Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

Volume 1 - Capítulo 37

Nesta Vida Eu Serei A Matriarca

Dez dias.

Era o tempo dado até ela deixar a aldeia.

— Complete todos os preparativos dentro desse tempo. Avise Avane Rophili sobre isso também.

No dia em que ela acordou de um longo sonho, após um profundo silêncio, Soura deixou essas palavras para trás e virou-se.

Era um curto período para recuperar o corpo e se preparar para a longa jornada, mas Shan apenas assentiu.

De repente, ela se sentiu culpada por Avane, que tinha que terminar sua pesquisa em dez dias.

Então, depois de recuperar energia suficiente para se levantar e caminhar, ela frequentemente visitava a casa de Avane para ajudar na organização.

— Ufa, acho que está quase tudo pronto. É tudo graças a Shan.

Avane disse, enxugando o suor.

Faltavam apenas três dias para o prazo estabelecido por Soura.

— É tudo por minha causa que a professora partiu com tanta pressa no começo. Claro que tenho que ajudar.

Shan sacudiu as mãos empoeiradas e riu.

Ela tinha um rosto feliz após terminar o que estava pendente há vários dias.

— E você, Shan? Está… pronta para partir?

A pergunta de Avane era infinitamente cautelosa.

— Hmm…

Shan, que estava pensando por um tempo, logo assentiu.

— Não tenho muita coisa para levar comigo de qualquer maneira.

— … e a chefe?

Quando a história de Soura saiu, o rosto sorridente de Shan também inevitavelmente se obscureceu.

— Acho que minha mãe está muito zangada.

Soura agiu como se nada tivesse acontecido.

Ela trabalhou como antes e, à noite, sentava-se para comer junto.

Mas não estava realmente tudo bem.

— Ela não faz contato visual comigo.

Soura evitava o olhar de Shan o tempo todo.

Como se não quisesse ler o que Shan estava pensando por engano.

— Aqueles que partem serão diferentes dos que ficam. A menos que as regras dentro da tribo mudem, vocês podem não se ver por um longo tempo. Shan, por favor, entenda.

— Sim. Porque podemos não nos ver por muito tempo.

O verdadeiro significado de deixar a aldeia era conhecido apenas por Shan e Soura.

Naturalmente, enquanto contava os dias restantes que poderia passar com sua mãe, Shan se levantou de onde descansava.

— Vejo você em breve, professora Avane. Acho que devo voltar para casa cedo hoje.

— Está bem. Até a próxima, Shan.

Depois de sair da casa de Avane Rophili, ela seguiu diretamente para sua casa sem vazar para nenhum outro lugar.

Não havia muito tempo para passar juntas, então ela pensou que não podia deixar isso passar em vão.

Talvez Soura nunca a perdoe pelo resto da vida.

Mas isso não significa que ela apenas está lendo a situação dessa maneira. Ela não queria sair assim.

— Vou cozinhar o jantar antes de minha mãe voltar.

Ela deveria passar um tempo com a mãe dessa maneira.

Ela teria que ficar de olho para ver o rosto da mãe.

No entanto, tal plano foi desfeito antes mesmo de começar.

— Você está vindo agora?

Foi porque Soura estava esperando por Shan antecipadamente.

— Uh, mãe?

Shan não esperava que Soura estivesse em casa neste momento, e ficou um pouco perplexa.

Ela se assustou e Soura chamou sua filha, que não conseguia entrar enquanto estava parada na porta.

— Tenho algo para te dar, então venha e sente-se.

Shan rapidamente se sentou no lugar indicado por Soura.

Havia alguns pacotes pequenos na mesa no meio.

Soura primeiro perguntou a Shan, que nem sequer perguntou o que eram todas essas coisas, e estava olhando atentamente para elas.

— Como está se preparando para ir?

— Terminei de arrumar a casa da professora Avane. Quando você disse… acho que posso partir.

— Está bem.

Soura assentiu.

E então ela disse.

— Leve esses com você.

— O que é tudo isso, mãe?

Houve um tilintar ao levantar o primeiro bolso pesado.

Os olhos de Shan se arregalaram enquanto olhava para dentro enquanto inclinava a cabeça.

— Isto não é… dinheiro de fora?

Era algo que não era necessário na aldeia onde a maioria das coisas era trocada e compartilhada.

— Dinheiro é o que mais é necessário lá fora. A professora Avane Rophili não ficará desconectada, então certifique-se de obter ajuda.

— … Sim.

Assentindo com a cabeça, Shan desembrulhou o segundo pacote.

Muito maior do que o primeiro, continha várias roupas grossas.

Eram roupas pesadas que ela nunca usaria na selva, onde fazia calor o ano todo.

Além disso, nem mesmo eram trajes usados pela tribo Chara.

Eram vestidos e túnicas como as roupas usadas por Avane Rophili.

— É inverno lá fora, troque suas roupas quando começar a sair das montanhas e da selva.

Além disso, sapatos com bico fechado e luvas em formato duro estavam todos preparados.

— E isto.

Soura estendeu o terceiro bolso para Shan.

Era menor em tamanho e muito mais leve que os dois anteriores.

No entanto, por algum motivo, ela podia prever imediatamente que este último item seria o mais importante e valioso.

Ela franziu os lábios e abriu o terceiro bolso com cuidado.

— Mãe, isso é…

Os olhos verdes de Shan olhando para Soura tremeram.

— É… um mapa?

A localização da aldeia da tribo Chara, localizada na vasta selva do Sul, era mantida estritamente confidencial.

Há muito tempo, era uma forma de proteger a tribo daqueles que cobiçavam o poder mágico.

No entanto, no mapa que Soura deu a Shan agora, todas as rotas detalhadas da vila para fora da selva estavam registradas.

— Quanto tempo os anciãos suportaram para não entregá-lo. No fim das contas, é apenas uma cópia desenhada após o original.

Soura resmungou insatisfeita.

— Você esteve ocupada todo esse tempo por causa disso?

— Sim. Não deveríamos ter isso para sair da selva em segurança? E apenas por precaução.

Palavras que haviam sido interrompidas por um tempo continuaram.

— Você precisa saber como voltar.

Shan apertou os lábios mais uma vez, sem perceber.

E ela mal conseguiu falar.

— Eu… Eu pensei que minha mãe estivesse zangada comigo. Então pensei que você não queria me ver.

— Palavras inúteis.

Soura estalou a língua descontente.

— Então você achou que eu te deixaria sair de mãos vazias?

— … obrigada.

— Não esqueça de levar.

Shan dobrou as roupas e o mapa com muito cuidado, caso amarrotasse.

Soura, que estava olhando, perguntou de repente.

— Para onde você vai?

— …Um lugar chamado Lombardi.

Shan, que parou por um tempo, respondeu.

— Diz que vai demorar um bom tempo porque está no centro do império.

— Sim, está tudo bem então.

— Sim?

Soura disse a Shan, que inclinou a cabeça.

— Pergunte à professora Rophili no caminho para aprender a escrever lá fora. Você deve saber escrever.

— Sim, mãe.

— E eu vou escrever uma carta para você, então quando sair da selva, visite a família Sector. É um lugar com o qual tivemos trocas por muito tempo, então vou ajudar você. E…

Soura não disse muitas palavras.

Conforme Shan crescia e a olhava, sua mãe pertencia mais ao lado reservado.

No entanto, era incomum ver uma mãe derramando palavras uma atrás da outra.

— Shan, você tem o hábito de ficar gravemente doente uma vez por ano, então tenha cuidado.

No final, tudo era sobre se preocupar com a filha que estava partindo sozinha.

— Mãe…

Shan abraçou Soura firmemente.

Mesmo Soura, que ficou congelada por um momento, varreu gentilmente as costas de Shan.

— Espero que suas escolhas a levem à felicidade, Shan.

Por muito tempo depois disso, mãe e filha se abraçaram, sem saberem se soltar do abraço.

Foi o dia em que Shan e Avane Rophili deixaram a aldeia.

Assim que o amanhecer começou, Shan e Soura saíram de casa e seguiram para a entrada da aldeia, onde Avane estava esperando.

O som dos passos das duas pessoas ressoou particularmente alto.

Nem Soura, nem Shan disseram nada.

O caminho longo e curto terminou na entrada da aldeia.

Avane, que cumprimentou Soura em silêncio de longe, não se aproximou mais.

Era para dar à mãe e filha tempo para se despedirem.

Shan, que estava olhando para a estrada que levava além da aldeia, virou-se para Soura.

— Mãe.

— Shan.

No entanto, nenhuma das duas pôde falar mais.

Desculpe.

Cuide-se.

Eu te amo.

Milhares de palavras ficaram presas em sua boca, mas no final, a filha não ousou dizer uma palavra, e finalmente abraçou firmemente sua mãe.

— … tudo bem.

A mãe, que entendeu seus sentimentos, disse firmemente, segurando o ombro da filha como se ela ainda fosse jovem.

— Não olhe para trás e vá.

Shan, que permanece

u congelada por um tempo, saiu lentamente dos braços de Soura.

Passo a passo

O som dos passos estava ficando mais distante.

Ela sabia que o sol logo iria se pôr deslumbrantemente, mas sua filha partiu na estrada que ainda estava escura.

Soura apoiou-se em sua bengala e manteve as costas eretas.

Até finalmente o som desses passos não foi mais ouvido.

— Por favor, tenha cuidado. Cuide-se…

No final, apenas a voz de Soura permaneceu na entrada da aldeia.

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