Volume 1 - Capítulo 33

Capítulo 33: Xinga e Fuja

Bang!

O corpo de Su Ping foi completamente aniquilado no instante em que ele proferiu os insultos, explodindo sem deixar o menor vestígio de cinzas!

O ser sentado no trono tinha um olhar frio.

Ele não entendia a língua de Su Ping, mas isso não o impediu de detectar as más intenções do jovem. Mais uma vez, esse ser insignificante tentando enganá-lo... ele estava irritado com a ignorância daquelas criaturas inferiores!

Isso foi apenas um pequeno castigo. O rei no trono planejava despojar esse ser insignificante de sua alma quando Su Ping voltasse à vida, para descobrir os segredos dentro dele. Ele aprisionaria essa alma ignorante sob seu trono por toda a eternidade, para que Su Ping não pudesse morrer, mesmo que desejasse!

Entretanto...

Cinco segundos se passaram, depois dez segundos... e então um minuto se passou.

O vazio à sua frente estava imperturbável. Su Ping não voltou.

O rei no trono franziu a testa. Enquanto ainda estava perplexo, de repente, mudou o olhar. Seus olhos escuros pareciam ser capazes de ver através do vazio. Ele, que havia ficado sentado o tempo todo, levantou-se de repente!

Boom!

O palácio tremeu e o espaço estremeceu.

O orgulho que ele havia acumulado ao longo dos séculos se manifestou, e aquele poder avassalador poderia percorrer o mundo inteiro!

Todos os seres mortos-vivos a milhões de metros deste majestoso palácio de ossos sentiram a ira de seu rei. Eles caíram de joelhos, tremendo de medo!

“É uma distorção espaço-temporal! A distorção espaço-temporal!”

Este rei heroico, cercado por poderes monstruosos, olhou através do salão com seus olhos escuros para a distância. “As duas leis supremas foram aplicadas ao mesmo tempo. A distância de uma transferência está além do alcance do meu território. Quem é? Quem é?!”

A dama de asas negras que caiu em um canto deste palácio de ossos ficou surpresa ao ver seu rei enfurecido. Quanto tempo havia se passado? Dezenas de milhares de anos ou até centenas de milhares de anos haviam se passado desde a última vez que ela viu seu rei perder a paciência.

Quando o rei estava com raiva, o sangue fluiria por milhares de quilômetros, e os fantasmas chorariam!

“Você!”, disse o imponente ser, abaixando a cabeça. Chamas explodiam ao seu redor. Seus olhos podiam roubar as almas das pessoas como se fossem um par de buracos negros. “Encontre aquele ser e o traga de volta para mim!”

A dama de asas negras abaixou a cabeça imediatamente. Sua voz tremia enquanto ela respondia: “Sim, Majestade!”

Depois, ela manteve a cabeça baixa por mais dois segundos. Não havia mais ordens para ela. Ela se transformou em uma nuvem de névoa negra e desapareceu do palácio.

O rei incomparável parecia não ter percebido que a dama de asas negras havia partido. Ele franziu a testa e murmurou para si mesmo: “Apenas aqueles velhos que estão selados nos tempos antigos e poeirentos podem aplicar as duas leis supremas ao mesmo tempo. Quem mais poderia ser? Eles voltaram do mundo antigo amaldiçoado...?”

...

...

“Reviver em um ponto aleatório!”

Depois de proferir aqueles insultos, Su Ping aceitou sua morte calmamente. Não foi surpresa que desta vez, ele escolheu reviver em um local aleatório!

“É tão emocionante correr depois de xingar!”, pensou Su Ping.

Ele sentia que até mesmo seus poros respiravam com conforto, pois havia desabafado sua raiva.

Ele estava prestes a cair na gargalhada ao pensar naquela batata gigante sendo incapaz de persegui-lo depois de ser insultado.

“Será que ele acha que eu ficaria me revivendo e me enviando para a obliteração? Tão ingênuo!”, pensou Su Ping, com um sorriso sarcástico.

Tirando a ironia, foi uma jogada arriscada. Felizmente, aquele ser era excessivamente confiante e orgulhoso. Ele pensou que Su Ping reviveria no mesmo lugar a cada vez e que poderia esmagá-lo à vontade.

Se ele soubesse que Su Ping poderia reviver em um local aleatório, Su Ping supôs que o ser o teria aprisionado e torturado lentamente até enlouquecê-lo.

“Espero nunca mais encontrar aquele cara. Caso contrário, terei que me matar imediatamente”, disse Su Ping para si mesmo. Ele sentiu que precisava encontrar algumas armas úteis para se defender (ou seja, matar). Caso contrário, seria extremamente doloroso ser devorado por inimigos que queriam matá-lo, mas se recusavam a fazê-lo de uma vez.

Mais importante, seu precioso tempo neste local de cultivo seria desperdiçado se ele fosse lentamente torturado.

Ao mesmo tempo, a visão de Su Ping clareou gradualmente. Ele havia voltado à vida em outro local.

Ainda pendiam acima de sua cabeça as três luas de sangue e o céu estava nublado e carmesim. Ao seu redor havia uma enorme montanha coberta de ossos e restos mortais.

Nem grama nem flores de nenhum tipo cresciam na montanha, que era composta inteiramente de incontáveis ossos e restos mortais.

Crack!

Su Ping moveu os pés. Ele havia pisado em alguns ossos de mão.

Aqueles ossos deviam ter sido desgastados ao longo de milhares de anos para serem tão frágeis.

Gradualmente, Su Ping se acostumou às cenas neste Reino Caótico dos Mortos-Vivos. Ele havia desenvolvido alguma resistência a essas cenas horríveis e infernais.

Ele levou seu tempo para trazer o Rato Relâmpago e o Pequeno Esqueleto de volta à vida. Aqueles dois pequenos haviam sido mortos naquela névoa negra. Graças ao poder do contrato, eles puderam reviver ao seu lado.

O Rato Relâmpago pôde mais uma vez ver o exterior. Ele ficou apavorado com a visão daquela montanha de esqueletos. Mas diferente de antes, o Rato Relâmpago não estava tão agitado ou aterrorizado. Em breve, o Rato Relâmpago ficou alerta e começou a verificar os arredores com seus olhos de rato.

Tendo sido estimulado pela “intenção de matar” várias vezes, o Rato Relâmpago havia se tornado muito mais ousado do que antes.

Depois que o Pequeno Esqueleto voltou à vida, ele olhou em volta com um olhar vazio. Então, o Pequeno Esqueleto lançou seu olhar vazio sobre as pilhas de ossos no chão, escolhendo e selecionando. Mas o Pequeno Esqueleto jogou fora os ossos que pegou porque ficou desanimado depois de ver as opções.

“Vamos dar uma olhada por aí e ver se há inimigos”, instruiu Su Ping o Rato Relâmpago em sua mente.

O Rato Relâmpago estava relutante e hesitante. Ainda assim, começou a se mover para frente cautelosamente, sem fazer nenhum barulho para verificar a área.

Su Ping lançou seu olhar sobre o Pequeno Esqueleto que estava escolhendo ossos. De repente, Su Ping se lembrou da conta vermelha de sangue que ele pegou do trono. Uma ideia veio à sua mente. Ele a tirou do espaço de armazenamento imediatamente.

A conta vermelha de sangue se sentia quente em sua mão.

Quando ele a pegou, Su Ping a guardou em seu espaço de armazenamento às pressas, então ele não teve tempo de examiná-la cuidadosamente. No momento, para sua surpresa, a conta vermelha de sangue parecia ser uma entidade viva e tremeria e pulsaria levemente.

“Isso é precioso...”, exclamou Su Ping.

Ao mesmo tempo, o Pequeno Esqueleto que estava catando ossos levantou a cabeça de repente e fixou suas órbitas oculares ocas na conta vermelha de sangue nas mãos de Su Ping.

Su Ping sentiu um forte desejo da consciência do Pequeno Esqueleto.

Esse desejo era dezenas ou centenas de vezes mais forte do que quando o Pequeno Esqueleto queria aqueles esqueletos humanoides. Se não fosse pela restrição exercida pelo contrato, Su Ping acreditava que o Pequeno Esqueleto saltaria sobre a conta!

“Você quer?”, perguntou Su Ping.

Era muito provável que a conta vermelha de sangue pudesse fazer bem ao Pequeno Esqueleto, já que ele a desejava tanto. Isso era compreensível. Afinal, essa conta era do Reino dos Mortos-Vivos. Era natural que a conta ajudasse um ser morto-vivo como o Pequeno Esqueleto.

Su Ping se lembrou da missão principal. Ele jogou a conta para o pequeno cara depois de um pouco de hesitação. De qualquer maneira, esse pequeno cara era um animal de estimação dele.

O Pequeno Esqueleto segurou a conta vermelha de sangue e o brilho vermelho da conta parecia ter aprofundado a cor carmesim nas órbitas oculares do Pequeno Esqueleto. Resolutamente, o Pequeno Esqueleto enfiou a conta na boca e a conta subiu diretamente para o crânio do esqueleto!

Depois que o Pequeno Esqueleto removeu as mãos, a conta vermelha de sangue começou a flutuar em seu crânio. Parecia haver alguns fios vermelhos tênues que pareciam videiras de sangue, fluindo para o crânio do Pequeno Esqueleto junto com a energia acinzentada dentro, e então indo para os ossos ao redor do corpo do Pequeno Esqueleto.

Su Ping ficou surpreso. Ele lançou outro feitiço de identificação no Pequeno Esqueleto novamente.