Volume 1 - Capítulo 36.2

Capítulo 36.2: Vampiro (5)

A espada desceu pelas costas. Assustado, tentei me defender. Por um instante, trocamos golpes.

Sendo nível 70, consegui resistir um pouco, mas era meu limite. Logo em seguida, um dos meus braços foi cortado, fui arremessado contra a parede e jogado ao chão.

“Keuk…!”

Asher abaixou a espada e se virou.

Tudo acabou muito rápido.

Fiz um aceno de cabeça em admiração ao seu poder avassalador.

Os leiloeiros, assim como os anfitriões e membros da organização, já haviam fugido, deixando apenas os escravos no canto do pódio.

Eles olhavam para cá com medo, incapazes de escapar para qualquer lugar. Também estava lá a irmã mais velha de Rudica.

“Liberte as restrições.”

“Sim.”

“Terá mais lá dentro, então traga-os e reúna-os em um só lugar.”

Deixei os escravos com Asher, e ela se afastou.

A espada de Asher rasgou seu estômago e cortou um de seus braços, e o homem moribundo mal levantou a cabeça.

“Você, o que diabos você…?”

Parei bem na frente dele.

“Eu lhe disse, o Sétimo Lorde.”

“···”

“Ainda não acredita? De qualquer forma, já não importa mais.”

“Por que, por que···”

Como se ainda não pudesse acreditar, ele repetiu essas palavras com um rosto completamente exausto.

Por que diabos o Sétimo Lorde estava aqui? Por que diabos eu matei seu irmão mais novo e fiz isso?

Era uma pergunta que eu entendia sem que ele precisasse dizer mais nada.

Olhei para baixo e disse:

“Só porque.”

“···”

“De todo o lixo neste mundo, você, acidentalmente, infelizmente, incomodou meus olhos. Só isso.”

Era realmente só isso.

Encontrei um vampiro por acaso, e por acaso vi os atos maléficos de seu irmão, então o matei, e depois participei do leilão e fui pego.

Eu não tinha nenhum rancor particular contra eles. As coisas simplesmente aconteceram.

Claro, como resultado, o leilão acabou, e o chefe logo morreria, então parecia que Valkilov acabaria hoje.

O cara que estava me encarando com olhos de ressentimento espremeu suas últimas forças e se levantou como se estivesse quicando.

Sua mão ainda boa puxou uma adaga da cintura.

Um aço frio mirou meu pescoço e me esfaqueou com um grito de guerra, mas foi um esforço inútil.

Porque seus movimentos pareciam muito lentos e claros para minha supersensoria.

A lâmina bloqueada pelo véu flutuante não conseguiu mais avançar no ar e parou.

O cara abriu os olhos e a mão que segurava a adaga tremeu, então ele cambaleou novamente e desabou no chão.

Coloquei minha mão na cabeça do homem, que não conseguia mais se mover como se tivesse atingido o limite. Então, ativei [Matar Instantâneo].

Aquele foi seu último momento.

Me virei para os escravos, sem prestar atenção ao cadáver. Asher os havia libertado das restrições e eles estavam olhando para este lado.

Pouco depois, Asher trouxe mais alguns escravos de dentro.

“São todos?”

“Sim, é isso mesmo.”

Inclinei a cabeça enquanto os observava reunidos em um só lugar.

Parecia que havia menos gente do que a quantidade de pessoas no leilão anterior… Teria gente que escapou sozinha?

“Humano, o que você vai fazer conosco?”

Então alguém abriu a boca com uma voz feroz.

A irmã mais velha de Rudica era uma vampira. Seus olhos ainda nos encaravam como se fôssemos os inimigos.

Era injusto, já que os salvamos, mas eu entendi.

Suas famílias morreram nas mãos de humanos, e como eles a haviam capturado como escrava, era natural que ela odiasse humanos.

Perguntei a ela:

“Você é a irmã mais velha de Rudica?”

Ela se surpreendeu com minhas palavras e arregalou os olhos.

“Ru, Rudica? Como você sabe o nome da minha irmã…”

“Vim resgatá-la a pedido de sua irmã. Então não há necessidade de ser cautelosa.”

Expliquei a ela. As circunstâncias, desde o encontro com Rudica em Cubax até chegar à casa de leilões aqui.

Depois de ouvir toda a história, ela me olhou com um olhar de alegria e alívio, mas ainda estava meio vigilante.

“…Você realmente está aqui a pedido da minha irmã mais nova? De verdade?”

“Sim. Ou como eu saberia o nome da sua irmã?”

“···”

“Ela está em uma estalagem nesta cidade, esperando você vir. Então me siga.”

Ela hesitou e olhou para trás para Asher e para mim.

Enquanto eu lhe dava uma piscadela, Asher a agarrou pelo ombro e a puxou para longe.

Então ela lentamente veio até onde eu estava.

Olhei ao redor para os outros escravos.

Consegui meu objetivo ao garantir a irmã mais velha de Rudica, mas o que aconteceria com o resto dessas pessoas?

Ah, eu realmente odiava fazer coisas assim em outro território.

Lembrei-me do Terceiro Lorde — o Palácio Celestial.

Ele era tão imprevisível quanto o Soberano, e eu não sabia como ele reagiria se esse evento chegasse aos seus ouvidos.

Mesmo no jogo, ele parecia ser indiferente a tudo no mundo, enquanto era estranhamente teimoso em relação a questões triviais.

Não é sobre quem foi morto e quais danos os Lordes se importam. O Terceiro Lorde se importaria com os Valkilov?

Ele ainda poderia estar insatisfeito com o fato de outro Lorde ter causado um motim em seu reino.

Até mesmo o Sexto Lorde — o Tirano, que não diferia de um louco, não agia arbitrariamente no território de outro Lorde.

Claro, isso não era um grande problema, já que eu fui o primeiro a ser atacado… De qualquer forma.

“Vocês estão livres agora.”

Falei como se estivesse declarando aos escravos, que me olhavam com olhos ansiosos.

Mesmo depois disso, eles apenas ficaram parados se olhando com rostos perplexos.

Mesmo que eu de repente lhes desse liberdade, havia algumas pessoas que não tinham nada e não tinham para onde voltar.

É impossível deixar essa bagunça e deixá-los aqui.

Então, eu estava pensando em fazer uma limpeza mínima primeiro.