A Esposa Ousada do Sr. Tycoon

Volume 5 - Capítulo 420

A Esposa Ousada do Sr. Tycoon

Quatro anos depois.

Sentada em uma poltrona de veludo macio, uma mulher fez uma careta ao sentir o cabelo sendo puxado em todas as direções. Havia maquiagem suficiente na penteadeira para durar uma vida inteira e talvez até abrir uma loja de cosméticos.

Mulheres se agitavam pela sala, todas apressadas para deixar a bela mulher de branco pronta e vestida.

— Onde está o novo perfume da Xiang Bai? Sim, sim, aquele que foi divulgado por aquela celebridade... — Bai Rinuo procurou ansiosamente na maleta de metal que trouxera consigo.

— Precisamos do pente fino, aquele de dentes finos! — Yang Ruqin resmungou, aplicando a centésima camada de spray de cabelo no cabelo de Zhao Lifei.

— Devemos usar o prendedor de cabelo com folhas de ouro ou o de pérolas? Ah, talvez essa bouvardia branca ficaria melhor! Combina com o buquê que ela vai segurar depois. — disse Zhao Xingxing, segurando a caixa de cetim preto cheia de adereços para cabelo.

— Oh, pelo amor de Deus, por favor, não coloque pérolas no cabelo dela, isso é tão antiquado! — retrucou Yang Ruqin, puxando o cabelo de Zhao Lifei com aborrecimento.

— Ai, Qinqin, meu cabelo... —

— Espera, espera, falando em algo antigo, temos algo novo, algo azul, algo... — Fan Jielan interrompeu, procurando freneticamente pelas peças.

— Certo, ninguém entre em pânico, mas finalmente achei os brincos de safira que Feng-ge deu a ela durante a guerrinha de presentes deles. Espera, isso ainda não acabou? — disse Yang Ruqin, apontando para a caixa discreta que estava na beirada da penteadeira.

— Hm, pela minha contagem, a Presidente Yang está na liderança... — Su Meixiu começou, olhando para seu tablet antes de colocá-lo de lado e ajustar a cauda longa do vestido de Zhao Lifei.

O vestido de noiva de Zhao Lifei era de um lindo tom branco marfim — limpo e chique. Ele abraçava seu corpo, com renda e cetim decorando o vestido tomara que caia. Bordados de pequenos detalhes e cristais se espalhavam a partir da linha do peito, curvando-se em torno das mangas transparentes e soltas que ficavam mais ajustadas ao chegar nos punhos. O vestido se alargava da cintura para baixo em dezenas de camadas que criavam uma cauda longa e esvoaçante. Glicínias rendadas, uma mistura de flores e folhas prateadas, saíam de sua cintura, mesclando-se perfeitamente ao tecido do vestido.

Seu pescoço ficou nu, exceto por um toque de iluminador que destacava suas clavículas finas, como uma pomba abrindo as asas. Seu cabelo estava em um coque simples com mechas levemente onduladas emolduram sua testa pequena e revelando seu pescoço de cisne branco leitoso.

Um par de brincos de diamante e safira balançava em suas orelhas, o único toque de cor que contrastava lindamente com seus lábios. Eles estavam levemente pintados para imitar a cor das flores de pessegueiro que sobreviveram ao longo inverno, e as pequenas flores rosa em seu buquê realçavam ainda mais sua aparência. Desnecessário dizer que todo o trabalho árduo das mulheres na sala havia valido a pena.

— Minha senhora, a senhora não deve correr com seu vestido recém-feito! — a voz de uma empregada aflita chamou de fora da sala deslumbrante. O som de pequenos pés batendo podia ser ouvido, seguido por: — Jovem Mestre, por favor, não incentive a jovem senhorita a correr!

A porta foi aberta pela colisão de dois corpos pequenos de altura e estatura semelhantes, mas com aparências completamente diferentes. Uma menina de olhos brilhantes, cujas feições se assemelhavam perfeitamente a seu pai autoritário, mas com toques de feminilidade graciosa, cambaleou para dentro da sala.

Sua pequena gargalhada tilintou como sinos finamente feitos. Acariciou os corações das pessoas na sala. Ela deixou cair sua cesta tecida de pétalas de rosa branca e rosa, todas jogadas sobre a cabeça quando ela quase tropeçou, mas foi pega por um menino. Ele era meio cabeça mais alto que ela, mas seu rosto se parecia com o de sua mãe, refinado, mas com a travessura de seu pai. De pé lado a lado, pai e filho eram um par diabólicamente bonito que chamava a atenção a cada passo que davam.

— Mamãe! — Yang Rina gritou de alegria, seu rosto iluminado como na manhã de Natal. Ela não se deu ao trabalho de agradecer ao irmão mais velho por pegá-la antes que ela caísse no chão. Em vez disso, suas perninhas a levaram até a bela mulher sentada na penteadeira. Em seus olhos ingênuos, ela pensou que sua mãe devia ser a rainha das fadas saindo de uma floresta mágica. Para ela, ninguém era mais bonito que sua mãe dedicada.

— Abraço! Abraço! — Yang Rina desviou das mãos que a agarravam e a deixavam em pânico de sua amada tia e avó.

— Não, Xiao Na, você não pode abraçar sua mãe! Você vai estragar o vestido dela! — Fan Jielan gritou, horrorizada com a possibilidade de a obra-prima sentada ser danificada.

— Um abraço nunca fez mal a ninguém. — Zhao Lifei soltou uma gargalhada ao se abaixar e tentar pegar sua filha, mas Yang Rina havia escutado diligentemente sua avó e decidiu que era melhor admirar sua mãe de longe.

Zhao Lifei balançou a cabeça para sua adorável filha e dobrou a parte de trás do vestido antes de se abaixar. Sua mão acariciou suavemente a franja do cabelo macio e sedoso de sua filha.

Yang Wenxu ficou na porta onde sua irmã mais nova havia feito papel de boba. Pétalas de flores espalhadas pelo chão e, se ele não a tivesse pegado, a garotinha mimada certamente teria feito um berrinho. E todos sabiam que, quando a grande Yang Rina chorava, o inferno se soltava na forma de um pai taciturno.

Yang Rina colocou um dedo pequeno no queixo e fingiu pensar em sua resposta antes de dizer maliciosamente: — Obrigada, mas não, obrigada, Wen-ge. Eu teria conseguido me segurar sozinha.

Yang Wenxu fez uma careta, cruzando os braços: — É mesmo. Talvez quando os porcos voarem, você consiga!

— Não é verdade, a mamãe disse que os porcos podem voar se você jogá-los no ar. — Yang Rina retrucou, mostrando a língua antes de se esconder atrás da saia de sua mãe quando Yang Wenxu a olhou furiosamente.

— Por que essa conversa me parece tão familiar? — uma voz falou, suave e macia como chocolate derretido. Um homem tentou entrar na sala, mas uma barreira de mulheres o impediu em seu caminho.

— Meu filho tolo, você está quebrando a tradição! Saia!

— Nenhuma de vocês, mulheres mediocremente baixas, pode impedir meus olhos de olharem para minha esposa... — as palavras de Yang Feng morreram em sua garganta. Uma deusa. Pelo amor de Deus, uma deusa estava parada na frente dele e ele não sabia como reagir. Sua boca abriu e fechou, sem palavras. Nada corria mais rápido que seu coração batendo forte ao ver sua bela esposa.

— Você deveria tirar uma foto, dura mais. — Zhao Lifei riu, balançando a cabeça enquanto as lembranças a invadiam. Ela foi trazida de volta ao passado onde eles discutiam como crianças pequenas. Bem, eles ainda discutem, mas é mais uma brincadeira e uma leve intimidação.

— Acredite, meu amor, há fotos suficientes para serem passadas por séculos. Preciso que todas as nossas futuras gerações se lembrem de que sua beleza veio de você. — Ele olhou profundamente em seus olhos, lindos como um lago de ouro derretido. Mesmo de longe, ele podia ver as estrelas que ela havia aprisionado neles. As coisas que ela fazia com seu pobre coração eram desumanas. Mesmo depois de todos esses anos, ele ainda estava loucamente apaixonado por ela. A cada dia que passava, seu amor por ela só crescia e aumentava. Ele tinha certeza de que nada poderia deter esse crescimento anormal e surpreendente.

— Você é tão brega, — Zhao Lifei franziu o nariz, balançando a cabeça. Enquanto ela estava conversando com ele, Yang Rina pegou o buquê na penteadeira. No processo, suas mãos desajeitadas quase derrubaram os frascos de cosméticos.

Ela fechou os olhos com força, se preparando para os frascos que caíam e que certamente a deixariam com hematomas. Mas nada aconteceu. Nem uma única partícula de poeira caiu sobre ela.

— O que vou fazer com você? — Yang Wenxu suspirou. Ele inesperadamente pegou os frascos em sua mão e estava no processo de colocá-los de volta na mesa. Para uma criança de sua idade, seu vocabulário era surpreendentemente extenso.

— Bem, para começar, você pode me mimar um pouco mais e me chamar de apelidos carinhosos... —

— Talvez quando você se comportar como uma irmãzinha querida, eu o faça. — Yang Wenxu virou as costas para ela, escondendo o pequeno sorriso que surgiu ao ver sua leve carranca. Ele já conseguia imaginar o inchaço de suas bochechas macias e apertadas, que se pareciam com pãezinhos recém-cozidos no vapor. Todos na família riam muito ao apertar o rosto dela.