Volume 2 - Capítulo 189

Pelo tom da voz dele, eu sabia que ele sentia pena de mim. Agradeci, mas isso não ajudou a abrir a porta!

"Luka! Abra a porta! Por favor! Por favor, abra a porta..." eu gemia, chorando.

Meu corpo inteiro tremia com a força dos meus próprios soluços. Minha voz falhava e eu tinha dificuldade para respirar; no entanto, isso não me impediu de bater as mãos na porta. Luka não respondeu, mas eu sabia que ele ainda estava ali parado na frente da porta.

"Luka... por favor..." eu implorei.

Luka apenas disse que não tinha certeza se Hayden conseguiria me ver amanhã. Isso não significa que ele está muito machucado? Ele vai ficar preso no hospital, certo?

"Eu avisarei Hayden de que você quer vê-lo", disse Luka secamente.

"Espere! Luka! Luka!" gritei alto.

Luka não respondeu novamente, e eu soube que ele não estava mais do outro lado da porta.

Embora eu soubesse que Luka tinha ido embora, continuei batendo na porta enquanto mais lágrimas escorriam pelo meu rosto. Por que isso está acontecendo agora, de todos os momentos?!

Depois de gritar feito uma louca para os homens de preto me deixarem sair da porta sem nenhum resultado, me resignei ao meu destino e fui para o sofá me recompor.

Usei muitos lenços para limpar minhas lágrimas e assoar o nariz. Estava ficando difícil respirar porque eu não conseguia parar de chorar. Suspirei alto e cobri os olhos com as mãos enquanto pensava em como estava preocupada com o Hayden. Luka disse que o acidente não foi grave, mas eu não podia ter certeza até vê-lo com meus próprios olhos. Estava morrendo de preocupação com ele...

Deitada no longo sofá, me senti péssima pelo que eu tinha feito e pelo que eu não tinha feito. Que confusão! Se eu soubesse que as coisas iriam acabar assim, deveria ter conversado direito com o Hayden ontem. Por que eu não fiz isso? Em que eu estava pensando? Essa sensação de vazio no meu estômago provavelmente se chama arrependimento.

Foi uma das coisas mais tristes que já aconteceu, precisar de um acidente para me lembrar e me fazer perceber como eu me sentia. Eu deveria ter descoberto meus próprios sentimentos antes. Mordi o lábio inferior enquanto me forçava a levantar do sofá. Sabendo agora que não podia voltar no tempo para mudar o passado, tudo o que eu podia fazer era agir para garantir um futuro melhor, e isso precisava começar agora.

Era tarde da noite e o ateliê estava completamente escuro. Esticando a mão ao longo da parede, achei o interruptor de luz e a liguei. As luzes inundaram o estúdio, e minha atenção se voltou imediatamente para a pintura que eu havia feito mais cedo naquele dia. Dei os poucos passos necessários para me colocar na frente da pintura.

Minhas pernas ainda tremiam a cada passo que eu dava.

Senti lágrimas se formando nos meus olhos e pisquei rapidamente para enxugá-las. Nunca me ocorreu, quando estava pintando essa tela, que eu estava pintando para mim, e não para o Hayden. Tulipas brancas simbolizam perdão. No início, achei que pintei essa tela porque queria dizer ao Hayden que eu havia decidido perdoá-lo por me trancar aqui.

Só para que pudéssemos conversar e chegar a um entendimento. No entanto, o vazio que eu sentia dentro de mim agora contava uma história muito diferente...

Quem precisa perdoar quem agora, eu me pergunto? Se eu simplesmente pedir desculpas pelo meu egoísmo e tolice, ele me perdoará?

Eu não tinha certeza se a tinta havia secado completamente ou não, mas eu não me importava mais. Sem hesitação, peguei um pedaço de tecido preto e rapidamente o joguei sobre a tela para cobri-la completamente. Espero que, junto com ela, eu possa cobrir meus erros passados e o arrependimento e a vergonha associados.

Embora eu soubesse que provavelmente não conseguiria dormir, fui para a cama mesmo assim. Quando amanhecer, a tia virá me ver. Talvez eu possa implorar a ela que me ajude ou, pelo menos, ela terá algumas notícias sobre o estado de saúde do Hayden. Eu rezei para que Luka não estivesse mentindo quando disse que Hayden estava bem... seja lá o que "bem" significasse.

Olhei para a única luz no meu quarto, que vinha da tela do meu celular. O nome na tela era Hayden, mas a chamada se recusava a conectar, não importa quantas vezes eu tentasse. Se ele tivesse sofrido um acidente, ele deveria ter me ligado para me dizer que estava bem. Tão difícil assim? Eu só precisava ouvir a voz dele e ouvir dele que ele estava bem.

Depois de perder completamente a conta de quantas vezes liguei para ele sem sucesso, fechei os olhos para descansar. A adrenalina de ter terminado a pintura mais cedo estava me afetando, além de tudo o mais. Meu corpo e minha mente estavam cansados, e meu espírito estava machucado e maltratado.

...

Não sei quando e como aconteceu, mas eu devo ter dormido em algum momento enquanto esperava minha ligação conectar com a do Hayden. Minha mente estava nebulosa de exaustão, estresse emocional e privação do sono, então não tinha certeza se tinha imaginado tudo quando senti uma presença perto de mim.

Mesmo quando senti o colchão da cama se mover embaixo de mim, ainda não tinha certeza se alguém tinha apenas colocado seu peso na minha cama ou se era apenas minha imaginação estúpida.

"Hmm... Hay... den..." eu sussurrei sonolenta enquanto me mexia na cama.

Naquele momento, eu estava totalmente convencida de que o sono estava apenas me pregado peças. O Hayden está em algum hospital, então não havia como ele estar aqui... certo?

Mas e se...

"Hayden!" Eu acordei com um grito alto enquanto me sentei na cama.

--Continua...

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