Pai, Eu Não Quero Me Casar

Capítulo 146

Pai, Eu Não Quero Me Casar

O esconderijo do Príncipe Herdeiro estava mais calmo do que o normal, e isso se devia a uma pessoa que normalmente não aparecia por ali. Ele estava sentado em roupas casuais, mas a pressão que emanava dele não tinha nada de criminoso.

— Então, a carruagem do Duque de Floyen já partiu?

Denise acenou com a cabeça em resposta à pergunta do Príncipe Herdeiro.

— Sim, você quer ir agora mesmo?

Max negou com a cabeça. Antes de tudo, era preciso resolver algumas coisas.

— Vamos esperar um pouco.

Depois de falar, Max virou a cabeça e fixou o olhar em Fressia.

— Como você fez isso?

“Ah, tenho um garoto ao meu lado. Pedi para ele encontrar uma oportunidade e aproveitar.”

Max olhou para Denise e falou:

— Vamos entregá-lo.

Depois de encerrar a conversa, Max refletiu. Ao mesmo tempo, um sorriso suave surgiu em seus lábios.

— Juvelian já deve estar cochilando na carruagem.

Os outros homens que o observavam não demoraram a sorrir.

“Não esperava que ele fosse tão generoso.”

Ouvi o som de uma canção de ninar familiar vindo de algum lugar. Me aproximei lentamente do som.

— Querida lua, por favor, envolva nosso bebê com carinho. Não deixe que ele tenha pesadelos.

Assim que cruzei os olhos com a pessoa que estava cantando, tremi levemente. Fiquei assustada ao ver uma mulher ensanguentada me encarando.

— Bebê.

Ela mordeu o lábio inferior e, chorando, abriu a boca.

— Não venha. E…

Meus olhos se arregalaram, surpresa com as palavras que se seguiram.

— Hyuk!

Quando me assustei e convulsionei, meu pai, que estava ao meu lado, me olhou com os olhos surpresos.

— Juvel, o que aconteceu?

Assim que vi aquele olhar amigável, percebi que estava na realidade.

— Oh, bem, eu tive um pesadelo.

Em resposta, papai pegou um lenço e me secou a testa. Era um lenço que ele havia feito há muito tempo.

“Você o trouxe.”

Você não participou da competição de caça, então não esperava que estivesse com ele. Mas não sabia que você o carregava assim! Para ser sincera, fiquei emocionada.

— Papai, já estou bem.

Consegui sorrir de verdade porque o som persistente e opressor do pesadelo havia desaparecido. Papai me olhou e sorriu calmamente. Nesse momento, meus olhos se abriram um pouco mais.

— Ah, é a nossa terra.

Girei a cabeça e olhei pela janela.

“Uau…”

Era espetacular ver todo o horizonte coberto de trigo dourado.

“Eu achava que nosso território era grande, mas é ainda maior.”

Por um momento de admiração, também vi pessoas inclinando a cabeça em direção à nossa carruagem. Papai me disse baixinho.

— Olhe bem. São as preciosas pessoas que nos apoiam.

Se fossem outros nobres, teriam dito que éramos nós quem mandávamos, mas eu estava orgulhosa de que meu pai, o mais forte do mundo, pudesse dizer isso.

Assenti e respondi animadamente.

— Sim, vou lembrar disso!

A mansão de mármore branco era muito maior e mais antiga do que as casas da ilha, e os lírios que decoravam o jardim eram como uma pintura em harmonia com a mansão.

— Você voltou para casa.

Mas, talvez por não a ter visto em mais de 10 anos, a mansão parecia tão estranha quanto a casa de outra pessoa.

“Deveria dizer que parece mais um palácio do que uma mansão.”

Bom, não seria exagero chamá-la de palácio. Nosso ducado é semelhante em tamanho a um pequeno reino.

“Por isso havia tantas pessoas querendo ser a Duquesa de Floyen…”

Quando olhei para meu pai, vi que ele me estendia a mão.

— Agora vamos descer.

Diante disso, sorri e ele segurou minha mão.

“Mas, por enquanto, desejo que o melhor do meu pai seja eu.”

Ao descer do vagão, um rosto maduro nos cumprimentou.

— Duque, bem-vindo.

Meu tio ainda era firme, o Vizconde Ronell, o agente que atualmente cuida da nossa mansão e propriedade como vassalo da nossa família. A partir daquele olhar, tentei encontrar a sombra do meu primo.

— Bem, acho que você deveria ser responsável pela segurança da mansão no Império. Tenha uma boa viagem, Juvelian.

“Seria mesmo possível vir com o Gerald?”

Embora tivesse uma relação próxima com Gerald, foi a última vez que o vi em seu debut, há três anos. Para ser honesta, não foi tão desconfortável, mas foram quatro pessoas se esforçando para cumprimentá-lo.

— Oi, tio.

A expressão dele ao receber meus cumprimentos mudou sutilmente.

Logo, um leve sorriso surgiu em seu rosto.

— Juvelian, você cresceu muito.

Eu estava preocupada que ele se virasse, mas me senti bem porque o subestimei.

— Meu tio ainda parece saudável.

— Oh, ele está ajudando muitas pessoas do país.

Não foi meu tio quem respondeu à minha pergunta. Sorri alegremente e cumprimentei uma elegante beleza que se parecia com Gerald.

— Minha tia ainda está por aqui. Como ela está?

Cumprimentei porque não estava no sistema para receber tratamento médico, e minha tia política apertou os olhos e riu.

— Oh, minha pequena Princesa se tornou uma dama. Ao contrário do que ouvi.

Fui obrigada a rir gentilmente quando ela mencionou as travessuras que fiz ao longo dos anos.

“Depois de tudo, sempre devo estar preparada para arcar com as minhas ações passadas.”

Enquanto suspirava, ela pegou minha mão e riu.

— Não fique aqui. Vamos entrar, pode ser? Tenho um monte de comida que a Princesita adorava quando era pequena.

— Sim, sim!

Era difícil lidar com isso, mas era bom que os dois me recebessem calorosamente.

Dois homens estavam patrulhando o acampamento do Exército do Príncipe Herdeiro, adjacente ao Duque de Floyen.

— Haa, que chatice.

O soldado, que parecia assustado, disse.

— Sênior, você não sabe? Estou falando que um fantasma aparece por aqui de vez em quando!

O soldado falou com um sorriso nervoso enquanto os mais novos observavam.

— Ei, isso é tudo mentira. Não quero fazer a guarda, então estou fazendo isso à toa.

Foi então que…

— S-sênior, e-e isso!

O soldado gritou ao ver a figura do mais novo tremendo.

— Ei, você não está fingindo que não viu, está?

— Sênior, por favor, olhe para lá.

Sem querer, o soldado olhou para onde o dedo do novato apontava, arregalou os olhos e deu um passo para trás.

— Bem, o que é aquilo?

Um homem translúcido flutuava no ar.

— Eu voltei.

O homem sorriu com os olhos vermelhos e então desapareceu lentamente. Quando o jovem caiu com uma expressão de surpresa, o soldado gritou, confuso.

— É, é um fantasma!

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