Volume 1 - Capítulo 31.2

Capítulo 31.2: Super Sentidos (5)

Saímos da masmorra.

Não precisava do livro de magia, o legado do criador, mas não havia razão para deixá-lo para trás, então o trouxe comigo.

Não tinha talento para magia, mas isso não seria útil para as pessoas que eu pudesse recrutar mais tarde?

Depois de sairmos da masmorra, contei a Asher o que estava pensando.

“Asher.”

“Sim.”

“Expanda seu poder uma vez e golpeie sua espada.”

“…Sim?”

Ela se encolheu e se virou para mim.

Provavelmente havia entendido algo errado, então balancei a cabeça.

“Não estou pedindo que você me ataque. Estou pedindo que você faça isso em um espaço vazio.”

“Ah…”

A razão pela qual fiz esse pedido do nada foi porque havia algo que queria verificar.

Asher parecia confusa, mas não perguntou porquê e, mansamente, desenbainhou sua espada.

Falei novamente para ela, que estava prestes a brandir sua espada.

“Faça com toda a sua força. Você pode até usar qualquer uma de suas habilidades especiais.”

Como membro da Lua Branca, Asher tinha uma característica racial que aumentava seus poderes mágicos.

Queria vê-la em seu poder máximo usando essa característica.

Um pouco surpresa com meu pedido, Asher hesitou, então acenou com a cabeça e exibiu sua habilidade.

*Saaa.*

O corpo de Asher brilhou suavemente, e logo a pele por todo o corpo ficou branca.

Era a primeira vez que eu a via usar isso. Porque ela não havia usado até agora.

Ajustando sua postura, respirou fundo e começou a brandir a espada.

*Waa!*

Um golpe de espada foi desenhado no ar, produzindo um som incrível apenas com o movimento da espada.

Maximizei meus super sentidos e observei sua dança com a espada.

… *Eu consegui ver.*

Consegui ver o movimento da espada, o suficiente para reagir mesmo que aquela espada fosse direcionada a mim.

Meus sentidos haviam se tornado tão aguçados que eu conseguia detectar até mesmo os movimentos de uma pessoa de nível 81. E ainda havia espaço para mais.

*Parece ser o suficiente para responder a um nível 80 até certo ponto.*

Mas e se o inimigo fosse mais forte que isso?

Lembrava-me dos movimentos do guerreiro que vi no navio de escolta ou dos golpes furiosos que encontrei no corredor durante a reunião dos Lordes. O ataque do mago antigo que havia completamente arrasado meu lado anteriormente.

Os ataques antes de ganhar os super sentidos não eram visíveis, então não havia como adivinhá-los mesmo que eu os lembrasse... mas não sei. A menos que eu mesmo verificasse novamente.

De qualquer forma, depois de confirmar os resultados um tanto satisfatórios, abri a boca.

“Pare.”

Asher parou e respirou levemente.

Ela nem mesmo a brandiu muito, mas parecia que realmente usou sua força com toda a sua capacidade.

E, por algum motivo, ela estava me olhando como se estivesse esperando algo.

“…”

Por que ela estava me olhando assim?

Inclina a cabeça e percebi o porquê.

*Será que ela achou que eu ordenei que ela fizesse isso para avaliar suas habilidades?*

Olhando para aqueles olhos estranhamente expectantes, parecia ser esse o caso.

Fiquei em silêncio por um momento e então disse:

“Há definitivamente potencial. Continue tentando.”

“…Tudo bem.”

Ela acenou com a cabeça com uma expressão levemente arrependida.

Senti-me desculpado porque ela parecia esperar mais, mas que conselho poderia dar a ela com minhas habilidades?

Estava escuro à noite, mas atravessamos a floresta sem parar.

Isso me esgotou, mas consegui suportar porque tinha super regeneração. Queria dormir assim que chegássemos à carruagem.

Só chegamos à carruagem e vimos Baros, que estava comendo sozinho, quando o sol nasceu ao meio-dia.

“Vocês chegaram, meu senhor.”

Ele deve ter caçado em algum lugar, visto que estava comendo um coelho bem cuidado e assando-o.

Asher e eu nos juntamos a ele e comemos ali mesmo. Depois voltamos para a cidade.

***

De volta à cidade, parei novamente na Guilda de Aventureiros para descobrir o que aconteceu com Railo.

Ouvi de outro aventureiro que ela havia retornado à cidade e que havia corrido para outra cidade no momento em que o fez.

Ela deve ter ficado apavorada.

A situação dela era meio engraçada. De qualquer forma, apenas me certifiquei de que não havia nada de errado com ela, então pude tirar minha mente dela.

Depois de ficarmos mais um dia, saímos imediatamente da cidade.

O próximo destino, como planejado originalmente, era o território do Primeiro Lorde, o Sábio. Desta vez estava um pouco longe.

A partir da localização atual, planejávamos passar pelos territórios do Quarto, Terceiro e Segundo Lordes em uma linha curva e viajar pela rota mais curta.

Depois de tanto tempo, chegamos a Cubax, uma das grandes cidades na fronteira do território do Terceiro Lorde.

Estava perdido em pensamentos enquanto esperávamos no posto de controle do portão do castelo e aguardávamos nossa vez.

*Este é agora um ponto de bifurcação…*

Estava um pouco preocupado.

Uma das habilidades mais necessárias para mim era a magia de sangue. A Floresta de Elrod era o lugar para obtê-la.

A Floresta de Elrod ficava muito a oeste desta cidade de Cubax.

*Devo continuar para o território do Primeiro Lorde como está, ou devo parar na Floresta de Elrod?*

De acordo com o plano original, eu ia deixar de lado a obtenção da magia de sangue e me concentrar apenas nos mistérios.

No entanto, depois de obter o véu flutuante e os super sentidos, fiquei mais confiante na minha capacidade de me salvar, então senti um pouco de arrependimento ao simplesmente passar pela floresta assim.

Após uma breve reflexão, decidi que seria melhor ir apenas para o território do Primeiro Lorde.

Não importa como eu pensasse, havia muitas variáveis se eu fosse para a Floresta de Elrod.

Embora eu tivesse certeza da minha segurança, eu teria que falar com a tribo de vampiros que vivia lá para obter magia de sangue. Mas isso seria mesmo possível?

Então, como planejado originalmente, seria melhor adiar a magia de sangue e me concentrar nos mistérios.

“…?”

Estava perdido em meus pensamentos, mas olhei pela janela, pois houve uma comoção lá fora.

Havia várias carroças passando orgulhosamente para o lado, ignorando os postos de controle em frente ao portão.

Consegui ver a visão dos transeuntes em fila, hesitando e desviando o olhar.

O compartimento de bagagem de uma carroça estava trancado com barras de ferro, fazendo parecer uma prisão onde meninos e meninas eram presos.

*…Traficantes de escravos?*

Apoiei o queixo na mão e os observei.