Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

Volume 1 - Capítulo 38

Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

A carruagem sacudiu-se bastante de repente, talvez porque tenha pisado numa pedra embutida na estrada.

— Ah!

— Kyah!

O interior da carruagem, cheio de quatro pessoas e bagagens, ficou barulhento por um momento.

— Ah, ei! Vá com calma na carruagem!

Um homem que se molhou enquanto tentava beber água reclamou alto com o cocheiro.

Avane Rophili, que havia adormecido encostada na parede da carruagem e acordou com o balanço, arrumou os óculos e perguntou para o outro lado.

— Shan, está tudo bem?

— … Sim?

Shan, que estava olhando fixamente pela janela, respondeu ao chamado um instante depois.

Então, ela olhou ao redor para o vaso de flores que segurava nos braços e respondeu com um aceno.

— Oh, está tudo bem. As folhas não foram danificadas.

O que Avane perguntou não foi a condição da planta, mas a condição de Shan.

Avane pensou em perguntar novamente, mas logo balançou a cabeça.

Até agora, deixando a vila da tribo Chara e finalmente alcançando Lombardi.

Durante a jornada juntas, as duas se tornaram muito próximas e aprenderam muito sobre a outra.

No entanto, ainda havia alguns aspectos que faziam Avane balançar a cabeça ao olhar para Shan.

É óbvio que é a primeira vez que Shan sai da floresta, mas ela sabe muitas coisas como se já vivesse há vários anos, ou que não larga o vaso de flores da vila de jeito nenhum.

— Será por causa dessa habilidade?

Para pessoas comuns que não podem ver o futuro, Shan era apenas um milagre.

Avane disse, batendo no joelho de Shan, que estava perto o suficiente para alcançar com um pequeno movimento.

— Esse vaso de flores. Você disse que é Bomnia, certo? Deve ser pesado, mas eu o segurarei para você. Mesmo que seja por um momento, fique confortável, Shan.

A carruagem de passageiros, compartilhada com pessoas com o mesmo destino, era estreita e lotada.

No meio disso, era muito estressante e difícil viajar por vários dias com um vaso de flores tão estimado.

— Hmm.

Shan pensou por um momento na sugestão de Avane, mas então balançou a cabeça.

— Não. Estamos quase em Lombardi. Eu posso aguentar. Obrigada por perguntar, professora Avane.

Shan, que respondeu com um sorriso, arrumou o vaso de flores mais uma vez, abraçou-o e olhou pela janela novamente.

‘No que você está olhando assim?’

Embora fosse um dia ensolarado, a carruagem estava passando por um campo com nada além de terras agrícolas ao redor.

No entanto, os olhos de Shan se moviam como se estivessem olhando para algo acima do campo.

Avane, incapaz de conter suas perguntas como uma estudiosa, bateu novamente no joelho de Shan e perguntou em voz muito baixa.

— No que você está olhando assim, Shan?

— Hmm. Eu também não sei.

Shan respondeu com um sorriso tímido.

— Eu só vejo um prédio grande ali. É um prédio com muitas pessoas.

No entanto, o lugar para onde Shan apontava era apenas um vasto campo de trigo.

— Foi a mesma coisa da última vez que passei por Chesail.

Chesail era apenas uma pequena cidade por onde passaram ao atravessar do Sul para o Centro.

Não havia nada para ver além do grande rio que corria nas proximidades, então mesmo quando todos na carruagem adormeciam roncando, Shan não conseguia desviar os olhos da paisagem além da janela.

— Ah, é isso…

Foi quando a tímida Shan estava prestes a dizer algo.

— Um, um—.

A carruagem parou lentamente com o som de um cocheiro acalmando o cavalo do lado de fora.

— Por que a carruagem parou, professora Avane?

Diziam que ainda levaria um pouco mais para chegar a Lombardi.

— Talvez seja por causa das pessoas que estão na fila para entrar. Teremos que entrar até o sol se pôr.

— D- demora tanto assim?

— É a cidade mais próspera do império. Se você estiver curiosa, desça e dê uma olhada, Shan.

Avane acrescentou: ‘De qualquer forma, não vamos nos mover por um tempo’.

— Então… eu vou dar uma olhada por um momento.

Shan abriu cuidadosamente a porta da carruagem e saiu.

Era a terra onde ela pisaria em poucas horas, mas não havia tempo para se preocupar com essas coisas.

— Uau.

Era espetacular ver todos os tipos de carruagens e pessoas alinhadas em uma longa fila.

E no final havia uma cidade muito grande.

Não era possível ver tudo de relance por causa das muralhas altas e fortes, mas isso bastava.

A cidade exalava uma pressão tremenda só por estar ali de pé.

— Lá está, Lombardi.

Shan murmurou, quase tropeçando para trás sem perceber.

A cidade mais próspera do império.

Ao mesmo tempo, o vento suave que soprava de Lombardi balançava as folhas de Bomnia e dava um leve arrepio nos braços de Shan.

De repente, ela sentiu saudade incontrolável de sua cidade natal.

Ela queria se virar e voltar para o lugar familiar.

Mas Shan cerrou os punhos e repetiu o nome, dando-se coragem.

— … Gallahan.

Ele estava naquela cidade enorme.

Shan abraçou o vaso de Bomnia, que agora começava a dar sementes.

— Não tenha medo, Shan.

Depois de se incentivar, ela olhou um pouco mais para Lombardi e entrou silenciosamente na carruagem.

O restaurante e hospedaria ‘Onda Azul’ localizado em Lombardi era conhecido pelos habitantes locais como seu próprio restaurante gourmet.

O menu principal era nada menos do que o ‘café da manhã caseiro’, e desde cedo até a hora do almoço era o horário mais movimentado com clientes.

— Shan! Você pode levar esse pão para a mesa ali?

Quando Marge, a dona do restaurante, estendeu uma cesta cheia de pão e gritou, Shan, com seu cabelo vermelho amarrado, aceitou rapidamente e respondeu.

— Sim, senhora!

‘Onda Azul’ foi a primeira hospedaria onde Shan, que chegou a Lombardi há um mês, ficou.

Depois que Avane, que passou cerca de uma semana com ela, saiu de Lombardi, Shan, que ficou sozinha, tentou encontrar um lugar e um trabalho para ficar.

E Marge, que ouviu a história, ofereceu com prazer um trabalho que fornecia quarto e refeições.

Embora a estalagem fosse agitada desde a manhã até a tarde, Shan estava muito satisfeita.

Aconteceu ao amanhecer por ser um hábito cultivado na vila, e ela gostava de trabalhar na ‘Onda Azul’, onde podia encontrar muitas pessoas.

E, acima de tudo, havia muitas coisas que ela aprendeu enquanto convivia com as pessoas.

— Você ouviu essa história? A filha de Mark, a Helen, tornou-se bolsista de Lombardi.

— É verdade? Crianças inteligentes vão para a academia para estudar sem dinheiro?

Graças a isso, Shan, uma estrangeira, que estava em Lombardi há apenas um mês, aprendeu muito sobre a cidade e a família Lombardi.

Naquele momento, a mesa onde duas jovens mulheres, que pareciam ser amigas, estavam sentadas frente a frente, de repente ficou barulhenta.

— Coma agora, rápido!

— Pare de me apressar! Se eu comer mais rápido, vou morder minha língua!

— Quero dizer, vi aquele homem perto do rio mais cedo! Antes que ele saia, temos que ir dar uma olhada!

— Entendi, entendi! Ah, vamos lá!

Eventualmente, a mulher que não conseguiu superar a empolgação da amiga se levantou da mesa com metade da comida ainda no prato.

Shan suspirou silenciosamente, pegando o dinheiro e os pratos deixados na mesa.

Foi por causa de um novo fato que ela aprendeu recentemente.

— O que é bonito aos meus olhos é bonito aos olhos dos outros.

Ou seja, Gallahan é bastante famoso entre as jovens mulheres na cidade de Lombardi.

É claro que as pessoas não sabiam que ele era filho de Lombardi.

Parece que o fato de ‘Um homem muito, extremamente bonito aparecer ocasionalmente na cidade e pintar’ tocou o coração de muitas mulheres.

— Isso é compreensível.

Shan suspirou mais uma vez, recordando a aparência de Gallahan na sua memória.

Gallahan era bonito e encantador.

Sua pele branca parecia brilhar, e suas sobrancelhas baixas eram muito gentis.

Acima de tudo, Gallahan era pequeno e fofo.

Em seu sonho, ele era um homem fofo como um filhote macio ou um esquilo esfregando o rosto.

— Todo mundo tem bom gosto.

Shan murmurou com um bico.

Aquele homem é meu.

Foi quando ela estava pensando assim.

A estalajadeira, Marge, deu um tapinha no ombro de Shan.

— Shan, seu trabalho agitado acabou, vá descansar.

— Já está na hora? Então vou sair e voltar, senhora!

— Okay, não caia!

Shan pendurou o avental que estava vestindo de lado e caminhou lentamente, apreciando a brisa fresca da primavera.

Sentindo na pele que a primavera tinha chegado, seu coração batia forte.

— Vamos nos encontrar em breve.

Shan caminhava em direção à praça todos os dias na hora do intervalo.

Era para garantir que as flores florescessem na árvore, como visto no sonho.

Há alguns dias, ela perguntou levemente à madame Marge, e ela disse que a árvore florescia um pouco mais tarde que as outras.

Então ela ainda teria que esperar alguns dias a mais.

A propósito.

— Huh…?

Quando Shan chegou embaixo da árvore a caminho da praça, seus olhos se arregalaram.

— A flor… floresceu?

Obviamente, apenas ontem, apenas botões de flores haviam surgido.

Saa—.

Quando o vento soprou, as pétalas caíram como chuva.

Já fazia um tempo desde que ela ficou hipnotizada pela visão espetacular que se desdobrou durante a noite.

Shan abaixou lentamente a cabeça e olhou diretamente à frente.

Era um olhar em direção à fonte no meio da praça.

— Oh, aqui está!

Embora longe, a pessoa sentada na fonte desenhando algo era definitivamente Gallahan.

— Hoje… é isso.

Hoje era o dia que ela viu de novo e de novo no seu sonho.

Tum, tum.

Shan deu um suspiro profundo.

Seu coração começou a bater descontroladamente.

— Whoa.

— Eu não deveria ficar envergonhada. Eu tenho que causar uma boa primeira impressão, então fique calma…

Shan de repente fechou a boca.

Foi porque ela sentiu o olhar, ou porque de repente fez contato visual com Gallahan, que levantou a cabeça.

Tum, tum.

O vento soprou mais uma vez através do som do coração batendo nos ouvidos.

Mesmo em meio às pétalas dispersas, Shan não desviou o olhar de Gallahan.

E foi o mesmo para Gallahan.

Parando sua mão enquanto desenhava, ele encarava Shan.

Era um momento que parecia existir apenas os dois na multidão de pessoas reunidas na praça.

Shan se aproximou dele passo a passo, com o desejo de fugir também correndo.

E finalmente parou na frente dele.

— Oi.

Felizmente, sua voz não estava tremendo.

— …

No entanto, Gallahan não respondeu.

Ele apenas olhou para Shan, que se aproximava.

Então Shan ficou ansiosa.

Foi porque ela falou com ele repentinamente?

Ela ficou assustada de repente.

Mas ela teve a coragem de fazer uma pergunta que lhe veio à mente.

— Hmm. Você gosta de desenhar?

— … sim. Bem… eu não sou bom em desenhar.

Gallahan respondeu, tocando a borda do papel com o dedo.

— Acho que você desenha bem. Se não se importar, pode me mostrar… Ah!

Ela ia olhar para o desenho.

Ela estava tão nervosa que seus dedos dos pés tropeçaram e ela cambaleou.

Naquele breve momento, todos os tipos de pensamentos passaram por sua cabeça.

O que significa boa impressão?

Acho que vou continuar sendo uma mulher engraçada que tropeçou nos próprios pés.

Shan fechou os olhos firmemente.

Ela pensou que só restaria a dor e a vergonha de bater os joelhos no chão de pedra.

Tuk!

Ela pensou que sua cintura estava envolvida por algo duro, mas o que viu na sua frente foi o peito de Gallahan.

— Você está bem?

Ela se surpreendeu e olhou para o lugar de onde ouviu a voz.

No entanto, seu olhar continuou subindo mais do que o esperado.

Sua cabeça também estava inclinada por um tempo.

— Você está machucada?

O coração de Shan batia forte.

Se você olhar para os olhos gentis e a pele clara, é Gallahan.

Era ‘Meu Gallahan’ que ela queria abraçar, sentar em seus joelhos e abraçar porque ele era fofo.

Glup.

Shan engoliu em seco sem perceber.

— … Shan?

Parecia que seria difícil para esse homem alto segurá-la com um braço só.

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