguia ficar bravo; afinal, ele estava errado.

No entanto, ele não se arrependia de nada. Ainda sentia o gosto de Nan Zhi nos lábios e a sensação do corpo dela em volta do seu. Ela era tão incrível quanto ele sempre imaginou, e sabia que passaria as próximas semanas pensando só nela.

Nan Yao avistou um brilho preto no canto dos olhos. Empurrou Bo Shaoxiu, levantou o lençol e viu uma calcinha de renda preta triangular exposta nos lençóis.

Nan Yao xingou a “vadia” mentalmente. Virou-se para Bo Shaoxiu, que tinha uma expressão estranha no rosto. “Shaoxiu, eu acredito que você não fez de propósito. Mas você tem que me dizer quem era aquela mulher.”

Ao ver a lingerie ousada, Bo Shaoxiu sentiu uma excitação incontrolável. Descobriu que Nan Zhi realmente era uma pessoa inocente na aparência e promíscua por dentro. Não era à toa que ela tinha sido tão apaixonada e ousada na noite anterior. Ele quase perdeu a cabeça por ela.

“Bo Shaoxiu, você está saboreando o gosto daquela mulher na memória?” A voz de Nan Yao ficou aguda.

Bo Shaoxiu a abraçou de novo, inclinando-se para beijar sua testa, olhos e nariz. “Yaoyao, vamos casar!”

Nan Yao abriu os olhos arregalados. Olhou para Bo Shaoxiu por alguns segundos, soluçando: “Sério?”

“Sério. Quero te fazer minha. Você será a Sra. Bo mais feliz do mundo.” Bo Shaoxiu sabia que, dessa vez, só o casamento consolariam Nan Yao depois que ela o pegou no flagra.

Nan Yao se aninhou no peito de Bo Shaoxiu, o rosto banhado em lágrimas quentes. Embora ainda sentisse uma fúria de ciúmes, pelo menos ele finalmente queria se casar com ela. Aquelas “vagabundas” só seriam amantes. Nunca seriam reconhecidas pela família Bo.

Bo Shaoxiu trocou de roupa depois de consolar Nan Yao, e se prepararam para sair juntos.

Ao abrirem a porta, um funcionário com gravata borboleta estava parado na frente, empurrando um carrinho de serviço. “Com licença, o senhor é o Sr. Bo? Uma senhora ligou para o serviço de quarto e disse que o senhor trabalhou muito ontem à noite. Ela pediu que preparássemos rins de porco braseados com nozes e eucommia ulmoides e entregássemos aqui.”

A expressão de Nan Yao mudou de novo ao ouvir o funcionário.

Aquela sopa tinha o efeito de nutrir os rins e melhorar a capacidade sexual. Aquela “sem-vergonha” estava indiretamente contando a ela o quão feroz Bo Shaoxiu tinha sido com ela na noite anterior, que ele estava tão esgotado que precisava tomar aquela sopa!

Droga! Os lábios de Nan Yao tremeram enquanto ela jogava a tigela de sopa no chão com toda a força.

Ela pode ter usado muita força, e uma dor aguda surgiu em sua barriga de repente.

“Ai…” Nan Yao se curvou, segurando a barriga. De tanta raiva, sentia que ia explodir.

Aquela “vagabunda” sem-vergonha a fez perder cinco milhões e ainda usou esse método para torturá-la.

Bo Shaoxiu a abraçou e olhou friamente para o funcionário. “Suma!”