Capítulo 147
Pai, Eu Não Quero Me Casar
Estive aproveitando a hora do chá com minha tia até agora, e meus olhos estavam bem abertos.
— O que? Um fantasma?
Perguntei, surpresa com os comentários absurdos que acabara de ouvir, enquanto minha tia dava uma mordida elegante no bolo de chá que trouxera.
— Oh, tem um cheiro tão bom. Fico impressionada que a Princesita tenha feito isso sozinha.
Suspirei ao ver que ela respondia à mesma pergunta e, por algum motivo, me estremeci e abri a boca novamente.
— Tia, me fala sobre o fantasma. Você tem certeza de que eles vêm de um lugar perto da nossa mansão?
Ela sorriu e começou a falar.
— Agora você parece nossa linda Princesita. Ainda tem medo de fantasmas?
— Juvelian, chorar é tão bonitinho. Você criou sua filha assim?
Sim, lembro vagamente de como minha tia é, na verdade.
— Não tenho medo. É porque me preocupa, já que é nossa propriedade.
Ao ouvir minha resposta, ela fez uma expressão de “arrepender-se” e murmurou um pouco antes de responder.
— Há um acampamento perto da mansão onde ficam mercenários. Muitas pessoas têm alucinações enquanto caminham pela estrada remota que passa perto da mansão.
— Alucinações?
Não era um fantasma, e era estranho expressar isso dessa forma. Então, quando perguntei, ela respondeu com um sorriso.
— Ah, eu nunca vi o fantasma. Não estive lá uma vez, mas muitas vezes.
Parece que ela foi lá deliberadamente para ver o fantasma.
“Realmente parece uma tia de verdade.”
Suspirei por um momento, lembrando do pensamento que acabei de ter.
“Por que pensei assim? Não sei muito sobre ela, mas me sinto familiar.”
Foi então que uma certa sensação de déjà vu me envolveu.
— Juvelian, por que você não vai se tiver curiosidade?
Neguei com a cabeça ao ouvir sua sugestão incômoda.
— Não, já está quase no final do dia…
— Oh, minha menina está apenas dando desculpas?
Aposto que minha tia consegue fazer qualquer um se preocupar a ponto de chorar. Até me perguntei se era por causa dela que Gerald não vinha a essa casa.
— Tem medo?
Sinceramente, me senti um pouco ofendida com isso.
— Não pode ser assim. Sabe que não sou uma criança?
Diante da minha negação, ela baixou o olhar.
— Ah, é tão bom ver uma figura tão animada. Nossa Princesita certamente será corajosa na frente do fantasma.
Só então percebi que tinha deixado passar as palavras dela.
— Não, não vou…
Tentei negar rapidamente, mas ela se levantou.
— Boa sorte no seu passeio. Quando ver um fantasma, não se esqueça de me contar.
Suspirei ao ouvir suas palavras.
“Bom, sim. Não pode haver nenhum fantasma, então vou dar um passeio.”
—
Correu animado com a ideia de encontrar Juvelian por acaso, mas a situação no acampamento era pior do que pensava.
— Bem, Sua Alteza Imperial. Quer dizer que realmente vi um fantasma?
— É isso mesmo! Eu também vi. O Ron até se mijou nas calças!
As expressões dos soldados, que diziam a verdade sobre fatos que não queriam saber, eram de desespero. E a cara de Max, que ouvia tudo, estava cheia de irritação.
— Senhor, me avise…
Quando Fressia começou a perceber, Max franziu a testa e balançou a cabeça.
— Não, vou checar por mim mesmo, já que vim a pedido do Víctor.
Max se levantou e tentou sair do quartel, olhando fixamente para os homens que se levantaram para segui-lo.
— É irritante, não me sigam.
Max franziu a testa enquanto se dirigia rapidamente em direção ao suposto fantasma.
“O que há de tão assustador nos fantasmas? Para que tanto alvoroço…”
Do ponto de vista de Max, que nunca teve medo de nada desde jovem, não conseguia entender a reação de seus subordinados. Logo, Max começou a rir ao lembrar da única coisa que realmente o assustava.
“Sinto sua falta por lá. Minha Juvelian.”
—
Agora estava dando um passeio com Marilyn e Todd.
“A segurança do sistema realmente é boa.”
Comparado à luz do sistema ao entardecer, as ruas onde o sol começava a se pôr estavam escuras, e as estradas, como estavam, eram desconfortáveis para caminhar. Além disso, a paisagem ao redor, com as aranhas começando a aparecer, parecia muito sombria.
“Até parece que um fantasma vai sair.”
Por um momento, ri sem vontade.
“Bem, não estou tão assustada, mas…”
— Oh, Senhorita, tenho certeza de que o fantasma não vai aparecer de verdade, certo?
Com Marilyn tremendo com uma lanterna…
— Talvez ele apareça. Eu também vi uma besta.
Suspirei sem perceber diante do nervosismo de Todd enquanto ele mexia na espada.
— Você está bem, minha Senhorita?
— Claro que estou bem. Não existe nada como um fantasma no mundo, não é?
Marilyn balançou a cabeça com uma expressão séria diante das minhas palavras.
— Não. Senhorita, existem fantasmas.
— Ah, onde você viu isso? É só um farol, não é, Sir Todd?
Busquei o consentimento, mas Sir Todd balançou a cabeça com seriedade.
— Não, estou com a senhorita Marylin.
Diante das palavras deles, sorri e balancei a cabeça.
“Que medo é esse de fantasmas? O que dá medo mesmo são os ratos e as pombas.”
Fiquei tremendo um tempo pensando nas pombas.
(Bushirak)
— Ahhh!
Quando Marilyn gritou ao ouvir o barulho da grama, Todd puxou a espada com um olhar nervoso.
— Quem é?! Fantasmas, desapareçam! As pessoas estão saindo!
Suspirei enquanto assistia à cena.
“Será que eu deveria ter saído sozinha?”
Então, Marilyn gritou de novo.
— Ahhhhhhh!
Todd gritou ainda mais, como se isso fosse pouco.
— Ahhhhh! É um fantasma!
Ambos pareciam ter medo de algo que parecia um espantalho balançando ao vento. Abri a boca, apontando para o que estavam vendo.
— Não existe tal coisa como um fantasma…
Nesse momento, precisei parar de falar e franzi a testa.
— Max?
Embora ele tivesse cabelo comprido, parecia translúcido e estava no ar. À primeira vista, seu rosto e a atmosfera eram muito semelhantes aos de Max, e ao estabelecer contato visual, o que ele disse me convenceu de que era realmente Max.
— Oh, de onde saiu essa coisinha tão bonita?
Ele não costumava me chamar de “coisa” ultimamente, mas no passado, sempre me chamava assim em tom de brincadeira.
— Você estava me seguindo?
Falei para ele esperar tranquilamente, mas não sabia que as ilhas iam acabar aqui. Suspirei e disse aos dois homens assustados.
— Vocês dois fiquem calmos. Vou tentar acalmar o fantasma.
Me virei para Max, que estava brincando de fantasma.
— O que você está fazendo aí agora?
Então ele se aproximou de mim com os olhos vermelhos.
— Estou falando com você. Mas estamos esféricos? O dia está maduro.
Não sabia como fazer uma piada tão desagradável, já que ele não era suficiente para me acompanhar.
— Você não tem outra escolha a não ser cozinhar durante o dia? Pare de brincar.
Foi quando fiquei encarando Max. Ele levantou o rosto e me olhou de perto.
— Você, esses olhos…
E precisei dar um passo para trás.
— Não é o Max?
Ele parecia com Max de perto, mas definitivamente era uma pessoa diferente.
— Você, quem é você?
Ele abriu a boca diante da minha pergunta.
— Se você está perguntando de quem é esse corpo…
Nesse momento, uma luz vermelha rasgou sua figura. Uma voz sombria soou antes do tempo.
— A quem você se atreve a ver, fantasma?
Era a aparição do meu verdadeiro amante, mais sangrenta que um fantasma.