Capítulo 122
Pai, Eu Não Quero Me Casar
A espada que seguia em linha reta de repente fez um giro curvo. Max conseguiu bloquear o golpe de seu mestre, rangendo os dentes.
“Ele é ridiculamente forte. Mas…”
No começo, os movimentos de sua espada eram tão rápidos que pareciam invisíveis, mas agora, estavam ficando cada vez mais claros e precisos. Max se defendeu de mais um ataque, rebatendo a espada do mestre.
“Para se tornar um transcendente, talvez ainda não seja o momento.”
Max ergueu o canto da boca, pensando que, ao proteger Juvelian do perigo, conseguiria ganhar a aprovação de seu mestre.
— Eu sempre te disse para ficar em alerta.
Ao ouvir a voz severa de seu mestre, que se afastou rapidamente, Max o olhou com frustração.
— Que droga! Quando vou conseguir acompanhar esse homem?
Enquanto isso, eu olhava para o Príncipe Elios, que bebia seu chá calmamente à minha frente.
— Então você veio me ver por causa disso?
Ele respondeu colocando a xícara de chá de volta na mesa com elegância.
— Achei que ficaria contente com meus elogios, mas você não parece muito feliz. Fiz um bom trabalho em não machucar nenhum dos cidadãos.
Franzi a testa ao responder:
— Agradeço por não causar danos enquanto perseguia nosso povo por negligência em suas terras.
Eu esperava que ele ficasse ofendido com minha crítica, mas o Príncipe Elios sorriu orgulhoso.
— Ora, parece que vou ter que te indenizar pelos danos não intencionais.
— Não precisa pagar pelos danos…
Eu estava prestes a encerrar o assunto de maneira tranquila, sem querer me envolver mais.
— Já que você está tão irritada, não tenho escolha a não ser te oferecer as “Flores da Deusa Subterrânea.”
Fiquei de olhos arregalados com essa declaração.
Então respondi de impulso:
— Ei, você está me pedindo em casamento?
Eu esperava que ele respondesse com uma piada, mas, em vez disso, o Príncipe Elios apenas assentiu lentamente.
Ele estava oferecendo o prêmio da competição de caça, como se estivesse fazendo uma declaração pública de amor diante de todos os nobres. Esse era um gesto comum entre casais que estavam prestes a se casar, mas eu mal conhecia o Príncipe Elios, então não podia acreditar que ele dissesse algo assim para mim.
— Olha, nós mal nos vimos algumas vezes, e de repente você está dizendo algo que eu só diria a alguém que amo… Francamente, isso é ridículo.
Ao apontar a absurda situação, ele apenas sorriu, abaixando a xícara de chá com elegância.
— Bom, eu estive te observando o tempo todo.
— O quê?
— Você acreditaria se eu dissesse que estou apaixonado por você?
Fiquei perplexa, então tentei lembrar da primeira vez que o encontrei.
— Isso é inacreditável. Nunca pensei que teria essa oportunidade.
Naquele momento, achei que ele só queria jogar cartas comigo, mas pelo visto, não era isso.
— Você já me observava antes?
Eu mal conseguia acreditar que alguém poderia dizer isso com seriedade. Enquanto eu o olhava com um certo tremor nos olhos, ele tomou mais um gole de chá e, sorrindo alegremente, me encarou.
— Se continuar me olhando assim, meu coração vai disparar.
Sua atitude descontraída não parecia a de alguém tímido ou apaixonado de forma não correspondida.
— Está me zoando?
Perguntei com uma voz irritada, mas ele me encarou fixamente, com um sorriso no rosto bonito. Seus olhos azul-esverdeados, que normalmente eram calorosos, agora estavam profundos e intensos.
— Estou falando sério.
Aquele clima inesperado me fez arrepiar. Ele sorriu, colocou a xícara de chá na mesa e continuou.
— Para ser sincero, no começo eu sentia pena de você, sempre tão arrogante como membro de um ducado.
Franzi a testa e abri a boca para responder à provocação.
— Então é isso que você realmente pensa…
Mas ele me interrompeu e prosseguiu:
— Mas não consegui parar de te observar mudar. Em algum momento, percebi que, toda vez que te vejo, sorrio sem querer.
Eu baixei os olhos, sem saber como reagir àquela declaração exagerada. Ele então chamou meu nome.
— Juvelian, acho que seria um bom marido para você.
Um homem considerado o mais influente da sociedade e também o futuro primeiro-ministro. Não dava para negar que ele era o partido mais cobiçado do Império, mas eu ainda tinha Max em meu coração.
— Sinto muito, mas eu não gosto de você.
Ele disse com firmeza, embora eu estivesse me negando completamente.
— Eu sei, por isso estou tentando te conquistar.
— Você não precisa fazer isso.
Eu continuei a recusar, mas ele me olhou com um sorriso encantador.
— Não adianta me rejeitar. Já tomei minha decisão.
Foi aí que fiquei sem palavras. Ele falou, levantando-se lentamente.
— Nos vemos na competição de caça, meu amor.
Suspirei quando ele saiu, me dando conta do que acabara de acontecer.
— Por que ele é tão teimoso?
Eu nunca aceitaria a sua confissão, mas o problema era quando ele fizesse isso em público.
“É horrível imaginar dizer ‘não’ na frente de tantos nobres…”
Não só seria constrangedor, mas o pior seria se Max visse isso.
“Agora que as coisas chegaram a esse ponto, preciso garantir que ele não vença.”
Eu já estava me preparando para isso quando ouvi:
— Senhorita, tem uma visita para você.
Levantei-me, franzindo a testa com o que ouvi da porta do salão.
“Ele acabou de sair e já está de volta? Ele só pode estar brincando comigo…”
Abri a porta bruscamente, rangendo os dentes, mas então congelei.
— Juvelian?
Em vez do Príncipe Elios, Max estava parado na porta, me olhando com uma expressão confusa.
— Max, você está aqui? Entre.
Sorri e o chamei com urgência, mas ele me olhou preocupado, talvez estranhando meu comportamento.
— Você não parece bem, o que aconteceu?
— Ah, não? O que houve com você?
Eu tentei ser elegante, mas ele foi insistente.
— Me conta. O que está acontecendo?
Para ser sincera, nem conseguia pensar direito. Acabei de lembrar da situação.
“Juvelian, acho que seria um bom marido para você.”
“Não, se eu contar a verdade, Max pode ficar ofendido.”
Desviei o assunto, porque não queria magoá-lo depois de tanto tempo sem vê-lo.
— É porque você não tem vindo muito.
Nesse momento, Max me puxou para um abraço repentino.
— Eu também senti sua falta.
Seus braços firmes, ombros largos, e aquela sensação de conforto me envolvendo. Só passou uma semana, mas eu estava com tanta saudade dessa sensação.
Fechei os olhos, descansando a cabeça em seu ombro, como se estivesse me aconchegando. Então, ele deu um leve tapinha na minha cabeça e disse suavemente:
— Bom, parece que alguém esteve aqui agora. Eu estava curioso para saber quem.
“Agora que penso nisso, não recolheram as xícaras de chá e os petiscos.”
Rapidamente pensei em alguém para ajudar, sem mencionar o Príncipe Elios.
— Ah, é que eu estava conversando com a costureira sobre o vestido.
Ele franziu a testa e, sem mais abraços, me disse:
— Aqui não, vamos para o quarto para conversarmos sobre isso.
Por um momento, fiquei preocupada que ele pudesse me repreender, deixando meu coração ainda mais confuso, mas Max me abraçou gentilmente, talvez pensando em perguntar quem era a visita.