Volume 1 - Capítulo 53

Um mau pressentimento terrível invadiu o coração de Gu Yusheng. Ele enrijecia, virando-se bruscamente, e viu um carro azul no meio da rua, estacionado exatamente onde ele acabara de ser empurrado.

Uma pessoa estava caída a cerca de dois metros do para-choque dianteiro do carro.

Não muito longe da mão esquerda da pessoa, havia um paletó.

Ele reconheceria aquele paletó em qualquer lugar: era o que acabara de tirar e jogar para Liang Doukou.

Então, a pessoa caída ali era Liang Doukou?

Ele havia jogado o paletó para ela e se virado. Será que ela gritara por causa do carro que o atingiria?

Pensando intensamente, Gu Yusheng se lembrou do grito de Liang Doukou: — Gu Yusheng!

O corpo de Gu Yusheng cambaleou, e ele se apoiou no poste de iluminação atrás dele. A luz fraca cobria o topo de sua cabeça, ofuscando seu rosto bonito.

Ele permaneceu calmo, sem nenhuma alteração emocional em seu rosto, olhando fixamente para o paletó no chão sem piscar, imóvel como uma estátua.

…

O motorista do carro, obviamente assustado com o acidente repentino, ficou sentado no veículo por um tempo, antes de abrir a porta e sair em pânico.

Qin Zhi’ai estava caída ali, imóvel.

O motorista não tinha certeza se ela estava viva. Muito assustado, caminhou lentamente até ela, agachou-se e aproximou a mão do nariz dela.

Antes mesmo que o motorista verificasse se havia respiração, Qin Zhi’ai, que estava deitada no chão com os olhos fechados, abriu-os gradualmente.

Vendo que ela já havia acordado, o motorista se aliviou: — Senhorita, a senhora está bem?

Qin Zhi’ai ficou alguns segundos sem reação, mas ao perceber a situação, moveu a cabeça para olhar ao redor. Sua expressão relaxou visivelmente ao ver Gu Yusheng encostado no poste de luz à beira da estrada. Então, voltou seu olhar para o motorista: — Estou... bem.

— Que bom, que bom! Graças a Deus! Por pouco!

Quanto mais o motorista se lembrava do acidente, mais assustado ficava, repetindo as palavras várias vezes. Parecia ter se lembrado de algo a fazer, apressou-se a tirar o celular do bolso: — Vou chamar a ambulância imediatamente, e a polícia…

— Não, não precisa. — Qin Zhi’ai moveu-se levemente. Depois de se certificar de que não havia fraturas, continuou: — Apenas me leve direto para o hospital.

— Ah, certo. — O motorista respondeu sem graça. Depois de um curto tempo, compreendendo completamente a situação, apressou-se a ajudá-la a levantar do chão.