Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 158

Pai, Eu Não Quero Me Casar

Max sorriu satisfeito ao ver o trabalho finalizado. Para alguém que conhece Juvelian tão bem, o artesanato de Ian era digno de ser chamado de arte.

“Sem dúvida, suas habilidades são impressionantes.”

Havia um carinho evidente em cada detalhe, o que só aumentava o valor daquela obra.

“Isso vai ser muito mais do que apenas uma pulseira mágica.”

Com um leve sorriso, Max olhou para Denise e falou:

— Amanhã, vou levá-lo ao Duque de Floyen, então guarde bem.

— Sim. E já que o Imperador está chamando, devo ir até o escritório.

— Certo.

Pouco depois, Max saiu da sala. O presente estava resolvido, e seus passos eram leves.

— Mal posso esperar para ver o quanto Juvelian vai gostar amanhã.

Foi nesse momento, enquanto caminhava pelo corredor, que ele viu uma figura familiar e parou.

“Mikhail.”

Os olhos de Max se estreitaram de maneira feroz.

“É uma loucura colocarem alguém tão jovem como capitão da força de defesa.”

Normalmente, leva cerca de dez anos para que um cavaleiro se torne um cavaleiro de alto escalão. No entanto, não havia garantia de que ele chegaria ao cargo de capitão da guarda, um posto que geralmente era disputado por, no máximo, quatro candidatos. Era óbvio que a ascensão rápida de Mikhail causava comentários entre os nobres e a guarda. Max lentamente ergueu o canto dos lábios.

“Por mais que tente, ele nunca vai estar acima de mim.”

Era assim que Max pensava. Do mesmo jeito que uma pessoa comum se curva diante de um nobre, Mikhail, mesmo sendo o capitão da guarda imperial, teria que se curvar ao próximo imperador. Max esperou relaxado pela resposta de Mikhail. Pouco depois, Mikhail parou de andar e fez uma reverência silenciosa ao Príncipe Herdeiro.

— Saúdo Vossa Alteza Imperial, o próximo sol do Império.

Max olhou fixamente para Mikhail, franzindo a testa com força. Um momento antes, Mikhail estava sorrindo.

“Ele está tentando rir de mim?”

Max mal suportava estar no mesmo espaço que Mikhail, muito menos vê-lo sorrindo.

— Então, você é o capitão?

— Sim, sou eu.

Max então falou com um tom sarcástico:

— Impressionante como você conseguiu bajular meu pai e até conquistar o posto de chefe da força de autodefesa.

Mesmo com o tom ácido, Mikhail sorriu como se não se importasse.

— Foi porque Sua Majestade Imperial reconheceu minhas humildes habilidades.

— Acho que ele deve ter ficado impressionado com a forma das coisas, e não com suas habilidades.

— Haha, talvez seja isso.

De alguma forma, isso só aumentou a irritação de Max.

“Droga, eu realmente quero torcer o pescoço dele.”

Max o encarou, apertando o canto da boca.

— Mas não parece que está indo muito bem para você. Devo me preocupar com o futuro?

Depois de passar por Mikhail, Max o deixou para trás, enquanto Mikhail, com um olhar amargo, torceu o lábio.

“Não vai demorar muito para que você perca essa arrogância, Príncipe Herdeiro.”

Os olhos de Mikhail, que seguiam a figura do Príncipe, brilharam com uma intenção sinistra. Logo depois, ele virou-se e disse ao homem que o aguardava:

— Estarei fora do palácio por um tempo.

— Isso está ótimo.

Sorri com o comentário repentino. Eu sabia que aquilo era um elogio para mim.

— Obrigada. Fico tranquila com seus elogios, Trice.

Diante da minha resposta, ela corou e disse:

— É bom ter orgulho. O Império todo conhece meu bom gosto, não é?

Alguém murmurou em resposta:

— Quem será que colocou essa ideia na sua cabeça?

Era Sir Victor, que estava ali como escolta de Trice.

Trice logo franziu o cenho e respondeu:

— Você… O que seria do meu irmão sem mim? Onde foi parar o seu respeito?

Sir Victor rebateu sem se abalar:

— Com o jeito que Vossa Alteza Imperial me trata, acha que eu seria apenas repreendido? Se soubesse que seria tratado assim, só teria sido repreendido!

Fiquei surpresa e acabei rindo daquilo que eu nunca esperaria ouvir na frente de uma princesa.

“Bem, Sir Victor sempre foi assim.”

Por um momento, observei Trice, que parecia sem forças.

“Algo está errado com ela?”

Segurei sua mão, e ela me olhou surpresa.

— Já que terminamos de verificar o salão de banquetes, que tal irmos comer algo gostoso?

— Hm? Ah, sim. Então vamos até a sala de jantar.

Balancei a cabeça e disse:

— Nosso chef já está preparando bastante coisa para amanhã. Vamos a outro lugar hoje. Conheço uma confeitaria deliciosa.

Ela abriu os olhos, surpresa, e logo assentiu devagar.

— Tudo bem.

Então, me preparei para sair com Trice daquele jeito.

Max olhou para o Imperador com uma expressão de descontentamento.

— … por isso este pai está triste. Você entende?

“Por que esse velho está me dando uma bronca tão grande hoje?”

Desde o início, quando viu o Imperador, Max já estava irritado. Ele só queria passar rapidamente pelo salão de Fressia para pedir conselhos.

— Sim, fui um filho muito ruim, pai.

O Imperador assentiu diante da resposta seca e cansada de Max.

— Que bom que você sabe disso.

Pouco depois, o Imperador olhou fixamente para Max e disse:

— Tudo isso é porque fui indiferente.

“Agora ele quer apelar para meus sentimentos de forma tão desprezível?”

Max apertou os punhos ao pensar nisso. Logo, o Imperador continuou falando em um tom tranquilo.

— Então, vou dar andamento ao seu casamento.

Diante das palavras inesperadas, Max arregalou os olhos e encarou o Imperador. O Imperador então falou, esboçando um sorriso.

— Com a Princesa Floyen.

— Ela agora é a pequena Duquesa.

O Imperador apertou os lábios ao olhar para o filho, que o corrigiu. O reconhecimento e a reputação do Príncipe Herdeiro já tinham crescido consideravelmente. Em vez de confrontá-lo nesse momento, seria mais sábio ganhar sua simpatia. O Imperador então voltou a falar.

— O Duque de Floyen é um homem muito exigente. Mesmo você sendo o Príncipe Herdeiro, se não estiver à altura dos padrões dele, ele não vai deixar você se casar com a filha dele.

Ao ouvir isso, Max pareceu ficar sério.

“Eu sabia que isso o afetaria.”

Como esperado, o Imperador riu da reação previsível do filho. Era o momento perfeito para jogar a isca.

— Mas eu posso convencer o Duque de Floyen a permitir o casamento, se você quiser.

Para o Imperador, convencer o Duque de Floyen era algo fácil. Ele só precisaria manipulá-lo e fazer com que o Duque escrevesse uma carta concordando com o casamento.

“Vou lhe dar essa garota, mas em troca, você terá que me obedecer para sempre, Maximillian.”

Quanto tempo se passou? Uma resposta calma saiu da boca do Príncipe Herdeiro.

— Isso é engraçado.

O Imperador franziu a testa, surpreso com a resposta inesperada. Ele então se deparou com o olhar intenso do filho.

— Ainda não consegui o consentimento dela. Por que você está falando como se fosse o pai dela quem vai decidir?

“Não devo demonstrar minhas emoções na frente do Imperador. Ele pode usar isso contra mim.”

Era um mantra que Max sempre repetia para si mesmo. Mas…

“Você está tratando ela como se fosse uma coisa. Maldito velho!”

Todos os esforços de Max para ganhar o coração de Juvelian foram feitos com cuidado. E cada vez que ela respondia de forma positiva, Max se sentia cheio de alegria. Ele se preparou com carinho para fazer a proposta.

Ele estava ansioso para ver Juvelian com seus lindos olhos brilhando, mas o Imperador parecia ignorar todo o tempo e dedicação que Max havia colocado nisso. A raiva de Max começou a crescer.

— Não é o pai dela que vai me dar permissão para me casar com ela. É ela mesma. Sei que você está preocupado com esse seu filho rebelde, mas eu vou resolver isso, pai.

Depois de dizer isso, Max fez um silêncio rápido, virou-se e saiu da sala do Imperador.

— Maldito moleque!

(Saengkeurang!)

Furioso, o Imperador atirou um vaso no chão e gritou com raiva. Seus olhos estavam cheios de fúria, e ele rangeu os dentes.

— Vou fazer você se arrepender.

Trice pegou um pedaço de morango coberto de calda brilhante com o garfo e o levou à boca.

— O que achou?

Trice sorriu e respondeu à minha pergunta.

— Está delicioso. Parece que derrete na boca.

No livro original, ela adorava doces, especialmente os que tinham morangos. Se ela tinha algum medo, a bebida que tomou antes de ser assassinada foi uma sangria de morango, o que dizia tudo.

— Max também adorava.

Surpresa, Trice arregalou os olhos e perguntou:

— O quê? Meu irmão gostava?

— Sim, da última vez, ele comeu quatro pedaços sozinho…

Trice franziu a testa e murmurou:

— Não pode ser, será que ele mudou?

Quem respondeu foi Sir Victor.

— Não, Sua Alteza Imperial ainda odeia doces, tanto quanto pepinos.

Havia algo curioso na maneira como Sir Victor disse aquilo.

— Ele não gosta de pepinos?

De jeito nenhum, ele comeu com tanto gosto, não podia odiar pepinos. Enquanto eu tentava entender, Sir Victor continuou:

— Sim, ele realmente não suporta.

A resposta direta de Sir Victor me deixou ainda mais confusa.

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