
Volume 1 - Capítulo 18
I Can Copy and Evolve Talents
Capítulo 18: A Academia [parte 1]
A Academia Milhguard erguia-se como uma enigmática fortaleza numa ilha cercada de mistério – o Santuário da Sombra Carmesim.
Esta ilha situava-se no coração da vasta Planície Central, sua existência devida ao misterioso mar de fumaça que se escondia abaixo, em vez de uma vasta extensão de água.
Tra-el, o reino onde ela se encontrava, reconhecia a ilha como uma de suas nove maravilhas – lugares onde fenômenos inexplicáveis desafiavam a compreensão humana.
Não importava o quanto os estudiosos tentassem desvendar os segredos por trás dessas maravilhas, seus esforços se mostravam fúteis, pois as maravilhas permaneciam envoltas em enigma.
À medida que a nave voadora se aproximava, Northern olhou do convés, seu olhar encontrando a visão perturbadora de fumaças carmesim se arrastando sinistramente lá embaixo.
A academia em si estava fortificada, cercada por muros imponentes que envolviam seus edifícios, protegendo-os das garras assustadoras da névoa sombria.
A altura dessas muralhas era impressionante, estendendo-se tão alto que, mesmo da trajetória elevada da nave, as estruturas dentro permaneciam ocultas à vista.
Northern começou a pensar em como eles iriam entrar, perguntando-se se a nave precisaria subir a alturas maiores.
Como que em resposta à sua curiosidade, a nave deslizou diretamente em direção à parede.
Northern observou, cativado, enquanto os navegantes do ar habilmente dobravam o mastro colossal e manobravam as três rodas da embarcação para direcionar seu curso.
Com o mastro dobrado, a nave parecia menos imponente, liberta de sua artilharia volumosa.
De repente, uma seção da imensa parede se abriu, revelando uma cavidade da qual uma ponte aérea metálica estendida se desenrolou. n/ô/vel/b//in dot c//om
Simultaneamente, uma ampla plataforma circular se desdobrou, e a nave deslizou lentamente em sua direção, fazendo um pouso suave.
O momento havia chegado – era hora de Northern entrar na academia que ele tanto esperava.
Seus olhos brilhavam com faíscas de entusiasmo enquanto ele imaginava as maravilhas que o aguardavam além daquelas formidáveis muralhas.
Naquele instante, uma jovem se aproximou, suas madeixas negras fluindo graciosamente ao vento.
Seus olhos carmesim pareciam penetrar tudo o que contemplavam, exalando uma intensidade que sugeria sede de conquista.
Sua pele tinha uma tonalidade quente e impecável, e sua franja preta emoldurava sua testa, parando logo acima de suas sobrancelhas finas e bem definidas.
Northern se viu momentaneamente distraído pelo perfume floral que pairava ao redor dela.
Ele se voltou para olhá-la, apenas para desviar o olhar casualmente momentos depois.
A garota também encontrou seu olhar brevemente antes de desviar os olhos, e juntos eles ficaram parados, fixos na parede colossal que se erguia diante deles.
"Como eles construíram essa coisa?", murmurou Northern, torcendo o pescoço em uma tentativa inútil de contemplar toda a extensão da parede.
Quanto mais perto eles chegavam, mais impressionante sua altura parecia.
A muralha, um testemunho da maestria arquitetônica, havia sido erguida pelos artesãos mais habilidosos – andarilhos que haviam despertado talentos de classe S não-combatentes e se dedicado a contribuir para a civilização das Planícies Centrais.
Construída com um metal indestrutível forjado a partir do raro mineral Oregon encontrado apenas em fendas, a parede foi fundida e moldada através da interação feroz do aço e do fogo por mestres ferreiros.
Sua construção levou surpreendentes setenta e três anos, com a estrutura final atingindo a altura impressionante de 9.448 metros e abrangendo vastos 10.000 quilômetros quadrados, uma área grande o suficiente para ser considerada um império por si só.
Todos os sete reinos e dois impérios da Planície Central se uniram, renunciando a essa terra, pois ninguém conseguia romper a barreira impenetrável.
No entanto, o mistério persistia – como o fundador da academia havia atravessado o mar de sombras carmesim para chegar a essa ilha em primeiro lugar?
Com o tempo, o advento das naves voadoras e da teleportação tornou o acesso à ilha mais viável, mas as origens da academia permaneceram envolta em enigma.
Outro aspecto intrigante era a altura das muralhas – seu verdadeiro propósito, seja proteger o interior das sombras carmesim ou talvez o contrário, permanecia uma questão de especulação.
Northern olhou para a parede com um olhar perspicaz, seus pensamentos correndo.
"Parece que está protegendo o interior do exterior... ou o exterior do interior?", ponderou ele, sua voz tingida de intriga.
Quando a nave pousou com segurança na plataforma redonda, uma forte buzina rompeu o silêncio tranquilo, seu som penetrante quase rompendo os tímpanos de Northern.
Enquanto ele instintivamente colocava as mãos sobre os ouvidos, a jovem ao seu lado permaneceu impassível, avançando enquanto degraus automáticos se organizavam do convés para a superfície da plataforma.
Um dos atendentes de voo anunciou: "Primeira parada, Academia Milhguard. Se você for para a Academia Milhguard, por favor, retire sua bagagem do porão."
Enquanto a voz do atendente ecoava, várias pessoas emergiram de dentro da nave, segurando suas malas.
Foi então que Northern percebeu que ele não era o único aluno em potencial embarcando nessa jornada.
"Onde eles estiveram todos esse tempo?", ele se perguntou, supondo que, como ele, provavelmente haviam permanecido isolados em seus aposentos durante a viagem.
Observando os passageiros que desembarcavam, ele não conseguiu avistar a criança de cabelos alabastrinos e o protetor que havia encontrado na cidadela.
Pelo menos Annette, os gêmeos e Gilbert estavam ao seu lado, uma constatação que lhe trouxe uma estranha sensação de conforto que ele prontamente tentou afastar.
Enquanto Northern se dirigia ao porão para pegar sua bagagem, Gilbert se aproximou dele com um sorriso, levantando uma das malas.
"Essa é sua, certo?", perguntou ele amigavelmente.
"Ah, sim, é sim", respondeu Northern, levemente surpreso. "Obrigado", acrescentou ele, educadamente pegando a mala das mãos de Gilbert.
Juntando-se aos outros passageiros, Northern examinou seus arredores.
A maioria de seus companheiros de viagem parecia ter entre quatorze e dezesseis anos, com exceção de uma única figura diminuta que imediatamente chamou sua atenção.
O jovem não era apenas baixo de estatura, mas possuía cabelos azuis e um olhar frio e penetrante que sugeria uma disposição problemática.
Para Northern, o menino parecia fora do lugar, como se não devesse estar presente.
Ao se aproximar da cavidade na parede, Northern olhou ao redor mais uma vez, mas ainda não havia sinal de Ruchsbourgh.
Embora sua ausência não perturbasse Northern, ele esperava que a pessoa que o havia convidado aqui o acompanhasse na viagem. Caso contrário, como Ruchsbourgh poderia teleportá-los para um lugar onde ele nunca esteve?
Enquanto Northern caminhava, alguém igualou seu passo, e um menino o cumprimentou com uma leve inclinação da cabeça.
"Boa tarde. Meu nome é Ellis... Ellis Ruthsworn."
Northern o olhou com uma expressão impassível, sem responder.
"E você... qual é o seu nome?", insistiu Ellis, sem se deixar intimidar pelo silêncio de Northern.
Northern suspirou internamente. 'Será que ele não consegue nem perceber?', murmurou ele baixinho antes de responder secamente: "Northern..."
Ellis estudou Northern atentamente, como se esperasse mais informações.
"O quê?", resmungou Northern, ficando impaciente com o escrutínio do menino.
"Você deve ser da família imperial...", sussurrou Ellis conspiratoriamente.
"Você está tentando esconder sua identidade? Não se preocupe, nem todos sabem sobre os cabelos brancos do Império Luinngard."
Northern arqueou uma sobrancelha, sua expressão confusa.
"Acho que você está enganado...", declarou ele objetivamente, apressando seus passos para colocar distância entre si e o persistente Ellis enquanto eles entravam nos muros sagrados da academia.
O que se estendia diante de seus olhos era uma visão mais grandiosa do que tudo o que ele já havia visto – a magnífica Academia Milhguard em todo o seu esplendor.